segunda-feira, outubro 27, 2008

À terceira será de vez?



Com os votos contra dos deputados do PS eleitos directamente, do PCP e do BE, a Assembleia Municipal de Aveiro aprovou hoje os novos termos do empréstimo de 58 milhões de euros.

Vamos lá a ver se desta é de vez.

E agora?

sábado, outubro 25, 2008

Todos os presidentes têm os seus momentos (de glória)

quinta-feira, outubro 23, 2008

Cinecartaz – Estreia



Estreou ontem o filme “O Mestre Cuco” que recebeu os maiores aplausos da crítica especializada e dos felizardos que tiveram a sorte de conseguir bilhete para assistir ao evento.



Dos mesmos realizadores e com o mesmo protagonista do já clássico “Calimero, o Deserdado”, película de enorme êxito que se vem a manter em cartaz há mais de 3 anos, espera-se que esta nova fita faça as delícias dos cinéfilos locais até ao próximo Verão.

Este filme teve um subsídio de 81,32% do Instituto das Promessas Espectaculares e é candidato aos Óscares para a melhor realização, pior protagonista e piores actores secundários.

Não perca.
Brevemente num cinema perto se si!

terça-feira, outubro 21, 2008

Eleições

A bem da verdade, da transparência e da democracia interna foram publicados no site da Federação Distrital do Partido Socialista de Aveiro, a solicitação da COC, todas as peças processuais relativas aos processos das candidaturas a Presidente da Federação de Aveiro do Partido Socialista, que se realizará no próximo dia 24 de Outubro entre as 17 e as 22 horas nas secções de residência. São candidatos ao cargo Afonso Candal (lista A) e Adriano Martins (lista B).

Concomitantemente realizar-se-ão votações para:

- Eleição dos Delegados ao Congresso Distrital de Aveiro do PS (a realizar no dia 8/11/2008, com início às 10 horas no Parque de Feiras e Exposições de Aveiro)
- Eleição da Presidente das Mulheres Socialistas de Aveiro
- Eleição para o Conselho Político do Departamento Federativo das Mulheres Socialistas de Aveiro.



Nota: Para quem não tiver tempo (ou paciência) para ler todas as peças processuais recomendo a leitura rápida das páginas 15 a 18 do acórdão da Comissão Nacional da Jurisdição do Partido Socialista.

Os Fenómenos da Globalização

Quando começámos a ver a enorme quantidade de orientais que recentemente começou a visitar o Margem Esquerda, ficámos muito contentes por acreditarmos estar a contribuir para a interacção civilizacional, passo importante do fenómeno da globalização.

Mas, conforme começou, assim acabou.

Será que dissemos alguma coisa que ofendesse os japoneses?

Eu hoje acordei assim!

sábado, outubro 18, 2008

Epigrama (nova série)


Dizem que o Caldas glutão
Em Bocage aferra o dente:
Ora é forte admiração
Ver um cão morder na gente!

Bocage

segunda-feira, outubro 13, 2008

Aprovado!


A Câmara Municipal de Aveiro aprovou hoje um contrato com a CGD que contempla um empréstimo de 58 Milhões de Euros.


Noticias aqui, aqui e aqui.

sábado, outubro 11, 2008

A "Adenda" ao Contrato de Empréstimo

Provérbios da Beira-Mar

Como todos sabemos os provérbios estão, quase sempre, certos. Mesmo assim, às vezes ficamos surpresos quando as palavras, os ditos enfim a chamada “sabedoria popular” começa a fazer sentido. Oram atentem lá nestas verdades universais:


De manhã em manhã, perde o carneiro a lã

Palavras de noite, não são para manhã

Manhã de açougue: quem mal fala, pior ouve

De manhã p'ró monte, de tarde p'rá fonte



E, deste cantinho à Beira-Ria plantado:


