quarta-feira, janeiro 31, 2007

HOJE...

Ai que susto!

Se eles se assustam assim uns aos outros...

... imaginem o medo com que os aveirenses andam!

Mas não vale a pena andarem assustados!

Nada do que eles dizem é para fazer!

sábado, janeiro 27, 2007

Nem mais um prisioneiro para Guantámano!

A saga de tentar provar a ilegitimidade dos voos da CIA que escalaram os Açores, transportando prisioneiros de guerra com destino a Guantámano, prefigurará algum serôdio ajuste de contas da Dra. Ana Gomes com o seu ex-camarada Abel do MRPP?

Ou trata-se-á apenas de mais um singelo episódio do (eterno) encantamento da esquerda estúpida que insiste (mesmo inconscientemente) em proteger a direita estúpida!

Direito à Indignação!

Em notícia hoje publicada no Diário de Aveiro a Comissão de Pais do Agrupamento de Escolas de São Bernardo manifesta a sua indignação com a Câmara de Aveiro devido às soluções preconizadas pela Carta Educativa para a freguesia.

Surpreendentemente e ao invés do que nos foi dito pelo executivo na AM onde foi aprovada, afirmam que o documento não contempla nada daquilo que haviam falado e acusam o município de "incúria" e "incompetência" a "coberto de hábeis malabarismos de bastidores".

Acusam ainda o executivo de ter "silenciado" a Junta de Freguesia e "defraudar o futuro de São Bernardo" e apontam o dedo ao vereador Pedro Ferreira por ter "mentido" aos Pais realçando, pelo facto, a sua "deselegância e falta de educação".

Para além de, no local e tempo próprios, irmos confrontar o executivo com esta situação, sentimos uma enorme perplexidade pelo facto da política de total e completa ausência de liderança que vem a ser utilizada pelo Dr. Élio Maia estar já a ser internalizada pelos munícipes que invectivam os seus vereadores, esquecendo-se que ele é, formalmente, o Presidente da Câmara de Aveiro e, portanto, o primeiro responsável pelas acções e pelas políticas deste executivo.

O Dr. Élio Maia foi eleito para ser o Presidente da Câmara de Aveiro, para liderar a execução do programa político (?) que apresentou na sua campanha eleitoral e não pode, ou pelo menos não deve a menos que queira cair no ridículo ou perder o resto da confiança em si depositada pelos aveirenses, continuar a pretender esconder as suas incapacidades para o exercício do cargo para que foi eleito, nesta política de pretensa delegação de poderes que mais não é do que uma indisfarçada política de avestruz que julgando que foge dos problemas esconde a cabeça na terra cada vez que é preciso decidir ou quando a decisão implementada gera conflitos.

Os aveirenses votaram e legitimamente escolheram o Dr. Élio Maia para liderar os destinos autárquicos do nosso Munícipio até 2009. Não o escolheram para ser um qualquer sinaleiro que à porta da Câmara Municipal de Aveiro vai indicando o gabinete do vereador que vai decidir e assumir a responsabilidade das soluções tomadas nos assuntos que é necessário resolver. Escolheram-no (creio eu que não votei nele) para ser o primeiro decisor e o primeiro responsável pelas políticas seguidas e pelas medidas tomadas.

Até porque para sinaleiro haveria certamente entre nós pessoas muito mais experientes, capacitadas e competentes.

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Eureka!



Ora aí está uma excelente ideia para acabar com o défice!

Os Grandes Problemas da Actualidade


Os sem-abrigo!
Os sem-terra!
Os sem-pátria!
Os sem-ideias!...



Qual será o maior?

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Afinal nem tudo é mau!


não aumentaram!

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Dar de beber à dor

Foi no Domingo passado que passei
à casa onde vivia a Mariquinhas,
mas 'stá tudo tão mudado
que não vi em menhum lado
as tais janelas que tinham tabuinhas.
Do rés-do-chão ao telhado
não vi nada, nada, nada
que pudesse recordar-me a Mariquinhas,
e há um vidro pregado e azulado
onde havia as tabuinhas.

