quinta-feira, julho 31, 2008

Comunicação ao País.



Cavaco Silva lá fez a sua importante comunicação ao País, comunicação de tal forma urgente que o levou a interromper as suas merecidas férias.

Afinal era sobre o Estatuto dos Açores!




Fiquei aliviado. É que, dado o secretismo e solenidade conferidos ao acto, cheguei a temer que o nosso Presidente fosse anunciar que, contra todas as expectativas, à última hora, o TC tinha decidido negar o visto ao pedido do empréstimo dos 58 milhões da Câmara de Aveiro.

Toque-se o Hino!



A minha andorinha já me tinha avisado que ia ser construída mais uma célula adicional no aterro de Taboeira. E que o aterro que mais parece uma lixeira a céu aberto é o regalo de milhares de cegonhas que ali vão angariando alimento que, pelos vistos, não falta por aqueles lados. Quanto ao cheiro, imaginem pela imagem que a minha máquina fotográfica ainda não consegue captar "aromas".

A ERSUC ainda não satisfeita com o que, desde 1998, a troco de padres-nossos, tem feito sofrer aos aveirenses, prepara-se para fazer novo "investimento" e construir mais uma célula (coisa pouca no entender do vereador da Câmara de Aveiro e também administrador da ERSUC Dr. Pedro Ferreira) destinada a assegurar a deposição do lixo da região até ao início da actividade da UTMB de Eirol que, segundo o referido administrador que, como sabemos, não tem grande jeito para fazer previsões, acontecerá lá para 2010 (mais ano menos ano).

Não sei se todos se recordam mas tinha sido previsto (e prometido) que em 2007 o aterro seria definitivamente selado e, quando olho para lá, fico sempre com a sensação da montanha do lixo ter ultrapassado a quota que estava inicialmente prevista. E fico muito preocupado por saber que lá foram descarregados lixos industriais e que, em muitos casos, não é possível verificar a qualidade dos lixos que lá são depositados o que, com tantas aves a vasculhar, se pode eventualmente transformar num grave (e epidémico) caso de saúde pública.

Mas que dizer da aprovação por parte do executivo camarário chefiado por Élio Maia do reconhecimento do Relevante Interesse Económico e Social da construção desta nova célula que vai alargar o aterro inicialmente previsto?

Mal acomparando faz-me lembrar aquela história do homem enganado que, eufórico com o regresso da mulher a casa depois de umas demoradas férias na companhia do amante, chama a banda de música e os amigos da terra para festejar a sua chegada.

Mas, como com mais este importantíssimo "investimento" Aveiro tem sérias hipóteses de ser considerada a incontestada capital nacional das cidades com lixo, acho que se deve chamar a banda. Imediatamente!

quarta-feira, julho 30, 2008

Ralhetes e Brilharetes!

O distinto responsável de serviço comercial e líder distrital de Aveiro do CDS/PP Sr. Raul Almeida, veio recentemente a público reiterar a sua total confiança na coligação "Juntos por Aveiro", afirmando que as “relações entre o CDS/PP, o PSD e a Câmara de Aveiro estão saudáveis e continuam a manter-se numa base forte de lealdade e confiança”.

Ficámos muito felizes por constatar que continua a política de tudo ao molho e fé em Deus pois as jornadas cinegéticas há muito que nos ensinaram que é muito mais fácil "fazer cinto" quando a caça está amontoada. E não era nada que não esperássemos há já algum tempo, depois de termos tido conhecimento do puxão de orelhas dado pelo PSD ao CDS pelas declarações do seu líder concelhio e, principalmente, depois de, na Assembleia Municipal, termos assistido àquela cena gaga (até meteu ida à casinha e tudo) em que foram protagonistas o Director (executivo ou não executivo para o caso não interessa) da Aveiro Expo Sr. Diogo Machado, vice-presidente da distrital do CDS/PP e o líder concelhio do CDS/PP Dr. Miguel Fernandes.

Porém, não ficámos nada satisfeitos pelo perclaro político, neste preito de pública vassalagem ao PSD, ter afirmado que as doutas declarações feitas pelo Dr. Miguel Fernandes quando, oportunamente, pediu a cabeça do vereador das finanças da Câmara de Aveiro Dr. Pedro Ferreira, vice-presidente da Comissão Política Concelhia do PSD, “eram inócuas e não tinham prazo de validade superior a um iogurte”.

E não é por um Camello qualquer vir desautorizar um jovem e promissor quadro político Aveirense que muito estimamos e a quem continuamos a desejar um auspicioso e longo futuro político (tipo iogurte “Longa Vida”). Nem sequer é porque como as coisas estão a correr, se calhar já não nos vamos alambazar com o fricassé de garnizé para que estávamos convidados que, como todos sabem, guarnecido com umas ervilhas tenras "ao dente" fica uma delícia.

Estou zangado porque, como foi publicamente anunciado na Assembleia Municipal, quem tem o direito de malhar no Dr. Miguel Fernandes é o Dr. Carlos Candal. E como ele foi de férias deixou-me uma procuração para, na sua ausência, eu (próprio) cumprir essa obrigação cívica.

Agora vejam a minha desgraça. Se O Dr. Miguel Fernandes amua com o ralhete e bate com a porta como é que eu vou fazer uns brilharetes enquanto o Dr. Candal está a banhos?

Ai de mim. Que mais me irá acontecer?

domingo, julho 27, 2008

EMA, E.M. - Relatório e Contas de 2007

Na reunião da Câmara de amanhã (dia 28 de Julho) vai ser apreciado o Relatório e Contas relativas ao ano de 2007 da EMA – Estádio Municipal de Aveiro, EM. e, como algumas pessoas tomaram conhecimento que me tinham sido disponibilizados os documentos sinto-me na obrigação de tecer alguns comentários.

Coisa que tínhamos pensado não fazer porque de más notícias estamos todos fartos. E os documentos não são de molde a fazer-nos sorrir ou trazer-nos esperança.

Mas, como a Coligação que preside aos destinos do nosso Município afirmou a pés juntos que a EMA seria a primeira das empresas municipais a ser extinta e agora até foi indigitado um vereador para tratar da matéria, para o ano já não teremos certamente a oportunidade de falar dos "feitos" desta empresa municipal. Por isso há que aproveitar agora.

