sábado, maio 31, 2008

Aveiro Capital da Arte



Como os leitores do Margem Esquerda sabem Aveiro foi recentemente assaltada por algumas “instalações” com que, alegadamente, se pretendeu homenagear a figura desse Aveirense ilustre que foi José Estevão.



“Intervenções culturais” profundamente inovadoras e empreendedoras, baseadas em novas escolas artísticas que fazem furor na estranja e são repletas de profundo significado simbólico.

Quando ontem, atrasadíssimos (contra o que é o nosso costume), nos dirigíamos em passo acelerado para a Assembleia Municipal, lobrigámos uma nova “instalação” que nos pareceu ser constituída por duas colagens, tendo entre si uma tarja explicativa do seu conteúdo. Apressados, olhámos de relance para essa nova "intervenção cultural" e dirigimo-mos para a sessão da AM deixando para mais tarde a análise detalhada da obra que, segundo nos disseram, tinha ali sido deixada por uns senhores com uns apitos, como preito de homenagem ao nosso líder Municipal.

Mal acabaram os trabalhos dirigimo-nos para o local para a apreciar mas já só tivemos tempo de vislumbrar um jovem senhor, parco na altura mas para o anafadote que, manifestando a sua profunda falta de visão e de respeito pela referida obra de arte (bem como pela inovação e pelo empreendorismo dos seus promotores), violentamente a arrancou e retirou dos locais onde estava colocada.

E, não fora mão amiga que nos fez chegar uma fotografia de parte da referida “instalação”, não tomariamos conhecimento de que se tratava de uma, justa e profundamente simbólica, homenagem à actuação política do nosso actual Presidente, utilizando a técnica artística da colagem que, como todos sabem, teve em Picasso e Braque os seus principais impulsionadores.

A Introdução desta técnica artística constituiu, aliás, uma verdadeira revolução, que rompeu com séculos de pintura tradicional e tornou-se o arquétipo de todas as vanguardas tendo sido eleita como principal meio de expressão por movimentos como o Dadaísmo. Daí eu crer que só um espírito culturalmente retrógrado poderia ter perpetrado tal vandalismo cultural.

Ainda por cima a obra, em que aparecia uma meia banana descascada encimada pela efígie do nosso Presidente é, a nosso ver, detentora de um profundo e marcante simbolismo que o inculto e falho de vistas que a destruiu, não conseguiu vislumbrar (nem sequer lendo a tarja explicativa).

E até nós que nestas coisas da arte somos profundamente caturras, conseguimos descodificar:

- A banana apresenta uma bonita cor amarela o que indicia que, tal qual o nosso Presidente, está “madura”.

- A banana é um fruto sem caroço. Tão óbvio que nem necessita de explicação.

- As bananas constituem o quarto produto alimentar mais produzido no mundo, a seguir ao arroz, trigo e milho. O nosso Presidente está, actualmente, em quarto classificado (com tendência a descer) na lista de candidatos do PSD às próximas eleições autárquicas.

- A bananeira não é uma verdadeira árvore mas sim um pseudocaule. Ora o nosso líder municipal, como todos sabem, também não actua como um verdadeiro Presidente de Câmara mas sim como um pseudopresidente.

- Depois de cortadas as bananas oxidam em contacto com o ar assumindo rapidamente uma cor cinzento-escuro, prenúncio do que acontecerá ao nosso Presidente se não obtiver o visto do TC. para o empréstimo.

- As bananas contêm tripofano que, como sabem, tem o efeito do Prozac. Ora a actuação do nosso Presidente (ou a sua falta), tem criado muitos casos depressivos entre os seus apoiantes que, à mingua de melhor, se refugiam no consumo de bananas.

- As bananas são o símbolo de uma república que tem servido como arquétipo à actuação do nosso executivo municipal.

- Finalmente, sonhar com bananas é sinal de prosperidade nos negócios e de dinheiro (não é isso que estão a pensar). Coisa com que o nosso Presidente sonha de noite e de dia.

