O regresso da mão-invisível? Mau, Mau...

Segundo Bon Janjuah os accionistas são o elo mais fraco de uma cadeia longa que vai das casas financeiras e bancos (afectados pelo «subprime») aos cidadãos hipotecados e com serviço de dívida crescente. Os bancos centrais – nomeadamente a Reserva Federal norte-americana e o Banco Central Europeu - estão confrontados com um dilema estratégico:
- ou continuar a baixar as taxas de juro (que já estão abaixo da inflação) fornecendo dinheiro barato (a taxa negativa) aos bancos em apuros e aliviando a pressão sobre a classe média, o que é politicamente correcto, mas levará ao agravamento dos desequilíbrios (desvalorização do dólar, continuação do disparo dos preços das «commodities», agravamento das balanças comerciais e dos défices externos, tumultos sociais face à inflação);
- ou rapidamente inverter a politica monetária para fazer face à situação de estagflação (estagnação do crescimento, ou mesmo sinais de recessão económica, com inflação crescente acima dos limiares oficiais admitidos), elevando as taxas de juro, com custos elevados a nível bancário, económico e social, o que é politicamente incorrecto e de alto risco também.
12 Comments:
Para quem é pobre como eu que vivo do que tiro da terra e do que pesco no mar, estou pouco preocupado com os commodities «subprime» e os «crashs» que não entendo.
É conversa boa para banqueiros como o Joe Bernard, que quando o vi e conheci, até pensei que fosse assalariado aí de um meu colega da lavoura.
Gostei de ler e fiquei com esperança é que umas das opções sejam os juros descerem abaixo da inflação. Acredito que isso possa ser mau, mas enquanto o pau vai e vem, folgam as costas!
Muito pior é andarmos sempre de calças nas mãos sem termos dinheiro para honrar os compromissos e virem-nos buscar as coisas.
Depois, se forem meia dúzia de bancos ao ar, ainda fica para aí muita tralha. Como muitos concidadãos estou entalado até ao “pescoço”
Pedi dinheiro para comprar um “lameirito” para criar erva para o gado.
Precisei de um tractor e uma carrinha de 3.500 kilos para carregar o que tiro da terra e levar ao mercado, que com esta coisa dos hipermercados e da ASAE não se vende nada. E tudo isto foi com dinheiro emprestado já na ocasião com juros elevados, e então agora estão insuportáveis.
Ainda estou à espera que me reponham os arredondamentos de juros que me andaram a sacar anos e anos, impunemente. Possivelmente esse dinheirinho que tanta falta me faz e me saiu do “lombo” foi para pagar a banqueiros despedidos por justa causa, que, ao contrário dos trabalhadores comuns, tiveram direito a indemnizações milionárias que eu, e a minha família, nunca chegaremos a ganhar em toda uma vida de trabalho.
Está toda a gente a pensar que eu sou é invejoso, e se calhar até estou a ser.
Tenho é de telefonar é ao "Joe", para ver como é que se faz para se entrar na alta finança, enquanto aquilo está a dar.
Oh Dr Raul, esta nao esperava. Criticar decisoes dos agentes e dos sistema e atacar ideologia neo-liberall ainda va, mas assustar e agarrar em previsoes de analistas (escolhendo-as) ja nao concordo tanto.
No campo das previsoes ha para todos os gostos no que respeita aos mercados financeiros.
Claro que a posiçao dos Bancos Centrais é muito delicada, mas se reparar bem, ja ha mt começou a ser descontado uma subida de taxas pela FED para o fim do ano, assim como cortes no ECB (nao se notará nos creditos a habitaçao, pq os bancos aumentaram o spread - e bem - ajustando ao aumento do nivel de risco exigivel aos devedores.
A Fed cortar taxas é altamente improvavel, mas de facto as taxas de juro nos US ja estão negativas em termos reais, portanto nao sustentavel no longo prazo. Mas como poderá ver, o dollar ja valorizou, o preço das commodities ja caiu e muito e é conhecidissimo o triplo defice americano; ao contrario, portanto, do que diz.
E ja que é assim tao contra a tal mao invisivel, veremos o que o seu "amigo" Obama consegue com a chamada política "social". Aumenta o défice orçamental, suponho. Nada de mais errado em altura de baixa do ciclo económico...
E se falarmos do salvamento da Fannie Mae e Freddie Mac, complicamos ainda mais. 1. pq nao se sabe se sequer vai haver. 2. pq a haver nao se sabe se salva accionistas; 3. pq estas duas GSE sao uma das mais profundas politicas sociais implementadas em ambiente de mercado alguma vez feitas (se calhar a medida social é que nao devia ter existido, deixando quem nao pudesse ter casa, nao a ter...) 4. pq se os US salvarem estas GSE pela divida, nao fazem nada que nao estivesse ja consagrado na legislação (eram desde o seu inicio government sponsored). 5. Sem as GSE n era possivel a massificaçao da habitaçao propria (n houve politica social tao cara e tao agressiva em toda a Europa!).