De manhã p'rá guita, de tarde p'ró Ita


Nota: No dia 13 de Outubro (2ª feira), pelas 9:30, vai-se realizar, no Salão Nobre do Edifício dos Paços do Concelho, uma Reunião Extraordinária do Executivo Municipal, com a seguinte Ordem do Dia: Operação de Saneamento Financeiro do Município de Aveiro – Adenda ao Contrato de Empréstimo celebrado com a CGD.

sexta-feira, outubro 10, 2008

A estrada da beira e a beira da estrada


Cedo aprendi que a estrada da beira não é a mesma coisa que a beira da estrada. E que, em matéria de finanças, nem sempre o que se diz corresponde exactamente ao que está escrito. Que é o que vale! É que as finanças são uma disciplina muito mais de ver do que de ouvir.


Escrevi ontem este post sob reserva, baseado na informação que me foi dada que a primeira das hipóteses do aumento de encargos para o empréstimo dos 58 milhões, proposta pela CGD, seria uma comissão adicional de 0,125% pagável trimestralmente, como aliás o spread base de 0,14%, o que grosseiramente transformaria o "spread" em cerca de 0,265%. Como sabem para cálculo dos encargos a este valor há que adicionar a taxa Euribor a 3 meses.

O que aqui está escrito é profundamente diferente. A CGD propõe (exige?) o pagamento de uma comissão adicional de agenciamento e disponibilidade de fundos de 0,125% ao trimestre.

Ora isto é completamente diferente daquilo que escrevi baseado no que ouvi da boca de outros. Isto significa que esta taxa adicional anual é (desprezando os efeitos da capitalização composta), de 0,5% (4 x 0,125%), o que adicionado ao spread base de 0,14% dá um valor total de "spread" de 0,64%, mais do quádruplo do inicialmente previsto. A este "spread" há que somar a taxa Euribor a 3 meses, actualmente em cerca de 5,38%, valor bastante distante daquele que existia em 27/11/2007, data em que foi assinado
o contrato que caducou com a recusa de visto do Tribunal de Contas, que era de cerca de 4,58%.

Em alternativa é apresentada uma hipótese nova de taxa nominal fixa de 5,9%.


Aqui fica a devida rectificação.

Correio da Capital



(Clicar para aumentar)

Notícias




Marco do Correio,
deixa-me espreitar.
Deixa que eu sim leio
e vou divulgar!

quinta-feira, outubro 09, 2008

A Saga do Empréstimo dos 58 Milhões.

Corre com insistência em Aveiro a nova que o Dr. Élio Maia, na deslocação que recentemente fez a Lisboa, teria sido informado pela CGD das condições que esta exige sejam aplicadas ao empréstimo dos 58 milhões de euros celebrado em 27/11/2007 (que, no nosso entender, por ter merecido o chumbo do Tribunal de Contas, neste momento não tem o valor do papel em que foi impresso) para o fazer "ressuscitar".

Ora nós por cá não costumamos publicar ou comentar notícias não confirmadas e apenas o fazemos aqui, em legítima defesa, porque nestas condições é impossível trabalhar. De cinco em cinco minutos o telefone toca para alguém nos dar a "grande novidade" e, assim, não conseguimos fazer baixar o nível do monte de papelada que a nossa recente maleita nos legou.

Debalde tentámos corroborar a notícia junto da nossa fiel andorinha que, essa sim, é certeira, mas a magana pisgou-se para o "chalet d'inver" que possui na muralha de Tânger e foi impossível contactá-la, pois devem-lhe ter desligado o "macaco negro" por falta de pagamento, que ao que sei, as suas finanças não andam muito melhor do que as da Câmara de Aveiro.

Mas para nos livrarmos dos telefonemas e para que a possam comentar aqui a súmula do rumor que, de vários lados, nos chegou, aqui vai a "notícia".

