domingo, novembro 30, 2008

Viagens (de fim-de-semana) na minha terra

A história repete-se?






PS. Só não percebi uma coisa. Desta vez quem é que caiu (ou vai cair) da cadeira?

A cupidez dos homens sempre suplantará a sua memória!



- Se conseguirmos suportar as dolorosas consequências da situação crítica em que as políticas económicas neoliberais mergulharam o mundo, situação para que muitos de nós nada contribuiu.




- Se as penosas medidas de combate à crise tiverem efeitos positivos e, mesmo à custa de muita falência, desemprego e da inviabilização por longos e largos anos do necessário abaixamento do insuportável nível de carga fiscal em vigor entre nós, conseguirem estancar esta crise do sector financeiro que, de forma irremediável, contaminou a economia real.

- Se como é histórico (e o Plano Europeu de Recuperação Económica confirma) não houver a coragem política para reformar o sistema financeiro de forma a impedir o regresso da "economia de casino" que os príncipes da alta finança mantêm em stand-by no recôndito dos seus gabinetes, pronta a, imediatamente, ser posta em prática logo que as condições o propiciem.

Onde será que, uma vez domada a crise, se vai formar a nova bolha especulativa?

Aceitam-se apostas.

O Plano Europeu de Recuperação Económica


sexta-feira, novembro 28, 2008

Tertúlias Académicas do ISCIA




A Associação de Estudantes do ISCIA de que é presidente o Miguel Araújo (Migas) vai realizar no próximo dia 28 de Novembro, com início às 21:30, mais uma das suas tertúlias desta vez subordinada ao tema Os Mercados Financeiros e a Crise.



Tive o grato prazer de ser convidado para apresentar o tema e intervir no debate que contará com a participação do Carlos Martins, que também aceitou associar-se a esta tertúlia. Lá nos encontraremos logo à noite.

quarta-feira, novembro 26, 2008

O Caso BPN





Mais um apito dourado?






PS (interdito a leitores púdicos e a menores de 45 anos): Mesmo que seja mais um caso tipo apito dourado (de uma outra cor) estou convencido que desta vez o léxico vai ser muito mais fino.

terça-feira, novembro 25, 2008

Siglas

segunda-feira, novembro 24, 2008

Olha para o que eu escrevo...

Numa recente entrevista ao Diário de Aveiro o Dr. Marques Mendes advogou a necessidade da ética na vida política e lamentou a crescente degradação da vida política em Portugal.

Gostámos de ler. Só não conseguimos perceber bem onde queria chegar quando afirmou:


Sou do PSD mas gosto de ser sério!

Alguém dá uma ajudinha?

sábado, novembro 22, 2008

O Zé fez falta

DREAM TICKET


sexta-feira, novembro 21, 2008

O Empréstimo dos 58 milhões

- Fomos os primeiros a propor a consolidação do passivo de curto prazo através da constituição de um empréstimo de longo prazo, considerado fundamental para acudir à situação “pesarosa” dos credores do município.

- O empréstimo é necessário mas não é suficiente para corrigir a situação financeira do município. Para que tal aconteça deve ser acompanhado por um plano de saneamento financeiro politicamente corajoso que sustenha o défice estrutural.

- O pacote de medidas proposto pelo Executivo é medíocre e não resolverá nenhum problema estrutural do Município; o próprio Tribunal de Contas teceu duras críticas ao documento.

- As dívidas de curto prazo vão ser pagas com a constituição de uma nova dívida que acarretam encargos adicionais para a edilidade, calculados em cerca de 24 milhões de euros.

- Ao sustentar que esta nova dívida vai ser paga com a concessão do estádio por 65 milhões de euros e outras medidas "impossíveis" previstas no Plano de Saneamento Financeiro, Élio Maia está a confessar que a Coligação a que preside não é capaz de conceber medidas de fundo para estancar o défice e pagar as dívidas, o que nos preocupa profundamente.

