quarta-feira, dezembro 31, 2008

O Pato


Lá vem o pato
Pata aqui, pata acolá
Lá vem o Pato
Para ver o que é que há.
O pato pateta
Pintou o caneco
Surrou a galinha
Bateu no marreco
Pulou do poleiro
No pé do cavalo
Levou um coice
Criou um galo
Comeu um pedaço
De jenipapo
Ficou engasgado
Com dor no papo
Caiu no poço
Quebrou a tigela
Tantas fez o moço
Que foi pra panela.

Vinicius de Moraes

Assembleia Municipal de Aveiro - Quo Vadis?

Há muito que vimos a denunciar a forma autocrática como a Sra. Dra. Regina Bastos dirige a Assembleia Municipal de Aveiro bem como a sua total inabilidade para o exercício de tão importante e exigente cargo.

Evidenciando completa impreparação das reuniões e total incapacidade de aceitar os princípios democráticos que deveriam nortear a sua actuação, refugia-se no improviso medíocre e acoita-se numa pose de ditadora de meia-tijela que gera recorrentes situações litigiosas que, aliás, nunca têm existido sempre que o Sr. Prof. Celso Santos assume a condução dos trabalhos.

Com a sua actuação tem minado a dignidade da “Casa da Palavra” Municipal que desde o início do seu mandato perdeu muita da respeitabilidade gerada pelos anteriores colégios.

Na última reunião da Assembleia Municipal a Sra. Dra. Regina Bastos esteve ao seu melhor nível. Após a intervenção de uma munícipe que subiu à tribuna para contestar o projecto da ligação Aveiro-Águeda decidiu dar 5 minutos a cada bancada para tecer considerações sobre a matéria e começou pelo PS, não tendo dado para o facto qualquer explicação plausível. Afirmou apenas que essa era a sua vontade.

Mais tarde, quando o Presidente da Junta de Freguesia de S. Jacinto Sr. António Costeira no seguimento da intervenção do Sr. Vereador Dr. Pedro Ferreira pretendeu exercer o seu direito de defesa da honra, negou-lhe esse legítimo e regimental direito. Esse facto indispôs fortemente os deputados presentes nas bancadas (incluindo os deputados da maioria PSD/CDS-PP) que votaram contra a decisão da Sra. Presidente quando o Sr. António Costeira apelou da decisão para o plenário.

Mas não acabaria aí a actuação da Sra. Presidente. Despeitada com a decisão da Assembleia decidiu convocar a próxima reunião da AM apenas para 5 de Janeiro, comprometendo definitivamente a discussão - e consequente votação - das Grandes Opções do Plano e do Orçamento para 2009 antes do fim do ano e obrigando a Câmara da Capital do nosso Distrito a começar o novo ano sob o regime de duodécimos.

E como sabemos que a Sra. Dra. Regina Bastos não vai, no futuro, alterar a sua maneira de ser e a sua forma de actuar nem vai (ao invés do que faria qualquer pessoa ponderada depois da vergonhosa derrota sofrida), abandonar o cargo que, enquanto política profissional, lhe é fundamental para poder manter a esperança de ser novamente incluída na lista de deputados do PSD por Aveiro, apelamos à maioria PSD/CDS-PP para arranjar e implementar uma solução que impeça a definitiva alienação da respeitabilidade da Assembleia Municipal de Aveiro.

Exorcizar Fantasmas

O Sr. Arq. Paulo Anes, digníssimo deputado Municipal da Bancada do PSD, anda muito preocupado em saber quem é, nas próximas eleições autárquicas, o candidato do PS à Câmara de Aveiro. Entendo perfeitamente a sua ansiedade porque quanto mais cedo souber quem vai ser o novo Presidente da Câmara mais tempo terá para armar o seu futuro, que os prognósticos não lhe são nada bons.

Porém, quando na última Assembleia Municipal (e na presença do ainda Presidente da Câmara Dr. Élio Maia) lhe perguntei, olhos nos olhos, se nos poderia informar se, para as próximas eleições autárquicas, vai apoiar a recandidatura do Dr. Élio Maia ou uma outra candidatura que vem a ganhar crescente apoio entre os social-democratas aveirenses, entupiu e recusou responder.

Mas será que, dadas as circunstâncias, o seu silêncio não é uma resposta óbvia?

segunda-feira, dezembro 29, 2008

A CIGARRA E A FORMIGA

Numa das noites frias deste Natal, ao calor da lareira e no remanso da família, tive a oportunidade de rever em filme uma das fábulas que mais encantou a minha infância. Mas, quando a cigarra, já com a mão na aldraba da porta do formigueiro, se preparava para bater e eu, já meio levantado, aguardava a moralizadora deixa final “Cantavas? Pois dança agora!” para ir buscar mais uma rabanada, fiquei surpreendido porque, contrariamente ao que esperava, a história não acabava aí.

De facto esta nova adaptação da fábula de “La Fontaine” continuava com uma reprimenda da rainha das formigas à escanzelada cigarra, logo seguida pelo convite para entrar no formigueiro, não fosse a coitada enregelar lá fora e as formigas ficarem com encargos de consciência. E assim passaram o inverno, felizes à volta da farta mesa granjeada pela labuta estival das obreiras, com a retemperada cigarra a animar os longos serões de inverno com o seu abundante repertório musical e vasto leque de larachas. Tarefa que, até ao regresso do tempo dos trigais, entremeou com o ensino da sua “arte” a algumas formigas novas, encantadas com a sua personalidade e o seu engenho.

Fiquei surpreso com este novo enredo mas, rapidamente, compreendi que até as fábulas, para sobreviverem, têm de se adaptar aos novos tempos. E numa sociedade em que um fato de bom corte, uns sapatos engraxados, um carácter cordato, um cartão de crédito bem dourado e uma mão cheia de enganosas pilhérias na ponta da língua fazem maravilhas na criação duma imagem de sucesso, quem comprará uma história a defender o trabalho árduo, a ética, a submissão dos interesses privados ao interesse colectivo, o rigor da cadeia de liderança e, acima de tudo, a poupança?

Estou convencido que se não quisermos, no futuro, ter as nossas praças apinhadas de estátuas de cigarras, temos de, rapidamente, começar a trabalhar na restauração de alguns princípios que devem balizar a nossa vida em sociedade. E desmitificar alguns dogmas que o nosso sistema político e eleitoral engendrou, recuperando a ideia do que é certo e do que é errado, do que é justo e do que é injusto.

É necessário, por exemplo, dizer que as receitas públicas não jorram de uma qualquer inesgotável cornucópia do Governo ou das Autarquias. São basicamente resultantes dos impostos dos cidadãos, alguns nascidos e outros ainda por crescer ou até nascer, consoante resultam do recurso a impostos actuais ou a empréstimos. É preciso fazer com que os dinheiros públicos sejam geridos com a máxima parcimónia e acabar com a ideia de que o melhor governante é aquele que faz mais obra ou distribui benesses indiscriminadamente.

É forçoso explicar, que uma obra sumptuária, por mais que encha o ego de um qualquer Presidente de Câmara que a mandou fazer implica, por exemplo, a não descida dos impostos durante x anos, que não se pavimentem as estradas durante y anos ou que as escolas que os nossos filhos frequentam não sejam renovadas nesta geração.