E, por agora, chega. Mas, como cada pessoa tem a sua própria visão de uma manifestação artística, iríamos pedir aos leitores que aqui complementassem este trabalho, apresentando as suas sugestões sobre o simbolismo da colagem.


quarta-feira, maio 28, 2008

O preço dos combustíveis


Hoje de manhã encontrei um amigo que já não via há algum tempo.

Estranhei vê-lo de "olho ao peito".



Perguntei-lhe: Então pá o que é que te aconteceu?

Respondeu-me: Ontem fazia 15 anos de casado. Vai daí decidi sair à noite com a minha mulher e levei-a ao sítio mais caro que conheço.

E então? Disse eu.

Ela não gostou e pregou-me um sopapo que me pôs neste estado. Ingrata! Retorquiu ele com a voz embargada.

Mas então onde é que a levaste? Questionei curioso.

A uma bomba de gasolina! ripostou.


Moral da história: Se não tratam rapidamente desta questão do preço dos combustíveis ainda vamos todos andar com os olhos "à Belenenses" e eu estou a ficar à rasca porque o aniversário do meu casamento vem já aí. E logo agora que o preço da carne de bife (também) está pela hora da morte!

terça-feira, maio 27, 2008

Caminho Azul

Interessante Blog do Bruno Martins. A acompanhar!

BASTA!





Não acham que já chega de "homenagens"?

segunda-feira, maio 26, 2008

A Cor da Liberdade



Qual a cor da liberdade?
É verde, verde e vermelha.

Jorge de Sena

domingo, maio 25, 2008

Será verdade?

A Câmara de Aveiro que, como todos sabemos, anda tesa como um carapau, aprovou recentemente (com os votos contra do PS), a proposta de aquisição de cerca de 50 ha de terreno na freguesia de Requeixo por cerca de 1,25 milhões de euros (à volta de 250 mil contos em moeda antiga) com a interessante finalidade de criar uma “bolsa de terrenos do município”.

Esta proposta foi levada à Assembleia Municipal onde suscitou uma vasta (e surda) polémica que, devido à contumaz intempestividade e autocracia da Sra. Presidente da Assembleia, só não teve um mau desfecho para o executivo (e para o município) porque a bancada do PSD, “in extremis”, propôs uma visita dos deputados ao local, suspendendo a votação da Assembleia, para estes poderem avaliar no local a “justeza” da proposta. O que ficou aprazado para o início da reunião seguinte que deveria ter sido efectuada na passada sexta-feira.

Entretanto, à cautela, os membros da Bancada do PSD (incluindo os respectivos Presidentes de Junta) fizeram sem nada comunicarem às outras bancadas, uma visita prévia ao local acompanhados pelo Dr. Élio Maia, tendo sido recebidos no local pelo Presidente da Junta de Requeixo (PSD).

Após a inspecção aos terrenos foi, ao que me contaram, reconhecido pelos presentes, por múltiplas e variadas razões que agora me escuso a escalpelizar mas entre as quais, alegadamente, avultou o preço, a inoportunidade financeira do negócio e a injustiça relativa para com outras Juntas de Freguesia, que o negócio não deveria ser realizado, havendo inclusivamente alguns presentes que se mostraram incomodados (e até indignados) pelo facto da Câmara que suportam politicamente ter apresentado uma tal proposta de aquisição.

E, para os Presidentes de Junta mais renitentes, nem sequer valeu a Élio Maia a promessa de que, antes de fazer o negócio, lhes iria entregar mais uns cobres por conta dos débitos existentes.

Assim, de acordo com a vasta maioria dos presentes, foi decidido fazer abortar o negócio, retirando o respectivo ponto (e visita ao local) da ordem de trabalhos da reunião seguinte da Assembleia Municipal. O que foi comunicado à Mesa da Assembleia Municipal que tomou as consequentes medidas!

Mas, quando toda a gente (e eu próprio) julgava o assunto encerrado, eis que surge a notícia que a Câmara Municipal está a analisar a necessidade de aprovação do negócio pela Assembleia Municipal, certamente para proceder à aquisição dos ditos terrenos, se obtiver um parecer jurídico que sustente a não necessidade da aquisição ser votada em sede da Assembleia Municipal.