- Élio Maia comprometeu-se a liquidar uma “grande parte” das dívidas até ao Natal, pelo que as Contas de 2008 do Município deverão espelhar esses pagamentos. Se o balanço que vai ser elaborado em 31/12/2008 revelar que as dívidas de curto prazo estão a zero ou perto disso, Élio Maia respeitou o seu compromisso; caso contrário, o empréstimo foi esbanjado em medidas eleitoralistas e apenas serviu para, fugazmente, salvar a sua pele política à custa do futuro dos aveirenses.

- Vamos estar atentos.



ET: A opção por uma taxa fixa de 5,9% ao invés da opção pela taxa Euribor a 3 meses adicionada de cerca de 0,64% ilustra de forma exemplar a impreparação técnica deste executivo presidido pelo Dr. Élio Maia.

AGENDA PARA AVEIRO


NOVEMBRO (e Dezembro dada a importância e actualidade da temática e a multiplicidade de problemas já detectados) SERÁ DEDICADO ÀS QUESTÕES DA INSERÇÃO SOCIAL


- Que políticas de combate à pobreza e de promoção de coesão social devem ser prioritárias?
- Que políticas de apoio à população idosa?
- Como dinamizar a Rede Social no Concelho de Aveiro?

A seguir aqui

quinta-feira, novembro 20, 2008

A Caravana

Do Carácter (ou da sua falta) - Citações

Todo o homem tem três carácteres: o que ele exibe, o que ele tem e o que pensa que tem. (Alphonse Karr)

O carácter não é esculpido em mármore, não é algo sólido e inalterável. É algo vivo e mutável, e pode tornar-se doente, como se torna doente o nosso corpo. (George Eliot)

A natureza é frequentemente escondida, algumas vezes dominada, mas raramente extinta. (Francis Bacon)

O carácter é o que mais difícil se torna de conhecer no homem, porque depende de acasos que no-lo revelem. (Condessa Diane)

O carácter de um homem faz o seu destino. (Demócrito)

quarta-feira, novembro 19, 2008

Quanto é que ainda falta?

As lanchas da MoveAveiro que asseguram a ligação entre o Forte da Barra e a freguesia de São Jacinto estão paradas desde sexta-feira. A Dunas de S. Jacinto está parada por falta de certificado de navegabilidade. A Santa Joana Princesa está sem motor de arranque. A Transria está no Estaleiro, já há alguns meses.


O ferry-boat está a assegurar os seus serviços e os serviços da lancha, mas o Cale de Aveiro não oferece condições para acolher em local fechado todos os passageiros.

Nada que não aconteça noutros transportes da Move Aveiro. Uma vergonha!

Quando é que o Dr. Élio Maia e a sua Coligação vão, finalmente, tomar uma posição nesta matéria? Quanto mais tempo é que os Aveirenses terão de aturar esta situação?

Se Obama fosse africano


Os africanos rejubilaram com a vitória de Obama. Eu fui um deles.

Depois de uma noite em claro, na irrealidade da penumbra da madrugada, as lágrimas corriam-me quando ele pronunciou o discurso de vencedor.

Nesse momento, eu era também um vencedor. A mesma felicidade me atravessara quando Nelson Mandela foi libertado e o novo estadista sul-africano consolidava um caminho de dignificação de África.

Na noite de 5 de Novembro, o novo presidente norte-americano não era apenas um homem que falava. Era a sufocada voz da esperança que se reerguia, liberta, dentro de nós. Meu coração tinha votado, mesmo sem permissão.

Habituado a pedir pouco, eu festejava uma vitória sem dimensões. Ao sair à rua, a minha cidade se havia deslocado para Chicago, negros e brancos respirando comungando de uma mesma surpresa feliz. Porque a vitória de Obama não foi a de uma raça sobre outra: sem a participação massiva dos americanos de todas as raças (incluindo a da maioria branca) os Estados Unidos da América não nos entregariam motivo para festejarmos.