É fundamental que os políticos sejam obrigados a falar verdade e é necessário preparar as populações para que, nos actos eleitorais, que provocam tantos destes desmandos, saibam reconhecer (e recompensar) quem governou bem e punir quem governou mal e sejamos capazes de optar por aquele que mais contribuiu para o nosso bem-estar colectivo. Mesmo quando não é da nossa cor política. Mesmo quando, algumas vezes, impuseram medidas que nos foram pessoalmente dolorosas.

Estou-me a lembrar, à guisa de exemplo, de um recente acontecimento que vai marcar de forma indelével o futuro dos aveirenses. O empréstimo de 58 milhões de euros que o actual executivo autárquico constituiu junto da CGD para proceder ao saneamento financeiro do Município e pagar todas as dívidas de curto prazo existentes. Empréstimo que como é consabido vai ser pago a partir de 2010 e vai gerar encargos no montante estimado de 24 milhões de euros. E não vou hoje sequer falar do erro monumental de opção por uma taxa fixa feita por este executivo, apesar dos conselhos dos técnicos, que só durante o período de carência de 2 anos, vai aumentar os encargos em cerca de 3 milhões de euros.

Quando se soube em Aveiro que um empréstimo de 360 milhões de euros, com fim semelhante foi recusado a Lisboa alguns espíritos menores que vagueiam pelos corredores da Câmara rejubilaram. Grande vitória. Este competente executivo aveirense, que ainda por cima não é da cor politica do Governo conseguiu uma coisa que a Câmara do ex-ministro que fez a lei não conseguiu. Estamos todos de parabéns.

Vitória de Pirro!

Não vamos discutir a decisão do Tribunal de Contas que por si só daria para escrever uma mão-cheia de artigos, deixando apenas uma nota para o facto de ter achado insuficiente o plano de saneamento apresentado pela autarquia Lisboeta e ter-se abstido de recomentar o que foi apresentado pela autarquia aveirense, depois de o ter arrasado num primeiro acórdão. Coisas de tribunais.

Mas, gostaríamos de tentar fazer uma comparação objectiva entre as duas realidades (a de Aveiro e a de Lisboa) utilizando para isso alguns valores retirados das contas regionais do INE e do Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses.

Lisboa e Aveiro parecem ser, à primeira vista, duas realidades completamente diferentes. O Município de Lisboa compreende 53 freguesias e tem uma população de cerca de 510 mil habitantes que reside nos seus 84 km2. Aveiro tem 14 freguesias e cerca de 73 mil habitantes residentes nos seus cerca de 200 km2. O rendimento disponível das famílias nas zonas a que pertencem era respectivamente de 12.857€ e de 9.291€, embora seja de presumir que no Município de Aveiro o rendimento disponível das famílias seja bastante superior à média do da zona Centro em que está inserido.

Portanto, basicamente, Lisboa tem uma população que supera a de Aveiro em cerca de 7 vezes, reside num território 2,4 vezes mais pequeno e tem um rendimento disponível das famílias cerca de 38% superior.

Porém quando analisamos alguns indicadores financeiros começamos a verificar que a situação de Lisboa não era, no início de 2007, melhor do que a situação de Aveiro. A liquidez de Lisboa (negativa em cerca de 179 milhões de euros) era cerca de 6,3 vezes superior à de Aveiro e o seu passivo exigível (dívida) cerca de 8,3 vezes superior, do que resultava que em Lisboa existisse uma dívida por habitante de 2.081,46€ e em Aveiro “apenas” de 1.607,21€.

Por outro lado o peso das receitas provenientes de impostos era em Lisboa de 59,2%, superior em mais de 20% do seu peso em Aveiro (48,8%) e, mais importante, as receitas de impostos e taxas por habitante eram em Lisboa de 662,40€ e, em Aveiro, de menos de metade (300,30€), o que prenunciava maior resistência social à aplicação aumento de taxas e impostos em Lisboa do que, comparativamente, em Aveiro.

Face a estes valores, fruto de desavisadas e imprudentes gestões anteriores, os presidentes de Câmara eleitos solicitaram pedidos de visto a empréstimos destinados a consolidar a sua dívidas de curto prazo (360 milhões em Lisboa e 58 milhões em Aveiro). Mas se até aqui existem muitas semelhanças, nada a partir daqui foi igual.

O Dr. Élio Maia apresentou, num famoso Power Point, o seu Plano de Saneamento Financeiro, um arrazoado de medidas incoerentes e inúteis, recusando-se a assumir os custos políticos da aplicação das medidas necessárias à eliminação do défice estrutural do Município Aveirense e limitando-se a rezar a todos os santos para que o empréstimo, sua derradeira esperança política, fosse aprovado. Entretanto a dívida foi aumentando sendo hoje bastante superior à que encontrou quando foi eleito Presidente e, estamos certos que uma vez dissipado o empréstimo, regressará em grande estilo, porque a verdadeira razão da sua existência continua incólume e este executivo já demonstrou não ter competência, nem coragem política, para enfrentar e resolver o problema.

Ao invés, em Lisboa António Costa não ficou de braços parados à espera do visto do TC. Assumiu pessoalmente a liderança de um grande esforço de poupança municipal e tomou medidas politicamente corajosas (das quais a imprensa fez grande alarido) tendo conseguido, à custa de muitos sacrifícios impostos aos lisboetas, reduzir a dívida em cerca de 180 milhões de euros. Por outro lado conseguiu renegociar cerca de 110 milhões de euros com os credores e hoje já não precisa dos 360 milhões de empréstimo e, se necessitar de algum financiamento, já o pode fazer fora do âmbito do saneamento financeiro, pelo que nem sequer vai recorrer do chumbo do TC para o Tribunal Constitucional.

Dois problemas semelhantes, duas soluções bem diferentes. E os lisboetas têm razões para se orgulhar do Presidente que elegeram. Bem ao contrário de nós! Resta saber qual vai ser a moral desta nova versão da história da cigarra e da formiga. Mas confio visceralmente na inteligência, capacidade de discernimento e justiça dos cidadãos aveirenses. E, sinceramente, espero que não construam para esta fábula um final semelhante ao do filme que eu vi, nestes dias de Natal.

domingo, dezembro 28, 2008

A cigarra e a formiga


Fábula da Fábula

Era uma vez
Uma fábula famosa,
Alimentícia
E moralizadora,
Que, em verso e prosa,
Toda a gente
Inteligente
Prudente
E sabedora
Repetia
Aos filhos,
Aos netos
E aos bisnetos.
À base duns insectos
De que não vale a pena fixar o nome,
A fábula garantia
Que quem cantava
Morria
De fome.
E, realmente…
Simplesmente,
Enquanto a fábula contava,
Um demónio secreto segredava
Ao ouvido secreto
De cada criatura
Que quem não cantava
Morria de fartura.

Miguel Torga

sexta-feira, dezembro 26, 2008

A todos os meus amigos, familiares e conhecidos


Para todos aqueles que em 2008 me passaram correntes dizendo que, se reenviasse, ia ficar rico ou milionário, informo que NÃO FUNCIONOU!