Já várias vezes falámos da EMA e do Estádio Municipal e verberámos fortemente (e continuamos a verberar) a actuação do executivo municipal liderado pelo Dr. Élio Maia que desperdiçou uma excelente hipótese de resolver, a contento, o problema do Estádio cuja integração na PDA EM., deveria ter sido negociada quando se procedeu ao aumento do capital social da PDA, ao invés de numa operação que, estou certo, ainda irá fazer correr muita tinta, ter entregue de mão beijada a maioria do capital social da empresa ao parceiro privado. Mas, como não é o momento de falar desse processo a que oportunamente regressaremos, centremo-nos nas contas da EMA.

A EMA, cujo Presidente do Conselho de Administração é o Dr. Élio Maia, apresenta este ano um prejuízo de 931.773,35€ valor aliás muito semelhante ao dos prejuízos obtidos em 2006 e 2005, de 840.993,12€ e 868.606,63€ respectivamente. A empresa, como é sabido, só teve resultados positivos em 2004 (298.373,85€), em parte devido às receitas provenientes do Euro 2004 e também porque nesse ano não foi produzida a devida especialização dos proveitos referentes à venda de lugares de Camarotes, Tribunas e Bancadas.

A empresa é, assim, uma empresa consistentemente geradora de prejuízos que há muito exauriram o seu Capital Social de 1.496.393,69€. Mercê dos resultados negativos acumulados de 3.282.075,42€, o Capital Social apresentava, em 31 de Dezembro de 2007 o valor negativo de 1.785.681.73€. Daí a necessidade de serem tomadas medidas imediatas. Mas o Dr. Élio Maia, incapaz de encontrar soluções para estancar o problema, limita-se a assistir, impávido e sereno, à destruição da empresa, certo que lá para 2013 o estádio ainda há-de ser um grande negócio.

Entre os aspectos e factos que mais contribuíram para o resultado de 2007 apontam-se:

- A diminuição globalmente verificada no capítulo da prestação de serviços (-21,2%);
- A não realização no Estádio Municipal de Aveiro de nenhum evento internacional de futebol da dimensão do que ocorreu em 2006 (Campeonato da Europa de Sub 21);

e ainda:

- A diminuição verificada nos proveitos resultantes da venda de lugares adjudicados à Empresa ao abrigo do Protocolo com o Clube residente, fruto da carreira desportiva deste;
- O aumento verificado na prestação anual a pagar ao Clube residente por força do citado Protocolo;

A empresa deve ainda as seguintes verbas resultantes da construção do estádio:

Meci, SA. - 1.134.161,86€ (objecto de um contrato de factoring celebrado com a Besleasing Factoring - Instituição Financeira de Crédito, SA)
Hagen, SA. - 272.875,85€
Ensul, SA. - 269.008,06€
Construtora do Tâmega, SA - 144.008,00€
Fase, S.A - 104.915,15€.

Deve ainda:

CGD (empréstimo) – 100.000,00€
HFN, Lda. – 159.421,67€
RED, Lda. – 150.962,85€
2045 – Empresa de Segurança, SA – 220.343,61€

Relativamente ao Beira-Mar:

Dívidas emergentes do protocolo – 737.370,73€

(existe ainda um valor de 495.972,62€ acrescido de IVA, na conta acréscimo de custos, relativo a valores no âmbito do referido protocolo ainda não facturados pelo clube, como aliás há muito vínhamos afirmando).

A empresa tem varias acções administrativas pendentes entre as quais as relativa às dívidas à RED e à HFN.

Apresentámos estes números para que fiquem conscientes da gravidade da situação da empresa que obriga a CMA a fazer as necessárias transferências para satisfazer as exigências legais em vigor. Mas mais do que isso é necessário fazer o turnover, arranjar uma estratégia para inverter a situação. Enquanto é tempo! Com coragem política!

E esperamos que, agora, conhecedores da realidade do problema existente, os aveirenses reconheçam as virtudes da solução que tínhamos preconizado. Que, no nosso entender, não mereceu qualquer esforço ou interesse deste executivo para ser implementada.

E digam-me lá se acham que ficar à espera de 2013 para que, então, o estádio seja concessionado por 65 milhões de euros é solução que se apresente. E, já agora, alguém acreditará nisso?

Julho abafadiço, abelhas no cortiço

A minha andorinha veio-me fazer a costumeira visita domingueira. Vinha muito amofinada e a verberar a crise que, segundo ela, fez com que muita malta que normalmente, nesta altura, ia de férias para outras bandas, se encostasse por aí e não a deixe caçar os gordos abelhões de que tanto gosta, em paz.

Segundo ela pelos lados da ria não há canto onde os flamingos não tenham estendido a toalha. Para os lados de Esgueira então nem se fala pois as cegonhas são tantas que, qualquer dia, não há lixo que chegue para todas.

Ainda por cima a minha andorinha disse-me que amanhã o Sr. Presidente da Câmara, a quem ela tem muito respeito, quer que os senhores vereadores reconheçam o Relevante Interesse Económico e Social da Construção da 3ª célula do aterro sanitário de Aveiro, coisa que a acontecer vai, segundo ela, transformar aquela zona numa espécie de Bairro da Quinta da Fonte das Cegonhas que, daqui a uns anos, quando aquilo acabar, não vão aceitar de boa cara serem transferidas para Eirol. Para não falar daquela malta que vive por ali à volta que vai ter de aguentar com o pivete por mais uns tempos. Da maneira que as coisas estão a minha andorinha não se admira que um destes dias os recos que por ali arribam para serem abatidos no Matadouro façam uma queixa ao senhor Barroso, que eles não vieram para cá para morrerem intoxicados.

Perguntei-lhe como é que sabia tanto e ela contou-me que tinha lido isso (com os olhitos que a terra lhe há-de comer, jurou-me), na agenda da reunião ordinária da Câmara que se vai realizar amanhã de manhã nos Paços do Concelho e, quando viu que eu estava “a leste”, deixou-me uma cópia da ordem de trabalhos. E pouco mais falámos que o S. Pedro lembrou-se de mandar umas baldadas de água cá para baixo e a minha andorinha abalou apressada que, coitada, é atreita às gripes e não pode molhar a cabecita.

Mas tenho muita pena de ela não ter ficado mais um bocadito porque, ao dar uma vista de olhos ao papel, li que vão ser aprovadas nesta reunião tantas empreitadas e aquisições que até parece que calhou o totoloto à Câmara. Ou isso ou o empréstimo já veio e ninguém nos disse nada.