Sei que hoje em dia não podemos acreditar em tudo o que vem escrito nos órgãos de informação (mesmo quando têm reputação de seriedade, como é o caso), mas convirá que o Dr. Élio Maia venha, rapidamente, esclarecer o que é que nos pretendeu transmitir através do seu Gabinete de Imprensa. Que esperamos não seja aquilo que depreendemos. Porque, a sê-lo, seria grave! Muito grave!

Bem me atira à cara um amigo que tenho para os lados de Ílhavo:

Para lá do esteiro do Eirô vive um povo estranho, governado por uma Câmara que não sabe o que quer, quando quer não sabe como fazer e, pior do que isso, não quer aprender!

sábado, maio 24, 2008

José Estevão

Sr. Presidente, a ofensa foi grave, muito grave...
E que desforra devemos nós tomar?
Esquecei-a, perdoai-a!
Nós? disse eu. Sim, nós, - porque quando proclamo sentimentos de generosidade, sei que sou verdadeiro órgão deste lado da câmara (o esquerdo). A generosidade está sem dúvida nas cabeças e nos corações de todos os meus amigos políticos.
Mas, se perdoamos as injúrias que se nos fazem, não podemos perdoar as que são irrogadas ao país (…)

José Estevão - Porto Pireu, 06/02/1840
Obra, vida e alguns discursos de José Estevão aqui

quinta-feira, maio 22, 2008

Assembleia Municipal - nova convocatória



Anula e substitui a convocatória enviada anteriormente.




Nos termos do artigo 14.º do Regimento da Assembleia Municipal de Aveiro, comunico a V. Ex.ª que a Sessão Ordinária do mês de Abril deste órgão, iniciada no dia 28/04/2008 e continuada nos dias 05/05/2008 e 16/05/2008, prosseguirá — em 4.ª reunião — no dia 30/05/2008 (6.ª feira), com início às 20:00 horas, na sede, na Av. Dr. Lourenço Peixinho n.º 4, em Aveiro, com os seguintes pontos de

Ordem do Dia:

Ponto 5. – Relatório de Gestão, Prestação de Contas e Balanço Social de 2007 da Câmara Municipal de Aveiro e Relatório de Gestão e Contas de 2007 dos Serviços Municipalizados de Aveiro;
Ponto 6. – Eleição de um Presidente de Junta para o Conselho Cinegético e da Conservação da Fauna;
Ponto 7. – Análise do Sistema Nacional de Saúde no Concelho de Aveiro – últimos desenvolvimentos;
Ponto 8. – Alteração ao listel do Brasão de Aveiro.

Com os melhores cumprimentos,
A Presidente da Assembleia Municipal,

Post-Scriptum: A anunciada ida dos membros da Assembleia a Requeixo não se efectivará, em virtude do ponto 4. – Aquisição de três prédios rústicos e um prédio urbano na Freguesia de Requeixo, ter sido retirado da Ordem do Dia.

Aqui há gato!

Quando leio algumas notícias nos jornais fico perplexo e não sei como podem ser proferidas algumas afirmações. Que aparentemente são inocentes, mas mais não visam do que criar condições psicológicas para culpar o actual Governo de todos os malefícios que acontecem (ou poderão vir a acontecer), servindo-se para isso de alguns jornalistas que apanham distraídos, de que se servem para espalhar a "boa nova".

O Presidente da Direcção de uma Cooperativa Agrícola da região afirma que vai lutar com todas as suas forças contra a ameaça das empresas leiteiras de pagarem menos seis a oito euros por litro de leite à produção.

Ora toda a gente sabe que se pode adquirir por cerca de 70 cêntimos uma embalagem tetra-pack de 1 litro de leite gordo UHT (que está caríssimo). Mesmo não conhecendo o processo de formação dos preços deste produto não devo errar muito se afirmar que o preço pago à produção deverá andar entre os 35 e os 40 cêntimos por litro.