Em 2009 por favor mandem dinheiro, presentes ou vales de gasóleo. Obrigado.

PS: NÃO ACEITO ACÇÕES DO BPN NEM DO BPP

quinta-feira, dezembro 25, 2008

No ano passado...


Já repararam como é bom dizer "o ano passado"? É como quem já tivesse atravessado um rio, deixando tudo na outra margem...Tudo sim, tudo mesmo! Porque, embora nesse "tudo" se incluam algumas ilusões, a alma está leve, livre, numa extraordinária sensação de alívio, como só se poderiam sentir as almas desencarnadas. Mas no ano passado, como eu ia dizendo, ou mais precisamente, no último dia do ano passado deparei com um despacho da Associated Press em que, depois de anunciado como se comemoraria nos diversos países da Europa a chegada do Ano Novo, informava-se o seguinte, que bem merece um parágrafo à parte:

"Na Itália, quando soarem os sinos à meia-noite, todo mundo atirará pelas janelas as panelas velhas e os vasos rachados".

Óptimo! O meu ímpeto, modesto mas sincero, foi atirar-me eu próprio pela janela, tendo apenas no bolso, à guisa de explicação para as autoridades, um recorte do referido despacho. Mas seria levar muito longe uma simples metáfora, aliás praticamente irrealizável, porque resido num andar térreo. E, por outro lado, metáforas a gente não faz para a Polícia, que só quer saber de coisas concretas. Metáforas são para aproveitar em versos...

Atirei-me, pois, metaforicamente, pela janela do tricentésimo-sexagésimo-quinto andar do ano passado. Morri? Não. Ressuscitei. Que isto da passagem de um ano para outro é um corriqueiro fenómeno de morte e ressurreição - morte do ano velho e sua ressurreição como ano novo, morte da nossa vida velha para uma vida nova.

Mário Quintana

Happy New Year!

Agora os amantes do Karaoke que nos visitam já podem ensaiar as boas vindas ao novo ano. Basta afinar a garganta e seguir as legendas que a música é fácil.
Mais um serviço público do Margem Esquerda.

新年好.

segunda-feira, dezembro 22, 2008

Bom Natal

domingo, dezembro 21, 2008

Sabia que em 2007:

Pela primeira vez desde 1918, se registou, em Portugal, um saldo natural negativo e, além disso, manteve-se a diminuição do número de casamentos e o aumento do número de divórcios?

Se manteve o aumento do índice de envelhecimento da população, que passou a ser de 114 indivíduos com 65 e mais anos, por cada 100 indivíduos dos 0 aos 14 anos?

O número de alunos matriculados em cursos de mestrado (29 934) mais do que duplicou relativamente ao ano lectivo anterior?

A taxa de desemprego se situou em 8,0% e o número total de trabalhadores por conta de outrem cresceu 0,1%, tendo os contratos com termo aumentado 10,5% enquanto o número de contratos sem termo diminuiu 2,2%?

39,6% dos agregados domésticos possuíam ligação à internet e existiam disponíveis 151 126 computadores nos estabelecimentos de ensino não superior, dos quais, cerca de 79% com ligação à internet?

As despesas em habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis representavam 26,6% da despesa total anual média por agregado familiar?

As receitas e as despesas de protecção social cresceram, respectivamente, 4,5% e 4,1%, relativamente ao ano anterior?

Existiam em Portugal 357 médicos e 509 enfermeiros por cada 100 000 habitantes e estavam em funcionamento 99 hospitais oficiais (menos oito do que os existentes em 2006) e 99 hospitais privados (mais 6 do que no ano anterior)?

Foram diagnosticados 320 casos de SIDA, menos 284 do que no ano anterior?

Foram registados, pelas autoridades policiais, 400 222 crimes e o número de crimes de condução com taxa de álcool igual ou superior a 1,2 gramas por litro (20 612) aumentou 2,4%?

Havia 11587 reclusos, dos quais 7% eram mulheres?

Existiam em Portugal 762 títulos de jornais e 888 títulos de revistas?

Não sabia pois não? Nem eu.

E no entanto toda esta informação está a um click. Basta ir ao site do INE e consultar a recente publicação Indicadores Sociais 2007 que integra os resultados estatísticos relativos às principais variáveis de carácter social, permite traçar um retrato social da população portuguesa e proporcionar uma leitura sobre os desenvolvimentos ocorridos nos últimos anos.

quinta-feira, dezembro 18, 2008

A todos um bom Natal, a todos...

A taxa Euribor vai continuar a descer nos próximos dois anos. A tendência de queda parece ser para continuar, pois os mercados de futuros apontam para que as Euribor continuem em queda – e abaixo dos 3% – em 2009 e 2010, só tornando a subir para níveis superiores a 3% em 2011.

Na Câmara de Aveiro festeja-se a avisada opção que a Maioria presidida pelo Dr. Élio Maia oportunamente tomou quando, na negociação do empréstimo dos 58 milhões, perante duas propostas apresentadas pela CGD, optou por aquela que contemplava uma taxa de juro fixa de 5,9% ao invés de escolher a que propunha como taxa de juro a taxa Euribor a 3 meses adicionada de cerca de 0,64%.


quarta-feira, dezembro 17, 2008

Os amigos d'Avenida


Os amigos d'Avenida é um interessante blogue onde um conjunto Aveirenses se encontram para trocar algumas opiniões sobre a cidade onde vivem e sobre o futuro que gostariam que ela tivesse.

terça-feira, dezembro 16, 2008

Em Contramão



Então agora que o Presidente da AIDA diz que " a hora é de cerrar fileiras e criar parcerias" é que a nossa Câmara Municipal abandona a parceria com privados para a Carta Educativa!

Um passo à frente... dois atrás.


Querem ver que afinal na Câmara de Aveiro estão a utilizar a velha análise leninista sobre a forma como a social-democracia russa poderia resolver os seus problemas.

Mas será que se aperceberam das consequências negativas da falta de planeamento estratégico e da definição de objectivos que essa análise salienta?

domingo, dezembro 14, 2008

Foi você que disse que ia haver crise?

Com 92.597.986€ de receitas correntes e 80.224.991€ de receitas de capital (um total de 172.822.977€) a que há que juntar 21.384.100€ de receitas correntes e 3.997.640€ de receitas de capital dos SMAs, (25.381.740€ de receitas totais), ou seja, com um volume total de receitas que ronda os 200 milhões de euros, bem se pode prever que, em 2009, a Coligação liderada pelo Dr. Élio Maia, com as dívidas pagas pelo empréstimo, vai poder resolver todos os problemas que afligem os aveirenses.

Haja ideias que dinheiro não vai (de certeza) faltar!


PS. Gostámos muito das palavras de introdução às Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2009 desta vez subscritas pelo Vereador do Pelouro Financeiro Dr. Pedro Ferreira. Pena é que logo na 3ª linha tenha dado um erro ortográfico (dos outros muitos) de palmatória. Se o professor primário dele lê o documento ainda “papa” duas ou três reguadas.