Na sua ida a Lisboa o Dr. Élio Maia teria sido informado pela CGD que esta apenas aceita "ressuscitar" o contrato dos 58 milhões (que deveria ter sido renegociado quando a CMA apresentou o novo Plano de Saneamento Financeiro - a famosa Adenda) se aceitar pagar uma comissão trimestral de 0,125%, acima do spread dos 0,14% do contrato assinado em 27/11/2007, que perdeu a validade.

Em alternativa, alegadamente, a CGD propôe que o empréstimo passe a pagar uma taxa fixa ligeiramente inferior à "Worst Rate" do concorrente classificado em 2º lugar no concurso do empréstimo efectuado nos finais de 2007 (que foi o Deutche Bank que propôs a taxa de 5,91%).

E tudo isto seria pegar ou largar e que se a Câmara não quiser aceitar que se safe por outro lado.

Ficámos contentes por saber que afinal existe uma solução, uma saída, para que os infelizes dos credores que andam há tanto tempo à espera de receber os seus créditos possam, finalmente, ser ressarcidos do que lhes é devido.

Mas, por outro lado, consideramos que isto não pode ser possível. Afinal o Dr. Élio Maia afirmou peremptoriamente, na última sessão da AM que a Câmara tem toda a razão e que não iria ceder no pedido de aumento do spread do empréstimo e esperava que a CGD “honrasse os seus compromissos”. E só um governante profundamente incompetente, só um demagogo sem escrúpulos, poderia proferir uma afirmação desse tipo e, passado meia dúzia de dias, aceitar pacificamente e não reagir violentamente e utilizar todos os meios legais ao seu alcance a estas exigências sobranceiras da CGD.

Considero ainda (isto no caso do boato se confirmar) que, mais uma, vez os Aveirenses foram enganados e profundamente prejudicados pela acção negligente e incapaz deste executivo municipal cuja actuação roça os limites do imaginável em termos da competência mínima que deve presidir a qualquer gestão municipal.

Finalmente pensamos que deve ser estudada a legalidade e a conformidade desta proposta que, obviamente, terá ainda de sofrer a Via Sacra de aprovação em Reunião de Câmara, Assembleia Municipal e obtenção de visto do Tribunal de Contas. Mas, pelo meu lado, agora não tenho tempo para estudar a conformidade legal daquilo que a CGD, alegadamente, propõe. Mas, quando o trabalho abrandar, não deixarei de estudar o caso e trazer-vos a minha opinião.

Isto no caso deste boato, que mais parece um ataque da oposição para minar o excelente desempenho do Dr. Élio Maia e do seu executivo à frente dos destinos do nosso Município se confirmar. O que não acredito. Mesmo atendendo ao que deles conhecemos.

É que achamos mau de mais

quarta-feira, outubro 08, 2008

Em política não vale tudo!


1- O documento que publicou é autêntico e foi o único contrato que a CMA celebrou com a Caixa Geral de Depósitos.

2- A Autarquia não sonegou qualquer informação e “todos os membros da Assembleia Municipal sabiam que ao Plano de Saneamento Financeiro então aprovado apenas foi acrescentada a adenda votada em Assembleia Municipal e que o contrato que enviado à CGD foi o mesmo”.

3- Os documentos apresentados à Assembleia Municipal (Sessão Extraordinária de 13 de Junho de 2008) referem explicitamente que o Plano e respectivo contrato de empréstimo se mantêm iguais aos que os elementos da Assembleia Municipal aprovaram em Reunião Extraordinária de 26 de Novembro de 2007.

Pensei em não responder a este comunicado para que a já tão depauperada imagem institucional do nosso município transmitida pelo Dr. Élio Maia não se agrave ainda mais e qualquer dia Aveiro seja o alvo preferido do anedotário da governação autárquica nacional mas, o Dr. Élio Maia permitiu-se considerar que faço política recorrendo à insinuação e lamenta que a politiquice se sobreponha aos interesses do Município de Aveiro. E o repúdio que essas afirmações me merecem motivam a necessária resposta:

1- Se nenhuma informação foi sonegada e se o Contrato de Empréstimo celebrado com a CGD se manteve como é que se compreende que os valores dos juros e das amortizações resultantes do empréstimo se alteraram se o Plano de Saneamento Financeiro apenas foi densificado.