E eu que tive cá a minha andorinha e não lhe perguntei!

No Mundo do Futebol




Mais vale ser do que parecer!

sábado, julho 26, 2008

Ai, eu estive quase morto no deserto ... e Lisboa ali tão perto



António Costa completou, recentemente, um ano de mandato à frente do município lisboeta.



Como se lembram herdou uma câmara descredibilizada com enormes problemas laborais entre os quais se destacavam os relativos aos recibos verdes, uma câmara marcada pelo desleixo, pela incúria e pela indiferença, uma câmara paralisada por uma dívida brutal de 1.260 milhões de euros, correspondentes a mais de 2.380 euros por habitante, na qual avultava a dívida de curto prazo a fornecedores que preenchia cerca de 40% daquele valor.

Recusando facilitismos populistas e lutando contra incompreensões que as medidas de rigor sempre suscitam, arrostando as dificuldades sem desanimar com a vastidão das medidas necessárias, António Costa deitou mãos à obra com seriedade e competência e, passado um ano, já conseguiu tirar o município dos “cuidados intensivos”.

Apresentou e viu aprovado pela Assembleia Municipal, dominada pela oposição, um orçamento de contenção para 2008 no qual propôs um corte de 32% no valor total da despesa, corte que considerou essencial para que as finanças do município pudessem ser saneadas.

Diminuiu drasticamente o número de “avençados e assessores”, está a resolver o problema dos funcionários de vínculo precário, criou medidas de “moralização” das horas extraordinárias e implementou medidas visando a redução dos custos administrativos e a aceleração dos processos burocráticos.

Com o que poupou com estas e outras medidas já conseguiu pagar 180 milhões de euros que a Câmara devia, a mais de 2000 credores, sem ter de recorrer ao empréstimo de 360 milhões de euros vetado pelo Tribunal de Contas.

Durante este ano, na CML, realizou-se a inventariação de todos os prédios devolutos, agilizaram-se os processos de licenciamento urbanístico que aguardavam resolução há anos, desbloquearam-se investimentos, ultimaram-se vários planos de reabilitação, criou-se o Conselho Consultivo do Plano Director Municipal, entrou em vigor o “Licenciamento Aberto” e avançou-se com o corredor verde de Monsanto desde Campolide, concretizando uma política de “gestão integrada da cidade”.

Para além disso António Costa está a proceder, num processo participado e transparente, à reorganização do conjunto do sector empresarial e de todas as participações sociais do município e a proceder ao estabelecimento de contratos-programa com aquelas que exercem uma função social e cultural.

Não vou continuar a comentar a obra de António Costa para que o contraste abissal da sua atitude e actuação relativamente àquilo que se passa entre nós não nos mortifique e, principalmente, não destrua o amor-próprio de todos os Aveirenses que amam a sua terra.

Mas não posso deixar de constatar uma dura realidade. Lisboa embora já esteja fora dos “cuidados intensivos”, ainda continua em estado crítico mas os Lisboetas já começam a vislumbrar uma luz, embora ténue, ao fundo do túnel. Os Aveirenses que o perscrutam na mira de descortinar alguma claridade, nada avistam. Apenas a mais completa escuridão prenunciadora do tenebroso futuro que lhes está destinado.

Eu sei que algumas pessoas estarão a pensar que Lisboa, proporcionalmente, tem meios que Aveiro não possui. Mas se os não possui como é que Aveiro, no futuro, irá conseguir solver os encargos adicionais que a acção populista e incompetente do executivo chefiado pelo Dr. Élio Maia tem gerado e quer gerar, multiplicando e empurrando a dívida que herdou para os vindouros.

À guisa de exemplo gostaria que atentassem no seguinte: Se o Dr. Élio Maia prevê que o empréstimo que quer ver visado pelo Tribunal de Contas (bem como os respectivos encargos) vá ser pago, com alguns negócios milionários entre os quais a concessão (lá para 2013) do Estádio Municipal pelo valor de 65 milhões de euros, porque é que não o concessiona já. Mesmo que por menos dinheiro. É que enquanto ainda tem alguma tinta nas paredes, enquanto não estiver completamente degradado, certamente valerá mais qualquer coisa.

Não vos quero maçar mais. Deixo-vos com algumas diferenças entre algumas realidades de Lisboa e Aveiro, municípios aparentemente vizinhos mas que, afinal, estão tão longe.

Lisboa tem um líder – Aveiro não tem
Lisboa tem uma vereação competente – Aveiro não tem
Lisboa tem um projecto – Aveiro não tem
Lisboa tem um rumo – Aveiro não tem
Lisboa tem futuro – Com estes governantes, Aveiro não tem!

Ao casar tudo é rico...





E não julguem que esta minha observação traduz algum azedume pelo facto da "minha" candidata não ter conseguido vencer as primárias dos democratas e ser a nova Presidente dos EUA.

sexta-feira, julho 25, 2008

Aveiro!

quarta-feira, julho 23, 2008

MoveAveiro - A vergonha continua!

Uma imagem, muitas vezes, vale mais que mil palavras!

(Trabalhadores da MoveAveiro sem salários nem subsídios de férias cumpriram ontem mais um dia de greve, em defesa dos seus legítimos direitos)

Diário de Aveiro 23/07/2008
- notícia (infelizmente) não disponível online

terça-feira, julho 22, 2008

(Mais) Esclarecimentos.

Apesar da minha andorinha me continuar a assegurar que o visto "está no papo" e que, desta vez, a devolução apenas se deveu à necessidade de corrigir o português da proposta, nos termos do novo acordo ortográfico, ressalta à vista dos aveirenses que, apesar de toda a boa vontade do Tribunal de Contas que tudo tem feito para poder dar uma resposta favorável ao pedido de empréstimo bancário de 58 milhões de euros da CMA, subsistem algumas dificuldades para que o visto seja concedido.

Talvez, porque se trata dum documento que nada mais pretende do que justificar um empréstimo bancário que, por qualquer preço, salve no imediato a pele política do Dr. Élio Maia e do seu executivo, multiplicando e empurrando para os vindouros o problema da dívida. Um documento não suportado num verdadeiro plano de saneamento financeiro que permita efectuar o reequilíbrio das nossas contas municipais que, necessariamente, iria exigir sacrifícios a todos. Um documento que sacrifica o bem colectivo dos aveirenses em favor das conveniências politicas de um executivo que, assim, atraiçoa o mandato que os aveirenses lhe conferiram.

