Desculpa José!
Sob a batuta de Maria da Luz Nolasco, directora do Teatro Aveirense e com o apoio da Câmara Municipal de Aveiro foi decidido fazer vestir a estátua de José Estêvão da Praça da República “à escala do espaço público”.Ficámos indignados quando vimos que a tão propalada "intervenção artística" consistiu em colocar uma sobrecapa branca sobre a estátua do heróico combatente pela liberdade e tribuno impar (que tantas benesses trouxe para Aveiro) o que conferiu à imagem erigida por subscrição pública ao insigne maçon e filantropo aveirense, o ar de um marchante de antanho, envergando uma mal alinhavada bata oferecida por um dos seus fornecedores de carnes frescas.
Não podemos tolerar que, mesmo à luz de uma pretensa “cultura de avant-garde” tão avançada que a todos ultrapassa, se possa brincar com a imagem daquele que deveria ser um dos principais pontos de referência éticos e cívicos de todos os Portugueses.
A Dra. Maria da Luz, quando foi vereadora da cultura, já nos tinha surpreendido com a salga da Praça da República com sal tunisino. Desta vez suplantou-se a si própria.
Em condições normais esperaríamos que o nosso poder autárquico retirasse deste incidente as devidas consequências. Obviamente. Mas conhecendo-o como o vamos conhecendo estamos certos que, mais uma vez, vai assobiar para o ar.
posted by RM @ 5/17/2008 06:43:00 PM
22 comments
22 Comments:
Interessante as considerações que fez sobre José Estêvão, mais o facto de se lembrar que ele era Maçon…
Tenho a certeza que ele, esteja onde estiver, não ficou indignado por lhe terem enfiado uma bata de barbeiro, ou talvez, de boticário, não sei, como indignados ficaram, os Aveirenses de bom senso.
Ele deve olhar para a estátua e nem deve ligar à figura em que o puseram.
Vai é preocupar-se certamente e com tristeza, que a ignorância contra quem lutou, continua a ser uma erva daninha a grassar mesmo nas gentes, ditas da cultura.
As pessoas que quiseram ser a “cabeça de cartaz” na homenagem ao José Estêvão, devem ter pensado no melhor, mas não sabiam mais…
Deve ter havido reuniões e mais reuniões, sugestões do arco-da-velha, enfim, devem ter perdido dias, semanas, a pensar no assunto a ver o que seria melhor, para ele, e para nós.
Tal como o meu Amigo, eles e elas, devem ter-se lembrado que ele foi Maçon…
Assim, e sabendo que um Maçon é pouco dado a materialismos, lembraram-se então de realçar a nobreza, riqueza, e pureza do seu espírito…
Ora o branco… é sinónimo de pureza.
(No casamento a noiva vai vestida de branco e tudo, sinal de que são virgens, puras… Não se ria, eu bem sei que algumas são mentireiras!)
Portanto se o branco é pureza, veio-lhes à lembrança de lhe enfiarem uma farpela branca como a neve.
Ele pode não gostar dela, como a maioria dos Aveirenses não gostaram.
Mas ele, deve ter gostado menos ainda, já que, era pouco dado a palhaçadas, mas deve ter compreendido…
Afinal, ele melhor que ninguém sabia que a ignorância abraça toda a gente, mesmo as gentes que se dizem da cultura.
Deve estar neste momento a olhar para eles no conjunto, ou individualmente, não sei, e a lembrar-se do que dizia na sua Loja quando Iniciava um Aprendiz de Maçon, que penso teria sido mais ou menos assim:
Meu Irmão, procura todos os dias trabalhar essa “Pedra Bruta” que tens dentro de ti… Se o fizeres, se fores persistente, vais ver que ela começa a ganhar forma, e com o tempo começas a ver formas de ângulos escorreitos, mas mesmo que te apercebas disso, não te iludas, não pares, continua a trabalhar sempre, pára só quando vires a “pedra” totalmente lisa e cúbica....
Tenho a certeza que os mentores ou mentoras que enfarpelaram o José Estêvão, estão a “trabalhar-se”…
a procurar que os seus cérebros não continuem a debitar-lhes tantos disparates…
A não ser que, pensem que já são ângulos cúbicos, que são os melhores, e que já sabem da poda, porque simbolizam a cultura em Aveiro.
Mas seja como for, e por muito “pedra bruta” que sejam, darem ao José Estêvão uma bata de barbeiro, porra, isso não se faz, e não lembrava ao diabo!
Como é que eu fui perder esta? Ainda lá está?
