sábado, agosto 30, 2008

Carros famosos – O Fiat 600 e o Ferrari


O Ferrari é rápido, estilizado e muito elitista. É caro e a diminuta altura da sua suspensão faz com que não seja adequado para circular nas nossas esburacadas estradas e, não raramente, bate com as partes baixas no chão. Quando o radiador é atingido por alguma pedra é vê-lo desfazer-se em água. Muito apreciado pelos empresários do norte tem um consumo muito elevado pelo que só pode ser sustentado por quem disponha de muitos fundos ou faça o sacrifício de dispensar a amante.

O Fiat 600, que fez furor na sua época, está hoje irremediavelmente ultrapassado sendo apenas admirado por alguns nostálgicos do passado. Tosco e rústico possui uma decoração e conforto espartanos. É um dos raros veículos em que o pneu suplente e o depósito de gasolina estão colocados à frente. Como tem a caixa muito dura e exige muito trabalho de embraiagem não gosta de multidões e, muito menos, de festas populares. Dada a pequena potência do seu diminuto motor não é opção se desejarmos ir longe e, à cautela, é obrigatório levantar a tampa do motor se pretendermos apertar com ele.

Quem haveria de dizer que dois carros tão diferentes são produzidos pelo mesmo grupo económico? Que, como toda a gente sabe, atravessa um mau momento, sendo impossível afirmar, com segurança, que vai resistir à crise instalada.


Nota: Com tantas marcas de carros no mercado porque carga de água é que a Aveiro só calharam trabants?

Papaloapan!


Bem sabemos que Aveiro vive uma situação catastrófica. Mas seria necessário chamar o Papaloapan?

A menos que se esteja à espera de graves tumultos à porta da CGD quando começarem a ser distribuídos os 58 milhões aos credores constantes do rol apresentado.




Nota: Isto se a Caixa considerar suficientes os 0,14% do spread que propôs para o empréstimo. Senão…

terça-feira, agosto 26, 2008

O regresso da mão-invisível? Mau, Mau...

De acordo com o que o Jorge Nascimento Rodrigues escreve no Janela na Web, Bob Janjuah, o estratego de crédito do Royal Bank of Scotland que, no ano passado, antecipou a crise do «subprime» veio com novo prognóstico: as bolsas, a começar pela Wall Street, poderão ter um «crash» de grandes proporções em Setembro.

Segundo Bon Janjuah os accionistas são o elo mais fraco de uma cadeia longa que vai das casas financeiras e bancos (afectados pelo «subprime») aos cidadãos hipotecados e com serviço de dívida crescente. Os bancos centrais – nomeadamente a Reserva Federal norte-americana e o Banco Central Europeu - estão confrontados com um dilema estratégico:

- ou continuar a baixar as taxas de juro (que já estão abaixo da inflação) fornecendo dinheiro barato (a taxa negativa) aos bancos em apuros e aliviando a pressão sobre a classe média, o que é politicamente correcto, mas levará ao agravamento dos desequilíbrios (desvalorização do dólar, continuação do disparo dos preços das «commodities», agravamento das balanças comerciais e dos défices externos, tumultos sociais face à inflação);

- ou rapidamente inverter a politica monetária para fazer face à situação de estagflação (estagnação do crescimento, ou mesmo sinais de recessão económica, com inflação crescente acima dos limiares oficiais admitidos), elevando as taxas de juro, com custos elevados a nível bancário, económico e social, o que é politicamente incorrecto e de alto risco também.

domingo, agosto 24, 2008

Ma(io)ria Silenciosa?



Às vezes, é melhor ficar calado e deixar que todos pensem que você é idiota do que abrir a boca e não deixar dúvidas a ninguém

sábado, agosto 23, 2008

Caçadores, pescadores e outros mentirosos






Esta
começa cedo!







Nota: Como se já não nos bastasse ouvir o Zé Fagote a falar das suas pescarias no bico do caralhão

Crónicas de férias - 9 - A caminho de casa


Com tanta estrada que agora há, perdi-me.

Por acaso alguém me sabe indicar o caminho que devo tomar para chegar depressa a Aveiro?

Leituras de Férias - Reviravolta na Globalização?