Nos dias seguintes, fui colhendo as reacções eufóricas dos mais diversos recantos do nosso continente. Pessoas anónimas, cidadãos comuns querem testemunhar a sua felicidade. Ao mesmo tempo fui tomando nota, com algumas reservas, das mensagens solidárias de dirigentes africanos. Quase todos chamavam Obama de "nosso irmão". E pensei: estarão todos esses dirigentes sendo sinceros? Será Barack Obama familiar de tanta gente politicamente tão diversa? Tenho dúvidas. Na pressa de ver preconceitos somente nos outros, não somos capazes de ver os nossos próprios racismos e xenofobias. Na pressa de condenar o Ocidente, esquecemo-nos de aceitar as lições que nos chegam desse outro lado do mundo.

Foi então que me chegou às mãos um texto de um escritor camaronês, Patrice Nganang, intitulado: "E se Obama fosse camaronês?". As questões que o meu colega dos Camarões levantava sugeriram-me perguntas diversas, formuladas agora em redor da seguinte hipótese: e se Obama fosse africano e concorresse à presidência num país africano? São estas perguntas que gostaria de explorar neste texto.

E se Obama fosse africano e candidato a uma presidência africana?

1. Se Obama fosse africano, um seu concorrente (um qualquer George Bush das Áfricas) inventaria mudanças na Constituição para prolongar o seu mandato para além do previsto. E o nosso Obama teria que esperar mais uns anos para voltar a candidatar-se. A espera poderia ser longa, se tomarmos em conta a permanência de um mesmo presidente no poder em África. Uns 41 anos no Gabão, 39 na Líbia, 28 no Zimbabwe, 28 na Guiné Equatorial, 28 em Angola, 27 no Egipto, 26 nos Camarões. E por aí fora, perfazendo uma quinzena de presidentes que governam há mais de 20 anos consecutivos no continente. Mugabe terá 90 anos quando terminar o mandato para o qual se impôs acima do veredicto popular.

2. Se Obama fosse africano, o mais provável era que, sendo um candidato do partido da oposição, não teria espaço para fazer campanha. Far-Ihe-iam como, por exemplo, no Zimbabwe ou nos Camarões: seria agredido fisicamente, seria preso consecutivamente, ser-Ihe-ia retirado o passaporte. Os Bushs de África não toleram opositores, não toleram a democracia.

3. Se Obama fosse africano, não seria sequer elegível em grande parte dos países porque as elites no poder inventaram leis restritivas que fecham as portas da presidência a filhos de estrangeiros e a descendentes de imigrantes. O nacionalista zambiano Kenneth Kaunda está sendo questionado, no seu próprio país, como filho de malawianos. Convenientemente "descobriram" que o homem que conduziu a Zâmbia à independência e governou por mais de 25 anos era, afinal, filho de malawianos e durante todo esse tempo tinha governado 'ilegalmente". Preso por alegadas intenções golpistas, o nosso Kenneth Kaunda (que dá nome a uma das mais nobres avenidas de Maputo) será interdito de fazer política e assim, o regime vigente, se verá livre de um opositor.

4. Sejamos claros: Obama é negro nos Estados Unidos. Em África ele é mulato. Se Obama fosse africano, veria a sua raça atirada contra o seu próprio rosto. Não que a cor da pele fosse importante para os povos que esperam ver nos seus líderes competência e trabalho sério. Mas as elites predadoras fariam campanha contra alguém que designariam por um "não autêntico africano". O mesmo irmão negro que hoje é saudado como novo Presidente americano seria vilipendiado em casa como sendo representante dos "outros", dos de outra raça, de outra bandeira (ou de nenhuma bandeira?).

5. Se fosse africano, o nosso "irmão" teria que dar muita explicação aos moralistas de serviço quando pensasse em incluir no discurso de agradecimento o apoio que recebeu dos homossexuais. Pecado mortal para os advogados da chamada "pureza africana". Para estes moralistas - tantas vezes no poder, tantas vezes com poder - a homossexualidade é um inaceitável vício mortal que é exterior a África e aos africanos.