Entrei e onde era a sala agora está
à secretária um sujeito que é lingrinhas,
mas não vi colchas com barra
nem viola, nem guitarra,
nem espreitadelas furtivas das vizinhas.
O tempo cravou a garra
na alma daquela casa
onde as vezes petiscavamos sardinhas
quando em noites de guitarra e de farra
estava alegre a Mariquinhas.

As janelas tão garridas que ficavam
com cortinados de chita às pintinhas
perderam de todo a graça
porque é hoje uma vidraça
com cercadura de lata às voltinhas.
E lá p'ra dentro quem passa
hoje é p'ra ir aos penhores
entregar ao usurário umas coisinhas,
pois chega a esta desgraça toda a graça
da casa da Mariquinhas.

P'ra terem feito da casa o que fizeram
melhor fora que a mandassem p'rás alminhas,
pois ser casa de penhores
o que foi viveiro d'amores
é ideia que não cabe cá nas minhas
recordações do calor e das saudades. O gosto
que eu vou procurar esquecer
numas ginginhas,
pois dar de beber à dor é o melhor,
já dizia a Mariquinhas.


Alberto Janes

Portas Abertas


Só entro para a segunda parte se me
devolverem a braçadeira de capitão!

Vê lá se falas com o árbitro
e me dás uma ajudinha!

domingo, janeiro 21, 2007

VISÕES DE FUTURO PARA AVEIRO - 3


No âmbito das actividades do Gabinete de Estudos do Partido Socialista de Aveiro, vai ser promovido o 3º debate do Ciclo de Debates “Visões de Futuro para Aveiro” gentilmente comissariado pelo Prof. Doutor Renato Araújo.

No dia 31 de Janeiro, pelas 21 horas, na Biblioteca Municipal de Aveiro, será debatida a temática dos Desafios para o Ordenamento do Território e Ambiente.

Serão oradores o Arquitecto Vitor Campos, Director- Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano e o Prof. Doutor Carlos Borrego, Professor Catedrático da Universidade de Aveiro pelo pelo que se espera (mais) uma jornada de muita qualidade e interesse para a construção do futuro colectivo comum de todos os Aveirenses.

ESTÁS CONVIDADO A PARTICIPAR!
VEM DAR O TEU CONTRIBUTO.

quinta-feira, janeiro 18, 2007

EPIGRAMA


Dizem que o Caldas glutão
Em Bocage aferra o dente:
Ora é forte admiração
Ver um cão morder na gente!

Bocage

sábado, janeiro 13, 2007

Querido S. Gonçalinho,

Este ano não posso ir à tua festa
(só se fosse para a dança dos mancos).
Para que me desculpes fiz-te um poemazito
(de pé quebrado como convém).


Vê lá se me perdoas que p'ró ano aí estarei!


Meu rico São Gonçalinho,
Ó meu Santo Milagreiro!
Vê se ajudas a Câmara
A acertar de vez as contas
E a poupar algum dinheiro!

Que vai ser da nossa vida
Santinho da Beira – Mar?
Será que temos de jantar
Na churrascaria Querida
Para alguém nos informar?

Amado São Goncalinho,
Santo Aveirense de Gema.
Vê se os botas no caminho,
Que não vendam o estádio,
Mas acabem com a EMA.

E não sejas vingativo,
Nem deixes fazer tolices!

Nas Obras ao Carlos Santos,
Na Cultura ao Miguelito,
No Desporto ao Jorge Greno,
Nas Finanças ao Pedrito,
E na Estratégia ao… Élio.


Despenalização do aborto

O facto de alguns políticos defenderem tão encarniçadamente o 'Não' no referendo sobre a despenalização do aborto agendado para 11 de Fevereiro (embora ao mesmo tempo afirmem concordar com a despenalização), será um mero sintoma de parkinsonismo ou, apenas, uma tentativa desesperada de preservação da espécie?

O Luisão foi detido!


O balão acusou-o de ter um alto nível de álcool.
Mas alguém estava à espera de um nível baixo?
Fico a pensar. Será que o balão tinha vertigens?