1- As vítimas do crude

2- Deslocalização posta em causa

Crónicas de férias - 8 - Noites Quentes de Verão

Satânico é meu pensamento a teu respeito, e ardente é o meu desejo de apertar-te em minha mão, numa sede de vingança incontestável pelo que me fizeste ontem.

A noite era quente e calma e eu estava em minha cama, quando, sorrateiramente, te aproximaste.
Encostaste o teu corpo sem roupa no meu corpo nu, sem o mínimo pudor!
Percebendo minha aparente indiferença, aconchegaste-te a mim e mordeste-me sem escrúpulos. Até nos mais íntimos lugares.

Eu adormeci.

Hoje quando acordei, procurei-te numa ânsia ardente, mas em vão.
Deixaste em meu corpo e no lençol provas irrefutáveis do que entre nós ocorreu durante a noite.

Esta noite recolho-me mais cedo, para na mesma cama te esperar.
Quando chegares, quero te agarrar com avidez e força. Quero te apertar com todas as forças de minhas mãos.

Só descansarei quando vir sair o sangue quente do teu corpo.
Só assim, livrar-me-ei de ti, mosquito fdp!!!!!

Carlos Drumond de Andrade

quinta-feira, agosto 21, 2008

Crónicas de Férias - 7 - Sermão na Montanha



Frei Bernardo, de pé sobre uma dorna
Empina o canjirão, que o desafia,
E sobre o povo, que o admira, entorna
O mar enorme da oratória pia.



Prega, sinistra: textos mil aponta;
Aos abismos descendo do profundo,
Agarra Belzebu, por uma ponta
E com ele verbera o dorso ao mundo.

Chega à peroração, que o povo chora:
Vem ao trono buscá-lo a confraria;
Lança a benção final e, sem demora,
Empina o canjirão que o desafia.


João Penha

Crónicas de Férias - 6 - Trabalhar para o bronze!


Marco Fortes, atleta do Sporting que representou Portugal nos Jogos Olímpicos, confirmou que foi "elegantemente informado" para abandonar a missão olímpica nacional que se encontra em Pequim.


Ao que sabemos, embora contrariado, Marco Fortes regressou imediatamente ao nosso País na noite do dia seguinte, dado não ter conseguido chegar ao aeroporto a tempo de tomar o voo das 9 da manhã. É que de manhã só é bom é para estar na caminha.

Nota: Não podemos concordar com aqueles que criticam a falta de empenhamento de alguns atletas nacionais. Muito menos com as afirmações de que alguns (e as respectivas comitivas) só lá foram para fazer turismo. É preciso não esquecer o "jet lag", a poluição, a comida, a língua e, porque não dizê-lo, o exíguo montante de 14 milhões de euros que foi atribuído pelo Estado Português ao "Projecto".

Aliás conhecedor de todos estes problemas e da consequente dificuldade dos atletas portugueses alcançarem os lugares cimeiros do pódio, mal chegou à China, o COP decretou um rigoroso método de preparação para conseguir cumprir os objectivos do contato programa assinado com o anterior Governo.

De manhã: caminha.
De tarde: trabalhar para o bronze
.

segunda-feira, agosto 18, 2008

Crónicas de Férias - 5 - FARAV´08


Foi inaugurada na passada sexta-feira a 29ª FARAV – Feira de Artesanato da Região de Aveiro que decorre de 15 a 24 de Agosto de 2008 no Parque de Exposições de Aveiro e inclui a Feira de Gastronomia de Aveiro.


Esta feira deverá, no nosso entender, conjugar harmoniosamente objectivos económicos e sociais, devendo merecer a maior atenção por parte dos seus promotores, dado ser a mais importante das poucas montras do artesanato e da gastronomia regional que entre nós se realizam, sectores que relativamente ao seu mérito e importância são pouco acarinhados e atravessam uma notória crise.

Daí termos visto com bons olhos as alterações que foram introduzidas nesta 29ª edição, nomeadamente relativas ao calendário, preços e prémios no sentido de tornar a feira mais atractiva e concordamos inteiramente com o director de Projectos e Marketing da AveiroExpo Sr. Diogo Machado quando afirma que a participação na FARAV dos municípios em grande número é uma “parceria estratégica” e aponta como objectivo atingir os 35.000 visitantes, valor que, infelizmente é bastante inferior aquilo que seria desejável.