6. Se ganhasse as eleições, Obama teria provavelmente que sentar-se à mesa de negociações e partilhar o poder com o derrotado, num processo negocial degradante que mostra que, em certos países africanos, o perdedor pode negociar aquilo que parece sagrado - a vontade do povo expressa nos votos. Nesta altura, estaria Barack Obama sentado numa mesa com um qualquer Bush em infinitas rondas negociais com mediadores africanos que nos ensinam que nos devemos contentar com as migalhas dos processos eleitorais que não correm a favor dos ditadores.

Inconclusivas conclusões

Fique claro: existem excepções neste quadro generalista. Sabemos todos de que excepções estamos falando e nós mesmos moçambicanos, fomos capazes de construir uma dessas condições à parte.

Fique igualmente claro: todos estes entraves a um Obama africano não seriam impostos pelo povo, mas pelos donos do poder, por elites que fazem da governação fonte de enriquecimento sem escrúpulos.

A verdade é que Obama não é africano. A verdade é que os africanos - as pessoas simples e os trabalhadores anónimos - festejaram com toda a alma a vitória americana de Obama. Mas não creio que os ditadores e corruptos de África tenham o direito de se fazerem convidados para esta festa. Porque a alegria que milhões de africanos experimentaram no dia 5 de Novembro nascia de eles investirem em Obama exactamente o oposto daquilo que conheciam da sua experiência com os seus próprios dirigentes. Por muito que nos custe admitir, apenas uma minoria de estados africanos conhecem ou conheceram dirigentes preocupados com o bem público.

No mesmo dia em que Obama confirmava a condição de vencedor, os noticiários internacionais abarrotavam de notícias terríveis sobre África. No mesmo dia da vitória da maioria norte-americana, África continuava sendo derrotada por guerras, má gestão, ambição desmesurada de políticos gananciosos. Depois de terem morto a democracia, esses políticos estão matando a própria política.

Resta a guerra, em alguns casos. Outros, a desistência e o cinismo.

Só há um modo verdadeiro de celebrar Obama nos países africanos: é lutar para que mais bandeiras de esperança possam nascer aqui, no nosso continente. É lutar para que Obamas africanos possam também vencer. E nós, africanos de todas as etnias e raças, vencermos com esses Obamas e celebrarmos em nossa casa aquilo que agora festejamos em casa alheia.

Mia Couto
14/11/ 2008

Publicado no Semanário Moçambicano "SAVANA"

Quem fala assim...



PS: Agora percebe-se porque é que a senhora fazia tanta questão em estar calada.

terça-feira, novembro 18, 2008

Nova aventura dos cinco!


segunda-feira, novembro 17, 2008

O caterer


"Há gente que não devia estar na política, mas no "catering". (...) Cinco anos, 650 mil mortos e 4 milhões de deslocados depois de ter servido o almoço das Lajes a Bush (...), Durão Barroso apressou-se a saudar efusivamente a eleição de Barack Obama, pedindo o seu apoio para vencer uma crise financeira que, segundo o próprio Obama, tem relação directa com a invasão do Iraque."

Manuel António Pina, "Jornal de Notícias", 17/11/2008

PS: Já só falta correr com o caterer!

domingo, novembro 16, 2008

Da política autárquica... (ou da sua falta!)


Nova Lei da Rolha?



Oiçam lá o que o homem tem para dizer, pô!

Eu cá ouvia-o!


Ouvir as pessoas é fazer Portugal maior.

Do Futebol...

Um Fado Triste!


Falas tanto em ir embora
Podes ir agora mesmo
Podes ir, porque eu não fico
A chorar por aí a esmo

Já tantas vezes disseste
Vou deixar-te, vou partir
Pois vai então, te garanto
Dizer-te adeus a sorrir



Se queres ir embora vai
Que de mim, não há que ter pena
A minha alma serena
diz-te adeus sem amargura

Se queres ir embora vai
Agora neste momento
Não ouvirás um lamento,
nem vou á tua procura

Não penses que o mundo acaba
Para mim, por ires embora
Não deves perder mais tempo
Aproveita, e vai agora

Mas quando saíres a porta
Faz uma cruz na calçada
E não passes mais por ela
Que a porta estará fechada


António Campos / António Rodrigues
Repertório de Tony de Matos

O Homem Lento






Uma profunda reflexão sobre a nossa verdadeira razão de ser e existir!






