sexta-feira, junho 29, 2007

Xarroco precisa-se!

Numa fugaz visita que hoje me fez, a minha andorinha confidenciou-me que está a ser preparada, em grande segredo, uma nova e grandiosa atracção turística, para Aveiro.

Não me soube dizer exactamente o quê é mas tem a ver com animais. Ora como não pode ser nenhum canil municipal (disso tenho a certeza porque sei o que aconteceu ao que estava a ser construído), só se for um zoo temático ou, quem sabe, um aquário.

E parece que não faltam animais. De carapaus de corrida a petingas, de tamboris a lacraus, de passarões a lesmas, de petinguinhas a baratinhas tontas passando pelas ratazanas e pelas alimárias do costume, há de tudo um pouco.

A coisa está-se a compor e o projecto parece ter o total empenhamento dos mais relevantes políticos locais. De tal forma que, segundo me disse, os dois líderes dos maiores partidos decidiram também contribuir para o acervo do equipamento. Um, disse-me a minha andorinha, ofereceu um bacalhau, peixe de águas frias e profundas e o outro, que é dos lados de Mira, zona de águas doces, tépidas e paradas, parece que prometeu um black bass ou, como por cá se chama, um achigã.

Parece que para o cardume estar completo só falta arranjar um xarroco. O que deve ser fácil dado não ser um bicho em vias de extinção. Se alguém quiser oferecer um é só dizer. Aveiro agradece.

PS. A minha andorinha, hoje, não vinha nada bem. Parece-me que anda por aí muita gente a fazer queixinhas por tudo e por nada e ela é muito temerosa. Só com o receio de ser ameaçada já anda a tomar xanax (e em doses cavalares).

De tal forma anda que fez questão de me frisar que o bacalhau oferecido é vivo. Porque senão, aquela malta que manda lá pela fábrica da telha, transformava-o logo em pataniscas. Isto na melhor das hipóteses para o bicho que parece ser alérgico à cebola crua.

Borregos!


Anda por aí um Borrego Bem-Humorado a balir.

Se forem à Ponte-Praça tenham cuidado, não vá o bicho marrar!




PS.- Sê Bem-vindo (se vieres por bem)

terça-feira, junho 26, 2007

Aceitam-se candidatos!




Vê-se por aí cada anúncio!

Hoje...



... acordei assim.

Devo estar a precisar de férias!

sexta-feira, junho 22, 2007

Cronograma!



Julho, Agosto, Setembro, Oitembro ...

Silly Season





Não se lê nada de jeito
. Será do tempo?

quinta-feira, junho 21, 2007

Sábio é aquele que se contenta com o espectáculo do mundo!

Estes lisboetas têm a mania de copiar os nossos bons exemplos!


Felizmente não conhecem a lista de todos os ingredientes necessários. Senão ainda íamos ter uma campanha vencedora.



As nossas desculpas ao Fernando António, ao Fernando Nogueira, ao Fernando Pessoa, ao Álvaro de Campos, ao Alberto Caeiro, ao Ricardo Reis, ao …

Fonseca, traz-me um copo de água para regar o mangerico (há que anos eu não ouvia isto).

Á espera de Godot!




Se é para esperar...

... mais vale esperarmos sentados.

Embustes...





... ou caldeiradas?

domingo, junho 17, 2007

Triste e desolado! Destroçado até!

Caros amigos,

Desculpem vir para aqui chatear-vos, como se já não bastasse o mau tempo, para vos estragar o fim-de-semana. É que fui dar uma volta mas não encontrei ninguém que quisesse compartilhar as minhas mágoas e necessito, desesperadamente, de desabafar.

Estou com o coração completamente destroçado. E sabem porquê? Zanguei-me com a minha andorinha! Não acreditam? Acreditem, porque é a mais pura e triste das verdades!

Não é que me vá fazer muita falta. Aliás a amizade com a minha andorinha só me tem trazido dissabores pois, como certamente já notaram, ela é muito mentireira e eu, que sou o rei dos crédulos, caí há tempos na asneira de publicar algumas das intrujices que ela me contou. Como certamente se lembram, saltou-me o Carmo e a Trindade em cima. Apanhei tantas que ainda ando com um ombro dorido e, como a idade não perdoa e eu já não tenho barriga para caldinhos, não quero repetir a dose.

Mas, como dizia, não é que a magana me vá fazer grande falta. Mas que querem! Já me tinha habituado às suas brejeirices e adorava vê-la esvoaçar à minha volta. Gostava de lhe apreciar o voo ágil e, mais que tudo, faz-me falta a adrenalina que os seus perigosos voos rasantes me davam a provar. De tal forma que até tinha apanhado e guardado umas libelinhas para lhe preparar o jantar de hoje que, nem sei bem porquê, é dia assinado para as andorinhas, corvos e outros pássaros de farda preta.

A zanga começou com uma coisita de nada. Quando, à sobremesa, nos deliciava-mos com uns ninhos de abelha que, com carinho, lhe tinha preparado (e que, por acaso, tinham a massa folhada estaladiça, como ela gosta) calhei em perguntar se tinha ido até S. Jacinto, onde sei que vai amiúde, desde que um andorinhão bem apessoado e de gorjeio meloso, por lá lhe anda a arrastar a asa. E não perguntei apenas por perguntar. É que prometi levar o meu carro a passear até S. Jacinto na embarcação que por lá está amarrada a criar mexilhão. E promessas são promessas. Ora o solstício de Junho esta aí à porta e no Inverno, menos dado a dias bonançosos, tenho algum receio de fazer a travessia, não vá o diabo tecê-las e salgar-me a carripana.