No entanto, a nosso ver, é necessário ir mais longe e propor novas medidas para atrair mais pessoas à feira. E, com isto, não queremos minimizar ou deslustrar as que foram tomadas. Apenas afirmamos que, no nosso entendimento, são insuficientes para dar a volta à crise e não são suficientes para captar mais expositores e, principalmente, mais visitantes à feira.

Por exemplo. Não concordamos muito que se pretenda captar visitantes à custa de um sempre dispendioso plano de animação constituído por espectáculos. Afinal trazer pessoas à feira para, a caminho de um qualquer concerto, darem uma apressada vista de olhos à exposição, não nos parece a melhor forma de promover o artesanato ou a gastronomia que ali se pretende divulgar e que é o verdadeiro motivo da exposição. Até porque em concertos há por aí concelhos vizinhos que são especialistas.

Mais. Cremos que pode prejudicar os próprios participantes no programa de espectáculos e, certamente, todos os promotores que pretendessem eventualmente promover esses espectáculos noutros locais da cidade e noutras ocasiões.

De facto todos temos vindo a constatar que este usado (e abusado) modelo de oferta de espectáculos "chamariz" nem sempre dá os melhores resultados pois os espectáculos acabam muitas vezes por não receber a atenção do público que a sua qualidade deveria merecer e, fundamentalmente, pouco contribuem para o fomento do "negócio" que se pretende promover.

Este dinheiro poderia servir para muitas coisas. Para apoiar mais os expositores ou para criar incentivos à vinda de visitantes verdadeiramente interessados no artesanato ou na gastronomia. Por exemplo: Não seria interessante que o preço do bilhete de entrada pudesse ser deduzido na primeira compra de artesanato ou produtos regionais ou na refeição feita nesse dia na feira? Não seria interessante criar sorteios diários ou "happy hours" de peças de artesanato, produtos regionais ou refeições baseados no número do bilhete de entrada? Prémios que seriam adquiridos pela organização aos expositores (eventualmente a preços especiais), em vez gastarem o dinheiro destinado à promoção com espectáculos, interessantes sem dúvida, mas que podem desviar as atenções do fundamental? Isto como mero exemplo que hoje não estamos para puxar muito pela cabeça.

Finalmente um aspecto que não poderíamos deixar passar em claro. Embora não nos consideremos fundamentalistas no que ao bairrismo diz respeito, não podemos concordar que o Sr. Engº Ribau Esteves, autarca por quem todos temos a maior consideração, perante a ausência do Dr. Élio Maia e a habitual abulia do Engº Carlos Santos que representava a Câmara de Aveiro anfitriã e patrocinadora do evento, se visse compelido a fazer as honras da casa, a dirigir a cerimónia de inauguração da FARAV e a liderar a tradicional visita aos stands presentes na feira, o que, diga-se de passagem, nos disseram ter feito muito bem!

Esperemos que o Dr. Élio Mais não deixe de agradecer a fineza e, tão cedo quanto a sua agenda lhe permita, vá a Ílhavo retribuir o favor inaugurando uma das inúmeras feiras que por lá se realizam. Pode já ser na próxima semana no "Festival do Bacalhau" que vai ocorrer no renovado Jardim Oudinot.

Embora eu não me acredite muito que o Eng.º Ribau Esteves o vá convidar. É que me parece que ele é muito senhor do seu nariz relativamente às "suas" feiras e às "suas" obras. Pois se nem convidou quem mandou elaborar e seguiu de perto a feitura do primitivo plano de recuperação daquela área de lazer. Plano que, diga-se a verdade, não foi muito adulterado. Felizmente!

domingo, agosto 17, 2008

Leituras de Férias - O Fim do Neo-Liberalismo?


sexta-feira, agosto 15, 2008

Crónicas de férias - 4 - Festas

Macário, Poeta de Almanaques

Numa trapeira desabrida e crua,
Macário entre banais teias de aranhas,
e outras coisas boémias mais estranhas,
- prepara um almanaque e cisma à lua.

Procura rima para “chefe” – sua…
sopra, torna a suar, derrete as banhas.
Entra a sopeira – e então, com mil patranhas,
ferra-lhe um beijo na garganta nua.

Mas a sopeira não se põe com queixas.
Um sopapo pespega nas bochechas
do que buscava debalde a rima em “efe…”

“Aleluia! Grita ele radiante.
achei a rima enfim recalcitrante.
“Obrigado, Rosinha! Achei. – “Tabefe!”