É que no Plano de Saneamento Financeiro inicial (ver aqui, página 41, quadro XXIII) os encargos com o empréstimo dos 58 milhões eram os seguintes:

Ano – juro – amortização

2008 – 2.972.500,00€ – 0€
2009 – 2.972.500,00€ - 0€
2010 – 2.972.500,00€ - 0€
2011 – 2.873.401,68€ - 5.211.624,11€
2012 – 2.601.128,71€ - 5.483.897,08€
2013 – 2.314.631,28€ - 5.770.394,51€

Então como é que se compreende que numa dita “Adenda ao Plano de Saneamento Financeiro” que apenas densifica o Plano inicial aumentando-lhe o “grau de detalhe”, “acrescentando-lhe informação” e introduzindo-lhe “projecções com horizontes temporais mais vastos” mas que mantém o empréstimo inicial os encargos com o empréstimo dos 58 milhões passem a ser (ver aqui, página 55, Anexo II – Despesas)

Ano – juro – amortização

2008 – 772.850,00€ – 0€
2009 – 3.091.400,00€ - 0€
2010 – 3.091.400,00€ - 0€
2011 – 2.918.892,86€ - 1.278.131,45€
2012 – 2.632.100,93€ - 5.278.398,04€
2013 – 2.330.326,02€ - 5.554,159,51€

Dir-me-ão que estas alterações são devidas ao facto da utilização do empréstimo se fazer posteriormente ao inicialmente previsto. Certamente que sim (embora numa densificação tal seja tecnicamente discutível). Mas o juro aumentou! E para vos poupar à ingente tarefa de verificação basta olhar para os juros de 2009 e 2010 (4 trimestres). Aumentaram ou não 29.725€ por trimestre? (772.850€ - 743.125€)

E se o Dr. Élio Maia quiser utilizar a esfarrapada desculpa que a taxa foi adaptada à Euribor a 3 meses da época (em finais de Abril rondaria os 4,80%) remeto-vos para a leitura atenta da Simulação do Empréstimo Bancário de Longo Prazo anexa ao Plano de Saneamento Financeiro (ver aqui, página 61, quadro XXIV) os valores estimados para uma taxa de Euribor estimada de 4,80%. Reparem que o juro trimestral calculado é de 743.125,00€ bastante inferior aos 772.850,00€ previstos na adenda.

Mas, perdoem-me a insistência, reparem com mais atenção. O spread utilizado para fazer essa simulação é 0,25% e não os 0,14% constantes do primitivo contrato de empréstimo aprovado na AM (ver aqui), que obviamente daria prestações trimestrais de juros inferiores. E uma última nota. Já repararam na coincidência? Parece que o spread que a CGD agora reclama é 0,25%!

De posse destes dados será ou não legítimo retirar que foi feito um novo contrato ou que, pelo menos, foram acordadas novas condições? Não foram diz o Dr. Élio Maia. Tudo foi dito. Nada há escondido ou sonegado. Mas então como explica tudo isto?

O Dr. Élio Maia afirma ainda no seu comunicado institucional que os documentos apresentados à Assembleia Municipal (Sessão Extraordinária de 13 de Junho de 2008) referem explicitamente que o Plano e respectivo contrato de empréstimo se mantêm iguais aos que os elementos da Assembleia Municipal aprovaram em Reunião Extraordinária de 26 de Novembro de 2007. Deve ser alguma falha minha mas em nenhum dos documentos apresentados consegui encontrar referência explicita à manutenção das condições do contrato do empréstimo. Nem os valores dos encargos apresentados nas projecções o indiciam.