Cara Didas
Infelizmente ainda lá está.
Raul Martins
Caro Dr.
Estimo a sua inteligência mas desta vez o meu caro amigo distraiu-se. O Élio gosta destas coisas e até as incentiva. Enquanto falarem mal de outros não falam mal dele. Não viu que na última AM ele deixou mis uma vez o Pedro Ferreira pendurado no caso da MoveAveiro.
O que interessa ao Élio neste momento é comprar os terrenos em Requeixo, para a "bolsa de terrenos do município" vá-se lá saber porquê.
Como o negócio é uma ofensa para todos os credores da Câmara especialmente os Presidentes de Junta e o preço é elevadíssimo, tudo o que servir para distrair é bom.
Ponha-se a pau.
Cumprimentos
NB
Se esta Cãmara tem imaginação, é criticada, se não têm é criticada na mesma.... definam-se, assim ninguem se entende.
Já agora e sobre os terrenos de Requeixo, "preços elevadissimos" porquê??? Então não sabe que a câmara é uma pessoa de bem, e que o valor a pagar é um valor justo, composto por uma avalição credivel, apoiada na legislação em vigor... alguma vez, o Dr. Élio ia comprar um terreno, ou varios, para constituir uma bolsa de terrenos, para depois os passar a patacos em negocios churudos com privados, sem que fosse uma operação perfeitamente cabimentada na lei, sem lesar os municipes??? Não passa pela cabeça de ninguem que asssim não seja.
Este tipo de operações, são justissimas, e a concertizar-se junta-se a uma outra operação recente, a perca de maioria no capital da PDA.
Duas operações, isentas, legais, e na qual nem perde o municipio, nem o municipe.
Francamente, a duvidarem, ainda, da competencia coligada. A não ser assim já andavam todos às cabeçadas e não andam...
Caro NB
Agora que o disse... fico a pensar...
Caro anónimo
LOL... mas não sei se todos compreenderão o sarcasmo...
Raul Martins
Os que vestiram o José Estevão não passam de uma cambada de imbecis!
Os que consentiram são uma cambada de BESTAS QUADRADAS.
E mais não digo porque senão isto era censurado.
Ouvi dizer que a estátua tem atrás, nas costas, uma etiqueta a fazer propaganda a uma firma qualquer.
Disseram-me que o nome inscrito é “Nobre”, mas tenho de lá ir ver para confirmar.
Então como é?
Conotaram-no com o barbeiro, farmacêutico, ou foi com os açougueiros?
Cpts
Uau! Aveiro deve ser uma cidade divertidíssima para viver! ;)
Grande falta de respeito ao seu Tribuno, à cidade e aos cidadãos.
Que mais poderemos esperar desta cambada que nos rege.
Caros anónimos,
Já tive de censurar demasiados comentários a este post.
Deixei passar alguns mas mesmo assim penso que em dois casos pisam o limite do razoável. Pode-se criticar sem injuriar. Embora eu compreenda os sentimentos daqueles que não podem perdoar a afronta feita a José Estevão.
Quanto aos comentários não publicados sobre a aquisição de terrenos em Requeixo gostaria de deixar claro o seguinte:
1- Acho interessante (e até importante) que uma Câmara equilibrada financeiramente crie "uma bolsa de terrenos municipais", adquirindo propriedades rentabilizáveis social, cultural, desportiva e, porque não, economicamente.
2- Esta criação de uma bolsa de terrenos deveria ser feita o mais equitatativamente possível nas varias freguesias, atendendo aos valores de investimento e aos projectos que as Freguesias tenham em carteira à espera de serem desenvolvidos, aproveitando boas ocasiões de mercado ou oportunidades que, às vezes, aparecem, devendo os Presidentes das Juntas interessados servir de "olheiros" destas oportunidades.
3- Não sendo este o lugar próprio para, no actual estádio das coisas, tecer considerações sobre a proposta de aquisição dos terrenos em Requeixo, feita pelo executivo na última AM (ponto que foi suspenso para visita dos membros da AM ao local) aguardamos que o sr. Presidente da Câmara reflicta no negócio e nos superiores interesses do município e... retire a sua proposta.
4- Coisa que, inteligentemente, a bem do concelho, já poderia ter feito quando na última Assembleia lhe dei essa oportunidade, mas a contumaz intempestividade e autocracia da Sra. Presidente da Assembleia impediu.
Cumprimentos
Raul Martins
Dr.
Leu hoje no Diário de Aveiro o artigo de Domingos Cerqueira?
José Estevão foi reduzido a um figurante de uma qualquer manifestação artística.