Expliquem-me lá então como é que as empresas leiteiras poderão estar a ameaçar os produtores de pagar menos seis a oito euros por litro! E apesar de eu conhecer as dificuldades porque tem passado o sector produtor quanto é que aumentou o preço pago à produção (por escassez de matéria-prima para a indústria) no último ano? 50%?

Mas continuemos. Lá mais para a frente é dito que o concelho (da Murtosa) produz 22 milhões de litros de leite por ano. E, em seguida, afirma-se que há lá explorações, não licenciadas, que movimentam 50 milhões de euros por ano

Ora se o volume total da produção do concelho é de 22 milhões de litros de leite por ano (o que a 40 cêntimos por litro daria um volume total de negócio de 8,8 milhões de euros) como é que pode haver explorações que movimentam 50 milhões de euros por ano?

Também é dito que se vai tentar sensibilizar o Governo para o problema do licenciamento das explorações que se agravou recentemente com as exigências ao nível das infra-estruturas das explorações pecuárias.

Então o regime jurídico do licenciamento das explorações de bovinos não entrou em vigor há mais de 2 anos? E a regulamentação da actividade foi ou não realizada numa perspectiva dos interesses dos bovinicultores, para efeitos de legislação comunitária, nomeadamente a habilitação às ajudas previstas no Regulamento (CE) n.º 1783/2003
, de 29 de Setembro? E foi ou não dado o prazo, até ao final do corrente ano, para as explorações já existentes à data de entrada em vigor do diploma concluírem a adaptação das respectivas instalações ao novo regime?

Prefere-se, no entanto insinuar, compadrios de alguém que, num particular caso, conseguiu dar a volta ao texto... falar na desigualdade na apreciação dos processos... ou acusar o Ministério de não aplicar a Lei de forma igual para todos...

De facto, não é preciso ir a Braga para ver que estamos a viver um momento em que algumas pessoas, saiba-se lá bem porquê, pretendem a todo o custo arranjar argumentos para atacar o Governo do Partido Socialista. É a polítiva do desespero, a política do vale-tudo.

E como o Sócrates, ultimamente, não fumou nenhum cigarro…

O QREN EM MARCHA

A Universidade de Aveiro foi palco da assinatura dos primeiros 61 contratos relativos a projectos empresariais de investigação e desenvolvimento tecnológico, apoiados pelo QREN.


Honrosa escolha que, conforme foi dito pelo deputado eleito pelo PS no círculo eleitoral de Aveiro actualmente a desempenhar a missão de Ministro da Economia, Manuel Pinho, se deve ao reconhecimento da excelência da nossa Universidade.

O QREN está em marcha. Acelerada, dizemos nós. Todos estamos conscientes da importância que pode jogar no futuro dos Portugueses a aplicação da totalidade dos fundos disponíveis de forma adequada e diligente.


Alguns factos e números:

- Estão presentemente em oferta cerca de 7 mil milhões de euros de incentivos comunitários, distribuídos por cerca de 230 concursos.

- Mais de 14.800 candidaturas recebidas.

- Já houve decisão de financiamento em 24 concursos (até Julho haverá mais 170 decisões).

- Tempo médio de resposta nos 23 concursos para empresas com resultados já divulgados: 69 dias (o prazo previsto nos editais era de 94 dias e o tempo médio de resposta do PRIME no âmbito do QCA III, entre 2000 e 2005, foi de 166 dias)

terça-feira, maio 20, 2008

Taxas de Disponibilidade

Na última reunião da sessão ordinária de Abril da Assembleia Municipal de Aveiro a actual maioria que vai desgovernando o nosso Município, impôs a aprovação das alterações ao Regulamento Interno dos SMA e ao Regulamento de Resíduos Sólidos Urbanos e Higiene Pública do Município de Aveiro, não dando qualquer valor aos argumentos da oposição que votou contra.