Gomes Leal

quinta-feira, agosto 14, 2008

Crónicas de férias - 3 - Chover no molhado!



António Rocha Andrade, vereador do Partido Socialista na reunião da Câmara Municipal de Aveiro realizada a 11/08/2008.

quarta-feira, agosto 13, 2008

O Blogue do Óscar!


Soube que o meu velho amigo Óscar também tem um blogue.
Vale a pena fazer-lhe uma visita. Trouxe-me tantas saudades!

Por falar em saudades. Ó Óscar já foste fazer a barraca?

Crónicas de férias - 2 - Cortar a água!

Os Serviços Municipalizados de Aveiro enviaram uma carta a um utente (carta cujo selagem custa, no mínimo, 31 cêntimos) a avisar que lhe vão cortar a água por uma dívida de… 2 cêntimos.

Estou curioso por saber qual é a explicação que vai ser dada para que tal coisa tenha acontecido, mas não consegui aceder ao desenvolvimento da notícia.

Se fosse aqui há uns anos era certo e sabido. Saía a desculpa nº 27!

No entanto, com os novos sistemas de aumento de eficiência e combate ao desperdício que o Eng.º Carlos Santos implementou, não consigo imaginar as razões que irão ser invocadas.

Mas tenho a certeza que vão fazer todo o sentido!

domingo, agosto 10, 2008

Crónicas de férias - 1 - O Pontal e outras festas

Estou indignado.

Então faço uma catrefada de quilómetros para espreitar a rentrée da concorrência (para saber em que é que param as modas) e agora a Dra. Manuela não vem?

Valha-nos ao menos ir lá estar o Macário e o Mendes Bota. Mas, como animadores culturais, sempre preferia os Ganda Malucos, o Tino de Rans e a Ti Maria da Peida.

Bem feito. Não tinham nada que substituir o secretário-geral que, dessas coisas, sabia ele. Vai ser uma algarviada! Eu depois conto-vos!

Podiam ter-me avisado que, em vez de vir para aqui, tinha ido à abertura da caça às rolas. Aliás isto por aqui está uma pasmaceira. A crise fez com que as tias estejam a usar as toilettes do ano passado e as gajas boas como o milho emigraram para outras paragens. Ainda por cima como o nosso Presidente proibiu os aviões, a malta nem sabe para onde ir à noite.

A única coisa que se aproveita é a TMN chegar aqui com força.

Se a estadia não estivesse paga arrancava já para S. Jacinto pois telefonaram-me a dizer que o ferry continua a trabalhar em pleno e que, no respeitante às lanchas, a Santa Joana ainda se mantém a funcionar.

sexta-feira, agosto 08, 2008

Adeus e até ao meu regresso!


O Margem Esquerda vai de férias que um blog não é de ferro.

Ficam muitas questões em aberto (o tempo não deu para tudo), entre as quais:


- A desconsideração que o Dr. Élio Mais fez aos seus colegas, Presidentes de Junta, ao afirmar que votar contra as propostas da Câmara era votar contra os seus interesses (deve ser por isso que nos mandatos anteriores quase nunca pôs os pés na AM e, quando lá ia, era só para dizer Ámen).

- O método de "privatização" do PDA (e o processo da participação da Câmara no aumento do seu capital social).

- O acórdão do Tribunal de Contas sobre o pedido do empréstimo de 58 milhões de euros (estou cheiinho de curiosidade por saber o que é que diz sobre as projecções financeiras do “Plano de Saneamento Financeiro” apresentado).

Enfim. Tantas coisas. Ficam para a rentrée.

Entretanto podem ir dizendo o que pensam sobre estes e outros assuntos. Porque, se lá na terrinha para onde vamos houver acesso à net, não nos esqueceremos de ir publicando os vossos comentários.

Incompetência?

Nem quero acreditar! A Direcção Geral de Contribuições e Impostos (DGCI) colocou o Estádio do Bessa à venda, pela irrisória quantia de 28 milhões de euros. Tão barato. Parece impossível! É por estas e por outras que cada vez pagamos mais impostos.

Se a DGCI não percebe nada de negócios de Estádios porque é que se mete nisso?

