1- Na semana passada o Presidente da Câmara de Albergaria-à-Velha, João Agostinho Pereira, revelou que a estação do TGV, equipamento fundamental para o desenvolvimento futuro do concelho onde ficar instalada, vai ser construída no seu Município.
2- Face a estas declarações, o Dr. Élio Maia, em comunicado enviado à Comunicação Social, declarou o seu “muito respeito” pelo seu homólogo de Albergaria e anunciou a sua indisponibilidade para comentar o assunto, afirmando que “quaisquer esclarecimentos sobre a matéria deveriam ser solicitados à RAVE”. Ficámos surpresos e inquietos, pois a menos que o nosso Presidente soubesse, de fonte limpa, que o seu companheiro de Albergaria estava a fazer infundadas declarações eleitoralistas, deveria, no mínimo, manifestar a sua surpresa e indignação por não ter sido informado do eventual desfecho do caso.
3- Este episódio vem, mais uma vez, demonstrar à evidência a manifesta impreparação do nosso Presidente para lidar com matérias deste nível de responsabilidade que o conduz, como é costume sempre que surge algum problema mais delicado, a refugiar-se no “secretismo” das negociações para evitar expor as suas incapacidades e a sua falta de “peso” político que lhe cerceiam a possibilidade de defender a solução que melhor sirva os interesses de Aveiro e dos Aveirenses.
4- Pondo de lado a hipótese da actual estação de Aveiro estar ligada à via do TGV através de um by-pass (resultante da actual possibilidade técnica de utilização de equipamento que pode, em simultâneo, utilizar as duas bitolas de carril), confirmámos que subsistem basicamente duas hipóteses de traçado, que continuam a ser estudadas, para implantação do TGV. Uma em que a estação do TGV se localiza na área em que a A1 cruza a A25 (Albergaria) e uma outra em que a linha do TGV se desvia e passa por Aveiro onde, eventualmente, a futura estação pode coabitar com a actualmente existente.
5- A grande questão que se levanta é que, dado o desvio que origina bem como a necessidade de parte da linha ter de ser construída em túnel subterrâneo, a solução da localização da estação do TGV em Aveiro poder custar um pouco mais do dobro da solução de Albergaria (cerca de 300 milhões de euros) e, obviamente, a RAVE pretender optar por esta solução que, no imediato, é uma opção menos dispendiosa.
6- Daí ser fundamental que todos os aveirenses, uma vez conhecedores da problemática - que em vez de manter em segredo o Dr. Élio Maia deveria publicitar o mais possível por forma a arregimentar para o processo forças que, sozinho, não possui - se envolvam neste processo, discutindo-o e lutando firmemente para que a via do progresso não passe ao lado do concelho e Aveiro não fique a ver passar “comboios”. A menos que o Dr. Élio Maia confesso admirador e apoiante do Dr. Marques Mendes (admiração e apoio que, como foi publicamente declarado é biunívoca) também defenda que o TGV não deva ser construído e esta seja a sua maneira de levar a cabo esse intento.
7- O Partido Socialista tudo fará para que a solução final a ser encontrada não seja diferente da que (já) foi decidida para Coimbra (onde a nova estação se situará em Coimbra B) e que a estação do TGV compartilhe o topo da Avenida Lourenço Peixinho, com a estação existente, tanto mais que esta estação terá ainda a importância adicional de ser o ponto de partida para a ligação da zona centro do nosso país a Salamanca e à Europa Central.
8- Estamos certos que, com o apoio de todos os Aveirenses, conseguiremos ser dignos da memória de José Estêvão que, face a uma questão similar, conseguiu fazer com que a Linha do Norte se desviasse do traçado inicialmente previsto e passasse em Aveiro. Para que Aveiro, agora como no início da década de sessenta do século XIX, “continue a acompanhar o progresso dos tempos modernos”.