João de Santarém 2008

Em Aveiro andava muita gente intrigada com as razões da (longa) visita do nosso Presidente da Câmara a S. Tomé e Príncipe abandonando, nesta altura, os seus vereadores a quem, desrespeitando os líderes da oposição, deixou a ingrata tarefa de apresentar os seus megalómanos objectivos orçamentais para o próximo ano. Isto porque ainda há dias se tinha escusado a deslocar-se a Oita onde, aparentemente, a sua visita poderia trazer interessantes mais-valias para Aveiro, sob a alegada desculpa de se sentir “desconfortável” a andar de avião.

Ora como não foi de barco para S. Tomé…

Alguns alvitravam que a viagem se devia à necessidade de ter tempo para, “vis a vis”, convencer o Dr. Girão Pereira, seu companheiro de viagem, a apoiá-lo nas próximas eleições e a diminuir e substituir os actuais vereadores do CDS. Mas, como todos sabemos, o Dr. Girão Pereira cujo apoio é mais que certo, nunca aceitará alterar os seus vereadores e, muito menos, diminuir o seu número. Logo, essa razão não valeria o risco da viagem.

Outros afirmavam que a viagem era uma espécie de merecido prémio por, finalmente, ter chegado o dinheiro do empréstimo. Um prémio com muito sol, calulus de peixe, canjicas, umas sestas à sombra dos coqueiros (que a idade já não permite igualar as façanhas do outro) e, pela tardinha, umas creolas bem geladinhas na esplanada enquanto os mosquitos não saem para fazer a costumeira análise sanguínea aos visitantes desprevenidos.

Os mais maldosos, afirmavam que desta vez decidiu viajar porque, contrariamente ao que aconteceu na visita dos seus vereadores ao Japão, não teria de pagar a viagem. Ora o Dr. Élio Maia pode ter muitos defeitos mas ninguém o conhece como forreta e se “obrigou” os seus vereadores a pagar a viagem não se escusaria agora a pagar a sua. Tanto mais que os Presidentes de Câmara, pelo menos pelos sinais exteriores que alguns que assumem ou assumiram esse honroso serviço público exibem, devem ganhar bem, (digo eu que nunca lhes contei o vencimento, nem lho invejo).

Enfim, cada cabeça cada sentença. E eram tantas… Mas, de facto, nenhuma nos convenceu.

Chegou-nos recentemente uma versão, não confirmada, que a razão fundamental da sua ida seria a muito desejada participação numa conferência em que partilharia as suas experiências como Presidente de Câmara que, como sabemos, ocupam já um lugar de destaque no “acquis communautaire” da governação europeia local. E que a importância da partilha desse conhecimento era tão importante para os locais que não podia ser dispensado de fazer a sua apresentação.

E quando a mesma fonte nos informou que a apresentação versaria a gestão dos transportes marítimos em tempo de crise financeira ficámos cientes da sua importância para o governo de S. Tomé e Príncipe, dadas as suas reconhecidas restrições financeiras, a necessidade de manter ligações regulares entre ilhas e as incapacidades e até trágicas consequências da solução (privada) vigente.

Disseram-nos também que o nosso Presidente ia muito bem preparado para apresentar a forma brilhante como, entre nós, lida com esse problema e até parece que levou um power-point, muito bem feito, ao que nos disseram pelo Sr. Director-Geral da MoveAveiro, (que o Dr. Pedro Ferreira não quer saber de transportes e muito menos de power-points depois da celeuma levantada pelo célebre Plano de Saneamento Financeiro que, em tempos, apresentou).

Ainda não conseguimos confirmar a veracidade desta informação e se este evento teve, de facto, lugar. Mas, a ser verdade o que nos disseram, pelos resultados que tem tido entre nós, estou convencido que a partilha da nossa experiência vai ser um êxito. E, certamente, de extrema utilidade para todos os São-tomenses.

sexta-feira, dezembro 12, 2008

Desta ninguém escapa...



A Mão Invisível!




A mão é invisível mas os resultados são bem visíveis!

Vamos debater a Educação - 5 - Avaliação: 10 mitos desmistificados

Mito 1 – É um processo muito pesado e burocrático

Não. Os professores avaliados, cerca de 70% do total de professores, apenas intervêm no processo na definição dos seus objectivos individuais e na auto-avaliação. A definição dos objectivos, que inicia o processo de avaliação, segue as orientações de cada escola e é um processo semelhante ao adoptado em todas as organizações. É em função destes objectivos que cada avaliado preenche, no fim do ciclo avaliativo, a ficha de auto-avaliação. Os professores avaliadores têm um volume de trabalho maior, motivo pelo qual lhes foram atribuídas condições especiais de horário.


Mito 2 – A avaliação impede os professores de dar aulas

Não, uma vez que os professores avaliados têm intervenções pontuais no processo, e os horários dos professores avaliadores já integram, regra geral, as horas necessárias ao exercício das actividades de avaliação. Além disso, eventuais necessidades adicionais de redução de horário, na sequência das recentes medidas de simplificação da aplicação do modelo de avaliação, poderão ser ultrapassadas por recurso ao pagamento de horas extraordinárias, de forma a evitar que os professores abandonem as suas turmas.


Mito 3 – O modelo de avaliação de desempenho docente não é exequível

O modelo de avaliação está a ser aplicado em muitas escolas e milhares de professores já desenvolveram, no corrente ano lectivo, actividades associadas à concretização da avaliação. No entanto, face a dificuldades identificadas por escolas e professores, foram tomadas medidas que visam a melhoria das condições de concretização da avaliação.


Mito 4 – Os professores têm que organizar um portefólio exaustivo e complexo.

Não. A escola apenas deverá requerer que o professor reúna elementos decorrentes do exercício da sua profissão que não constem dos registos e dos sistemas de informação da escola e que sejam relevantes para a avaliação do seu desempenho. Aliás, no modelo de avaliação anterior, todos os professores já tinham de organizar um portefólio para poderem ser avaliados, constituindo este (juntamente com o relatório crítico de auto-avaliação) o único instrumento de avaliação.


Mito 5 – As escolas têm que registar o desempenho dos avaliados em instrumentos complexos

Os instrumentos de registo de informação e indicadores de medida são definidos e elaborados nas escolas, no quadro da sua autonomia, devendo estes ser simples e claros. Nos casos em que tenham sido definidos procedimentos e instrumentos demasiado complexos, as direcções executivas das escolas devem garantir a sua simplificação, estando o Ministério da Educação a apoiar este trabalho junto de todas as escolas.


Mito 6 – Os professores avaliam-se uns aos outros

A avaliação de desempenho docente é feita no interior da cada escola, sendo avaliadores os membros do órgão executivo e os professores coordenadores de departamento, que exercem funções de chefias intermédias. Não se trata, pois, de pares que se avaliam uns aos outros, mas de professores mais experientes, investidos de um estatuto específico, que lhes foi conferido pelo exercício de um poder hierárquico ou pela nomeação na categoria de professor titular.


Mito 7 – Os professores titulares não são competentes para avaliar

Acederam à categoria de professor titular, numa primeira fase, aqueles que cumpriam critérios de experiência profissional, formação e habilitações considerados fundamentais para o exercício de funções de maior complexidade, como sejam a coordenação do trabalho, o apoio e orientação dos restantes docentes e a avaliação de desempenho. Assim, não é compreensível nem sustentável a ideia de que os cerca de 35 000 professores titulares que existem actualmente, seleccionados, por concurso, de entre os professores mais experientes, não tenham as competências necessárias ao exercício da função de avaliador.