Ela disse que sim e que até tinha umas novidades para me contar. Segundo disse, anda grande azáfama num barco que está, há manga de tempo, para começar a operar (ela não soube dizer o nome mas cheirou-me logo que era o ferry-boat) e que até tinham mandado vir uns senhores da Figueira para o pôr a funcionar. Escaldado como estou com as suas mentirices, fiquei logo de pé atrás e comecei a desviar a conversa, pois parece-me que não faz grande sentido mandar vir gente de tão longe, quando há por cá tantos profissionais com capacidade para, em três penadas, resolverem o assunto.

Mas quando a ouvi dizer que quem anda por lá a dar ordens como se fosse o dono já não é aquele senhor alto, simpático e com os dentes bonitos mas, um outro, assim para o mal encarado e de bigode, que, ainda há pouco tempo, nada tinha a ver com a empresa proprietária das embarcações, comecei a ver que a minha andorinha estava a descambar para a costumeira intrujice, enfiei o gorro de lã que a minha tia Efigénia me tricotou e escondi as orelhas, para não ouvir mais nada.

Isto porque ninguém se acredita (nem eu que sou o papa dos crédulos), poder estar-se a desenvolver este processo que, ao que a minha andorinha me disse, está a dar largos e apressados passos, sem que, previamente, se tenha dito qual o impacto e qual a solução que foi estudada e se pretende seguir, por forma a gerar mais-valias para o município, como nos foi prometido. Nem, ao menos se sabe, se de uma parceria
, concessão, extinção ou alienação se está a tratar. Ninguém se acredita que tudo esteja a ser feito no segredo dos Deuses e que só depois do processo concluído é que será presente aos órgãos decisores. Não para aprovação da forma e do método mas, tão somente, para ratificação do que foi acordado. Ratificação que, como de costume, vai ter o aplauso solitário da maioria reinante.

Impensável, disse-lhe eu em voz alta. Não posso crer que estejam a decorrer negociações desta índole numa empresa municipal e, eventualmente, se estejam a assumir compromissos, sem que o executivo municipal seja devidamente informado! Então e a clareza e a transparência que deve presidir à gestão da “coisa pública” exclamei! Não pode ser. Não acredito!

A minha andorinha ficou ofendida por eu não acreditar nela e por estar sempre a contrariá-la. Palavra puxa palavra, que sim, que não, que o negócio estava quase feito, que não podia ser, que a tal empresa já andava a falar com os trabalhadores, que tinha compreendido mal, que até já andava a assumir as despesas das reparações, que isso era uma refinada aldrabice, (...) até que acabámos por nos chatear.

A minha andorinha estava apopléctica. De bico cerrado e olhar irado resmungou uma desculpa e nem à francesa se despediu. Arrancou mais rápida que o TGV e desapareceu. Num ápice! Nem para trás olhou quando, já meio arrependido, a chamei. E eu fiquei para aqui. Triste e desolado! Destroçado até! Por uma coisa de nada! Mais valia ter fingido que acreditava nela e ter ficado mudo e calado!

Até porque, se calhar, ligeira como é, entendeu tudo mal e o tal senhor é apenas um novo funcionário, contratado pela tal empresa municipal para tratar dos assuntos dos barcos. Mas nisso é que eu não acredito de maneira nenhuma
porque, aqui há dias, ouvi prometer (isso posso jurar porque o escutei com estes ouvidos que a terra há-de comer), que se ia reduzir o pessoal do grupo municipal. E, quem o disse, é gente de cumprir promessas!

sábado, junho 16, 2007

Está tudo muito Morto!



- Novas oportunidades para os agricultores da Lezíria?


- Depois queixem-se do aumento da inflação!


- Outro que já não pode ser candidato!


- Antes sem roupa do que sem selim!


- É mais seguro circular acompanhado! Mas se vier sozinho, arranjamos-lhe companhia.


- A fruta está cara, não está?


- Também sentiste alguma coisa?


- Espreitar a outra margem.


- Bom fim-de-semana!

sexta-feira, junho 15, 2007

VISTORIAS

Quando hoje se fala tanto da falta de condições higio-sanitárias de certos equipamentos municipais, lembrei-me de um telefonema que vi ou ouvi (não foi a minha andorinha que me contou, isso tenho a certeza), entre um antigo colaborador de uma instituição que dirigi, já lá vão mais de 20 anos (S) e um conhecido autarca (M).

Apesar de conter algumas pérolas linguísticas impróprias para menores, espero que sirva para saberem como é que este, à altura, destacado militante do PSD, resolvia os problemas resultantes das vistorias sanitárias a uma empresa de pescado da sua família. Ora vejam e aprendam (se gostarem do estilo).