Missas e Impostos


Também gostava de dizer alguma coisa sobre isto!
Mas a Dina e o Luís já disseram quase tudo!
Valha-nos Deus!

sexta-feira, janeiro 12, 2007

VISÕES DE FUTURO PARA AVEIRO - 2


No âmbito das actividades do Gabinete de Estudos do Partido Socialista de Aveiro, vai ser promovido o 2º debate do Ciclo de Debates “Visões de Futuro para Aveiro” gentilmente comissariado pelo Prof. Doutor Renato Araújo.

No dia 16 de Janeiro, pelas 21 horas, na Biblioteca Municipal de Aveiro, será debatida a temática do Desafio da Competitividade e do desenvolvimento económico Local.

Serão oradores o Eng. José Romão de Sousa (Empresário, Presidente do Conselho Director da Associação Portuguesa de Gestão e Engenharia Industrial) e o Prof. Doutor Eduardo Anselmo de Castro (Professor Associado da Universidade de Aveiro) pelo que se augura uma jornada de muita qualidade e interesse para o futuro colectivo comum de todos os Aveirenses.

ESTÃO TODOS CONVIDADOS

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2007 - Intervenção AM - 8/1/2007

Estamos aqui para discutir e votar as Grandes Opções do Plano e Orçamento da Câmara Municipal de Aveiro e Serviços Municipalizados para o ano de 2007. Tarefa difícil e ingrata, mesmo para quem detém algum conhecimento destas matérias, dado o completo irrealismo e a total falta de discernimento dos documentos que nos foram apresentados.

A proposta das Grandes Opções do Plano e Orçamento (GOPs) da CMA para o ano de 2007 (cujo 1º rascunho num logrado arremedo de tentativa de cumprimento dos direitos de oposição estatuídos na lei nos foi tardiamente distribuído) que deveria explicitar as principais linhas de orientação estratégica e as prioridades deste executivo para o nosso concelho nos próximos anos e, particularmente, as iniciativas e acções mais relevantes para 2007 (enquadráveis no mandato de quatro anos iniciado em 2006), mais não é do que um falacioso somatório de acções dispersas, sem qualquer fio condutor e mais do que isso: Construído por este executivo na plena consciência que não tem qualquer possibilidade de ser cumprido.

As GOPs apresentadas são um documento onde caótica e erraticamente, sem unidade e sem linha condutora, se faz uma confusa colagem de medidas avulsas que não consegue ocultar a ausência de uma estratégia integradora e, muito menos, o carácter incoerente da esmagadora maioria das medidas propostas.

Estas GOPs são a prova provada de como não se deve construir o documento estratégico fundamental da vida municipal que deve levar em conta as condicionantes e o quadro económico existente (não só ao nível autárquico mas também aos níveis nacional e internacional) e expressar os projectos que concretizem o programa eleitoral apresentado pela maioria ganhadora das eleições autárquicas.

Alguém acreditará que seja possível discutir seriamente este anárquico plano de intenções sem qualquer significado, cujo montante para 2007 atinge um valor superior a 136 milhões de euros, quando ainda na última reunião desta sessão fomos informados que as despesas de capital pagas durante o ano de 2006, até ao mês de Novembro, rondavam os 8,3 milhões de euros? Alguém pode, seriamente explicar o que se esconde atrás da farfalhice sem nexo destas GOPs?

E o montante destas GOPs seria profundamente ridículo e não despertaria mais do que uma sonora gargalhada, não fora conter a tragédia de enganar todos aqueles que afincadamente lutam pela implementação de projectos e pela execução de obras de fundamental importância para o nosso futuro colectivo comum, particularmente os homens bons que estão à frente das Juntas de Freguesias que julgam poderem ser cumpridas as promessas que estão inscritas nestas GOPs.

Quanta desilusão se irá verificar quando, daqui a um ano, se verificar que apenas cerca de 10% das intenções ora inscritas serão cumpridas e que as ansiadas obras desapareceram na voragem da imensidão destas GOPs, quanto ranger de dentes quando verificarem que foram enganados na sua boa-fé por uma pouco escrupulosa forma de fazer política.