Mas já que não percebe nada do assunto a DGCI podia, ao menos, ter perguntado como se faz ao nosso Presidente da Câmara que, como é consabido, detém um nível de competência invulgarmente elevado, nesta matéria.

E o nosso Presidente, como bom cidadão que é, não teria certamente qualquer óbice em partilhar com a DGCI a forma como, lá mais para a frente, poderia concessionar o Bessa por 65 milhões de euros ou até, quem sabe, por um pouco mais. E ainda utilizar o estádio, sem quaisquer custos de investimento, até à sua concessão.

A DGCI não saberá que quem não tem competência não se estabelece?

quinta-feira, agosto 07, 2008

Lendo o Diário ...

“O dr. Élio Maia decidiu publicamente honrar-me qualificando-me como incompetente. Fiquei muito sensibilizado pela outorga de tal galardão, especialmente por me ser atribuído por um dos mais reconhecidos especialistas nacionais em incompetência”, ironizou Raul Martins em declarações ao Diário de Aveiro.

O presidente da comissão política concelhia do PS acusa Élio Maia de ter proferido “algumas inverdades”, nomeadamente quando afirmou que o socialista omitiu a gravidade da situação financeira herdada pelo actual Executivo.

“Sempre assumi as minhas responsabilidades nessa matéria. Que, aliás, são inferiores às do dr. Élio Maia, que sempre foi membro da Assembleia Municipal, onde nunca o vi botar faladura contra aquilo a que agora chama descaminhos. Aliás, poucas vezes o vi por lá e no último mandato autárquico só o vi aparecer quando esteve em causa uma sua questão pessoal”, respondeu o socialista.

Prometendo manter-se “atento ao destino que vai ser dado ao dinheiro do empréstimo e à evolução do passivo de curto prazo”, o líder do PS/Aveiro lembra que a dívida do grupo municipal “não parou de crescer exponencialmente” desde que a actual maioria PSD/CDS tomou posse, em 2005, “sem que nenhuma medida fosse tomada”. “E esqueceu-se de ouvir ou ler as múltiplas sugestões que fizemos para atacar, devidamente, o problema da dívida”, acrescentou.

A implementação de um “verdadeiro plano de saneamento financeiro” implica “fazer e impor sacrifícios”. “Para isso o dr. Élio Maia nunca esteve nem estará disponível, decidindo apostar tudo numa mega operação de crédito de 58 milhões de euros, que gera 24,6 milhões de euros de encargos financeiros que salvam, no momento, a sua pele política mas cujo pagamento, que se iniciará daqui a dois anos, vai impor aos aveirenses esforços financeiros que rondarão o limite do suportável”, avalia.

Raul Martins acusa ainda o autarca da coligação PSD/CDS de recorrer a “má-fé” para “denegrir as motivações políticas” do voto da bancada socialista (incluindo o dos quatro presidentes de junta de freguesia) na Assembleia Municipal. “Votaram a favor quando desconheciam as reais implicações do empréstimo, mas, como cidadãos aveirenses conscientes que são, tiveram de votar contra quando ficaram a saber, através da ‘densificação’ do plano de saneamento, que o pagamento do empréstimo assenta nas mirabolantes perspectivas de concessionar o estádio e os Serviços Municipalizados por 65 e 50 milhões de euros, respectivamente, lá mais para a frente, como convém”.

O chefe dos socialistas aveirenses volta ainda a censurar o “negócio de lesa Aveiro” que constitui a criação de uma parceria público-privada para a implementação da Carta Educativa de Aveiro, que gerará um “encargo, à partida, orçado em 36,6 milhões de euros”

... e o Semanário.


(...)

Para o deputado municipal, "foi pedido um exagerado montante de 58 milhões de euros, que é superior em mais de 20 milhões de euros àquilo que o presidente da Câmara diz que tem de dívidas de curto-prazo". O líder ‘rosa’ acrescenta que a dívida "aumenta exponencialmente com este empréstimo".

"Quem de facto festejou fortemente foi o pessoal da CGD. É mais um bom negócio com juros muito interessantes. E admira-nos como é que o TC aceitou que o pagamento deste empréstimo seja feito através de receitas tão mirabolantes como, por exemplo, a concessão do Estádio por 65 milhões de euros", conclui.

quarta-feira, agosto 06, 2008

Um reforço de peso!