Embora desde a primeira hora tivéssemos apresentado as pertinentes criticas ao insondável contrato de empréstimo que oportunamente foi proposto (e recusado) pelo Tribunal de Contas, seduzidos pela necessidade do nosso Município se comportar junto dos seus credores como uma pessoa de bem, demos o benefício da dúvida a esse pedido de empréstimo esperando que o actual executivo desse mostras de pretender corrigir o grave desequilíbrio económico e financeiro estrutural existente no nosso Município. Debalde! Ao invés temos vindo a assistir a uma desconexa politica de facilitismo que tem conduzido ao agravamento exponencial da situação herdada.

Mas, mais grave do que isso, a aclaração do pretenso Plano de Saneamento Financeiro apresentado, trouxe à tona de água factos até então não devidamente explicitados que mais não são do que verdadeiras falácias que até poderão confundir ou enganar os técnicos do Tribunal de Contas mas não passam no crivo de qualquer Aveirense minimamente informado.

À mera guisa de exemplo haverá alguém que, sinceramente, acredite que o empréstimo dos 58 milhões de euros a que há que juntar os 24,6 milhões de encargos financeiros previstos para a operação, ou seja um total de 82,6 milhões de euros, seja essencialmente pago com a concessão do estádio (em 2013!) por 65 milhões de euros aos preços de hoje? Ou pela concessão dos SMA por 50 milhões de euros?

Como será logicamente possível explicar a forma como vão ser financiados os investimentos da CMA nos próximos 12 anos se o Plano que agora se pretende esmiuçar não previa nenhum investimento municipal nesse período? Como vai ser possível contornar o preceituado na Lei das Finanças Locais (que o Decreto-Lei 38/2008 veio densificar) relativamente à situação conjuntural ou estrutural do desequilíbrio financeiro do nosso Município?

Haverá alguém que acredite que a constituição de uma parceria público-privada para a construção e manutenção das escolas do ensino básico do concelho e a construção e exploração de 4 parques de estacionamento, geradora de encargos para o Município no montante até ao momento avaliado em 36,6 milhões de euros (negócio agora incluído no pretenso plano de financiamento financeiro quando o recurso ao QREN para a implementação da Carta Educativa consumiria certamente um valor não superior a um quinto desse montante e a CMA ainda poderia usufruir das rendas da concessão dos parques de estacionamento) é um bom negócio para Aveiro?

Quem é que explica como é que uma Câmara que, como é notório, não consegue libertar fundos para mandar cantar um cego vai poder no futuro, para além dos seus compromissos normais que hoje não se atreve a cumprir, pagar os encargos que este plano vai gerar, sem fazer (nem exigir aos seus munícipes) sacrifícios. Vai ser descoberto petróleo no Canal do Cojo?

De qualquer forma acreditaríamos mais nesta última hipótese para proceder ao pagamento da dívida do que naquelas que o Dr. Élio Maia apresenta. E, estamos certos, que se o Tribunal de Contas acreditar nos argumentos que foram aduzidos, se não levar em conta as falácias, ilegitimidades e iniquidades deste pedido de empréstimo, vamos ter 6 meses de pão e circo. Depois…

O que vale é que para as eleições autárquicas ainda falta um ano e tal! Se o empréstimo for aprovado, oxalá que nessa altura, depois de ter sido gasto até ao último tostão o dinheiro obtido, a situação não seja pior do que a que existe actualmente.

Mas, pelo andar da carruagem…
Depois não digam que não avisámos!

Atualidades Ortográficas

O pato lá foi adotado. Parece-me uma ótima ação.

Para festejar o ato convidei a minha diretora Kelly Wingley para uma saída noturna, no próximo fim de semana.

A mandachuva, excecionalmente, aceitou mas foi perentória: Ómem só vou se dividirmos a fatura a meias.

Para evitar o fracionamento propus a ida a uma receção onde um ator amigo vai apresentar uma coleção de objetos vindos diretamente do Egito.

Oxalá não esteja úmido senão vou ter de vestir terno.

sábado, julho 19, 2008

Nunca mais chegam as férias!

Estou a precisar de férias e ainda faltam alguns dias. Para já apenas posso sonhar com alguns dias de liberdade tão bem retratados pela pena de Pessoa.


Ai que prazer
não cumprir um dever.



Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...

Mas ainda falta algum tempo e, como o nosso povo diz, "o rabo é sempre o pior de esfolar". E esta semana vai ser pesada, principalmente para quem além dos deveres profissionais tem algumas responsabilidades políticas.

Porque político que se preze não pode deixar de ser visto em iniciativas culturais de reconhecida valia como este raro espectáculo que nos é proposto para terça-feira num local tão significativo para a nossa cultura local.

Alguém poderá ficar indiferente a um concerto em que participam o Zé Cabra o Tino de Rans e a Ti Maria da Peida. Principalmente quando os "Ganda Malucos" vão apresentar a "Revolta dos Animais"?

Lá me roubaram mais uma noite de descanso. Mas estou certo que os contribuintes vão dar por bem gasto o seu dinheiro. Todos à Praça do Centro Cultural. De Ílhavo (claro)!

Assim não dá! Os Aveirenses também deviam ter direito a eventos culturais destes!

Só me apetece emigrar!

sexta-feira, julho 18, 2008

Aniversário!


Nelson Mandela, ilustre lutador pela liberdade, faz hoje anos. Também tem direito!

APROVADO!

quinta-feira, julho 17, 2008

E os pequenos Senhor? Porque Lhes dais tanta dor?


O assessor de imprensa do Sr. Presidente da Câmara de Aveiro veio ontem a público informar que o Cale de Aveiro, que está parado desde Março último, deveria ter entrado em funcionamento hoje.


Este esperado acto deveria ter acontecido após terem sido efectuadas as alterações exigidas pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos e depois de serem acertados os horários do ferry com os autocarros e ter sido obtida a autorização da Direcção-Geral dos Transportes (interessante eufemismo para dizer que após se ter conseguido que o estaleiro libertasse o navio sem o pagamento da reparação, se estão a envidar os máximos esforços para encontrar um fornecedor de lubrificantes e combustíveis, que fie os ditos).