As GOPs aqui são apresentadas pelo Dr. Élio Maia não são mais do que um gigante albergue espanhol de intenções cuja esmagadora maioria nunca verá a luz do dia e apenas foram inscritas para captar o voto de alguns incautos que ainda acreditam que a vida segue o mesmo fio condutor que os contos de fadas da sua meninice.

Não tendo mais tempo a perder sobre a dizer sobre estas Grandes Opções do Plano excepto o necessário para dizer que sendo grandes, não são opções e muito menos contêm qualquer plano, restará fazer algumas considerações sintéticas sobre o Orçamento para 2007.

O Orçamento é o instrumento técnico de gestão que reflecte quantitativamente as opções políticas tomadas por quem o define e apresenta. Com base numa determinada previsão de receita dever-se-á enquadrar a despesa e traçar as opções e estratégias políticas necessárias ao desenvolvimento do concelho procurando, ao mesmo tempo, equilibrar as contas da autarquia. Este documento deverá respeitar escrupulosamente os princípios e regras do Regulamento do POCAL, particularmente e, entre outros, o Princípio de Equilíbrio. A aplicação deste Princípio obriga a que se avaliem em primeiro lugar as receitas previsíveis e, a partir daí, se faça a difícil escolha das despesas que é possível realizar. O cumprimento das regras previsionais significa que não é permitida a dotação de verbas excessivas ou seja que não é permitido empolar o orçamento.

Ora em Aveiro, ao arrepio de tudo o que está estipulado, fez-se exactamente ao contrário. Populisticamente inscreveu-se nas despesas tudo aquilo que o executivo julga poder servir para captar votos do eleitorado e, posteriormente, tentou-se a todo o custo arranjar cobertura para as mesmas numa cómica efabulação digna de La Fontaine. Só que não há manta de tamanho suficiente para cobrir tal monstro.

O Sr. Presidente da Câmara na última reunião queixava-se que eu, ou achava que ele nada fazia, o que nem sequer pressupões qualquer juízo de valor porque é uma realidade por todos reconhecida, ou que o que fazia, fazia mal. Escusava era de, tão imediatamente e publicamente me dar todos os argumentos para o provar. De facto este documento, introduzido por um texto de uma aflitiva miséria franciscana, é um excelente exemplo de como não deve ser feito um orçamento. É a prova provada que eu tenho razão nas minhas afirmações e que o Dr. Élio Maia está errado e, portanto, não faz ou quando faz, faz mal.

O Dr. Élio Maia tinha-nos prometido um orçamento participado, atempado e pedagógico. Onde está esse documento? Que participação, que pedagogia inscreve este orçamento tão a destempo apresentado?

O Dr. Élio Maia tinha-nos prometido um eficaz controlo de despesas. Onde está? Onde é que tal se vê neste orçamento que é, sem dúvida o mais despesista dos que alguma vez foram apresentados em Aveiro? Quem ficará com o mínimo argumento para criticar o passado depois de analisar este orçamento onde as despesas engordam bem mais rapidamente do que bácoros em época de seba? Que nos dirá hoje o Professor Manuel Coimbra que há 2 anos, aqui, perante um Orçamento pouco superior a metade deste disse dele o que a Mafoma não disse do toucinho?

O Dr. Élio Maia tinha-nos prometido investir na educação e nos parques industriais. Tinha prometido dissolver as empresas municipais. Tinha prometido devolver o poder às Juntas de Freguesia. Diga-nos. Onde é que isso se vê neste Orçamento Sr. Presidente da Câmara?

O Dr. Élio Maia tinha prometido não alienar os terrenos do antigo Estádio Mário Duarte. Então não é que agora, no meio da imensidão de vendas previstas, lá aparecem os tais terrenos. E após essa saga vendedora, digna da maior imobiliária do norte do país, restará alguma coisa no nosso Município para vender? Pelo que se vê, por este andar, nem a estátua do nosso bem amado José Estêvão restará.