Coisa que já tinha feito em sede de reunião camarária e a que o Dr. Élio Maia nos vai habituando,
fazendo, inclusivamente, orelhas moucas aos argumentos de alguns dos deputados da sua maioria cuja ditadura, mais uma vez, impôs.

Mal, porque se prosseguisse os princípios de justiça social que apregoa defender, facilmente verificaria que a existência de taxas de disponibilidade penaliza as famílias de menores consumos que, normalmente, são aquelas que têm rendimentos inferiores.

Mas se o argumento de justiça social não convenceu este executivo, será que o Dr. Élio Maia alguma vez se debruçou sobre a legalidade de aplicação de tais taxas? Conhecendo-o como o vou conhecendo acredito que nem sequer tenha pensado nisso!

De facto a nova Lei dos Serviços Públicos que entra em vigor a 26 deste mês -
Lei nº 12/2008, de 26 de Fevereiro que procede à primeira alteração à Lei nº 23/96, de 26 de Julho – cria no nosso ordenamento jurídico alguns mecanismos destinados a proteger o utente de serviços públicos e proíbe, no seu artº 8º, a cobrança de taxas associadas a contadores para os serviços públicos essenciais, bem como qualquer outra taxa de efeito equivalente e qualquer taxa que não tenha uma correspondência directa com um encargo em que a entidade prestadora do serviço efectivamente incorra, com excepção da contribuição para o audiovisual.

Assim, a partir dessa data os consumidores vão deixar de pagar os alugueres de contadores de água, luz ou gás. Nessa data entra também em vigor a obrigação de todos aqueles serviços serem facturados mensalmente.

Mas a nova legislação passa também a considerar como serviços essenciais o serviço de comunicações electrónicas, os serviços postais, o serviço de recolha e tratamento de águas residuais e os serviços de gestão de resíduos sólidos urbanos (artº 1º) e abrange igualmente os prestadores privados daqueles serviços, classificando-os como serviço público, independentemente da natureza jurídica da entidade que o presta.

Para já a
Deco está contra a existência de taxas de disponibilidade, o deputado socialista Renato Sampaio, autor da lei que proíbe as taxas, considera que a cobrança pela disponibilidade é ilegal e o próprio Secretário de Estado da Defesa do Consumidor, afirmou esta segunda-feira que será ilegal aplicar uma taxa de disponibilidade de serviço para compensar a perda do aluguer do contador pelos municípios.

Querem ver que o Dr. Élio Maia se esfalfou todo para aprovar um novo Regulamento de Resíduos Sólidos Urbanos sem cuidar deste pequeno pormenor. E que se as taxas de disponibilidade forem realmente ilegais a partir de 26 deste mês estamos perante um dos mais efémeros Regulamentos do Município.

Se assim for não será possível, sem mais, reclamar o respectivo record do Guiness? Ou teremos de pagar uma qualquer taxa de disponibilidade?

sábado, maio 17, 2008

Desculpa José!

Sob a batuta de Maria da Luz Nolasco, directora do Teatro Aveirense e com o apoio da Câmara Municipal de Aveiro foi decidido fazer vestir a estátua de José Estêvão da Praça da República “à escala do espaço público”.

Ficámos indignados quando vimos que a tão propalada "intervenção artística" consistiu em colocar uma sobrecapa branca sobre a estátua do heróico combatente pela liberdade e tribuno impar (que tantas benesses trouxe para Aveiro) o que conferiu à imagem erigida por subscrição pública ao insigne maçon e filantropo aveirense, o ar de um marchante de antanho, envergando uma mal alinhavada bata oferecida por um dos seus fornecedores de carnes frescas.

Não podemos tolerar que, mesmo à luz de uma pretensa “cultura de avant-garde” tão avançada que a todos ultrapassa, se possa brincar com a imagem daquele que deveria ser um dos principais pontos de referência éticos e cívicos de todos os Portugueses.

A Dra. Maria da Luz, quando foi vereadora da cultura, já nos tinha surpreendido com a salga da Praça da República com sal tunisino. Desta vez suplantou-se a si própria.