Mito 8 – Avaliados e avaliadores competem pelas mesmas quotas

Não. As percentagens definidas para a atribuição das menções qualitativas de Excelente e Muito Bom, em cada escola, são aplicadas separadamente aos diferentes grupos de docentes. Está assim, assegurada a atribuição separada de quotas a avaliadores e avaliados.


Mito 9 – A estruturação na carreira impede os professores de progredir

Não. Todos aqueles que obtiverem a classificação de Bom (para a qual não existem quotas) podem progredir na carreira. Para além disso, é importante referir que, neste primeiro ciclo avaliativo, os efeitos de eventuais classificações negativas ficam condicionados ao resultado de uma avaliação a realizar no ciclo avaliativo seguinte. Ou seja, uma classificação negativa só terá consequências na carreira se for confirmada na avaliação seguinte.


Mito 10 – A avaliação de desempenho é injusta e prejudica os professores

Este modelo não prejudica os professores, assegurando as condições para a progressão normal na carreira, incluindo o acesso à categoria de professor titular, para quem atinja a classificação de Bom, para a qual não existem quotas. Neste período transitório existe uma protecção adicional para os professores, que decorre da não aplicação de efeitos das classificações negativas. É, assim, mais vantajoso que o sistema em vigor para a administração pública.

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Já só falta 1% !

O Dr. Élio Maia e a maioria PSD/CDS que o suporta acabam de dar mais um gigantesco passo na conclusão do cumprimento das suas promessas eleitorais. Apesar das suas inúmeras limitações e dificuldades acabam de atingir a marca dos 89% de execução, o que os coloca muito próximo da meta oportunamente traçada.

Assim, é com grata satisfação e mal contido júbilo que informamos que o Dr. Élio Maia anunciou ontem que, no estrito cumprimento do seu programa eleitoral, também decidiu não intervir no espaço público da Avenida Dr. Lourenço Peixinho, até ao final deste seu mandato.

Regozijamo-nos com o facto e daqui queremos parabenizar aqueles que, corajosamente, assumem mais este importante feito, cuja única pecha reside no facto de quase concluir o rol de acções previstas no programa da Coligação (muito antes do timing previsto) e assim poder provocar a desmotivação do actual executivo camarário, impedindo a efectivação das inúmeras acções com que têm vindo a tecer a estratégia de desenvolvimento do nosso município.

Não desanime Dr. Élio Maia. Continue o seu profícuo trabalho. Afinal há por aí muito mais coisas que é necessário não fazer e, nesse ingrato labor, não há ninguém que lhe leve a palma. Aveiro lhe pagará!


terça-feira, dezembro 09, 2008

Vamos debater a Educação? - 4 - Diálogo Social

É a maior greve de sempre. É um dia histórico !

Se o Ministério da Educação quiser guerra, vai ter guerra.

Foto Expresso clique para aumentar

segunda-feira, dezembro 08, 2008

17 anos para pagar uma dívida?

Nada de mais. A primeira dúzia de anos gastou-se na verificação da factura. Depois adoptou-se o euro e os 6 anos seguintes foram gastos a fazer o câmbio.

Julgam que a troca é fácil?

Vamos debater a Educação - 3 - O regime de avaliação - Perguntas e respostas

O regime de avaliação do desempenho do pessoal docente decorre das alterações introduzidas no Estatuto da Carreira Docente, publicadas em Janeiro de 2007. Este novo regime tem como objectivos fundamentais: promover o aperfeiçoamento das práticas, tendo em vista o progresso dos resultados escolares e a qualidade das aprendizagens, garantir a diferenciação pelo mérito através do estabelecimento de quotas para as classificações de Muito Bom e Excelente e definir uma regulação mais rigorosa de progressão na carreira.

O regime consiste numa avaliação entre pares, promovida pela escola, e que considera a totalidade das funções e actividades exercidas pelos professores, tendo em conta as suas competências pedagógicas, o cumprimento dos objectivos estabelecidos e do serviço distribuído e a participação na vida da escola.

P: Porque é importante avaliar os professores?

R: A avaliação do desempenho docente é fundamental para o desenvolvimento profissional dos professores e, desse modo, para a melhoria dos resultados escolares, da qualidade do ensino e da aprendizagem e para o reforço da confiança das famílias na qualidade da escola pública. A avaliação de desempenho inscreve-se num conjunto de medidas de valorização da escola pública, como a introdução do inglês no 1º ciclo, a escola a tempo inteiro ou as aulas de substituição. Permite ainda reconhecer o mérito dos melhores professores, servindo de exemplo e de incentivo para a melhoria global do exercício da função docente em cada escola.

P: Como era o anterior sistema de avaliação?

R: O anterior processo de avaliação era constituído por um relatório de auto-avaliação e reflexão crítica entregue pelos professores aos órgãos de gestão da escola, apenas quando estavam em condições de progredir na carreira. A quase totalidade dos professores era classificada com Satisfaz. Para ter uma nota superior, era necessário que o docente requeresse a apreciação desse relatório por uma comissão de avaliação. De qualquer forma, essa classificação não tinha nenhum efeito, uma vez que todos os professores mesmo os que não faziam estes relatórios ou não davam aulas progrediam na carreira em igualdade de circunstâncias.

P: As propostas dos sindicatos distinguem-se do modelo anterior?

R: Só em 14 de Outubro de 2008 a FENPROF apresentou uma proposta que reproduz, em grande medida o modelo de avaliação anterior, atendendo a que é defendido que do processo de avaliação não sejam retiradas quaisquer consequências para a progressão na carreira. Por outro lado, neste modelo não está garantida a diferenciação, uma vez que não são definidas percentagens máximas para as classificações mais elevadas.

P: Quem avalia os professores no actual modelo?

R:. O desempenho dos professores é avaliado em duas vertentes distintas: a organizacional (cumprimento dos objectivos individuais, assiduidade, participação na vida da escola, entre outros) e a científico-pedagógica.
A avaliação da componente organizacional, de natureza hieráquico-funcional, é da responsabilidade da direcção executiva da escola; a dimensão cientifico-pedagógica é avaliada por professores coordenadores de departamento curricular (ou outros professores titulares em quem tenha sido delegada a competência de avaliação).

P: Porque é importante avaliar duas dimensões distintas?

R: A característica bi-dimensional da avaliação dos professores decorre da especificidade deste grupo profissional e é única forma de respeitar a sua complexidade. Com efeito, a vertente científico-pedagógica do desempenho docente, de grande exigência, aconselha a que a avaliação não seja efectuada apenas com base em registos administrativos, mas que se baseie na observação directa da relação pedagógica professor/aluno. É desta exigência que decorre a necessidade de a avaliação ser assegurada por um professor com maior grau de senioridade.
Ao contrário do que sucede com o pessoal não docente das escolas, cuja avaliação é apenas assegurada pelo órgão de gestão, é importante que, no caso dos professores, a avaliação respeite a sua especificidade e nível de qualificação.

P: Os professores avaliam-se entre si?