E Dr. Élio Maia, explique-nos lá, que disso nada nos contou até à data, como é que aquilo que apelida de regularização da relação com a SIMRIA se reflecte significativamente nas despesas previstas. E conte-nos lá em que parte do orçamento é que se prevê a reestruturação financeira do município?

Num Município em que as receitas totais anuais são, normalmente, inferiores a 50 milhões de euros o Sr. Presidente e este executivo propõem-se obter no ano de 2007 cerca de 191 milhões de euros de receitas sem recorrer a empréstimos bancários. Mais de 82 milhões de euros de receitas correntes (entre as quais 46,5 milhões de euros de rendas) e mais de 108 milhões de euros de receitas de capital (entre as quais mais de 80 milhões de euros da venda de terrenos). É obra e felicito-o senhor Presidente. Mas isso significa, se isso fosse possível acontecer sem que saia o Euro milhões à Câmara de Aveiro em dia de anafado jackpot, que a tal famosa dívida que lhe tem servido de álibi para nada fazer se inscreve, afinal, nos valores normais que uma dívida municipal deve atingir pois uma dívida de curto prazo inferior a 12% do orçamento anual e uma dívida de médio e longo prazo certamente inferior ao valor de um orçamento anual é uma situação financeira perfeitamente equilibrada.

Os documentos que aqui nos foram apresentados para discussão e votação não merecem qualquer crédito e pessoalmente acho que todo o tempo que gastarmos na sua discussão é tempo penosamente perdido. Só espero que o Sr. Presidente, olhos nos olhos com os munícipes, lhes venha dizer que é possível obter 191 milhões de euros de receitas no ano de 2007, lhes venha dizer que existe a mínima possibilidade de executar o que vem inscrito nestes documentos que aqui nos apresenta para aprovação. E se não o fizer, se nessa declaração pública não empenhar a sua palavra de homem honrado, considero que o que o Dr. Élio Maia aqui nos trouxe é um falacioso documento que nunca pensou ser exequível e que nunca pensou cumprir. E disso espero que retire e assuma as devidas consequências. Obviamente.

domingo, janeiro 07, 2007

Insónia

Se não consegue dormir pegue num lápis e escreva numa folha de papel o seu número de telefone

1- Retire-lhe os 2 primeiros números
2- Multiplique por 80 os 3 primeiros algarismos que ficam
3- Some 1
4- Multiplique por 250
5- Adicione os 4 últimos algarismos do número
6- Subtraia 250
7- Adicione novamente os 4 últimos algarismos do número
8- Divida por 2
9- Ao número obtido junte os 2 primeiros números retirados

Que número encontrou?

Já percebeu porquê?
Então deixe-se de gastar tempo com futilidades e vá dormir que bem precisa.

TODOS OS HOMENS SÃO MARICAS QUANDO ESTÃO COM GRIPE


Pachos na testa,
terço na mão
Uma botija, chá de limão
Zaragatoas, vinho com mel
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher
Ai Lurdes, Lurdes, que vou morrer


Mede-me a febre, olha-me a goela
Cala os miúdos, fecha a janela
Não quero canja, nem a salada
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada
Se tu sonhasses como me sinto
Já vejo a morte, nunca te minto
Já vejo o inferno, chamas, diabos
Anjos estranhos, cornos e rabos
Vejo demónios, nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes, que foi aquilo!
Não é a chuva, no meu postigo
Ai Lurdes, Lurdes, fica comigo
Não é o vento, a cirandar
Nem são as vozes, que vêm do mar
Não é o pingo de uma torneira
Põe-me a santinha, à cabeceira
Compõe-me a colcha, fala ao prior
Pousa o Jesus, no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada
Faz-me tisana e pão-de-ló
Não te levantes, que fico só
Aqui sozinho, a apodrecer
Ai Lurdes, Lurdes, que vou morrer.

António Lobo Antunes

quinta-feira, janeiro 04, 2007

OS CAMELOS


No deserto,
no deserto,

cem camelos,
mil camelos.