Eu nao seria tao dramatico na analise, e com certeza nao me fiaria apenas num analista (RBS? sabe quanto perderam em subprime? se fosse assim tao bons analistas desse mercado nao teriam perdido tanto...). E certamente nao assustaria quem le.
cumps
Muito bem Carlos Martins. Ia escrever algo do genero, mas não encontrarei conteudo tão explicito, até proque não é a minha area. No entanto não posso deixar de dizer que por morrer uma andorinha não acaba a primavera.
Uma opinião de uma analista vale o que vale, e não faz nem regra nem excepção.
A verdade é só uma, e esta vou situa-la nas pessoas, conceito generico: enquanto as pessoas ganharem 100 e pretenderem gastar 120, sem pensarem num pe de meia, e viver dentro das suas possibilidades, não à banco que resolva, nem credito que salve.
Rogerio
Caro Carlos Martins,
Relaxe. Eu apenas trouxe aqui um post do meu colega de curso Jorge Nascimento Rodrigues no Janela na Web para que todos pudéssemos reflectir sobre a matéria. Não sou nenhuma alma penada que ande por aí a assustar as pessoas. Muito menos com uma "mão invisível".
É uma posição entre as muitas que circulam nos mercados financeiros. Mas olhe que esta posição faz algum sentido. Até para o meu caro amigo que não comunga propriamente das minhas ideias económicas.
E se tivermos tempo e seguirmos o link do post
http://www.telegraph.co.uk/money/main.jhtml?xml=/money/2008/06/18/cnrbs118.xml
verificamos que não foi só o RBS que "has advised clients to brace for a full-fledged crash in global stock and credit markets over the next three months as inflation paralyses the major central banks"
a Morgan Stanley também afirmou "we see striking similarities between the transatlantic tensions that built up in the early 1990s and those that are accumulating again today. The outcome of the 1992 deadlock was a major currency crisis and a recession in Europe".
E por aí fora…
Está claro que estas opiniões valem o que valem. Mas os tempos estão difíceis. Mais difíceis do que muita gente julga.
Talvez pelas razões que o Rogério aponta e por outras que gostaria de aqui ver discutir. E oxalá não aconteça aquilo que o Bon Janjuah prevê (pelo menos a mim não me dava jeito nenhum).
Mas, se acontecer, uma coisa tenho a certeza. É de quem vai pagar a factura. É o Zé. Até o Zé Fagote que, pelos vistos é um teso, não percebe nada da matéria e em nada concorreu para que o problema acontecesse.
Um abraço
Raul Martins
Na verdade, o indivíduo necessariamente trabalha no sentido de fazer com que o rendimento anual da sociedade seja o maior possível. Ao preferir dar sustento à actividade, quer seja pelo lucro, quer seja pelo pagamento de impostos, os cidadãos contribuem grandemente para a sociedade de bem estar.
Infelizmente, neste sentido de neoliberalismo a que o Eng. Sócrates aderiu, segue as directivas do interesse dos grandes grupos económicos, inclusive a banca.
É inacreditável, neste sistema económico onde prevalecem os mais aptos, verificamos agora governos que decidem injectar e apoiar com empréstimos bancos e grupos económicos para que não entrem em insolvência. Adam smith deu a conhecer que a “mão invisível” regularia os mercados, acontece porém que os mercados estão sem ética e tornaram-se sem respeito pelos seus accionistas. Verifica-se isso inclusive em Portugal sem que o Governo e as “agências reguladoras” por si criadas, tomem qualquer controle. Veja-se o caso do BCP e dos seus administradores.Como é possível que tudo isto passe sem que sejam penalizados, todos eles? Se estivéssemos no Estados Unidos era assim. Porém em Portugal ainda deram indemnizações e agora penalizaram a organização que no fundo são os seus accionistas que terão que pagar as multas impostas para tentar mitigar a incompetência do Banco de Portugal.
Em resumo, "laissez faire".
Ó Dr. Raul olhe que sou teso mas muito honesto. Embora ande sempre com as “calças nas mãos” nem por isso deixo de ser accionista em alguma empresas e instituições de nomeada. Com uma certa vaidade, porque só sou humilde quando vejo que devo ser, saiba que recebia cartas do Jardim Gonçalves a convidar-me para reuniões de accionistas.
É verdade que nunca fui a nenhuma. À socapa deixava-as em cima da mesa para que a minha jovem mulher (casei-me há 15 meses) visse que eu era gente graúda e que até recebia cartas pessoais de um banqueiro muito católico e com bom-nome na praça.
A merda foi quando o Jardim andou nas televisões pelas razões que VC melhor que eu conhece. Foi mesmo uma gaita. Deixou-me ficar mal!
A partir daí a Ana começou a olhar-me de soslaio e a dizer aos meus sogros e cunhada que eu continuava a ser muito amigo dela mas que estava preocupada porque andava com más companhias. Um homem queima-se de um momento para o outro. Livra!