PS: Não façam leituras políticas precipitadas pois o livro nada tem a ver com a actuação do presidente de uma importante entidade reguladora nacional.


terça-feira, novembro 11, 2008

Fui à beira do mar


Fui à beira do mar
Ver o que lá havia
Ouvi uma voz cantar
Que ao longe me dizia

Ó cantador alegre
Que é da tua alegria
Tens tanto para andar
E a noite está tão fria

Desde então a lavrar
No meu peito a Alegria
Ouço alguém a bradar
Aproveita que é dia

Sentei-me a descansar
Enquanto amanhecia
Entre o céu e o mar
Uma proa rompia

Desde então a bater
No meu peito em segredo
Sinto uma voz dizer
Teima, teima sem medo

José Afonso

domingo, novembro 09, 2008

Mais uma noite perdida!


Devoto de Santo Huberto mais uma vez me fiz à estrada e à noite, para uma espera aos javalis.

Debalde!


Os javardos estão a ficar cada vez mais sabidolas e arranjam todas as escusas possíveis e imaginárias para evitarem sair a descoberto.

Abrigados na segurança dos matorrais os finórios vão dizendo aos seus escudeiros para irem andando à frente que, como a raposa da fábula, têm espinhos encravados nas patas e não podem andar depressa.

E os pobres tolos, inconscientes dos riscos que correm, saem ao aceiro e põem-se a jeito.

Mas, felizmente para eles, a paciência com que a experiência da vida me brindou arrefeceu-me os ânimos e, decididamente (embora às vezes o sangue ainda me ferva) não atiro a escudeiros. Primeiro porque acho desproporcionado gastar os 285 grains da Orix num porco pouco mais que desmamado. Depois porque não ando à caça para encher a salgadeira. Ainda por cima os bácoros estão carregados de ácido úrico e se o meu médico sabe que lhes cheiro as carnes, põe-me a pão e a laranjas. E de laranjas ando eu farto!

Mas a época ainda agora começou, os javalis estão a ganhar confiança e, mais dia menos dia, vão acabar por abandonar os bunkers espinhosos onde estão protegidos e sair ao terreiro. E, como espero (se a saúde não me atraiçoar e o Altíssimo permitir) não arrumar já a Browning, mais noite menos noite, espero ter o sovaco de um bem anafado no “red dot” da Swarovski.

E olhem que bem preciso pois estou a ficar farto de olhar para a cópia barata dos Girassóis do van Gogh que tenho por cima da lareira. Confiando na minha sorte até já lá fiz um furo para pendurar um garboso par de navalhas.

Que certamente irá fazer as delícias dos meus serões quando nas frias noites do Inverno que há-de vir, com os meus amigos, em pleno afã de descobrir o fundo de uma botija de CRF, recordar estas aventuras.

Ai Manuela...


sexta-feira, novembro 07, 2008

Os Meus Heróis


Prezo os símbolos, o rasto e os sinais
da minha nostalgia portuguesa.
Mas os meus heróis verdadeiros não vêm na história;
não têm monumentos nas praças domingueiras
nem dias feriados a lembrar-lhes o nome.
São heróis dos dias úteis da semana:
levantam-se antes do sol e recolhem apenas
quando a noite se fecha nos seus olhos.
Lavram a terra, o mar, e são jograis
colhendo a virgindade pudica da vida.
Sobem aos andaimes, descem às minas
e comem entre dois apitos convulsivos
um caldo de lágrimas antigas.
São os construtores do meu país, à espera!
Mouros no trabalho e cristãos na esperança;
famintos do futuro, como se a madrugada
fosse seara imensa apetecida
onde o sol desponta nas espigas
sobre o casto silêncio da montanha

António Arnaut

quinta-feira, novembro 06, 2008

Cãimbra de Aveiro - Comunicado

Num jornal diário da cidade, hoje publicado, é maliciosamente afirmado que há escolas em Aveiro que envergonham alunos e professores.