De longe e de perto
todos dizem ao vê-los:

— como pode ser deserto
se está cheio de camelos?



Sidónio Muralha



Resposta a um post premonitório do Repórter da Ria

Desafios locais de educação (conclusões)

... a Escola deverá ser vista como uma rede de oportunidades, de malha estreita, ancorada nos múltiplos recursos educativos, que nesta perspectiva ultrapassam a concepção tradicional de recursos físicos/instalações. Os factores de humanização das relações, definição clara de prioridades locais, regulação desburocratizada e implicação dos cidadãos nos processos de decisão e de resolução dos problemas foram sugeridos como chave para a indiferença e apatia que testemunham o desalento e a perplexidade. Salientando a importância deste novo tipo de abordagem, foi particularmente veemente e desafiadora a afirmação de que “a escola se deve responsabilizar e ir buscar, um a um, todos os alunos que, pelas mais variadas razões, escapam pela rede, perdendo a oportunidade mais decisiva das suas vidas como possibilidade de desenvolvimento”.

Será que há vida para além da dívida?

Segundo nos diz o Dr. Élio Maia na sua última comunicação à Assembleia Municipal a capacidade de endividamento utilizada pala Câmara de Aveiro mantém-se (desde o inicio do corrente ano) em 120%.

Algumas perguntam, de entre as muitas possíveis, se levantam:

1- Será que os outros municípios que tinham esgotado a sua capacidade de endividamento também paralisaram totalmente o seu processo de desenvolvimento?

2- Será que nas outros Câmaras nas condições de Aveiro já se apurou o valor da dívida em Novembro de 2005?

3- Será que nos outros municípios com a capacidade de contracção de empréstimos a médio e longo prazo (fora dos casos especiais previstos na lei) esgotada também se passou mais de um ano a carpir mágoas e não se definiu uma qualquer estratégia de combate ao problema?

4- Será que com a actuação (ou ausência de actuação) deste executivo no ano de 2006, a capacidade de endividamento da CMA vai melhorar em 2007?

E já agora, que as perguntas são como as cerejas, confrontados com a proposta de um Orçamento para 2007 que atinge os 191 milhões de euros pergunta-se:

1- Será que as Câmaras com idênticas condições financeiras aumentaram os seus orçamentos para 2006 e 2007 na medida em que Aveiro o fez?

2- Será que ter uma situação de dívida de curto prazo inferior a 12% do orçamento anual para 2007 e ter uma dívida de médio e longo prazo cujo montante ainda não foi divulgado mas que é, certamente, inferior ao valor do referido orçamento (ou, de acordo com a ultima comunicação do Sr. Presidente à AM, de cerca de metade desse orçamento) indicia uma situação financeira catastrófica, má, ou preocupante?

3- Será que podemos confiar nalgum valor, seja da dívida seja do orçamento para 2007, que esta Câmara apresente?

4- Será que o Dr. Élio e a sua equipa têm competência para gerir os nossos destinos autárquicos?

Responda quem quiser. Se souber, claro!

terça-feira, janeiro 02, 2007

A HISTÓRIA DA MORAL


Você tem-me cavalgado,
seu safado!
Você tem-me cavalgado,
mas nem por isso me pôs
a pensar como você.

Que uma coisa pensa o cavalo;
outra quem está a montá-lo.

Alexandre O'Neill

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Mensagens de Ano Novo

Recebi muitos SMS com mensagens de venturas para o próximo ano. Foram tantos que às tantas o telelé começou a dizer que tinha a memória cheia e eu tive de apagar as anteriores. Peço portanto muita desculpa se, por acaso, perdi alguma e malcriadamente não respondi.
Algumas mensagens eram interessantes mas a que considero mais divertida (e mais repetida) foi, perdoem-me o sadismo, a seguinte:

Que a nossa amizade seja como a dívida da nossa Câmara: tenha um valor incalculável e aumente de dia para dia.

Muito obrigado
Um excelente 2007 para todos