M - Sim!
S - Estou, Sr. M.! Como está?
M - Ó Sr. Dr., já recebeu aí o tal relatório?
S: O relatório do IGAI ... (dirigindo-se a terceiro: pergunte-me ali se está ali o relatório... - imperceptível-)
M - Mas, agora, há aqui outra coisa relativamente àquilo que o senhor mandou!
S - Diga, diga!
M - É que aqui diz assim: “Os representantes do IDICT e da Autoridade de Saúde sugerem"!
S - Não! Se o senhor vir...
M - Não há aqui nenhuma ordem!
S - Não! No fax que eu lhe mandei...
M - No fax que o senhor me mandou... - ora pegue lá, se faz favor, se o tiver aí à mão! - ...
S - Estou! Tenho aqui sim...
M- Então, o que é que diz?
S - “No seguimento do nosso telefonema e para que possa analisar, junto envio a cópia do Auto de Vistoria, 14 ..., onde da parte do IDICT e da Autoridade..."...
M - Não, mas... mas leia o relatório... o relatório que foi feito pelos representantes do IDICT e do Aut...
S - “Os representantes da Autoridade de Saúde sugerem...”
M - Sugerem!
S - Exactamente!
M - Mas o que são sugestões?! Não são ordens!!!
S - Ó...ó...ó Sr. M...
M - Desculpe lá! Ó Dr., desculpe lá!
S - Ouça, mas...
M - Desculpe lá, ...isto é urna sugestão!
S - Sim...
M - Não é uma ordem para fazer num prazo tal!!! Desculpe lá!
(...)
M - Tem alguma ordem de prazo?! Mande-ma, se faz favor! Se tem, mande-ma, pá, que eu não tenho aqui, pá! Eu ... - ouça! - ...eu admito perfeitamente que aqui não estejam a cumprir! E, se não estiverem, a razão é vossa! Mas, perante isto, não me parece!
S - Não sei, já... isso já é...
M - Não sabe, porra???!!! Então o Dr. está aí e não sabe, caralho???!!!
S - Já... já é uma questão de...de...de...de entendimento jurídico, não é?
M - Entendimento jurídico, o quê???!!! Uma sugestão???!!!
S - Ó Sr ó Sr. M., ...espere aí espere aí! Desculpe-me lá, eu mandei-lhe a folha dois e três, falta a... Na última folha,
M - Ora, um momento!
S - Veja-me a última folha desse Auto!
M - Ora, aqui está: “Os representantes não sei o quê...” ...e depois?
S - Sim, sim, mas, na última folha,...
M - Qual última folha?
S - ...na última, antes das assinaturas, na folha dez, dez...
M - Dez, dez...
S - Não está aí no Auto que lhe mandei...
M - (Dirigindo-se a terceiro: Folha dez, dez, pá!) ...Não me mandaram dez, dez! Tenho nove, dez; oito, dez; ... (Dirigindo-se a terceiros: Ora, vê lá se está aí alguma dez, dez!)
S - Dez, dez!
M - dez, dez... não está aqui nenhuma, pá!
S - Ó Sr. M.,
M - Isto foi o que veio!
S - Não, não, que eu, agora, mandei-Ihe só a oito e nove, onde está feita a referência a esses...
M - Pronto! Então, mande-me lá a dez, dez, pá!
S - A dez/dez diz assim, no último parágrafo,: ‘No que respeita às anomalias...
M - Mas mande-ma, se faz favor, então, também!
S - ...apontadas...
M - Mas diga lá, então, o que é que diz na última, dez, dez!
S -... “No que respeita às restantes anomalias apontadas, que visam a melhor das condições estruturais, face à natureza e dimensão...
M - Sim...
S - ...bem como do estado físico das câmaras frigoríficas...
M - Sim...
S - ... de conservação de congelados, é entendimento dos peritos poder vir a ser concedido...
M - Poder vir!
S - .. um prazo até trinta de Março de dois mil e três, para apresentar à Entidade Coordenadora o respectivo projecto das alterações.”
M - Poder! Mas aí não... não... não manda, pá! Desculpe lá, pá!
S - Ó Sr. M.,...
M - Desculpe lá! Aí não está dado nenhum prazo para isto! Mas ó...ó...ó Dr., desculpe lá, caralho! O senhor sabe ler, eu também! Não é preciso sermos juristas! Não há aqui, que eu saiba, nenhuma ordem concreta: “Até tantos do tal, isto tem que estar feito, sob pena de... “!
S - Pois mas isso...
M - Como?!
S - ...repare...no...na...em...em sede...em sede de...de...de uma vistoria, o procedimento que se costuma ter é assim! Depois, a Entidade Coordenadora é que lhe vem a definir um prazo de...
M - Ó Dr., mas onde é que há alguém que tenha definido o prazo?! Desculpe lá, mostre-me isso, para eu ter a ...para vos dar razão, pá!
S - ... ... Sr. M.,...
M - Eu quero-vos dar razão, pá, mas...mas tem que me dar documentos! Se não me der documentos, como é que eu lhe dou razão???!!! Mas mande lá...a dez, dez! Isso aí não determina nada. Desculpe lá, pá!
S - ... Repare que... a única coisa que há, por essa ordem de ideias, nem deviam ter marcado a vistoria! Nem deviam ter mandado...
M - Ò... ó... ó... ó Sr. Dr., ... ó Sr. Dr., eu também mando fazer vistorias, caralho, pá!!!
S - Eu sei que sim...
M - E a gente, para fazer vistorias, tem que dar um prazo!!!
S - Exacto...
M - (gritando): Tem que dar um prazo, findo o qual... - ouça! - (...)
S - Mas, ó Sr. M., não... a fábrica não foi encerrada, a única coisa que...
M (gritando) - Não, o quê?! O senhor encerrou os frigoríficos, como é que trabalham???!!! O peixe está lá todo dentro!
S - Não, ainda tem muito aqui no coiso ... segundo me disseram,...
M - Tem muito aonde???!!!
S - ...ainda tinha muito peixe aqui! Da outra vez, transferiram ainda estavam a trabalhar com o peixe da F…!
(...)
M (gritando) - Ó...ó...ó Dr., mas aqui pode perigar???!!! Mas... - dá-me licença?! - ...mas pode perigar ...uma merda que está a funcionar mal há um ano e tal e que vocês não deram uma data limite para reparar???!!! Pode perigar???!!!
(...)
M (gritando) - Eu digo-lhe esta merda à sua frente, à frente do Secretário de Estado, do Ministro e do Primeiro-Ministro! O senhor é um burocrata!
S - Ò Sr. M….,
M (gritando) - O senhor não está a perceber o que eu lhe estou a dizer, caralho!
S - Não estou a perceber, não.
(...)
M (gritando) - O senhor é uma merda, que não devia estar nesse lugar!... porque... sabe porquê?, porque o senhor não tem cabeça para pensar!
(...)
S - ...mas sem cabeça, continuo a ser educado com o senhor!
(...)
M (gritando) - OIhe, vá bardamerda, que não estou para o aturar!
(...)
S - Está a ver...? Mas, apesar disso, sou educado.
M - (dirigindo-se a terceiro) : Vá chatear o caralho!!! Quem é este gajo, pá?!
Voz masculina - É ...um merdilheiro qualquer.
(...)