Gostaria de aqui deixar uma palavra ao Dr. Élio Maia a que, por respeito aos Aveirenses que nele votaram, não vou responder nos mesmos termos do seu comunicado. Até porque, ao contrário do que disse, não gosto de fazer politiquice e todos já sabemos das suas limitações (também) neste campo. Mas sempre lhe digo. Se com este seu executivo está a trabalhar para melhorar a condição financeira do Município, um pouco de competência não faria nenhum mal.

Mas, numa coisa concordo consigo. Em política não vale tudo!

domingo, outubro 05, 2008

O Contrato de Empréstimo dos 58 Milhões

Uma aborrecida maleita que me tem retido em casa e me impediu de estar presente na última sessão da AM (e, certamente, ainda não me permitirá comparecer à próxima) tirou-me toda a vontade de postar. Ainda por cima a minha ligação à Net decidiu ir dar uma volta e só após dois dias na vagabundagem decidiu regressar. Daí, nos últimos dias, não vos ter importunado.

Hoje recebi a visita amiga de um velho companheiro que me pôs a par do que se passou na última Assembleia Municipal, particularmente na candente questão do empréstimo dos 58 milhões de euros que a CMA pretende contrair junto da CGD, e do que nessa reunião foi dito sobre o comportamento das partes envolvidas.

O que ouvi motivou-me a vir-vos aqui aborrecer com algumas considerações pessoais sobre esse assunto sobre o qual tinha programado nada dizer. Mas sinto que, num assunto tão delicado, todos os aveirenses têm, mais do que o direito, a obrigação cívica de dar o seu contributo. E, como sabem, não sou homem para assobiar para o ar e passar ao lado de uma questão política importante sem dar a minha opinião. Mesmo quando essa opinião pode ser politicamente inconveniente.


1- Sempre considerei que as autarquias se devem comportar (também) em matéria financeira, como pessoas de bem e há muito tempo que venho a defender publicamente que a Câmara deve pagar atempadamente aos seus fornecedores e na falta de receitas próprias suficientes deve obter os meios necessários junto dos organismos financeiros adequados.

2- Sempre fomos coerentes nessa posição e não gostaríamos de ser confundidos com alguns “cristãos novos” que agora se transformaram nos arautos da defesa dessa medida, até porque conhecemos as consequências negativas que a dilatação do prazo de pagamentos de uma Câmara trazem para as empresas locais que com ela têm relações comerciais. Isto para não falar nos custos acrescidos que a Câmara tem de suportar em encargos e, também, no preço das suas aquisições pois os fornecedores, perspectivando atrasos nos recebimentos, “descontam” (como dizem os economistas) esse atraso no preço dos fornecimentos que assim ficam (bem) mais caros.

3- Reconhecemos a inadiável necessidade de ser restaurada a credibilidade financeira da nossa Câmara Municipal, cujo comportamento junto dos seus credores e fornecedores de há muito tem vindo a roçar os limites da indignidade e envergonha todos os Aveirenses. Mais. Reconhecemos que a delicada situação financeira que o Município hoje atravessa se deve, em grande parte, ao desrespeito, durante o mandato autárquico do Dr. Alberto Souto, das boas regras da prudência financeira que devem presidir a qualquer gestão autárquica.

4- Como todos os aveirenses reconhecemos que nos mandatos do Dr. Alberto Souto foram feitas muitas obras, algumas das quais fundamentais para o desenvolvimento de Aveiro. De facto o Dr. Alberto Souto conseguiu marcar Aveiro de forma indelével, colocando no terreno algumas das suas muitas ideias para o município (que tinha sempre em alta consideração ao contrário da conta em que tinha as ideias e as obras alheias). O seu grande problema (que o seu imenso ego, até hoje, ainda não lhe permitiu reconhecer) é que nunca quis ouvir aqueles que o aconselhavam a tentear o seu afã obreirista com bons princípios de prudência económica e financeira que obrigam os gestores à difícil tarefa de priorizar projectos e adiar a execução dos menos prioritários para momento oportuno.