O Sr. Dr. Hermínio Loureiro decidiu meter-se na política aveirense e dar uma ajudinha aos seus correligionários locais.

Ficámos sensibilizados. Mas ó Sr. Dr. Não leve longe de mais o seu esforço não vá faltar-lhe o tempo para tratar dos
assuntos que estão ao seu encargo.

O meu amigo quer um conselho ou, como dizem por aí, um parecer (gratuito)? Vá comendo (umas feijoadas) e esqueça a política cá do burgo. Mas não rape o tacho demasiado pois dizem que
o alumínio faz mal à saúde (e também faz cair o cabelo).

Laranjas, toranjas e outros frutos da nossa terra.


Ia ali a passear na marginal quando ouvi duas vozes que, pelo sotaque, me pareceram da santa terrinha. E gesticulavam e falavam tão alto que mesmo eu, que julgo não ser “cusco”, não pude deixar de ouvir.



Transcrevo o diálogo, aliás de baixo nível e com audíveis erros ortográficos, entre dois assanhados laranjinhas locais ávidos de um qualquer lugarzito municipal bem remunerado (para o seu nível), que versava a política Aveirense. Dizia o primeiro:

- Ó DT (omito aqui o nome para não ter complicações) olha que “o CDS/PP está com a tenda a arder. A pequenita tenda PP, que ultimamente apenas apresentava espetáculos de baixo nível, com acrobatas sem rede (que simplesmente se estatelaram no cão) e palhaçadas fracas, está a arder.No seio desse partido (literalmente partido) procuram-se bombeiros experientes, mas apenas aparecem cachopos incendiários, uns moços de recados, outros com discurso já fora de prazo de validade, sem responsabilidade e traidores… Onde irá parar este PPzinho!? Parece-me que os que tinham tachinho, ficarão sem ele e os querem o tachinho, não o alcançarão”.

- Ó Érik dizia o outro, olha que “os tachos do CDS ainda assim, temos de o admitir, não são tantos como os do PSD. As vezes pergunto-me quantos tachos teremos nos criado na camara?”

- Retorquia o Érik: Ó DT “olha que relativamente à dimensão dos partidos, proporcionalmente os tachos do PP são exageradamente muitos. Se o PSD criou tachos na Câmara, estará MUITOOOOOOOOO aquém dos tachos que o Dr. Alberto Souto criou para a malta do PS. E não se poderá dizer que sejam tachinhos, são maioritariamente grandes tachos, cargos de chefias, que o Dr. Élio não varreu, na minha opinião bem, se as pessoas lhe merecem apreço e dão garantias de qualidade profissional. Mas nem todos lhe merecem essa deferência…”

E quando ouvi uma voz não identificada a dizer "tirando os fatos e as gravatas aos militantes do PP, deixa de haver PP", não consegui suportar mais. Não sei porquê o almoço subiu-me à boca e tive de o ir largar à Ria. Mal empregado que me tinha custado um dinheirão.


Oxalá não caia em cima de nenhuma enguia que vá a passar.

terça-feira, agosto 05, 2008

Hidra de Lerna


A Hidra de Lerna era um monstro com corpo de dragão, hálito venenoso e várias cabeças. Reza a mitologia que cada vez que se lhe cortava uma cabeça, apareciam duas em seu lugar.

segunda-feira, agosto 04, 2008

Quem não chora...


Por razões particulares, tenho de me deslocar com frequência a Coimbra. Não que goste muito de lá ir que aquilo é cidade que, quando o governo lhe é favorável, se diverte a "sacar" a Aveiro tudo quanto é organismo público. Mas a madrasta da vida obriga-nos, muitas vezes, a calcorrear lugares que não desejamos.

Na semana passada quando, como normalmente, me dirigia aos lados da Praça da República, naquela confusão de trânsito da rotunda que há na sa'ida do IC2 em Coimbra B, em vez de seguir o caminho usual (que passa pela "nossa" Rua de Aveiro) acabei por ser empurrado para a Avenida Fernão de Magalhães.

Com tanto azar que, logo à entrada da avenida, fiz aquaplaning numa poça de água e ia-me espetando. E como não chovia nem vi nenhuma conduta de água rebentada, parei para saber o que é que estava a acontecer.