Infelizmente por mais voltas que dê à cabeça não me lembro onde é vi esta transcrição, nem do nome do tal senhor. Mas hei-de-me lembrar. Quanto mais não seja para lhe podermos telefonar para lhe pedir para vir dar uma mãozinha aos nossos autarcas se, por cá, surgirem problemas parecidos.

Criar Sinergias!




Depois de um bom banho de cultura!








Nada como uma boa sauna para relaxar!





Espero que este post cale, definitivamente, todas as bocas anónimas e maledicentes da plebe rústica e esfaimada que, à míngua de algo útil para fazer, vem para aqui entreter-se a comentar a não existência de uma estratégia para o funcionamento dos equipamentos (e das empresas) municipais. É que, como neste caso é bem visível, há uma estratégia!

quinta-feira, junho 14, 2007

Cuidado José!


Com a febre de poupança que por aí anda, depois de te fecharem o mercado, ainda te transferem para uma Junta.

Se um senhor muito simpático e de ar sofrido quiser dialogar contigo põe-te a pau. Senão ainda vais parar ao largo da Feira de Eixo
!


Quem te avisa teu amigo é! Olha que, entre nós, os democratas estão a ficar fora de moda!

DE CARAS!

Também sou a favor da opção Alcochete.

E não é por poder ir, pela manhã, ver os treinos do Sporting (enquanto a patroa faz compras no Freeport) e regressar a casa antes do almoço.

Não é pelo facto do Estado (que sou eu também) ir fazer uma pipa de massa (mesmo sem fazer grande especulação) com os oito mil e tal hectares do campo de tiro, que não servem para mais nada e só têm dado prejuízos e chatices.

Nem sequer é por ter em carteira umas acçõezitas da Sonae Turismo, GES e da Lusoponte (e do BCP também).

Basicamente é por questões de segurança!

É que se aparecer por lá algum avião desencabrestado, não é preciso chamar os bombeiros. Basta chamar os amadores. Que eles pegam-no. De caras!

Nota: E os ecologistas vão ficar muito satisfeitos. Agora é que vão acabar com as montarias aos javalis, no campo de tiro.

Da margem esquerda da vida


Da margem esquerda da vida
Parte uma ponte que vai
Só até meio, perdida
Num halo vago, que atrai.

É pouco tudo o que eu vejo,
Mas basta, por ser metade,
Pra que eu me afogue em desejo
Aquém do mar da vontade.

Da outra margem, direita,
A ponte parte também.
Quem sabe se alguém ma espreita?
Não a atravessa ninguém.


Reinaldo Ferreira

terça-feira, junho 12, 2007

INTERLÚDIO


Enquanto o tempo não dá ...


... o Margem Esquerda é feito pelos seus leitores!

CALÚNIAS

Recebi, da Sra. Arquitecta Sónia Pires Pereira, o email que abaixo reproduzo na esperança de poder contribuir para que o vilipêndio que foi lançado sobre a sua honorabilidade e a da sua família possa ser rapidamente liquidado, embora saiba que as calúnias são como as penas que saem de uma almofada rota. Mesmo quando queremos, nunca as conseguimos recuperar todas para as voltar a pôr de novo na almofada. Não conheço a Sra. Arquitecta mas, creiam, fiquei extremamente bem impressionado com a forma como soube lidar com esta infeliz situação. E aqui lhe deixo toda a minha solidariedade pessoal e política.