R: Esta avaliação de desempenho é feita no interior da cada escola, assumindo o órgão executivo e os professores coordenadores de departamento as funções de avaliador. Não se trata, pois, de pares que se avaliam uns aos outros, mas de professores mais experientes, investidos de um estatuto específico, que lhes foi conferido pelo exercício de um poder hierárquico ou pela nomeação na categoria de professor titular.

P: E qual a alternativa a um modelo centrado na escola?

R: A alternativa a uma avaliação interna à escola, como esta, é a um modelo de cariz externo, que, por ser realizada por uma entidade exterior ao espaço da escola, mais dificilmente respeita as especificidades do processo educativo e da carreira docente, por um lado, e da realidade de cada escola concreta, por outro. Em respeito pela autonomia das escolas, são estas que definem os objectivos individuais dos professores, os calendários da avaliação, os instrumentos de observação, e são elas que procedem efectivamente à avaliação. É, de resto, um procedimento normal serem as organizações a avaliar os seus próprios recursos humanos.

P: O que se avalia no desempenho dos docentes?

R: A avaliação incide sobre duas dimensões do trabalho docente: (1) a avaliação centrada na qualidade científico-pedagógica do docente, realizada pelo coordenador do departamento curricular com base nas competências); (2) e um momento de avaliação, realizado pela direcção executiva, que avalia o cumprimento do serviço lectivo e não lectivo (assiduidade), a participação do docente na vida da escola (por exemplo, o exercício de cargos/funções pedagógicas), o progresso dos resultados escolares dos alunos e o contributo para a redução do abandono escolar, a formação contínua, a relação com a comunidade (em particular com os pais e os encarregados de educação), entre outros.
Cada uma das duas componentes, a avaliada pela direcção executiva e a avaliada pelo coordenador de departamento, vale 50% no resultado final da avaliação.

P: Como se processa a avaliação?

R: O ciclo de avaliação inicia-se com a definição de objectivos individuais. No decurso dos dois anos que integram o ciclo de avaliação, é efectuada a observação de aulas e assegurada a recolha e sistematização de documentação. No final do ciclo, os avaliados efectuam a auto-avaliação, os avaliadores preenchem as fichas de avaliação, realiza-se a entrevista individual de avaliação, e termina com a reunião dos avaliadores para atribuição da classificação final.

P: A avaliação de desempenho exige um volume de trabalho diferente para avaliados e avaliadores. É um processo muito pesado para os professores avaliados?

R: Não. Um professor avaliado intervém no processo em dois momentos distintos: na definição dos seus objectivos individuais e na auto-avaliação.
A definição dos objectivos, que inicia o processo de avaliação, decorre de acordo com as orientações definidas, com autonomia, por cada escola. É em função destes objectivos individuais que cada professor avaliado preenche, no fim do ciclo avaliativo, a sua ficha de auto-avaliação, com base num portefólio constituído ao longo do período em avaliação.
Importa aqui referir que o número de professores avaliados é de cerca de 100 000, ou seja, 70% do total de professores.

P: E no caso dos professores avaliadores?

R: Os professores avaliadores têm um volume de trabalho maior. A direcção executiva tem que validar os objectivos individuais e assegurar o preenchimento de uma ficha de avaliação por cada professor avaliado; e o avaliador das áreas curriculares tem de garantir, para cada avaliado, a observação de aulas e preencher a respectiva ficha de avaliação científico-pedagógica.
É por este motivo que estão definidas condições especiais de horário para os professores avaliadores, designadamente, a redução de horas lectivas, bem como a atribuição às escolas de um volume de horas para serem geridas de acordo com as necessidades decorrentes do processo de avaliação.

P: É difícil para os professores constituir o seu portefólio?

R: Não, uma vez que a construção do portefólio apenas exige que o professor reúna elementos decorrentes do exercício da sua profissão. Aliás, no modelo anterior, todos os professores já tinham que organizar um portefólio para poderem ser avaliados, constituindo este o único instrumento de avaliação.

P: É possível desburocratizar o processo?

R: O modelo de avaliação de desempenho definido não é burocrático. As escolas têm liberdade de elaborar os instrumentos de registo de informação e indicadores de medida que considerem relevantes para a avaliação do desempenho, devendo estes ser simples e claros. Nos casos em que tenham sido definidos procedimentos e instrumentos demasiado complexos é aconselhável que as escolas garantam a sua simplificação, estando o Ministério da Educação a apoiar este trabalho junto de todas as escolas.

P: Quem define os objectivos?

R: O professor avaliado propõe os objectivos individuais, que devem corresponder ao seu contributo para o cumprimento dos objectivos do projecto educativo e do plano de actividades da escola. É o facto de os objectivos individuais serem definidos entre o avaliador e o avaliado no quadro da autonomia da escola que garante que a avaliação de desempenho se articula com o projecto educativo da escola e assim contribui para uma melhoria do serviço público prestado.

P: Que objectivos são considerados?

R: Os objectivos individuais são formulados com base em dimensões essenciais da actividade docente: a melhoria dos resultados escolares dos alunos; a redução do abandono escolar; o apoio prestado à aprendizagem dos alunos, incluindo aqueles com dificuldades de aprendizagem; a participação na vida da escola; a relação com a comunidade; a formação contínua realizada; e a participação e a dinamização de projectos e actividades curriculares e extracurriculares.

P: Como pode um professor avaliar um outro que não seja da mesma disciplina?

R: Os departamentos curriculares integram efectivamente professores de diferentes disciplinas. Por isso, o coordenador do departamento pode delegar a avaliação cientifico-pedagógica num professor titular da mesma área disciplinar do professor a avaliar. Graças a este procedimento, muitas escolas já dispõe de uma rede de avaliadores adequada ao número e especialidade dos professores em avaliação.

P: E quando não existem professores titulares de uma determinada disciplina?

R: Quando na escola não exista nenhum professor titular numa determinada área disciplinar (facto que ocorrerá excepcionalmente) poderá ser nomeado em comissão de serviço um professor dessa mesma área, para desempenhar transitoriamente as funções.
É no entanto necessário relembrar que o objectivo desta componente da avaliação respeita essencialmente às competências pedagógicas transversais ao respectivo grupo curricular.

P: Porque é que os resultados escolares dos alunos são tidos em conta na avaliação dos professores?

R: Porque é importante reconhecer o mérito dos professores que, em resultado do seu trabalho com os alunos, mais contribuem para a melhoria dos resultados escolares e da qualidade das aprendizagens no contexto particular da sua escola.
Qualquer avaliação, para o ser verdadeiramente, deve englobar a actividade, o esforço, o trabalho e, necessariamente, os resultados. Por isso, impensável seria que a avaliação dos professores dissesse respeito apenas ao processo de ensino, sem qualquer referência aos resultados.

P: O que se entende por melhoria dos resultados escolares?

R: Considera-se existir melhoria dos resultados escolares quando os resultados que os alunos apresentam no final de um determinado ano lectivo indiciam que houve uma evolução relativamente a um ponto de partida, o qual, conforme decisão da escola e especificidade da situação (ano de escolaridade, disciplina, ou outra), pode ser o ano lectivo anterior ou o início do próprio ano lectivo (avaliação diagnóstica).