Trata-se de mais uma cabala contra este executivo (esta lançada pelos perigosos esquerdistas do SPZC) que apenas pretende desacreditar a magnífica obra que, em matéria de equipamento escolar, tem sido prosseguida no nosso concelho, os últimos anos.

Como é consabido está actualmente a decorrer o concurso (que oportunamente lançámos) para a escolha do parceiro que há-de integrar a parceria público-privada para construção e gestão do parque escolar do nosso município (e também da construção e gestão de 4 parques de estacionamento). E como o concurso foi "muito concorrido" estamos com dificuldades em escolher o vencedor.

Mas logo que este difícil processo termine fiquem com a certeza que o nosso parque escolar vai ficar um mimo. E, nessa altura, todos aqueles que dizem que esta parceria público-privada é um negócio de lesa-Aveiro, vão ter que meter a viola no saco e agradecer (com ambas as duas mãos juntas) por terem uns autarcas tão inovadores (e competentes) nesta matéria.

O que esses senhores da oposição queriam é que nós recorrêssemos ao apoio do QREN. Desenganem-se definitivamente pois se essa malta da Europa nos dá 70% a fundo perdido nas construções destinadas a implementar a Carta Educativa, alguma coisa quererá receber em troca que o nosso guru económico há muito nos ensinou que não há almoços grátis.

E a quem se queixa das salas frias e húmidas, recreios despojados, retretes do século passado, quadros eléctricos desprotegidos, refeitórios com telhados em lusalite e outras coisas (
como por aí se lê) pretendendo insinuar que essas condições podem prejudicar o desenvolvimento físico e intelectual das crianças que os frequentam lembramos que foi nessas escolas que fizemos a "primária".

ASS:
(não elegível)

terça-feira, novembro 04, 2008

O Voto dos Presidentes da Junta nas Assembleias Municipais

Embora vivamos num "Estado de Direito" assistimos por vezes a posições políticas de Presidentes de Junta eleitos em listas partidárias nas Assembleias Municipais a que, por direito, pertencem, que não conseguimos compreender e que, a nosso ver, deslustram o sistema que, a tantos, tanto custou a erigir

Não queremos com isto dizer que qualquer eleito para uma Assembleia Municipal não deve agir de acordo com a sua consciência e que não deva sobrepor o que considera ser o interesse dos munícipes que o elegeram, às directivas políticas do partido em cujas listas foi eleito. Nada disso (embora a Lei faculte que concorram sem estarem acobertados em listas partidárias). Achamos é que, em muitos casos, os Presidentes de Junta são obrigados a violentar a sua consciência, mormente a política, tomando posições contrárias aquilo que defendem, porque assim melhor julgam defender os interesses dos seus fregueses. E que quase todos os Presidente da Câmara abusam, nesse particular, da sua "posição de poder", independentemente do partido a que pertencem.

Em abono da verdade se diga que há alguns Presidentes de Junta que eu conheço que não fazem depender a sua posição de promessas de benesses ou compromissos de última hora. Mas infelizmente constituem uma limitada excepção à regra.

Há dias os 4 Presidentes de Junta do PS da Assembleia Municipal de Aveiro votaram a favor da posição da Câmara (e contra a posição dos membros da bancada do PS eleitos) relativamente à questão do novo empréstimo. Hoje tomámos conhecimento que dois Presidentes de Junta do PSD do Concelho de Águeda alteraram a posição de voto que anteriormente tinham tomado (e dois outros Presidentes de Junta do PSD estiveram ausentes da votação) o que acabaria por viabilizar uma proposta da Câmara anteriormente recusada.

Perante estes factos gostaria que dissessem se consideram que a capacidade de voto dos Presidentes de Junta nas Assembleias Municipais deve ou não merecer discussão pública e, eventualmente, ser alterada em certas matérias.

sábado, novembro 01, 2008

A modéstia em demasia (também) é pecado.