5- Porém, o actual executivo chefiado pelo Dr. Élio Maia, atarantado com a sua imprevista eleição e impreparado para encontrar soluções para esta conhecida situação financeira (que aliás foi preponderante na sua vitória eleitoral), decidiu refugiar-se numa postura lamurienta de exploração política desse legado (de valor indefinido e galopante) em vez de, como lhe competia, rapidamente encontrar e implementar soluções que permitissem atenuar ou resolver o problema.

6- Reconhecendo a absoluta e urgente necessidade de reequilibrar rapidamente a Tesouraria Municipal, utilizámos toda a nossa boa-vontade para, em Novembro de 2007, aprovar a efectivação de um financiamento no montante de 58 milhões de euros com a finalidade prover ao pagamento imediato da totalidade da dívida de curto prazo existente, diferindo-a para o futuro, pese embora considerássemos o Plano de Saneamento Financeiro que o enformava devesse ser mais fundamentado e devesse apontar medidas que permitissem a redução do défice estrutural existente. Plano que, como é consabido, foi chumbado e recebeu severas críticas do Tribunal de Contas (1504/2007), tendo o respectivo acórdão (47/2008) transitado em julgado em 17/04/08.

7- No seguimento desse chumbo a Câmara decidiu optar por “densificar” o Plano de Saneamento Financeiro primitivamente apresentado e remeter ao Tribunal de Contas para obtenção de visto um novo pedido para contrair um empréstimo de 58 milhões de euros junto da Caixa Geral de Depósitos que, como se lembrarão, mereceu o voto contrário do Partido Socialista, pois a “densificação” do Plano de Saneamento Financeiro veio mostrar à evidência que era apenas uma desesperada tentativa do Dr. Élio Maia salvar a sua pele política, nada iria sanear porque recusava assumir os sacrifícios que o saneamento da situação financeira exige, acobertava medidas que consideramos profundamente lesivas para o Município como a constituição de uma parceria público-privada para a construção e manutenção das escolas do ensino básico do concelho dispensando o recurso ao QREN e assentava no pressuposto de que vão ser obtidas receitas para pagamento do empréstimo absolutamente delirantes, à cabeça das quais, entre muitas outras, está a concessão do Estádio Municipal pela módica quantia de 65 milhões de euros e a concessão dos SMA, com todas as suas valências incluindo a recolha dos RSU, por 50 milhões de euros.

8- O Tribunal de Contas por decisão acabaria de na sessão diária de visto realizada em 31 de Julho de 2008, visar este processo (608/2008), abstendo-se de tecer considerações sobre a apreciação da legalidade das operações preconizadas e de tecer juízos sobre a viabilidade das projecções apresentadas.

9- No dia 5 de Agosto o Dr. Élio Maia reuniu o seu exultante executivo e, perante uma ilustre plateia de credores especialmente convidados, arrasou a minha acção política, chamou-me incompetente (distinção que recebi com agrado vinda de tão graduado especialista nacional na matéria) e informou que iria iniciar os pagamentos no início do mês de Setembro.

10- Na ausência de conhecimento da realização de qualquer pagamento ficámos posteriormente a saber que a Câmara de Aveiro estaria a aguardar um esclarecimento da CGD para saber se esta mantém as condições do empréstimo dos 58 milhões de euros, já que a entidade bancária pretenderia actualizar as condições do empréstimo, designadamente alterando o valor do spread inicialmente previsto de 0,14% para 0,25% o que se traduz num aumento muito significativo destes encargos.

11- Não quisemos na altura tecer considerações sobre a matéria uma vez que não conhecíamos o contrato assinado, certos que o Dr. Élio Maia e o seu executivo certamente teriam assegurado devidamente os interesses da CMA, tanto mais que existe o entendimento que se houver qualquer alteração nos encargos do contrato resultantes de alterações do valor do spread ou comissões o processo terá de ser reiniciado, ser aberta uma nova consulta do mercado, nova aprovação na Câmara e Assembleia Municipal e nova obtenção de visto no Tribunal de Contas o que atrasaria ainda mais o pagamento das dívidas, com todo o cotejo de consequências funestas que vai continuar a acarretar para os já desesperados credores que aguardam ansiosamente o pagamento dos seus créditos.