P: Para além da melhoria dos resultados escolares, o contributo para a redução do abandono escolar também é considerado na avaliação do desempenho docente. Como entender este conceito?

R: O item “redução do abandono escolar” pretende avaliar a capacidade evidenciada pelos docentes de atrair e conquistar para a escola alunos em risco de abandono ou que tenham saído do sistema; essa capacidade pode traduzir-se na participação em projectos específicos, conduzidos por equipas de professores ou no desenvolvimento de outras iniciativas, devendo por isso ser valorizado todo o esforço individual ou colectivo que contribua para essa redução, como é o caso dos cursos CEF, que hoje abrangem mais de 30 000 alunos por ano, em resultado do trabalho dos professores.

P: Porque existem quotas? Qual a necessidade de definir percentagens máximas para a atribuição de Muito Bom e Excelente?

R: A experiência mostra que a inexistência de quotas na avaliação de desempenho resulta numa menor capacidade de reconhecer e diferenciar o mérito no interior de uma organização. A existência de quotas significa também um critério de exigência e um padrão de avaliação. Em nenhuma organização todos são excelentes. Se assim for, é porque o padrão de excelência é incorrecto, isto é, está errada a própria definição do que é excelente.

P: Os professores serão prejudicados pelas classificações atribuídas na avaliação de desempenho?

R: Todos aqueles que obtiverem a classificação de Bom (para a qual não existe quotas) podem progredir na carreira. É de relevar ainda que ficou definido no memorando de entendimento assinado entre o Ministério e a plataforma sindical que a produção dos efeitos negativos da atribuição das classificações Regular ou Insuficiente ficasse condicionada ao resultado de uma avaliação a realizar no ciclo avaliativo seguinte. Ou seja, uma classificação negativa só terá consequências na carreira se confirmada.

P: É verdade que o Ministério da Educação não negociou o modelo de avaliação com os professores?

R: Não é verdade que não tenha havido negociação. O Estatuto da Carreira Docente, que define este sistema de avaliação, esteve em negociação desde 2006, e especificamente as regras da avaliação estiveram sujeitas a mais de 100 reuniões de negociação durante o ano de 2007. Acresce que em Abril de 2008 foi assinado um memorando de entendimento entre o governo e a plataforma das associações sindicais estabelecendo as condições de aplicação do modelo de avaliação nos primeiros dois anos de aplicação.

P: O que foi acordado no memorando de entendimento?

R: O Governo e os sindicatos acordaram, para o primeiro ciclo de avaliação, designadamente no seguinte: suspender os efeitos negativos da avaliação; aumentar o apoio a todas as escolas na concretização da avaliação; e reforçar a participação das associações sindicais no acompanhamento da implementação, em particular através da criação de uma comissão paritária.
Ficou ainda definido no memorando que durante os meses de Junho e Julho de 2009 teria lugar um processo negocial com as organizações sindicais com vista à introdução de eventuais modificações ou alterações resultantes da avaliação do modelo, dos elementos obtidos no acompanhamento, e da monitorização do primeiro ciclo de aplicação.

P: Porque é que não se pode suspender a avaliação docente?

R: Suspender agora a avaliação dos docentes significa ignorar os direitos de milhares de professores já avaliados em 2007 e daqueles que querem ser distinguidos; significa ainda abdicar de uma reforma essencial à melhoria da escola pública, que dificilmente poderá ser retomada, a curto e médio prazo.

Vamos debater a Educação - 2 - A Avaliação

A avaliação não é compreendida nem aceite porque ninguém quer ser julgado. É vista como algo desmoralizador e ineficaz, pode criar climas de conflitos entre avaliadores e avaliados, influenciar o clima das escolas e criar sentimentos de injustiça.
Há quem pense que a avaliação só serve para controlar. Mas a avaliação contribui também para o desenvolvimento dos próprios professores, para ajudar a tomar decisões, para assegurar transparência. Avaliar é julgar mas também é legitimar.

Gerard Figari, responsável pelo laboratório de ciências da educação da Universidade P. Mendès France, de Grenoble.


A avaliação dos professores é importante uma vez que encoraja e ajuda os professores na sua carreira. A avaliação dos professores tem de ser complementada com desenvolvimento contínuo dos professores, porque tem efeitos nos resultados dos alunos. O desenvolvimento profissional dos professores é muito positivo, uma vez que se reflecte nos resultados dos próprios alunos.

Anne O'Gara, presidente do Marino Institute of Education


Qualquer processo que ocorra deve ser avaliado. Não se podem fazer coisas sem se saber o que se está a fazer e onde é que isso nos está a levar.
Alguns profissionais não estão motivados para o processo de avaliação e é preciso motivá-los para participarem na melhoria até porque a avaliação de professores terá benefícios para os alunos, para a formação, para a relação entre professores e alunos e mesmo reflexos sociais.

Gunter Schmid responsável pelo Wiedner Gymnasium e Sir-Karl-Poppoer-Schule


Se a avaliação for bem concebida e bem realizada poderá ser um momento fundamental de desenvolvimento profissional.
Se os professores consideram que os próprios alunos não têm que ter medo da avaliação, devem lutar para que a avaliação se desenvolva como um processo de crescimento.
Obviamente, terá momentos de prestação de contas e de selecção, que irão afectar as suas carreiras, mas que também lhes trarão gratificação e reconhecimento.

Maria do Carmo Clímaco, antiga subinspectora-geral de Educação e presidente da Associação Internacional de Inspectores de Educação

domingo, dezembro 07, 2008

Vamos debater a Educação? - 1

Abrimos aqui um espaço de debate sobre o estado da nossa educação, iniciando a publicação de alguns textos (provocatórios?) com posições sobre a matéria.

Ficamos à espera dos vossos comentários (e de textos para publicação e reflexão).



"SÉQUESSO"

A pátria adora conversar sobre professores. A pátria, porém, nunca fala sobre educação. Portugal ainda não arranjou coragem para lidar com este facto: os alunos acabam o secundário sem saber escrever. Parece que os professores vão fazer uma "marcha da indignação". Pois muito bem. Eu também vou fazer uma marcha indignada. Vou descer a avenida com a seguinte tarja: "os alunos portugueses conseguem tirar cursos superiores sem saber escrever".

A coisa mais básica - saber escrever - deixou de ser relevante na escola portuguesa. De quem é a culpa? Dos professores? Certo. Do Ministério? Certo. Mas os principais culpados são os próprios pais. Mães e pais vivem obcecados com o culto decadente da psicologia infantil. Não se pode repreender o "menino" porque isso é excesso de autoridade, diz o psicólogo. Portanto, o petiz pode ser mal-educado para o professor. Não se pode dizer que o "menino" escreve mal porque isso pode afectar a sua auto-estima. Ou seja, o rapaz pode ser burro, desde que seja feliz. O professor não pode marcar trabalhos para casa porque o "menino" deve ter tempo para brincar. Genial: o "menino" não passa de um mostrengo mimado que não respeita professores e colegas. Mais: este mostrengo nunca reconhece os seus próprios erros; na sua cabeça, "sexo" será sempre "séquesso". Neste mundo Peter Pan os erros não existem e as coisas até mudam de nome. O "menino" não escreve mal; o "menino" faz, isso sim, escrita criativa. O "menino" não sabe escrever a palavra "recensão", mas é um Eça em potência.