Para além disso, este caso demonstra os malefícios que o anonimato pode causar à blogosfera e o cuidado que aqueles que dão a cara pelo que escrevem têm de ter, relativamente à confirmação dos factos que relatam, não se deixando iludir (o que às vezes mesmo de boa-fé pode acontecer), por pretensas notícias sensacionalistas que alguns “bem intencionados” pretendem "vender", escondendo as verdadeiras razões subjacentes às suas cobardes delações.

Neste caso concreto para além de ter recebido via email uma hiperligação para o referido blog, foi aqui colocado, num recente post o seguinte comentário anónimo (que como normalmente publiquei), suponho que com o intuito de me envolver no caso (o que aliás aconteceu com outros bloggers):

O que é que é isto?
Ninguém denuncia? Aliás, ninguém questiona sequer?
Há oposição ou não há?

A cujo desafio respondi da seguinte forma:

Caro 1º anónimo
Se tiver elementos concretos e fidedignos, envie-mos por email. Comprometo-me a levantar o problema em sede de AM, aliás como normalmente tenho feito aos assuntos que selecciono entre os que me são remetidos e cuja confidencialidade escrupulosamente respeito. E se considera existir crime, nada melhor do que assumir e linkar o post aos serviços da PGR ou PJ.

Fico contente por ter agido desta forma. Quase tão contente como de estar agora a reproduzir o email que a Sra Arquitecta Sónia Pereira me enviou na esperança de, dentro das limitações deste blog, poder contribuir para a reposição da verdade.


Dr. Raul Martins

Em consequência da noticia caluniosa "Câmara de Aveiro - Tudo em família?!", no blog Aveiro debaixo de Olho, coloquei um comentário, no mesmo, com vista a esclarecer a verdade.
Tendo em conta que no seu blog manifestou interesse em esclarecer a verdade, envio em anexo o referido comentário para conhecimento.

Atenciosamente,
Sónia Pires Pereira


Uma calúnia abjecta e cobarde

O texto acima “Câmara de Aveiro - Tudo em família” é uma calúnia abjecta e cobarde. É uma calúnia, porque inventa factos (que sabe que não são verdadeiros) com a única intenção de me denegrir e prejudicar. É abjecta, porque não olha a meios, não hesitando em envolver pessoas sérias e de bem. É cobarde, porque é feita sob o anonimato típico dos incapazes e dos medíocres.

Para que conste (e porque quem não deve, não teme), esclareço:

1.No processo de obras n.º 625/1991, foi emitido o alvará de licença de construção n.º239/2004, que apenas permitia construir um edifício de 4 pisos mais aproveitamento de sótão.

2. O promotor do edifício apresentou em 29/06/2005 um projecto de alterações para construir mais três pisos, a que validei um parecer técnico desfavorável. Esse projecto foi indeferido por despacho superior dado em 3/11/2005.

3. No mês passado a obra começou a crescer clandestinamente tendo sido prontamente embargada em 30/05/2007.

4. O autor do projecto é o Arq. Jorge Manuel Lopes Paixão, que não é o meu marido, nem com ele trabalha ou colabora de alguma forma.

5. NUNCA dei um parecer sobre qualquer projecto do meu marido, Arq. Nuno Pereira. E fi-lo não apenas em cumprimento da lei, mas também por imperativos óbvios de consciência e de rigor.

6. O meu sogro não é, nunca foi, nem pretende ser, o proprietário do prédio em questão. Nada tem a ver com negócios imobiliários ou de construção e é apenas proprietário da casa onde mora, em Aveiro. Foi indecente e inqualificavelmente arrastado para este blog por quem não tem escrúpulos em sujar o nome de pessoas honradas e muito respeitadas e que, seguramente, tem muito mais provas dadas na comunidade a que pertence do que o infame autor deste texto.

Como não espero que o autor do texto acima se retracte e se desculpe (para isso era preciso que tivesse a espinha dorsal, a consciência limpa e a coragem dos homens sérios), e o meu direito à indignação será levado até às últimas consequências. Informo por isso os leitores que irei apresentar imediatamente no Ministério Público de Aveiro uma queixa-crime contra o auto-intitulado “Auditor” pela prática de um crime de difamação previsto e punido no art. 180.º do Código Penal, com as agravantes previstas nos art.ºs 183.º e 184.º do mesmo Código. Essa queixa-crime irá ser igualmente subscrita pelo meu marido e pelo meu sogro. E será levada até ao fim.

Sónia Pereira, Arquitecta

sábado, junho 09, 2007

Muitos prometem. Nós cumprimos!

Desde que a estratégia de recuperação financeira foi apresentada já foram poupados trinta e três mil e setenta e seis euros e foram arrecadados duzentos e trinta e um mil quinhentos e trinta e dois euros e cinquenta cêntimos.

E, sem afectar os cidadãos, associações, colectividades ou Juntas de Frequesia, estamos a cumprir os objectivos fixados.

Da forma como as coisas estão a correr e com um bocado de sorte julgamos ser possível, ainda este ano, conseguir pagar a 1ª prestação da dívida ao Beira-Mar (que bem precisa).

Ainda não sabemos é como vamos conseguir manter esta média com a tesouraria fechada aos sábados e aos domingos.

Uma coisa de cada vez. Veremos isso na próxima 2ª feira. Até lá bom fim-de-semana.

quinta-feira, junho 07, 2007

Estádios e Estádios!

Depois de ter visto, na televisão, o ambiente que rodeou a vitória do Chelsea na final da Taça de Inglaterra, senti um súbito desejo de conhecer o novo Estádio de Wembley.