Em condições normais esperaríamos que o nosso poder autárquico retirasse deste incidente as devidas consequências. Obviamente. Mas conhecendo-o como o vamos conhecendo estamos certos que, mais uma vez, vai assobiar para o ar.

CONTRADIÇÕES



Benesses públicas ...

... Gravames privados.


quinta-feira, maio 15, 2008

Fumar faz mal à saúde!


O nosso primeiro-ministro José Sócrates foi apanhado a fumar no avião que transportou a comitiva convidada para a Venezuela, onde está a realizar uma visita de primordial importância.


Eu cá já não sou fumador, (embora esta noite ainda tenha sonhado com o paladar e o cheirinho de um Romeu e Julieta) mas, se o fosse, cometeria certamente o mesmo delito se recaísse nos meus ombros toda a responsabilidade que pode ter para o nosso País a visita aos reinos de Hugo Chavez que, como todos sabem, não é flor que se cheire mas parece que engraçou com o nosso Primeiro.

É que esta visita pode ser decisiva não só para o desenvolvimento das relações económicas com o nosso País (que no actual contexto internacional ganha uma dimensão especial) mas, essencialmente, para as muitas centenas de milhares de Portugueses que por lá mourejam (muitos dos quais da nossa região) que muito terão a ganhar com esta visita e o aprofundamento desta, particular, amizade.

Mas, embora a minha costela de antigo viciado perdoe a José Sócrates, considero que fez mal e sou de opinião que se a lei foi violada deve pagar a respectiva coima. Como um socialista deve fazer quando é apanhado em falta: a dobrar.

No entanto apreciei o facto de ter assumido a sua culpa com humildade (coisa que quem conhece a sua maneira de ser e a rectidão do seu carácter sabe que lhe deve ter custado muito) e fico ainda mais satisfeito quando tomei conhecimento que prometeu deixar, definitivamente, de fumar. É que os seus tempos na meia maratona andavam a ficar uma desgraça. E aquela meia dúzia de cigarros que fumava são capazes de fazer a diferença.

Também fico contente pelo êxito do delator, que assim ajudou o seu patrão a vender "resmas" de papel e a ganhar mais uns cobrezitos (que a vida está má) e fico à espera que os êxitos da visita mereçam o mesmo destaque no costumeiro pasquim (sem ofensa ao cá da terra, que esse é sério).

Fico é triste de aquilo que resta da esfrangalhada e indigente oposição, à míngua de argumentos políticos válidos, se servir deste "fait-divers" para atacar o Primeiro-Ministro e o Governo. Imaginem em Aveiro o Partido Socialista, para atacar o Presidente da Câmara ou a Presidente da Assembleia Municipal, ter necessidade de utilizar o facto de, volta e meia, serem vistos a fumar umas cigarradas nos edifícios municipais. Valha-me Deus!

E, já agora, como diz o Júlio Almeida, fiquei também muito satisfeito por o Sócrates não ter aceite a ideia de um outro convidado que, cônscio do problema da proibição, o tinha convidado a ir conversar e matar o vício, lá fora.

Imagénes et pensées personnelles

Então não é que só hoje é que me apercebi que o Guilherme Damas da Cunha tinha um blog!


A partir de agora podes contar com mais um cliente!

segunda-feira, maio 12, 2008

Festas!

A Tuna Universitária de Aveiro e a Cantante da Confraria Cultural e Gastronómica de S. Gonçalo encheram, mais uma vez, o Teatro Aveirense de virtuosismo e alegria.

Sucesso apenas ultrapassado pelo espectacular número de “stand-up comedy” que encerrou a récita. Um texto de ir às lágrimas.

Mais um enorme êxito das produções fictícias.

domingo, maio 11, 2008

A ASAE e a Política

Quem, como eu, tem a desdita de ter de almoçar com frequência fora de casa, tem certamente notado melhorias significativas no estado das instalações sanitárias, no cuidado e qualidade dos produtos que nos servem à mesa e na higiene das, quase sempre, inacessíveis cozinhas e despensas dos restaurantes, desde que a ASAE começou a funcionar.