Agradecemos a novidade e gostaríamos de dizer que admiramos a forma aberta e eficiente como o referido assessor tem vindo a executar a sua (difícil) missão mas, desta vez, temos ainda de, concomitantemente, louvar a sua (incomum) humildade pois, embora sendo assessor do Sr. Presidente da Câmara, não lhe caíram os parentes na lama ao vir assessorar o Sr. Presidente da MoveAveiro que, contrariamente ao que a minha andorinha nos confidenciou, continua a ser o Dr. Pedro Ferreira (e não o Dr. Élio Maia como a mentireira disse). Por isso e para que não nos acusem de ingratidão, queremos (também) publicamente enaltecer esse gesto nobre (ora aí está um termo que sabemos ser do seu agrado) do nosso amigo João Oliveira.

Mas, uma vez que meteu as mãos na massa, deveria também ter-nos falado do que vai acontecer à Gaivina essa magnífica unidade da nossa construção naval de madeira que, após ter visto substituído o cavername e parte do costado lateral, sofre agora, encalhada e de estibordo esventrado, as angústias de poder vir a ser a estrela convidada numa das próximas noites de S. João.

E, já agora, deveria ter-nos assegurado que não vai acontecer ao Cale de Aveiro aquilo que amiúde tem acontecido com os autocarros e até à Dunas de S. Jacinto que, às vezes, temos visto atravessar o canal ao pé-coxinho, só com um dos motores principais a funcionar. Que o ferry não permite tal "desaforo", principalmente com "águas grandes".

Também nos deveria ter dito o que é que anda a fazer a S. Joana (que, para além da Dunas é a única lancha da MoveRia operacional) e o que vai acontecer à Praia da Costa Nova (que, amargurada e amarrada ao trapiche do MNA espera, a manter-se a situação, que o seu triste fim não demore) e ao Transria esse espécimen de águas profundas de ainda não conhecido destino que, encanteirado, aguarda a chegada de fundos (dissemos fundos não dissemos fundo) para iniciar a reparação.

Mais nos deveria informar (assessor para umas coisas, assessor para tudo) qual julga ir ser o destino da MoveAveiro que, se estamos à espera da implementação das soluções do estudo que o agora responsável pelo universo empresarial municipal está a efectuar, bem podemos esperar sentados.

A menos que a tal "delegação de competências" seja apenas uma rasteira política aos parceiros da Coligação e só tenha a finalidade de protelar e esconder a caótica situação a que, alguns erros do passado e a total incompetência do actual executivo, conduziram as empresas municipais, tentativa que como o nosso Guerra Junqueiro dizia "é como pretender apagar o sol quando flameja, com o apagador de lata de uma igreja".

Finalmente e porque poucas vezes temos a possibilidade de confrontar alguém deste executivo (ou que o represente) que nos dê respostas e penso que o Sr. Assessor não se vai furtar a dá-las (é a nossa última esperança), gostaríamos de ser esclarecidos do seguinte:

A nossa andorinha confidenciou-nos que os convidados de Oita que proximamente se deslocam em visita oficial a Aveiro, vão ser obsequiados com um passeio e um almoço volante na Ria. Ora, segundo ela (e aqui pensamos que nos está a mentir) a Câmara vai alugar uma conhecida lancha de uma empresa privada para fazer o tal obséquio às altas individualidades que nos visitam, desprezando os serviços da S. Joana que, como é facilmente visível, teria muito melhores condições para tal missão.

Porque será?

E por aqui nos ficamos. E como vêem hoje estamos bem dispostos. Não falámos de moliceiros, táxis da Ria nem de Bacas (ou Vois, nem sabemos bem, que não lhes enxergámos "o escrito").

Revisões da matéria dada!



Debate?

Sim. Obrigado!

quarta-feira, julho 16, 2008

Acabou a Crise?


O Margem Esquerda tem o grato prazer de comunicar a todos os seus leitores que, na sua última reunião, o nosso Executivo Municipal deu a crise por terminada e anunciou (mais) uma diminuição das receitas municipais.


Ficámos (muito) contentes. Só não sabemos se os Juízes Conselheiros do Tribunal de Contas serão da mesma opinião.

terça-feira, julho 15, 2008

Cabo das Tormentas?



Ás 10 horas e 5 minutos de hoje o Cale de Aveiro conseguiu, finalmente, dobrar o Bico do Caralhão.

domingo, julho 13, 2008

Concurso Domingueiro - Ferry-Boat

Escolha apenas uma das seguinte respostas possíveis:

1- O ferry-boat vai reiniciar a sua actividade esta semana, depois de ser aprovado o horário proposto pela AF de S. Jacinto.


2- O ferry-boat só vai voltar a trabalhar depois de terem sido pagos os subsídios de férias aos trabalhadores da MoveAveiro.


3- O ferry-boat só voltará a funcionar quando a Câmara adquirir uma nova unidade (para fazer os desdobramentos).


4-
Não sabe/Não responde


Vá lá. Deixe de olhar para o biquini da vizinha - ou para a tanga do vizinho (dependendo do gosto), arrefeça a cabeça e escolha a sua opção. Boa Sorte!

Nota: A última opção é meramente cautelar não vá alguém do executivo municipal também querer concorrer.

sexta-feira, julho 11, 2008

Leituras - Ulisses



Sinopse (excerto):

Recomendado no programa de português do 6º ano de escolaridade, destinado a leitura orientada.

Grau de Dificuldade - Baixo



Foi Homero, poeta grego, quem contou no seu livro Odisseia as façanhas de Ulisses, rei de Ítaca...

Muitas e estranhas foram as viagens que fez à volta do mundo de então e de si próprio.

A sua fama correu de boca em boca e todos o consideravam como o mais manhoso dos mortais...

Grande parte da sua vida passou Ulisses navegando de aventura em aventura, por entre Ciclopes e Sereias encantatórias ou tentando libertar-se da misteriosa Feiticeira Circe...

Diz-se que nesses tempos de antigamente, não houve homem que mais sofresse e mais feliz fosse, do que o espantoso Ulisses.


Para ler tudo clique
aqui

quinta-feira, julho 10, 2008

Dinheiro emprestado chega rindo e parte chorando!



