sábado, fevereiro 23, 2008

Cozinhado?

Não acredito! Com tantos sítios para cozinhar iriam logo escolher o local do novo aterro para fazer o cozinhado? O petisco não iria ficar a cheirar mal?

Fiquei muito preocupado com a minha saúde quando li esta notícia. É que eu pensava que aquela zona estava definida no Plano Director Municipal de Aveiro (PDM) em vigor como Zona de Reserva Agrícola e que só na proposta do Plano de Urbanização da Cidade de Aveiro (PUCA) é que estaria para ali prevista uma zona de extracção de inertes.

Eu sei que vos vai custar a acreditar, mas não é que não me lembro do PUCA já ter sido aprovado na Assembleia Municipal! E, acreditem, sabem que também não me lembro de o ter visto publicado no Diário da República. Quando é que isso terá acontecido? Será que já foi há mais de dois anos? Ou será que o maldito Alzheimer me anda a roubar a memória?

Ao ler a notícia fico a saber que não devo descartar esta hipótese. Até porque não me acredito, a menos que estejamos perante um caso de pura especulação baseado em informação privilegiada (o que não me parece ser o caso), que alguém comprasse aqueles terrenos para extrair inertes, sem ter garantida a aprovação do PUCA.

Mas como, para além de andar esquecido, sou muito teimoso (isso vocês já sabem), tenho de ir confirmar o meu engano. E os mapas do site da Câmara que demoram tanto a abrir! Vou gastar um tempão!

Agora, imaginem que ao verificar as cartas do PDM que está em vigor, encontro algumas infra-estruturas já construídas (por exemplo de zonas industriais) em zonas de Reserva Agrícola ou Reserva Ecológica. Lá se vai o resto do meu tempo livre.

E, se calhar, sem nenhuma razão pois o que realmente me parece poder estar a acontecer em Eirol é um profícuo processo sinérgico. Extraem-se e vendem-se os inertes. Fica feito o buraco para o aterro da Unidade de Tratamento Mecânico Biológico (UTMB).
Vejam lá quanto vai poupar o erário público, com a localização, naquele local, da UTMB! Enfim, depois de extraídos os inertes, deverá ser necessário alterar novamente o uso do solo, mas isso não deve trazer qualquer problema maior.

Mas, com tudo isto, acabei por arranjar nova preocupação. Então o aterro vai ser construído numa zona tão permeável como é normal serem as zonas de extracção de inertes? E a tão falada possibilidade de inquinamento dos aquíferos estratégicos que existem naquela zona?

Olhem! Mais vale parar por aqui antes que ocupe o meu tempo livre até ao próximo Natal!

1 Comments:

At segunda-feira, fevereiro 25, 2008 12:44:00 AM, Blogger Terra e Sal said...

Interessante a sua exposição. É que, dá mesmo que pensar…
E em abono da verdade temos de realçar o “olho vivo” do senhor Presidente da Junta de Eirol que, mesmo antes da trampa fumegar, a coisa já lhe começa a cheirar mal.
Depois, o empreiteiro, como todos os empreiteiros de sucesso, é um espertalhão, tem olhinhos, e de certeza ainda por cima é um bom cristão. Com a ajuda de Deus ou da Senhora de Fátima, lá vai sabendo onde são os sítios certos para a exploração de inertes, que por coincidência, ou arte divina, até vai ter uma estação de tratamentos de lixo ali mesmo à beirinha, se é que todo o terreno não é já dele.
Depois, a nossa Câmara, ao contrário do empreiteiro não deve andar de bem com Deus, e não se andando de bem com Deus, não temos Luz para nos iluminar as ideias.
Já viu?
Deus não os ajudou em nadinha, já que, ali, havendo uma exploração de inertes, o terreno deve ser como diz, mole e bem mole, e sendo assim molinho não era o sítio indicado para uma fabrica de tratamento de lixos, isso é dos livros.
Depois temos de nos virar para os nossos “cientistas” de nomeada mas que mesmo assim não vivem de ar e vento, e têm de fazer pela vida.
É que tenho uma dúvida:
Teriam sido eles a indicar mesmo aquele sítio o que acho difícil já que, pelo menos teoricamente, são pessoas impolutas e fazem tudo e mais alguma coisa na preservação da natureza. Mas nestas coisas uma pessoa faz sempre conjecturas e algumas sufoca-as, que remédio:
Teriam sido eles a indicar o sítio para a fábrica, ou teria sido a Câmara a mostrar-lhes o campo de 6 ou 7 hectares e a dizer-lhes:
Senhores doutores, o terreno é este, e é aqui que queremos a unidade de tratamento de resíduos. Ora se assim foi, e se calhar até foi, porque eu ando sempre de bem com Deus, o trabalho dos homens foi limitarem-se a dizer o que seria preciso fazer teoricamente para ser utilizado sem riscos para a população o que é lindo no papel.
Mas depois na prática, a coisa é totalmente diferente, e daqui a 20 ou 30 anos, coitados dos lençóis de água com mais de mil anos, e daqueles que vão ficar com essa brilhante herança deixada por esta Câmara da Coligação.
Mas que o empreiteiro é vivaço, tem olhinhos, e anda de bem com Deus, anda.
Mas palpita-me que Deus, com tantos milagres, bondade, e favores que faz, um dia destes ainda o vamos ver com a Morgado ou ASAE à perna. Olhe o que eu lhe digo!

 

Postar um comentário

<< Home