12- De qualquer forma fiquei muito intranquilo pois trabalho com instituições bancárias há mais de 30 anos e nunca assisti a nada de semelhante e, sinceramente, não estou a ver uma instituição com o gabarito da CGD a recusar-se a assumir uma proposta oral quanto mais um contrato escrito e devidamente assinado. E não fiquei totalmente tranquilo quando li que o Dr. Élio Maia afirmou, peremptoriamente, na última sessão da AM que a Câmara tem toda a razão e que não iria ceder no pedido de aumento do spread e esperava que a CGD “honrasse os seus compromissos”. “Apertado” por alguns dos presentes acabaria por colocar o contrato de empréstimo que a CMA celebrou com a CGD online facto que é de enaltecer.

13- Mas antes não o tivesse feito que me veio estragar o fim-de-semana. É que o contrato que foi colocado online é o contrato assinado em 27/11/2007 de acordo com o Estudo e Plano de Saneamento Financeiro associado à operação conforme o Anexo I apenso ao contrato e do qual é parte integrante (cláusula 3ª) – o célebre Plano de Saneamento Financeiro que mereceu o voto favorável do PS mas não obteve o visto do Tribunal de Contas (processo 1504/2007).

14- Não encontrei o contrato de empréstimo com a CGD reformulado de acordo com o novo Plano de Saneamento Financeiro – o tal que mereceu o voto negativo do PS - mas acabaria por receber o visto do Tribunal de Contas (608/2008). Certamente existirá porque, muito sinceramente, não me acredito que não tenha sido feito. Era mau de mais. E aguardo a sua publicação urgente para todos ficarmos mais descansados.

15- Mas da experiência que tenho do meu relacionamento com a banca (e particularmente com a CGD) não me acredito que não tenha havido, à altura, reuniões a pedido da CGD para actualizar as condições do spread do contrato ou, no mínimo, para discutir uma comissão que permitisse à CGD, numa altura em que o custo do crédito estava a aumentar, securitizar (lockar) o spread dos 0,14% deste empréstimo, para o poder garantir até à decisão definitiva do Tribunal de Contas.

16- Por isso, ou muito me engano ou o Sr. Presidente e o Sr. Vereador das Finanças esqueceram-se de contar, com clareza, tudo o que, nesta matéria, conhecem. Só tenho pena de não poder ir à Assembleia Municipal para ouvir em primeira-mão o que sobre este assunto têm a dizer.


Mas, a bem de Aveiro e da sua imagem pública, oxalá eu esteja enganado.


quinta-feira, outubro 02, 2008

O Encerramento da Piscina do Galitos


Pedindo desculpa pelo sucedido e agradecendo a compreensão dos utilizadores, a Secção de Natação do Clube dos Galitos, em comunicado publicado no site do Clube, informa que a Piscina do Galitos se encontra encerrada por motivos alheios à centenária instituição e que se prendem com o incumprimento do protocolo com o Clube por parte da Câmara Municipal de Aveiro, ao não efectuar, como protocolado, o pagamento do Gás, o que originou o seu corte.

O Clube colocou também online um
texto explicativo de todo o processo, cuja leitura recomendamos a quem pretender comentar o problema.

Com toda a franqueza, digam lá. Aveiro não mereceria melhor?

Preocupações!



Preocupada com a situação do Kosovo a presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, pediu esta quarta-feira ao Presidente da República, Cavaco Silva, uma audiência com carácter de urgência.