Prometi a mim mesmo ir lá antes que o Verão Britânico aperte e aproveitar para revisitar a capital da Velha Albion que, embora ainda seja um pouco cedo para os saldos tem, nesta altura do ano, um encanto muito particular.

Mas, como os preços da viagem e da estadia estão pela hora da morte, estou à espera que alguma empresa me mande lá em serviço e, obviamente, pague todas as minhas despesas (algum pocket money para umas lembrancitas também não cairia nada mal).

Estou certo, que nessa visita a Wembley, não só colherei imensas ideias úteis que, certamente, se irão repercutir favoravelmente nos resultados futuros da empresa que pagar a minha deslocação e estadia, como ainda poderei tentar, imediatamente, retirar (avultadas) mais-valias do investimento, vendendo ou franchisando alguma ou algumas das óptimas ideias que tenho em carteira e cuja eficácia está testada, para a rentabilização daquele imenso elefante branco.

À cautela já tenho comigo 4 receitas para cozinhar caracóis e espero, ainda hoje, arranjar os contactos do Mestre Alves. O meu amigo Salavessa queria-me dar 30 toneladas de trotil para eu levar, mas acho que, da forma como isto anda, não me vão deixar transportar esse material no avião.

Aguardo (ansiosamente) pelo contacto de alguma empresa interessada (pública, municipal, privada, ou de qualquer outro sector não interessa)! Só não aceito convites de empresas que queiram pregar um calote à agência de viagens, que o dono é meu amigo!

Estou disponível para me sacrificar pelo interesse público (ou privado tanto faz)!

Vai ser uma viagem espectacular!

Apertar o cinto!


Em nome do Pai?

Do Filho?

Ou do ...?




Imagem "roubada" ao Tugir

terça-feira, junho 05, 2007

Estratégias?


Estratégia para recuperação financeira?

Bíblias!



A Sagrada é, seguramente, o Livro mais lido pelas pessoas.

A nossa arrisca-se a ser o livro de que as pessoas mais se riram.

As 29 medidas!

Ando com azar!

EMA, EMA, EMA. Como se chama o branco do ovo?

As contas da EMA relativas ao exercício de 2006 acabaram por ser aprovadas. O resultado líquido negativo do exercício apresentado foi de 849 mil euros, quase tanto como a dívida que a empresa tem para com o Beira-Mar.

Estes resultados que seguem o "padrão de resultados" verificados desde 2004, apresentam, segundo o administrador da empresa, algumas melhorias relativamente ao ano anterior.

Para que os leitores do Margem Esquerda possam aferir da veracidade destas declarações, apresentamos, sem comentários, alguna excertos da Certificação Legal de Contas efectuada por uma (re)conhecida Sociedade de Revisores Oficiais de Contas da nossa praça.

(...)
Reservas

7. A aplicação, no exercício, das Normas Técnicas e das Directrizes de Revisão/Auditoria aprovadas pela Ordem dos Revisores Oficiais de Contas foi limitada pela circunstância de na época desportiva de 2006/2007, os lugares do Estádio Municipal de Aveiro cuja exploração está atribuída à EMA por força do protocolo existente com o Sport Clube Beira-Mar terem sido comercializados directamente pelo Clube. De acordo com o Conselho de Administração da EMA as verbas provenientes dessa comercialização destinam-se à liquidação total ou parcial dos valores que a Empresa se encontra obrigada a pagar ao Clube, nos termos da cláusula 12.ª n.º 4 do protocolo celebrado entre ambos em 9 de Setembro de 2003. Os procedimentos que foram adoptados pelas partes para controlo das operações descritas não nos permitem validar os proveitos reconhecidos pela EMA a este título.

8. Do nosso exame anotamos ainda que, tal como consta no Relatório de Gestão "foi contestado, junto dos competentes serviços da administração fiscal, o valor da avaliação efectuada ao Estádio Municipal de Aveiro, valor relevante para efeitos tributários, nomeadamente liquidação de Imposto Municipal sobre Imóveis". Face a tal contestação, a Empresa não reconheceu este Imposto que é devido desde o início da utilização do Estádio. Se o tivesse feito com base na avaliação já efectuada pelos serviços fiscais, os resultados do exercício viriam agravados em cerca de cento e setenta mil euros e os capitais próprios seriam afectados negativamente em cerca de oitocentos mil euros.

(...)
Ênfases

10.1. Tal como referido no Relatório de Gestão, existem diversos processos judiciais em curso cujo desfecho poderá implicar encargos adicionais para a Empresa. Face à informação que nos foi disponibilizada, não nos é possível quantificar o passivo contingente à data de referência das demonstrações financeiras.

10.2. A comparação das cifras do resultado do exercício corrente com o resultado do exercício anterior deve ter em consideração que, tal como referíamos na Certificação Legal das Contas relativa ao exercício de 2005, o resultado líquido daquele exercício se encontrava subavaliado em cerca de duzentos e cinquenta e nove mil seiscentos e vinte e sete euros, pelas razões aí descritas.

10.3. Entendemos que, face ao nível dos capitais próprios constantes no Balanço apresentado, ao carácter deficitário do desempenho económico da Empresa e ao facto de ainda não se encontrarem definidos os termos da renegociação do protocolo celebrado com o clube residente, o desenvolvimento do projecto empresarial está bastante dependente da estratégia da Empresa e de adequado suporte financeiro a efectivar pelo accionista. (...)