Melhorias que, felizmente, se têm estendido por muitos sectores e actividades o que tem permitido que os consumidores nacionais, até aqui quase totalmente desprotegidos, se sintam progressivamente mais defendidos e confiantes na qualidade daquilo que consomem.

Esta admiração pelos préstimos da ASAE não invalida a minha opinião de que tem cometido excessos, que nada abonam em favor da missão que deve desempenhar e têm minado a sua imagem e autoridade.

Em devido tempo aqui tentei alertar para o ridículo de alguns desses excessos, coisa que, se bem percebi, o Sr. Presidente da República também tentou fazer (aliás com elevado êxito mediático) quando visitando a cozinha do “nosso” Convento de Arouca, onde assistiu a uma mostra de doçaria conventual, perguntou: “E, então, a ASAE ainda não veio cá?”

Reconheço que a imagem da ASAE ficou, desde o princípio, diminuída quando o seu Inspector-Geral foi apanhado a fumar onde não devia. E que essa imagem se deteriorou profundamente quando todos assistimos na televisão à preparação de agentes da ASAE à imagem de verdadeiros militares de operações especiais e da publicitação mediática de algumas “operações” que, a nosso ver, feriram profundamente a imagem pedagógica e discreta que a organização deveria assumir.

No entanto, a recente incoerência e atabalhoamento das respostas dadas pelo Sr. Inspector-Geral à divulgação pública de um documento que fixava os objectivos operacionais para as suas direcções regionais, deixam-lhe poucas saídas e o bom-senso exige que assuma as consequências dos seus actos. Evitando criar problemas a quem, nesse particular, pode decidir por si.

Mesmo achando necessária a existência de um Plano de Actividades Anual, não podemos concordar com o excesso de se quantificarem objectivos operacionais (metas ou resultados previsíveis como lhe queiram chamar) para os inspectores. E que tal documento tenha sido enviado, mesmo que por engano, num ficheiro informático para as direcções regionais.

Não podemos é aceitar que seja Paulo Portas, o tal das 62.000 fotocópias de documentos classificados, dos milionários contratos dos 12 helicópteros sem contrato de manutenção e dos submarinos, dos Jacintos Capelo Rego que recheiam as contas do seu partido, isto para falar apenas de alguns casos recentes que me vieram à lembrança, que, num mal ensaiado e inusitado ardor populista se utilize deste facto para dele tentar retirar dividendos políticos que sirvam para suster a, anunciada, derrocada do seu partido no próximo acto leitoral.

A menos que já esteja a preparar a sua estratégia eleitoral e que, à falta de argumentos políticos válidos pretenda, desta forma inqualificável, servir-se deste facto para reforçar a sua posição junto dos feirantes, onde amiúde faz a sua campanha. Estou mesmo a ver o slogan: "Votem em mim. Eu chateio quem vos chateia".

É absolutamente deplorável. Tão deplorável que pior só um cantor pimba de 3ª vir agora comparar a ASAE à PIDE, acusando-a de perseguir os cidadãos. Mesmo que esse pretenso cantor (e político) já tenha ocupado lugares de alto dignitário nacional no hemiciclo de Estrasburgo. E tenha saudades...

Mas não cremos que seja desta forma que consiga “créditos” que lhe permitam regressar. Mas nunca se sabe que, pelas “bandas” dele, anda tudo a saque.

sábado, maio 10, 2008

Fim-de-semana?





Anda para aí uma
chinfrineira que não deixa ninguém descansar!

sexta-feira, maio 09, 2008

Loud and clear!




Não sei de onde é que o José Mota estava a falar. Mas que se ouviu por cá bem, lá isso ouviu.

Paradoxos




A Câmara com
pessoal a mais...


O CDS-PP com
pessoal a menos!