Com o coração ainda a querer saltar pela boca, saí do carro e fiquei pasmado quando vi um grupo de funcionários à porta da Delegação Regional do Centro do IEFP, não a queimar o cigarrito da praxe, mas a chorar desalmadamente. Uma funcionária lá me conseguiu dizer num pranto entrecortado: "Olhe meu senhor. Eu sempre que posso até costumo ver o "perdoa-me" da dona Fátima mas, se quer que lhe diga, nunca vi nada tão triste como isto".

Intrigado procurei saber mais e, entre soluços, lá consegui perceber que tinham recebido uma missiva de um organismo de uma freguesia cá da terra, com um nome comprido de que só entendi autodidacta, a pedir para lhe perdoarem uns dinheiritos de uma divida resultante do não cumprimento de uns planos quaisquer que o organismo onde trabalham quer, à fina força, que lhe sejam devolvidos.

Mas o pedido foi feito nuns termos tão comoventes que o pessoal estava para ali a chorar com pena de quem, à altura, estava à frente do referido organismo.

Eu logo que ouvi isto pisguei-me e pensei logo em ir comprar umas galochas. Daquelas altas até ao pescoço. Pois se pelo pedido de perdão de algumas (poucas) dezenas de milhares de euros as pessoas ficaram tão tristes, imaginem o pranto que vai ser feito a favor do então responsável do centro desportivo da terra, quando vier a público a execução judicial de 400.000€ que uma instituição de crédito levantou ao centro, como resultado do incumprimento de um empréstimo que a referida instituição lhe fez para regularizar débitos à banca e ao fisco que, à altura da constituição do empréstimo, se encontravam em mora e cujas prestações deveriam começar a ser liquidadas mensalmente, durante um período de 12 anos (que já começa a parecer um número cabalístico), a partir de Novembro de 2004.

Afinal parece que não era apenas na capital do concelho que havia problemas financeiros. Mas estou certo que, agora, tudo se vai resolver a contento. E já não vai haver inundações.

Pataca a mim, pataca a ti...





De pataca alheia, a mão cheia!







Nota: No intervalo vai ser projectado o clássico filme "Os doze erros" filmado em Éliovision, com este vosso humilde escriba como protagonista. Vai ser um êxito. Oxalá a casa esgote!

sábado, agosto 02, 2008

Ode ao (neo)Realismo da Política Aveirense de Direita.


Quando o intestino
arma em tenor
e canta fino, não há fedor...

Se o som é forte e é baritonal
e mal que rompa, de repente estaque,
temos o que na fúria intestinal
se chama: traque.

Espalha um cheirozito, uma pitada
que o beque surpreendeu mas não reteve:
quase nada...
coisa leve...

Se a tripa inteira corneteia e rufa
num concertante
de ópera bufa,
já não é simples sainete
nem a sonância, nem o mais que expele:
é um cheirete
de alto lá com ele!...

Se o som, porém, é como o ai duma donzela
que tem penas de amor e que as não conta aos pais;
se põe na roupa a viva cor de uma aguarela
e suja o rabo,
então cheira muito mais,
oh, muitíssimo mais, ó alma do diabo!


Augusto Gil

Cadê os outros?


Se o executivo camarário chefiado pelo Dr. Élio Maia vai pedir um empréstimo de 58 milhões de euros para pagar TODAS as dívidas de curto prazo que ele próprio afirma totalizarem o montante de 31.680.208,32€ (incluindo as facturas em recepção e conferência) o que é que vai fazer aos 26.319.791,68€ restantes?

Vamos ter festa rija!



Nota: Por favor quando sairem não se esqueçam de apagar a luz

Spyware?

Não sei se convosco acontece o mesmo mas deixei de conseguir abrir alguns blogs. Quando clico no endereço o Internet Explorer declara-se incapaz de aceder ao blog (inclusivamente ao meu).

Depois de alguma investigação cheguei à conclusão (talvez precipitada) que o problema deveria estar relacionado com o sitemeter que, como sabem, é acusado de estar a deixar spyware nos computadores de quem visita sites com o referido contador. Quem tem uma firewall que impeça a instalação de cookies de spyware ficaria assim impedido de aceder a blogs que tenham o sitemeter instalado.

Como não quero correr o eventual risco de infestar os computadores dos meus visitantes desinstalei (por agora) o contador. E resolvi o problema do acesso ao meu blog. Mas continuo a não poder aceder aos blogs que o tenham instalado.