Tirado a ferros!

Após uma prolongada e dolorosa gestação de 18 meses, parece que o parto vai ser hoje.

Tendo em conta o exagerado desenvolvimento da criança, estamos certos que o parto não vai ser normal e que, para aliviar as dores, não vai bastar uma epidural.

Vai ser necessária uma cesariana. E com anestesia geral!

Esperemos que o bebé seja escorreito e os pais fiquem bem. E que não surjam complicações pós-parto!

sábado, junho 02, 2007

Dores de Cabeça

Quando me lembro:

- que há professores do ensino superior, há mais de 3 dezenas de anos, que sempre ganharam (como manda a lei), dois terços do vencimento por não estarem em regime de exclusividade (embora as suas obrigações sejam iguais aos que estão nesse regime), resistindo à utilização dos conhecidos "esquemas" para ludibriar a legislação em vigor.

- que há cidadãos que (como manda a lei), declaram as senhas de presença que auferem nos organismos a que pertencem (algumas das quais não dão para a deslocação), para efeito de tributação em sede de IRS.

- que até há autarcas e gestores públicos a quem está distribuido automóvel de serviço e uso particular, que (como manda a lei) pagam IRS pela utilização do veículo.

- que entre nós ainda há gente que vai pagando os (muitos) impostos a que estamos sujeitos (como manda a lei) ... e leio isto, ... fico com dores de cabeça.

Felizmente tenho amigos que tudo fazem para me desanuviar a carola!

ACORDOS - 1 (DA 1/6/2007)

Na reunião da Assembleia Municipal realizada a 14 de Maio, a Câmara Municipal de Aveiro apresentou, para apreciação e votação, uma proposta de acordo a celebrar com a Sociedade Aveirense de Higienização de Sal Lda. (SAHS) e a sua participada Vitasal-Indústria e Comércio de Sal, Lda., (Vitasal) que havia sido aprovada pelos vereadores da Coligação em reunião ordinária privada da CMA, realizada a 16/04/2007.

Este acordo acabaria por ser aprovado com os votos dos deputados municipais do PSD e do CDS-PP e os votos contrários dos deputados da oposição, tendo o Partido Socialista feito registo de voto de vencido nos termos e para os efeitos previstos no art. 93º da Lei das Autarquias.

Opusemo-nos vigorosamente a este acordo, que consideramos não defender adequadamente os interesses municipais e tencionavamos, apresentar os nossos argumentos publicamente. Quando suspendemos o artigo de opinião que tínhamos para publicar, em virtude do respeito pelo luto que se abateu sobre o nosso Presidente da Câmara, fomos surpreendidos por um artigo em que a gerência da Vitasal, sem razão aparente, asseverava que, do acordo celebrado, não irá retirar “benefícios indevidos à custa do Município” (naquilo que entendemos um remoque à posição do PS na Assembleia Municipal) e que teria sido “seriamente lesada”, uma vez que os terrenos que lhe foram prometidos vender têm hoje um valor de “cerca do dobro do valor considerado pelas partes no acordo agora alcançado”. Nesse artigo critica ainda violentamente a actuação da CMA que acusa de ter impedido a empresa de “gerar riqueza”, afirmando que esta tem tido um comportamento “verdadeiramente inaceitável para um município que deve dar exemplo de cumprimento das suas obrigações, de modo a poder exigir o mesmo aos seus munícipes”.

Face a estas graves acusações, perguntei ao executivo camarário, em sede de Assembleia Municipal, se iria responder a estas acusações, já que a bem da transparência, da clareza e da boa-fé que devem nortear a gestão da coisa pública, conviria que o executivo camarário, possuidor de todos os elementos do processo, explicasse, pormenorizadamente, tudo o que se passou neste acordo, uma vez que o silêncio poderia significar a implícita assumpção de culpa pois, como diz o nosso povo, “quem cala consente”.

Uma vez que a Câmara, até ao momento, nada disse e avulta a ideia de que já nada dirá sobre o assunto, alguém tem de o fazer para que seja preservada a honra colectiva de todos os munícipes Aveirenses.

É esse papel ingrato que hoje nos cabe desempenhar. Desta forma tentaremos, da forma mais clara e isenta possível, apresentar tudo o que é do nosso conhecimento sobre o referido acordo que comporta 2 vertentes: O acordo com a Vitasal, originado no não cumprimento do contrato promessa dos terrenos da zona industrial de Taboeira, que hoje apresentamos e o acordo com a SAHS, relativo ao terreno onde está implantada a sua unidade industrial, que abordaremos em próximo artigo.

Limitar-nos-emos, tanto quanto possível, aos factos certos que, na sua posse, os Aveirenses saberão julgar a “bondade” do acordo e avaliar dos “graves prejuízos” causados pelo Município à referida empresa.

- Este conturbado e longo processo iniciou-se com a assinatura de dois contratos promessa de compra e venda, outorgados a 19-11-1991 e a 27-04-1993 respectivamente, em que a CMA prometeu vender à Vitasal três lotes de terreno, situados na zona industrial de Mamodeiro, por um montante global de 121.108 euros integralmente pagos ao Município.