Considero a acção mais ignóbil a que uma Câmara Municipal poderia descer em Aveiro
Aveiro foi ofendido no que tem de mais sagrado.
A memória do seu mais querido, mais recordado, mais adorado e mais respeitado filho, enxovalhado em plena praça pública.
Os responsáveis por este crime ficarão na história de Aveiro por isto mesmo.
Quem fala assim não é gago.
No blogue do Júlio Almeida pode ler-se:
"O vereador Nuno Marques Pereira entrou a 'matar' no período antes da ordem do dia da reunião pública.
Não estaria, certamente, à espera era que a resposta da maioria fosse simplesmente ignorar as críticas e avançar com a ordem de trabalhos.
Élio Maia ouviu a intervenção do socialista, pareceu não gostar do tom mas deu ordens à sua equipa para não ripostar.
Inédito.
Se a moda pega, o debate político vai escassear por estas paragens."
Temos um presidente da Câmara que não fala, não responde, não faz NADA!
Aveiro fica hoje a ver passar comboios... e entretém-se a enxovalhar a memória de quem um dia conseguiu fazer passar o combóio por Aveiro (já que falamos do José Estêvão)
Bom dia Dr. Raul Martins,
Li à pouco no Diário de Aveiro a notícia desta polémica.
Parece que não há respeito por alguém que foi reconhecido e homenageado.
Oh Dr., se fossem administradores do Benfica, ver o Eusébio com traje cor-de-rosa... Seria pantera cor-de-rosa e não negra. lool
Abraço
Rogério Carvalho
http://www.diarioaveiro.pt/main.php?srvacr=pages_13&mode=public&template=frontoffice&layout=layout&id_page=4165
Meus senhores,
se tivessem realmente lido o manifesto explicativo, tal qual como eu li, tinham constatado que o "José Estêvão" está vestido com um CASACO igual ao que enverga em bronze, mas desta vez BRANCO, pela simples razão de estar associado ao nascimento, à liberdade, à Paz... Sim PAZ! Não guerra, que é o que está a acontecer, guerra de palavras!
Deviam preocupar-se com outros assuntos mais importantes em vez de andarem a mandar bitaites uns aos outros para terem protagonismo!
Os muros da ria andam a cair e ninguém faz nada...Já falaram disso?
Por amor de Deus, deixem a memória do José Estêvão em PAZ!
Se tivessem lido o manifesto, teriam lido que se trata de um casaco, mas as mentes mais reduzidas esteriotipam a ideia de barbeiro, ou talhante ou enfermeiro... E o MESTRE? Não usava bata branca também? Meus senhores, procurem aproveitamento POLÍTICO noutras áreas de interesse político. Não se aproveitem da arte para deitar abaixo os artistas de
Aveiro em vez de os enaltecerem. Aveiro nunca chegará aos calcanhares de uma cidade Cosmopolita e artística por causa de algumas mentes retrógradas.
Também vão fechar as portas ao CETA que faz 50 anos?? Vão impedí-los de intervir na cidade? Cresçam, como cresceu José Estêvão como HOMEM, com uma inteligência inigualável.
Aplaudo os que tiveram coragem de o homenagear!
E aplaudo o senhor Raul Martins se deixar colocar este comentário, porque o país também se faz de críticas construtivas e não só desconstrutivas.
Bem Hajam
Meus senhores façam uso da inteligência. Onde está a indecência da arte? De ver para alem do que se vê?
Meu caro anónimo,
A “arte” (mesmo quando legitima e verdadeira forma de expressão estética) não justifica tudo. Muito menos que, na busca de publicidade fácil, se ofenda a memória de quem merece ser respeitado. Como José Estêvão.
A Dra Maria Nolasco, como todos sabem, é fértil em ideias e, infelizmente, às vezes deixam que as ponha em prática. Foi assim que salgou em tempos a Praça da República com sal tunisino (não sei se é necessário um libreto para explicar o que significa salgar uma terra) e agora decidiu vestir a estátua de José Estevão (que como sabe não foi erigida pela Câmara de Aveiro mas sim com dinheiros de subscrição popular) com uma bata, casaca, sobrecasaca, o que lhe queiram chamar, com o nome do patrocinador nas costas.
Esta “artística” e desgarrada ”instalação” constitui um inaudito ultraje à memória de um homem de que Aveiro muito se orgulha e, por esse facto, vai colocar a Dra Maria da Luz nos anais da história aveirense, coisa que na sua ânsia de protagonismo há muito pretende atingir, mesmo que por maus motivos.