Por muitas e variadas razões o visto do Tribunal de Contas ao novo pedido de empréstimo de 58 milhões de euros é, de facto, a pior coisa que pode acontecer para o futuro comum dos munícipes aveirenses.

A Bola é Quadrada?


Vocês sabem que não tenho grande tempo para ler jornais desportivos. Mas, por dever de ofício, vou dando uma olhada aos económicos. Então não é que com o PSI 20 atascado, à falta de melhor assunto, os comentadores financeiros se voltaram para o futebol! E lê-se cada coisa!


Sei que o Platini não se esquece que em Basileia (fez a 16 de Maio 24 anos), a Juventus, onde então jogava, só conseguiu surripiar a Taça das Taças ao Futebol Clube do Porto com um golo ilegal do Boniek. Mas acham que a melhor forma de olvidar essa má memória é afirmar que o FCP é um clube batoteiro? A menos que o actual Presidente da UEFA esteja a pensar como a minha amiga Noémia quando aconselha a estouvada da filha a lidar com a má-língua da vizinhança.

Agora o que realmente me mete "espécie" é alguém afirmar que, em Portugal, a bola não é redonda. Por este andar, um destes dias, ainda alguém nos vai tentar "vender" que as melancias são quadradas.

Politicamente Correcto?


Eu sei que pode não ser politicamente correcto lembrar isto.

Mas olhem que há mais do que uma versão do
resgate de Ingrid Betancourt.

quarta-feira, julho 09, 2008

Desculpem lá, mas hoje estou mal disposto!

Então não é que anda por aí um conhecido multimilionário a pavonear-se dizendo que conseguiu construir a sua fortuna à base de subornos.

As mentiras que alguns ricos têm de inventar para que os outros não saibam que se fartaram de trabalhar dia e noite para acumular meia dúzia mal contada de biliões de euros. Que isto do trabalho é tarefa de pobretanas.


Mentiroso e fingido é o que ele é!
Que se fartou de dar no duro para ser alguém.

Ainda bem que por cá não há deste tipo de gente.

terça-feira, julho 08, 2008

Mudanças!

Enganaram-se os profetas da desgraça que auguravam que, da reunião dos vereadores da maioria realizada ontem (contrariamente ao que havia prometido o Dr. Élio Maia), não iria sair qualquer decisão sobre o futuro das empresas municipais que a Coligação tinha "in illo tempore" prometido extinguir.

Afinal, inesperadamente, foi tomada uma decisão importantíssima. A partir de agora quem quiser chatear o executivo sobre o que vai acontecer às empresas participadas pela autarquia, faz favor de se dirigir ao Sr. Vereador Doutor Caetano Alves. Face ao determinado na reunião o Sr. Presidente Dr. Élio Maia já não lidera o processo e, portanto, não responde a perguntas sobre esta matéria.

Mais! O Presidente declina, desde já, qualquer responsabilidade no processo e declara-se, antecipadamente, total e completamente inocente por quaisquer problemas ou inconvenientes que venham a acontecer no decurso do mesmo. Que a acontecerem, fiquem desde já a saber, são obviamente resultantes dos erros cometidos pelo vereador do PP.

Face a esta avisada decisão resta-nos congratular o vereador contemplado por esta brilhante medida de "descentralização de liderança" e esperar que, rapidamente, consiga efectuar as prometidas extinções (embora duvidemos que consiga acabar com as empresas mais rapidamente do que os seus actuais gestores)

Força Caetano! Avança! Estamos contigo!

We believe in change!
(Acreditamos na troca)

Money Talks...

O léxico da língua portuguesa é muito rico em provérbios sobre dinheiro. Normalmente certos. Ora vejam:

Dinheiro amuado, barco de carreira parado,

ou,

Com dinheiro à vista, toda a gente se benquista.


Nota: fiquem descansados que o Margem Esquerda pode assegurar que o Cale de Aveiro, a partir de hoje, já pode navegar. (Isto é que é serviço público!)

domingo, julho 06, 2008

Preocupações!

Como vocês têm notado a minha andorinha já não me visita com a regularidade costumeira. Não que exista qualquer nuvem que tolde o nosso bom relacionamento. Mas, nesta altura do ano, aqui pela borda de água vai uma confusão medonha e a minha amiga não quer expor a maus-tratos as filhotas, que estão a ficar umas senhoritas.

Mas, na ânsia de mostrar o mar às crianças e molhar as patitas na água salgada enquanto o tempo não muda, lá veio até à parvónia e fez-me uma visita aproveitando para, alcoviteira como é, me contar as últimas novidades lá da urbe. Antes a magana não tivesse arredado as patas de casa pois só me veio trazer preocupações que, como sabem, são coisa que só cria cabelos brancos. Isto a quem ainda os tem, o que não é o meu caso.

Ora, enquanto as miúdas brincavam na areia, a minha amiga contou-me que há mais nuvens negras a pairar sobre a cabeça daquele senhor de bigode que é o encarregado ou o chefe, nem se consegue perceber bem, da antiga fábrica do tijolo. Como se já não lhe bastasse o que basta!

Parece que, e eu digo parece porque como sabem a minha andorinha, às vezes, é muito mentireira, na quarta-feira passada, um senhor magro e (também) careca, que é vizinho do chefe da fábrica, lhe foi fazer uma visita. A princípio as pessoas até pensaram que ia entregar alguma carta que, por causa da proximidade da morada, tivesse sido metida na sua caixa do correio por engano.

E como é o manda chuva lá do serviço dele, até se pensou que a missiva deveria ser coisa de monta, quiçá a informação que o empréstimo foi aprovado, ou até o dito. Mas, como todos sabem que isso é trigo limpo e, portanto, não mereceria o incómodo da deslocação (só não acredita neste facto o chefe do PP mas é porque não pesca nada de questões financeiras), as pessoas ficaram a pensar no que seria. Ainda se alvitrou que podia ser alguma missiva da presidenta da antiga capitania, que eles nasceram lá para os mesmos lados. Mas não.

Pergunta aqui, ouve acolá, a minha andorinha acabou por saber que afinal não havia carta nenhuma. O que havia era uma reunião, Que era para ter sido feita na casa onde trabalha o senhor magro mas como o senhor gordo não queria ser visto por lá, senão as pessoas iam começar a falar, pediu-lhe para vir ter com ele, que até tomavam um café depois do almoço. E, como no partido deles manda quem pode e obedece quem deve, o outro lá foi.