Caro leitor, se quer culpar alguém pelo estado lastimável da educação, então só tem uma coisa a fazer: olhe-se ao espelho. E já agora, desmarque a próxima consulta do "menino" no psicólogo.

Henrique Raposo
henrique.raposo79@gmail.com
Expresso

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Sondagens




Cada vez mais
perto!


Isto é um assalto!

Hoje de manhã três indivíduos encapuzados e fortemente armados irromperam por uma conhecida agência bancária aveirense com o fito de a assaltarem.

Um dos clientes do banco conseguiu escapulir-se e dar o alarme.

A polícia acorreu rapidamente.

Mesmo assim quando as forças da ordem chegaram, o gerente do banco já tinha tirado a carteira, o relógio e a camisa a dois dos incautos assaltantes. O terceiro encontrava-se ainda a preencher uma proposta de concessão de crédito
.

quinta-feira, dezembro 04, 2008

A ciência económica vai nua

É das escolas de economia e gestão de todo mundo, sobretudo dos Estados Unidos, que tem saído uma boa parte dos operadores dos mercados financeiros e gestores de topo que lentamente acumularam decisões insustentáveis culminando na actual crise. Esta crise é também por isso um colapso teórico, uma falência de um modo de ver.

Os tempos de crise tornaram-se tempos de acção inovadora, inesperada, imprevista. Por todo o mundo tem-se observado um movimento por parte dos governos que tentam estabilizar a situação e revertê-la. Predominam políticas conjunturais mas, caso singular à escala global, assiste-se à tomada de iniciativas coordenadas para consertar uma arquitectura financeira internacional demasiado permeável a falhanços sistémicos.

Começa, por isso mesmo, a ser altura de reflectir sobre as lições que a própria teoria económica deve retirar desta experiência, a qual, infelizmente, está ainda longe de ter terminado. A teoria económica dominante é profundamente insensível à realidade. Constitui, em geral, uma abstracção desatenta e trata os acontecimentos difíceis como um problema que não é dela. Na melhor das hipóteses, esforça-se por demonstrar, perante a turbulência e a crise, que não se passa nada de anormal e que os problemas se reduzem erros humanos ou pormenores transitórios, passageiros, sempre devidamente previstos.

É das escolas de economia e gestão de todo mundo, sobretudo dos Estados Unidos, que tem saído uma boa parte dos operadores dos mercados financeiros e gestores de topo que lentamente acumularam decisões insustentáveis culminando na actual crise. Esta crise é também por isso um colapso teórico, uma falência de um modo de ver. A má teoria é, evidentemente, um elemento central da crise.

A realidade é o verdadeiro teste, por vezes doloroso, das ideias. E, neste momento, é o rigor e a relevância da realidade que deve falar mais alto do que as premissas e os modelos ainda em vigor nos manuais de economia.

A teoria económica convencional pressupõe, mais do que demonstra, que os agentes optimizam e os mercados harmonizam. A ideia de "mão invisível" é uma expressão usada uma só vez por Adam Smith, o filósofo celebrado como o pai da ciência económica, nas muitas páginas de A Riqueza das Nações. No entanto, Smith começa o seu livro por sublinhar a importância crucial da organização e do conhecimento, algo que os manuais modernos preferem ignorar. E importa lembrar que, para além deste, ele escreveu outro grande livro: A Teoria dos Sentimentos Morais. Muito boa gente acha que só o primeiro é ciência, é economia.

Os livros-texto que hoje dominam falam de racionalidade e de equilíbrio, abstracções insensatas que a prova empírica contesta com violência. Teorias deficientes têm, pois, ocupado o lugar das mais prudentes, das mais capazes de perceber que o económico não é uma esfera autonomizável do institucional, do político, do social, do psicológico. No passado era mais fácil encontrar manuais mais pluralistas e sensíveis às estruturas institucionais da realidade, mais baseados em lições retiradas de padrões históricos e não somente em deduções lógico-matemáticas. O ensino dominante não tem municiado os estudantes para conhecerem o mundo real e para o interpretarem, para saberem que comportamentos emergem, que sistemas institucionais se confrontam, que valores estão em crise e quais os que se reforçam.

Não é, portanto, ousado supor que no ensino da economia e da gestão tudo ainda continua como dantes, alheio a uma crise talvez descrita como mera mas rara anomalia, numa atitude fechada e defensiva face aos desafios do pensamento crítico. No entanto, não podemos esquecer que os operacionais dos mercados têm sido formados neste contexto intelectual. Ou seja, dificilmente o ensino da economia e da gestão não estará implicado nas causas da crise.

Com estes acontecimentos as teorias que sabem acolher a incerteza, a dinâmica da evolução estrutural e, sobretudo, a noção de que a economia funciona de um modo complexo, da qual fazem parte os mercados mas também numerosas outras instituições, poderão assumir maior protagonismo. Ganha peso a convicção de que os comportamentos económicos, em vez de serem o resultado óbvio de respostas a incentivos, são sempre comportamentos limitados, provisoriamente ajustados às circunstâncias e aos contextos. Quer dizer, são comportamentos humanos.

Há, portanto, necessidade de responsabilidade e realismo crítico no ensino das ciências económicas e empresariais, esses campos em evolução e sempre politicamente carregados. Algumas editoras têm aliás procurado reflectir a procura por maior pluralismo no ensino da economia. Referimo-nos, por exemplo, às abordagens neo/pós-keynesianas, evolucionistas e institucionalistas - um portfólio de perspectivas para lidar com um mundo económico complexo, multidimensional e persistentemente surpreendente. É urgente que a academia as tire da sombra e lhes atribua o devido destaque.


João Ferreira do Amaral (ISEG), Manuel Branco (Universidade de Évora), Sandro Mendonça (ISCTE), Carlos Pimenta (Universidade do Porto), José Reis (Universidade de Coimbra), Público, 3/12/2008

segunda-feira, dezembro 01, 2008

Que fazer?



Paul Krugman, 20/11/2008


Se desejares visitar a página oficial do prémio Nobel da Economia de 2008 clica aqui. Para ires para a sua antiga página do MIT clica aqui. Existe também o interessante The Unofficial Paul Krugman Archive que vale a pena visitar.

Se pretenderes subscrever a premonitória petição europeia "Basta de especulação, basta de crises!" clica aqui. Se não o desejares vê, ao menos, o power point das conclusões do seminário realizado a 21 de Junho de 2008 na Sorbone. Se o visionamento das conclusões te "abriu o apetite" podes ler as intervenções aqui.

Gráficos!

Estava para aqui a reordenar as minhas imagens e dei de caras com este gráfico. Estou indeciso pois não me lembro do que trata e não sei se o devo apagar. Mas se o guardei é porque alguma importância lhe achei. Que devo fazer?

1º de Dezembro

Ande o frio por onde andar, no Natal cá vem parar, diz o povo e tem razão. Mas este ano parece que veio mais cedo. Vai daí, lenha na lareira, castanhas na assadeira, jeropiga da Beira, netos na brincadeira e a companhia de um clássico. Que vale sempre a pena rever.