Excertos da entrevista do Dr. José Costa ao Diário de Aveiro publicada a 13/3/2009
Quanto à "pesada herança"
Como todos sabem as heranças são constituídas por activos e passivos. E, se o Dr. Élio Maia e o seu executivo pretendem ignorar aqueles, poderiam ter dedicado menos tempo ao passado e mais tempo ao futuro. Outros aspectos, que também tem a ver com a qualidade de vida e com o futuro - cultura, saúde, educação, ordenamento, ambiente, e património - não podem ser esquecidos, salvo se se pretender desviar as atenções daquilo que os aveirenses sentem, em matéria das inúmeras “faltas” deste Executivo: falta de liderança, falta de afirmação do município no contexto regional e nacional, falta de capacidade para utilizar todos os seus recursos (da câmara, juntas de freguesia e de outras organizações) no combate aos grandes problemas e, principalmente, falta de coragem política na abordagem de certos temas (dívida, empresas municipais, PDA, etc.).
Soluções para minorar as dificuldades financeiras
Para além de procurar maximizar receitas que não afectem as já depauperadas finanças dos munícipes é essencial actuar sobre o lado da despesa e, neste aspecto, a elaboração de um plano para a diminuição das despesas correntes, devidamente participado, transparente, calendarizado e com objectivos bem definidos é um instrumento de gestão imprescindível. É, também, essencial introduzir maior racionalidade nas decisões. Racionalidade entendida não só no aspecto “custo-benefício”mas também, e essencialmente, na vertente do interesse dos aveirenses.
A Câmara de Aveiro é governável ?
Claro que sim! Caso contrário, não me candidatava. Estou profundamente consciente, não só das dificuldades e constrangimentos existentes mas, também, das imensas oportunidades que importa aproveitar para que Aveiro seja um concelho mais atractivo e onde se possa viver com melhor qualidade de vida.Sei que, num momento difícil como o actual, um dos papéis essenciais da Câmara é "concentrar forças” para construir um Aveiro melhor. Além dos recursos da Câmara, podemos contar com os de instituições como a Universidade de Aveiro ou de instituições de ensino privado, associações empresariais, culturais, desportivas, ambientais, artísticas, cívicas e de solidariedade social.
Concentrando forças e esforços será mais fácil enfrentar os desafios que a actual crise e o futuro nos coloca em termos de educação, saúde, emprego, ambiente e justiça. Tudo para que possamos encontrar as respostas que os aveirenses merecem e afirmando Aveiro, quer regional quer nacionalmente. È esse papel de "agregador de forças" que será a pedra angular do meu mandato uma vez que a política do "orgulhosamente sós" seguida pelo Dr. Élio Maia e pelo seu Executivo apenas tem servido para colocar Aveiro num patamar inferior de importância ao que já foi no passado.
E as empresas municipais?
As empresas municipais devem ser avaliadas em termos da missão que lhes foi atribuída, dos resultados que têm obtido e dos resultados esperados, analisados num novo contexto de intermunicipalidade e de aproveitamento das sinergias nomeadamente no domínio da gestão, introduzindo racionalidade nos seus processos decisórios.
Há que reforçar lideranças e aumentar a motivação dos trabalhadores devolvendo-lhes o orgulho de colaborarem num projecto municipal, ao serviço de todos os aveirenses, e propiciar-lhes novas formas de participação na gestão das empresas.
E uma coisa garanto: comigo não haverá discriminações entre trabalhadores pois, discriminação, dentro da mesma empresa, como ocorreu na Move Aveiro, só é concebível num Executivo, no mínimo, "distraído".