Ora, e aqui é que a porca torce o rabo, parece que o chefe da fábrica do tijolo antes de o ser tinha sido encarregado noutros sítios, onde gozava de muito boa fama. Mas, parece que as coisas não eram bem como as pintavam, coisa que muita gente já não estranha ao ver o que ele (não) tem feito neste novo emprego, e, alegadamente, como diz o meu amigo Pires da Rosa (disse bem?) detectaram-se por lá umas irregularidades numa organização que fazia inserção social ou coisa que o valha, que quando a minha andorinha me estava a dizer isto veio uma rabanada de vento que não me deixou ouvir nada.

Para abreviar que a escrita já vai longa, do que eu consegui perceber era aquela empresa onde aquelas manas de que já aqui falámos, que foram muito vistas a trabalhar na última campanha eleitoral e que tiveram a sorte de lhes calhar aquele empreguito na MoveAveiro, eram patroas e empregadas ao mesmo tempo e que era financiada pelo serviço do tal senhor magro e careca, que era quem pagava as contas.

A minha andorinha disse-me que consta que essa organização recebeu dinheiros a mais porque os planos de inserção não eram cumpridos e ficou a dever muito dinheiro ao tal senhor magro que lá foi aguentando o cão enquanto pôde.

Quem não esteve pelos ajustes foram uns senhores de Coimbra (que, como se sabe, não gostam nada de nós), que ao saberem do calote mandaram instaurar o processo, nem sei se me atrevo a dizer isto bem, de cobrança coerciva da dívida. Como parece que a organização está tesa e não tem por onde pagar e alguém vai ter de entrar com a maçaroca, o senhor encarregado ficou muito preocupado. Com toda a razão, digo eu.

E eu também fiquei inquieto que, nestas coisas, quando vejo um pau no ar já sei que me vai aterrar nas costas. Que eu sou dos que paga impostos. Veremos.

E depois dos beijinhos da praxe a minha andorinha lá se foi. Mas digo-vos sinceramente. Gosto muito dela mas, para me trazer novas destas, mais valeria não ter saído de casa para me visitar. Se da próxima vez não me trouxer boas notícias, vamos ter chatice.


Post Scriptum?

sábado, julho 05, 2008

Paradoxos Modernos!



Uma nova versão dos paradoxos de
Zenão?
Ainda bem que não é o do Estádio!

Pô meus, assim não dá!!!

Anda para aqui uma pessoa fartinha de fazer oposição para, um destes dias, pedir a demissão do executivo e arranjar um tachito, andamos para aqui fartos de inventar para arranjar forma de atacar este executivo que, como todos sabem, é (quase) perfeito e politica e tecnicamente inatacável, andamos para aqui a vender água sem caneco verberando os hábitos do executivo que, benza-o Deus, não sabe fazer nem procura ouvir ninguém e, de repente, abrimos o jornal e que vemos?

Vemos que esses aproveitadores da coligação, esses monopolistas do poder autárquico, não só assumem o governo municipal como também consideram pedir a sua demissão se as medidas que eles aprovaram e caucionaram não forem coroadas de êxito.

Assim não dá!!! Isto não é democracia!!! Isto é puro abuso de posição dominante sem qualquer respeito pelos adversários políticos.

Então e a oposição o que é que faz? Não lhe deixam nada onde possa granjear uns votitos ?

Estamos tão furiosos que quando virmos o líder do PP local lhe vamos dizer duas coisas. Alto e bom som!!! Isto se não estiver por aí escondido e se os do PEM (Partido do Élio Maia) entretanto, não lhe tiverem já feito aquilo que os conjurados fizeram, há uns anos, a um homónimo seu.

E desde já informamos que por causa destes abusos, contrariamente ao que esperávamos, já não vamos apoiar o candidato do PP ao pelouro das Finanças. E fica também sem efeito o prometido apoio àquele senhor que estava previsto ser o presidente da SGPS municipal. Só se levar também o seu companheiro como director não-executivo.

sexta-feira, julho 04, 2008

As Baratas!

Ando fartinho de política. Principalmente da local. Por isso, para desanuviar, decidi vir falar-vos de outras coisas. Sim que há outras coisas no mundo para além da política. E, como hoje de manhã, quando me preparava para entrar no carro, vislumbrei uma barata fugidia a esconder-se na sarjeta, decidi informar-me mais sobre o bicho.

Como encontrei muitas curiosidades que desconhecia (e certamente vocês também não conhecem), decidi vir aqui partilhar as descobertas da minha investigação, a que sei que não vão ligar patavina. Mas a isso já estou habituado. Só que desta vez têm razão que o assunto é nojento.


As baratas são insectos normalmente providos de casca dura e brilhante que, valendo-se do seu corpo achatado para rastejar em fendas estreitas se fixam, normalmente, em residências humanas porque sabem que nesses lugares há sempre restos de matéria orgânica, viva ou morta, para fazer face ao seu descomunal apetite.

As baratas não são esquisitas e comem praticamente de tudo. E, com o seu rápido reflexo à luz, são difíceis de capturar.

Possuem extrema sensibilidade a mudanças de luz e ondas sonoras que detectam através de pêlos sensitivos que estão implantados num par de órgãos protuberantes localizados nos seus rabos, o que lhes permite fugir da luz e de qualquer movimento de que se apercebam, por mínimo que seja, escondendo-se em frestas, buracos, vãos e canos de esgoto.

São, normalmente, vistas como símbolo de medo e covardia e não possuem sangue. De facto o que lhes corre no corpo é um fluido chamado hemolinfa, comum nos invertebrados, de composição química bastante diferente da do nosso sangue.

São animais de vida longa e multiplicam-se abundantemente de tal forma que, nalguns locais, são considerados peste.

Uma das espécies de barata mais interessantes é a barata americana que possui asas e capacidade de regeneração dos seus tecidos, embora o seu tecido nervoso periférico tenha baixo poder de regeneração.

Para saber mais sobre baratas clique aqui.

quarta-feira, julho 02, 2008

Ingratidões Autárquicas!

Vivemos num mundo em que, por regra e infelizmente, apenas se apontam as fraquezas e os defeitos do nosso poder autárquico e minguam os gestos de agradecimento e louvor a todos aqueles (particularmente os vereadores) que anónima e empenhadamente contribuem com todo o seu esforço e saber para o engrandecimento das suas terras.