À saída da reunião de 45 minutos, em que apenas foi debatido este tema, Manuela Ferreira Leite considerou «essencial» conhecer a opinião do Presidente da República antes de tomar qualquer posição sobre a matéria, recordando que o PSD tem "uma posição muito clara desde o início" e esclarecendo que o "Governo fez bem" em não decidir, no imediato, qual a sua posição.

Fiquei sem perceber nada. E agora quem está preocupado sou eu!

Chávez no seu melhor!




Já sabíamos que Hugo Chávez, um presidente emotivo e imprevisível que se comporta como um elefante aos saltos na loja de cristais da política é um homem de bom gosto.




Na entrevista que deu a Mário Soares afirmou defender os princípios da liberdade, igualdade e fraternidade e demonstrou uma cultura invulgar própria de quem leu grande parte dos grandes pensadores mundiais. Só não sabíamos se tinha lido o nosso Eça. Mas, pelo que vemos, ficámos com a certeza que sim.

Ora vejam a mensagem de solidariedade que, da paradisíaca Ilha Marguerita, enviou ao povo americano pelas dificuldades que sofre em consequência da crise financeira que afecta os Estados Unidos.

Vamos enviar a esse povo irmão, irmão porque todos somos filhos de Deus, o nosso sentimento de solidariedade.

Milhões de pessoas perderam suas casas nos últimos meses. A pobreza se estende por esse grande país, e dá dor ver grupos de pessoas que perderam tudo para os banqueiros, protegidos pelo Governo. Há gente que está dormindo nas ruas.

Os Estados Unidos estão afundando, e isso vai causar muito dano no mundo. Na Europa também há uma situação muito complicada. Face a essa realidade Chavéz mostrou-se esperançado que o povo dos Estados Unidos saberá levar o país para frente e tomara que um homem ou uma mulher o leve pelo caminho da justiça e da paz com eles mesmos e com todos os outros povos da terra.

Tenho ou não tenho razão?

quarta-feira, outubro 01, 2008

Aveiro merece melhor!

De acordo com a listagem ontem publicada no site da DGAL – Direcção-Geral das Autarquias Locais, Aveiro passou a ocupar o 1º lugar dos municípios portugueses com maior prazo médio de pagamento apurado.

Segundo a referida listagem Aveiro conseguiu a proeza de, nos primeiros 6 meses deste ano, passar de um PMP de 549 dias para um PMP de 1.980 dias ou seja um aumento de 1.431 dias (superir a 47 meses). Consegue ainda a proeza de ter um PMP superior ao dobro do do município classificado em 2º lugar

Convenhamos que, a confirmar-se, é um feito notável, mesmo para este executivo. Feito que vai ter consequências profundamente negativas nas transferências do Orçamento de Estado para o nosso município no próximo ano, que vai ficar (ainda mais) ingovernável.

Esta inaudita situação que espelha a incompetência do executivo a quem confiaram os destinos da nossa autarquia, cobre todos os aveirenses de vergonha e não pode continuar.

Aveiro merece melhor!

Assim vai o mundo (ou a vingança do chinês)

1- O Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, expoente máximo do neoliberalismo económico, defende a urgência da intervenção do Estado na economia americana de molde a ajudar a combater a pior crise dos mercados financeiros dos últimos 79 anos (que certamente vai causar danos irreversíveis na economia mundial), afirmando que o custo para os contribuintes do Plano Paulson é melhor do que a alternativa de desemprego maciço e dos problemas com as reformas e pensões que acontecerão se não for aprovado.

2- O sistema financeiro global e, particularmente, os mercados accionistas rezam para que o Congresso dos EUA aprove um multimilionário plano de intervenção estatal (que poderá obviar ao total descalabro das bolsas), proposto por George W. Bush.


Nota: Por falar em chinês. Após os contribuintes, mais uma vez, terem suportado uma crise para a qual não contribuíram, qual vai ser a importância da China na economia Mundial e, particularmente, nos EUA? E será que este plano vai ser suficiente para afastar a crise?