Se a Sra. Dra. quer fazer “instalações” faça um pedestal e coloque-se nele com roupa ou sem roupa, ou até com uma bata branca por cima da roupa, com uma canastra à cabeça ou em cabelo que nós comprometemo-nos, qualquer que seja a situação, a arranjar um texto intelectualizado a explicar o simbolismo do seu maravilhoso gesto de paz e liberdade. Até pode vestir a estátua da mulher nua que anda por aí de canto em esquina. Mas não podemos admitir que brinque com a estátua à memória desse que foi um dos nossos melhores.
Caro anónimo, não valem aqui os argumentos de que o povo não compreende a arte e que esta só pode ser apreciada por espíritos superiores, arredando desse privilégio as classes “inferiores”. E que só os verdadeiros espíritos “iluminados” conseguem discernir as “hodiernas” manifestações de ordem estética. Os aveirenses não são incultos (nem estúpidos) e sabem que não há nada que justifique este desgarrado “acto artístico”.
A Dra Maria da Luz tem a sorte de depender de um executivo frouxo. Senão há muito tempo que estaria a fazer “instalações” no seu quintal. A bem da cultura do nosso concelho.
E caro anónimo. Acredite que estou sinceramente preocupado com a situação do CETA. Assim como das outras organizações culturais do nosso Município. Mas parece que aqueles a quem verdadeiramente cabe essa responsabilidade andam atarefados a apoiar estas iniciativas e não têm tempo para outras realidades bem mais importantes (e urgentes).
Caro dizquesim. Como diz no seu perfil, de facto, o Sr. é um paradoxo.
Cumps
Raul Martins
Minha cara Lenore
Ainda agora era anónima e já mudou de nome? Não gostou da resposta? Olhe é a vida!
E encontrou um nome mesmo à sua medida de menininha taciturna de mal com a vida.
Bem podia ter escolhido outra personagem para encarnar. Mas esta fica-lhe bem. Aliás, para quem a conhece fica-lhe mesmo muito bem. O Roman Dirge, se a conhecesse, ficaria encantado.
Olhe sabe que mais. Vá fazer algum por conta do que lhe pagam. E escreva. Escreva sempre. Com menos erros se possível. Mas sei que nunca foi prendada para as letras. As suas prendas são outras.
Raul Martins
Bom dia alegria!
Olá Zé Bigodes, já me vieste visitar hoje? É que eu não te vi. Não consegui.
Quando vieres assobia!
Aquele abraço.
Pelas novas gerações, seria de felicitar que estas manifestações de interesse pela cultura fossem louvadas e não criticadas de tão má fé.
Defendo o trabalho deste jovem criador, meu amigo, que tem marcado pela diferença. Saiba o senhor, que a necessidade da dita publicidade barata é desnecessária, visto que este jovem já pisou várias terras, já levou o nome de Aveiro a ser escrito em vários artigos, já esteve presente no Portugal Fashion, já foi visto no grande ecrã.
Não será a sua falta de visão pela arte, uma desculpa para levantar uma crítica que vai para além dela mesma?
Não gostou deste manifesto, ou não percebe o porquê, tudo bem, nem todos temos a capacidade para ver para além de uma "bata", mas não critique este jovem criador se, o que o regeu a tal acto, só o apanhava por ricochete.
Cumprimentos,
Tatiana Marinho
Cara Tatiana,
Acho muito bem que defenda o jovem criador seu amigo. Que, acredite, não sei quem é, nem tão pouco me interessa.
Mas fico satisfeito por saber que tem marcado pela diferença e já levou o nome de Aveiro a ser escrito em vários artigos (por boas razões espero).
Agora não percebo o porquê desta sua manifestação de interesse pela cultura que por acaso escolheu logo o mais visível (por todas as boas razões) monumento Aveirense. E se tal criador seu amigo tem um genuino interesse pela arte (?) e não necessita de publicidade (barata) porque é que a bata tinha impresso nas costas a sua denominação comercial.
Mas como lhe disse nada tenho contra a actuação do dito criador a quem, sinceramente, desejo os maiores êxitos. Ele só fez aquilo que lhe competia na busca de notoriedade para os seus produtos. Que seria um golpe publicitário genial não fora com a utilização da estátua de José Estevão ter perdido clientes ou potenciais clientes que ficaram indignadas com o facto.
Quem eu condeno são os responsáveis políticos que colaboraram e autorizaram que este desrespeito à memória de José Estevão fosse cometido.
Cumprimentos
Raul Martins
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