O amigo Carlos Martins, pessoa que muito estimo, é pior que o Salazar que Deus tenha em bom lugar. As pessoas para ele são números, a economia está primeiro. O Salazar que era um homem honesto também só pensava em aferrolhar, (dai a minha comparação, só por isso, até porque penso que o C.Martins ou vai acabar no B.E., ou no PCP ) e a população morria à fome e de tuberculose. Quando morreu deixou os cofres cheios de ouro, para afinal, os “filhos,” esturraram tudo em 3 tempos.
Mas profissionalmente o C. Martins deve ser bom, é pessoa interessada, vê-se a léguas, deve ser bom na “arte”
Pena não ter absorvido uma educação mais cristã quando andou na catequese católica, já que, penso que não pertence à IURD, que esses, segundo dizem, são uns esfomeados por dinheiro.
Cá para mim era um bom elemento para gerir os 58 milhões que a Coligação recebeu antes que eles comecem a esturrar tudo sem pensar em nada.
Gostei do desenvolvimento do “libertino”.
Pode enganar-me mas mostrou ser entendido e humanista. Afinal, a política que interessa ao mundo porque evita convulsões sociais.
Mas que a coisa está preta sei que está. Se calhar não é Zé fagote que vai pagar a burrice de alguns, mas o Zé povinho, paga de certeza!
Mas esta de Vc chamar teso a alguém que trocava correspondência assídua e recebia cumprimentos pessoais de um dos maiores banqueiros da península ibérica e da Europa, devia sair pelo menos no Diário de Aveiro.
Francamente!!!
Boa noite meu caro Dr.R.M:
Crash, decididamente, nunca mais.
Já bastou o de 1929.
Meu caro o tal “guru”(vai ser candidato ao Nobel de Economia?), Bob Jaljuah, que tem um nome com sons da Índia, não vai acertar nos seus prognósticos, não senhor.
Somos pelo New Deal, por que, mesmo não sendo homem que domine essas coisas da economia, cujos agentes fazem notório esforço, aliás empenhado e militante esforço, em complicar e até, em muitas circunstâncias em a tornar incompreensível, num autêntico embaralhar e dar de novo, somos optimistas.
Aguardamos, já que estamos no pico inferior, com esperança, a ascensão até ao pico superior, já que, como dizem, a economia não tem um comportamento linear.
Achamos interessantes as opiniões do nosso amigo do Fagote, o Zé.
Expressa o pensamento de muita gente, que de economia nada sabe.
Ou melhor, sabe muito, mesmo muito de economia, mas meu caro Dr.R.M., da DOMÉSTICA.
Do
Marèchal Ney
Caro Ti Joaquim:
O Zé fagote é isso precisamente!
O porta-voz de muitos “Zés” que pensam como ele.
A macroeconomia não é mais nem é menos que a micronomia doméstica, familiar.
Não nos devemos deixar influenciar pelos nomes que dão às coisas, nem pelos “Zés” sonantes que opinam sobre elas.
As bases de sustento económico são iguais. A diferença está entre meia dúzia de euros, ou meia dúzia de triliões.
Sem querer ser arauto da desgraça, e sem me deter muito em pormenores, dizer que ao contrário do que é crença popular, não foi o crash de 1929 que foi o marco da grande depressão. Nem o “New Deal” foi a salvação da crise (muito terão de aprender com Keynes).O que transformou uma recessão em colapso ameaçador foi a corrida desenfreada aos bancos que varreu na América nos anos 1930/1931. Foi a perda de confiança dos aforradores. Os bancos existem porque ajudam a conciliar desejos dos que são aforradores e dos que são investidores. Ora não é licito que os bancos possam contribuir para propagar essa insegurança, permitido no caso português que a CVM e os Governadores e afins, deixem relaxar as regras, mas sobretudo permitir que se possa cria “um sistema bancário sombrio” com base em arranjos e perdões financeiros e onde se podem contornar os regulamentos.
É lícito para os pequenos accionistas (aforradores) que foram enganados, que os administradores que durante décadas usufruiriam de belas mordomias e salários magníficos possam não ser penalizados, e ainda para cúmulo saem eles e elegem para lá os familiares e recebam indemnizações.
A actual crise é, basicamente, uma versão actualizada daquela “onda” perigosa de corrida aos bancos, se não vejamos: o comportamento dos índices gráficos tantos nas bolsas norte-americanas como europeias tem sido nitidamente de insegurança. Daí que, até ao momento, a reconversão de carteiras e mesmo a fuga do mercado accionista provavelmente vai continuar a verificar-se ao longo deste ano. Para isso tem contribuído as medidas insanas dos membros do Governo nomeadamente o da economia e das finanças. Vejam o que engendrou a medida dos certificados de aforro e as declarações sobre a economia dos baixos salários.
Caro Libertino:
Só para lhe dizer que me agrada sobejamente o seu discurso.
É só!
Cumprimentos
Olha, este libertino sabe escrever accionista!
.. ou então já aprendeu, Fez como eu!
...tens de aguentar eu sei bem o quê e onde...
Vai cantar fados para a tua rua trauliteiro que não dás uma para a caixa
Postar um comentário
<< Home