Será que meteram demasiados militantes em tachos municipais?

quarta-feira, maio 07, 2008

Ecos da Assembleia


terça-feira, maio 06, 2008

Sones Detergeticum


Poligónica forma pró-dislate
ornitúrricaturra pró-falsete
sulfactídica amostra disparate
encefàlicoestèticorretrete


protossónico vate calafate
tripanado linfático filete
xadrezista charada chequemate
torniquete cacete cacetete

tartufácil engodo redundante
taralhoco barroco bipedante
apócrifo proscénio pró-toleima

leucocito bacilo obliterante
lexicólogo rícino purgante
pirotècnicotécnica almorreima.


Ary dos Santos

domingo, maio 04, 2008

Hoje há peru!

Não gosto nada de perus. Mesmo quando bem vestidos e recheados como o da imagem. Embora admire o seu porte altivo e goste de os ouvir gorgolejar.


Ainda por cima, como dizia o meu amigo Albano, dão uma péssima partilha: Um é pouco; Dois são demais!


Mas, como sabem, estão na moda pois dizem que as carnes brancas não fazem tanto mal à saúde. E, felizmente, a época vai propícia a aves. De capoeira que das de arribação temos fundados receios.

Se, por acaso, o almoço aí em casa for peru, aconselho-vos a levar o sacrifício até ao fim. Senão lá vão ter de andar toda a semana a comer as sobras do bicho.

Olhem. Conformem-se! E, para vos ajudar a digerir a ave, aí vai um poema, que Vinicius, o brasileiro que conhecia profundamente a alma lusitana, lhe dedicou.


Glu!Glu!Glu!
Abram alas pró peru!
O Peru foi a passeio
Pensando que era pavão
Tico-Tico riu-se tanto
Que morreu de congestão.
O Peru dança de roda
Numa roda de carvão
Quando acaba fica tonto
De quase cair no chão
O Peru se viu um dia
Nas águas do ribeirão
Foi-se olhando e dizendo:
Que beleza de pavão!
Glu!Glu!Glu!
Abram alas pró peru!


Um bom resto de fim-de-semana. E não se engasguem com nenhum osso, que o bicho é vingativo
.

sábado, maio 03, 2008

Love Project





Arroz e Música

sexta-feira, maio 02, 2008

Parabéns Comandante!


Esperemos que Aveiro não esqueça a mais-valia que a exemplar dedicação ao cargo deste Homem trouxe para a nossa cidade (e para o nosso distrito).

Perde Aveiro! Ganha o Departamento de Investigação Criminal da PSP!

Com todo o respeito que nutrimos pela natureza pessoal das lideranças, esperamos que o seu sucessor não desmereça o trabalho que Francisco Bagina vinha a desenvolver.

Estamos certos que tal acontecerá. A bem de Aveiro e das suas gentes.

quinta-feira, maio 01, 2008

BALANÇO PROVISÓRIO (34 anos depois)


Estamos mais gordos mais magros
talvez mais denso
ou mais pesado o nosso olhar
temos pressa de ternura
angústias de vez em quando
e umas contas de telefone atrasadas
para pagar.

Temos falta de cabelo
três ou quatro cicatrizes
sofremos de inquietação.
Muitas vezes nos disseram
como é rápido o deslize
mesmo assim nunca deixámos
de dar corda ao coração.

Daqueles que já partiram
guardamos silêncio e nome
e uma improvável mistura
de amargura e rebeldia
nas palavras desordeiras
que dizem redizem cantam
relembrando dia a dia
como é feita de azinheiras
a capital da alegria.

Muitas ondas já morreram
outras tantas vão nascer
muitos rios já se cansaram de correr até á foz
águas claras que se foram
outras águas se turvaram
e agora restamos nós.

Somos muitos somos poucos
calmamente radicais
sabemos vozes antigas
trazemos a lua ao peito
amamos sempre demais.

Neste caminho tomado
fomos traídos trocados
vendidos ao deus dará.
Nem por isso desistimos
e assim nos vamos achando
perdidos de andar às voltas
nas voltas que a vida dá.

Somos uns bichos teimosos
peixes loucos aves rindo
plantas poetas palhaços
e portanto resumindo
somos mais do que nos querem
estamos vivos
somos lindos.


José Fanha