Gostaria que me ajudassem a confirmar ou a desmentir esta minha observação, pois até posso estar a levantar falsas calúnias ao popular contador e, se possível, como se pode resolver o problema. E já agora, o sistema de protecção que tenho instalado é da AVG.

sexta-feira, agosto 01, 2008

O Empréstimo!

Tomámos conhecimento que o Tribunal de Contas deu luz verde à Câmara de Aveiro para poder negociar, junto da Caixa Geral de Depósitos, um empréstimo de 58 milhões de euros destinado a transformar a totalidade da dívida de curto prazo do Município em dívida de longo prazo (3 anos de diferimento + 9 anos de amortização) facto que não gostaríamos de deixar passar sem um comentário prévio.

Com este empréstimo o executivo municipal chefiado pelo Dr. Élio Maia compromete-se a, de imediato, liquidar todas as dívidas de curto prazo da Câmara aos seus fornecedores e outros credores (AveiroPólis, ADSE, ACASA e REFER) bem como os Valores de Protocolos e Subsídios em atraso às Juntas de Freguesia e a outras Instituições sem fins lucrativos. Compromete-se ainda a liquidar cerca de 20 milhões de euros em dívida a Sociedades de Factoring e está ainda previsto um valor de provisões no montante de cerca de 5 M€ destinado a fazer face a eventuais juros de mora a pagar a fornecedores e encargos de processos judiciais e indemnizações.

Consideramos absolutamente fundamental que a Câmara de Aveiro se comporte em termos financeiros como uma pessoa de bem e pague a quem deve. E, para isso, precisa de dispor de dinheiro. Lamentamos é que se pretenda tudo resolver empurrando e multiplicando o problema da dívida para os vindouros, que se vão ver a braços com uma situação muitíssimo mais grave do que aquela que o Dr. Élio Maia herdou e prometeu ao eleitorado resolver.

De facto, o que é realmente necessário resolver é a situação económica do município. O que urge implementar é um verdadeiro programa de saneamento financeiro que permita gerar meios que promovam o seu equilíbrio financeiro. E a “densificação” do pretenso Plano de Financiamento primitivamente apresentado veio mostrar que o Plano de Saneamento Financeiro do Dr. Élio Maia assenta no pressuposto de que vão ser obtidas receitas para pagamento do empréstimo agora visado, absolutamente delirantes, à cabeça das quais, entre muitas outras, está a concessão do Estádio Municipal pela módica quantia de 65 milhões de euros.

Somos de opinião que o dinheiro é uma ferramenta poderosíssima para criar riqueza e bem-estar. Porém, em mãos erradas, transforma-se na mais mortíferas das armas e o que conhecemos da acção incompetente e populista deste executivo é de molde a provocar-nos os maiores receios. Mais, a abastança financeira originada pelo empréstimo vai facilitar a realização de algumas despesas eleitoralistas, perfeitamente indesejadas e dispensáveis e promover o adiamento de decisões impopulares mas absolutamente necessárias ao verdadeiro saneamento das nossas contas municipais.

De tal forma que, mesmo sem entrar conta com os 24,6 milhões de euros de encargos financeiros que este empréstimo origina, mesmo tendo em conta que o empréstimo tem como consequência directa uma libertação imediata da tesouraria em cerca de 490.000 euros mensais, somos de opinião que a dívida de curto prazo que agora vai ser reduzida a zero (zerada como dizem os brasileiros), vai crescer rapidamente e, em pouco tempo, atingirá valores consideráveis, como será já visível nas contas do ano de 2008 que daqui a 5 meses irão ser apuradas. Com o beneplácito do Altíssimo, cá estaremos, para verificar.

Mas, desde já, deixo um desafio aos leitores do Margem Esquerda.

Qual o montante que calculam que a dívida de curto prazo do Município vai ter em 31/12/2008, que é já daqui a 5 meses? E daqui a um ano?



Nota: Como acima foi dito esta opinião é pessoal. A Comissão Política Concelhia do Partido Socialista, de que sou Presidente, emitirá um comunicado com a sua posição, após tomar conhecimento do texto do acórdão do Tribunal de Contas.

Oportunidade Perdida?






Vemos, ouvimos e lemos...