São horas e horas de profundas cogitações, são dias intermináveis de reuniões, são noites infindas sem dormir. E, muitas vezes, os distraídos (e desagradecidos) munícipes nem sequer dão conta de tudo aquilo que os nossos "anjos da guarda" municipais fazem para a promoção do nosso bem comum.

Cônscio dessa questão o Margem Esquerda faz questão de aqui parabenizar o excelente e profícuo trabalho produzido pelo empenhado vereador do pelouro da toponímia aveirense (cujo nome a modéstia que normalmente emprega nos seus actos me impede aqui de divulgar), sob cuja preclara liderança (que contou com a prestimosa colaboração da Comissão Municipal de Toponímia articuladamente com a Junta da Freguesia da Vera Cruz) e após um longo e trabalhoso processo, conseguiu fazer aprovar em Reunião de Câmara as seguintes importantes alterações toponímicas:

- O Cais das Falcoeiras passou a ter a designação de Cais das Falcoeiras.

- O Cais dos Botirões passou a ter a designação de Cais dos Botirões.

- O Cais dos Mercantéis passou a ter a designação de Cais dos Mercantéis.

- O Cais do Cojo passou a ter a designação de Cais do Cojo.

- O Cais do Alboi passou a ter a designação de Cais do Alboi.

- O Cais da Malhada passou a ter a designação de Cais da Malhada.

- O Cais dos Santos Mártires a que, oportunamente, foi dado o nome de Rua Domingos João dos Reis passou a designar-se por Rua Domingos João dos Reis (ex-Cais dos Santos Mártires).

- O Cais do Paraíso a que, oportunamente, foi dado o nome de Rua Eduardo Ala Cerqueira passou a designar-se por Rua Eduardo Ala Cerqueira (Ex-Cais do Paraíso).

Mas não só!

O Cais dos Remadores Olímpicos que, como todos sabem, se situava na margem sul do Canal de São Roque a Nascente do Cais dos Botirões, passou a designar-se por Cais de São Roque.

Em contrapartida o Parque de São Roque, construído pelo Aveiro Pólis a norte do referido canal, passa a designar-se por Parque dos Remadores Olímpicos, homenagem de igual ou ainda maior notoriedade do que a que até agora os referidos remadores aveirenses
desfrutavam na margem Sul.

Quem poderá ficar indiferente a estas momentosas e importantes medidas correspondentes, de per si, ao cumprimento de mais de 60% do programa eleitoral sectorial da Coligação?

Quem quiser verificar as alterações, por favor clique aqui!

OS MILAGRES PAGAM-SE!

Em Novembro, o País soube que Ana Maria, de 44 anos, tinha uma cervicalgia degenerativa. Não sei bem o que é mas pareceu-me grave na foto. Sim, Ana Maria teve foto nacional: com colar cervical e cinta lombar.

Pois apesar disso, a Caixa Geral de Aposentações obrigou-a a voltar ao trabalho - ela era funcionária de uma Junta de Freguesia, em Ponte de Lima - onde não ia há três anos.

Uma daquelas histórias que nos fazem abanar a cabeça: só neste País!

Agora, ficámos a saber que esta história era ainda mais deste País do que temíamos.

Tendo de passar por uma junta médica, que devia pôr a coisa a limpo, Ana Maria foi antes ao Bom Jesus, em Braga. E aí sentiu um daqueles formigueiros que precedem os milagres. É, ficou boa.

A Junta de Freguesia deveria convidar Ana Maria a devolver, em dobro, os três anos de salário que recebeu sem trabalhar.

Não para repor a justiça, isso temo que Ana Maria não compreenda.

Mas, em linguagem que ela entenderia, para pagar uma promessa.


Nota: Parece que a Junta Médica quando procedia à avaliação da doença terá feito a gravíssima afirmação " julga que isto é alguma Junta de Freguesia ou quê? " o que levantou um alargado coro de protestos de todas as virgens púdicas presentes (e dos virgens púdicos, também presentes) que, de imediato, mereceu o apoio da mesa e de todos os Partidos da Direita representados na Assembleia Municipal.

Agora fora de brincadeiras. Terá sido mesmo milagre? Pelo que se lê. E logo em Vitorino de Piães que andava tão necessitado de uma miraculada.

terça-feira, julho 01, 2008

Passatempo Viagens

Aproveite a derradeira oportunidade de desfrutar das delícias da natureza Incontaminada e ganhe o direito a acampar sete noites (válido para duas pessoas de sexo diferente), num soalheiro pinhal de Eirol, antes que seja transformado em aterro da Unidade de Tratamento Mecânico Biológico!


Escreva Aveiro 2008 e forme uma frase com as seguintes palavras: Lidl, Aveiro, Águeda e acrescente o nome de Élio Maia. Máximo 160 caracteres por mensagem, incluindo espaços.

Concorra até ao dia 31 de Dezembro do ano em curso enviando a sua mensagem para o Margem Esquerda. Quando mais mensagens enviar, mais possibilidades tem de ganhar.

Mais um grande passatempo patrocinado pelo periódico gratuito que, de entupidor de caixas de correio, a crise se encarregou de transformar em semanário de referência.

SÓCRATES: O MENINO DE OURO DO PS





E
não !

MOVEAVEIRO

Não se confirmam os "rumores" que o vereador Pedro Ferreira, farto de indecisões e do adiamento de tomadas de posição às soluções que tem proposto, tenha apresentado a sua demissão do cargo de Presidente do Conselho de Administração da MoveAveiro ao Presidente da Câmara.

Ainda bem porque temos vasta consideração pelo nosso vereador das Finanças que, como ficou demonstrado na última Assembleia Municipal, não se furta à explicação das propostas que apresenta, mesmo quando a explicação pode eventualmente descobrir coisas que não são totalmente "católicas" mas que, a bem do Município, merecem o nosso voto favorável. E consideramos ser o único que, no panorama do actual executivo, poderá ainda ser capaz de propor soluções que promovam o turnaround da empresa

Só não conseguimos compreender uma coisa. Se o Sr. Dr. Pedro Ferreira se mantém no cargo, porque é que não tem presidido às reuniões do Conselho de Administração?

Trabalho a mais?

Nota: Já agora alguém me informa onde é que pára o Director-Geral da MoveAveiro. Terá desaparecido em combate?