- Por discordância entre as partes sobre os termos da escritura, a mesma nunca se realizou e a Vitasal instaurou, em 1998, uma acção judicial contra a CMA, tendente à execução específica dos referidos contratos-promessa. Esta acção resultou num Termo de Transacção emitido pelo Tribunal Judicial de Aveiro em 04-05-2000, em que a ré CMA e a autora Vitasal acordaram no seguinte:

1.- A CMA autorizou a Vitasal a ceder as suas posições contratuais nos referidos contratos promessa, à empresa Sanindusa, o que foi prontamente feito. Os terrenos acabariam por ser escriturados em 05-06-2000 à Sanindusa pela importância global paga de 121.108 euros.

2.- A CMA prometeu vender à Vitasal 1 lote ou lotes de terreno, sitos na área de ampliação da Zona Industrial de Taboeira, com a área mínima de 22.500m2, subdividida em duas áreas mínimas, uma de 17.000 m2 e outra de 5.500 m2, pelo preço total de 280.574 euros de que, nessa data, foi dada quitação pela CMA.

- Como cláusula indemnizatória, foi definido que, em caso de eventual mora na determinação dos lotes e/ou na convocação da escritura, se venceriam juros moratórios, por aplicação aos valores pagos da taxa legal supletiva para os créditos de empresas comerciais, acrescida da sobretaxa legal máxima.

- A CMA entrou, mais uma vez, em incumprimento, por não ter efectuado a determinação dos lotes, nem a consequente convocação da escritura, sendo o acordo que agora nos foi apresentado destinado a resolver esse incumprimento contratual.

- O acordo proposto prevê o pagamento em espécie, ou seja pela atribuição de direitos de área bruta de construção, de 2.062,34m2 a ceder pela CMA no sector AM7 do PUPolisAveiro no topo Nascente do Canal de S. Roque no valor global de 845.559,57 euros correspondentes a:- 280.573,82 € referentes ao preço recebido no contrato- 280.573,82 € de penalização igual ao preço, pelo facto da CMA não ter cumprido o contrato- 284.411,94 € de juros moratórios a uma taxa média anual de cerca de 19% .A Vitasal, em pouco mais de 7 anos e à custa do erário municipal, vê assim transformar o seu investimento de cerca de 280 mil euros em cerca de 845 mil euros (um rendimento superior a 200 por cento) o que, temos de reconhecer, é notável. Também não se consegue compreender (e seria bom que nos fosse explicado) qual foi o benefício (salvo o eventual pagamento em espécie) que a CMA conseguiu obter em toda esta negociação uma vez que não conseguiu reduzir um cêntimo que fosse aos valores máximos que a resolução legal que do contrato firmado poderia acarretar pois, para além de ter dobrado o valor recebido propôs-se, ainda, pagar todos os juros à taxas legal supletiva para os créditos de empresas comerciais, acrescida da dita sobretaxa legal máxima.

Mas, a empresa não teve, neste processo, apenas esta mais-valia. É que pela cessão da posição contratual dos terrenos de Mamodeiro a Sanindusa, (empresa modelar que a todos os Aveirenses orgulha, forte geradora de emprego e riqueza no nosso concelho e que, no nosso entender mereceria melhor tratamento por parte dos sucessivos executivos municipais do que aquele que tem merecido), por absoluta necessidade dos terrenos confinantes às suas instalações para expansão da sua actividade, para além de, entre outros, ter tido de pagar os terrenos à CMA pelo valor pelo qual tinham sido prometidos à Vitasal, viu-se “obrigada” a “indemnizar” a Vitasal num valor que, ao que conseguimos apurar, rondou os 780.000 euros, mais do que sextuplicando o valor invertido inicialmente por esta empresa.

Interessante é notar que, no seu artigo, os gerentes da Vitasal se esqueceram de falar deste, no nosso entender não desprezível, pormenor. Restará saber se também se teriam esquecido de o incluir nos resultados fiscais da empresa.

Resumindo para não maçar. A Vitasal comprou à CMA terrenos em Mamodeiro pelo valor de 121.108 euros (cerca de 24.000 contos em moeda antiga). Passados 7 ou 8 anos recebeu cerca de 780.000 euros da Sanindusa o que lhe deu para comprar novamente terrenos à CMA em Taboeira no valor de 280.000 euros (cerca de 56 mil contos) e ainda arrecadar cerca de 500.000 euros (à volta de 100.000 contos). Pelo acordo recentemente aprovado vai agora receber desses terrenos, em espécie, o equivalente a 845.559,57 euros (ou sejam mais de 169.000 contos). E, mesmo assim, diz considerar-se gravemente lesada.

O que isto faz lembrar, a quem não convive com este tipo de negócios, é a história do indivíduo a quem calhou o primeiro prémio da lotaria várias vezes pois, saiba-se lá porquê, cada vez que ia descontar a taluda comprava um novo bilhete para a próxima extracção que, inexplicavelmente, era também (e ainda mais) premiado.

E se alguém julga que o azar deste grupo empresarial, tão duramente atingido na sua ânsia de “gerar riqueza” pela CMA, acabou por aqui, é melhor preparar-se para analisar o acordo feito com a CMA sobre os terrenos que a empresa possui no topo nascente do Canal de S. Roque, onde está instalada a sua unidade industrial. O que esperamos apresentar em próximo artigo.