Todos sabem que nem sempre tenho estado de acordo com o executivo municipal presidido pelo Dr. Élio Maia. Mas, acreditem, custa-me vê-lo atacado por coisas que ele, realmente, não fez. Realidade que, aliás, tem vindo a ser normal durante o seu exercício do cargo.

Mas também não gosto das pessoas que exibem publicamente uma exagerada modéstia afirmando que não cumpriram as promessas que fizeram quando, de facto, já as realizaram. É que a modéstia em demasia é vaidade e eu considero a vaidade um pecado insuportável.

Por isso, quando na comemoração (?) dos 3 anos do seu mandato autárquico o Dr. Élio Maia veio afirmar que apenas tinha cumprido 81,32% das suas promessas eleitorais, fiquei com a sensação que, mais uma vez, estava a ser (muito) modesto (certamente a guardar trunfos para a parte final do seu mandato) pelo que me apeteceu aconselhá-lo a ir confessar-se rapidamente para não continuar a viver em pecado mortal.

É que estive a ver as promessas que, conjuntamente com a Dra. Regina Bastos, o Dr. Élio Maia fez aos Aveirenses nos finais de Julho de 2005 e não encontro qualquer promessa incumprida e muito menos propostas eleitorais por cumprir que justifiquem os tais 18,68% que diz faltar executar e que a sua consciência obriga que complete até ao fim do seu mandato.

Podem julgar que estou a brincar. Mas vejam lá se encontram no Programa Eleitoral que o Dr. Élio Maia apresentou no início da caminhada que o haveria de conduzir à Presidência da Câmara de Aveiro, alguma coisa que ainda não esteja executada. E, para quem já deitou fora os papéis, aqui vai o relambório:

O nosso Programa Eleitoral, cuja primeira versão técnica já está concluída, e do qual tenho aqui um exemplar, será publicamente apresentado e divulgado, já em versão final, e, por conseguinte, com a participação dos Aveirenses, no próximo mês de Setembro.

Tenho o dever de vos adiantar, desde já, as grandes linhas mestras no âmbito das quais os Aveirenses se irão pronunciar. Das nossas primeiras propostas devo destacar os projectos de cariz intermunicipal, já expostos pela Dra. Regina Bastos, como, por exemplo:

- o Metro Ligeiro de Superfície.
- a construção do Eixo – Estruturante Aveiro – Águeda.
- a duplicação da Variante de acesso à A1, por Aveiro Sul,
- o acesso ferroviário ao Porto de Aveiro, e
- a via panorâmica entre Aveiro e Ílhavo,

as quais também integram o nosso Programa.
Para além dessas, permitam-me uma referência a mais algumas propostas que constam já na primeira versão, a saber:

- Privilegiar, na linha do exposto, uma gestão intermunicipal. Afirmar e preservar a centralidade e a singularidade de Aveiro. Criar espaços de atendimento ao munícipe em diversas freguesias. Implementar uma filosofia de qualidade e de disponibilidade em todos os serviços municipais, simplificando procedimentos na relação com os cidadãos. Criar aquilo que designamos como a “Assembleia das Freguesias”. Institucionalizar o Cartão do Munícipe. Avançar com um Fórum da Inovação. Dinamizar e apoiar um Programa de Restauro Arquitectónico. Propor a criação do Museu Intermunicipal da Ria de Aveiro. Criar e apoiar a criação de Parques Empresariais. Optimizar as relações com a Universidade de Aveiro, criando condições para um trabalho conjunto decisivo para o futuro de Aveiro. Transformar Aveiro na capital das Energias Alternativas. Avançar para um polivalente Espaço Cultural, que integre, entre outros, uma nova Biblioteca e um Museu Histórico de Aveiro. Concretizar um Programa de Intercâmbio Cultural inter-Freguesias. Reservar um lugar especial à concretização de uma política de Juventude. Aprovar uma imagem de marca para o artesanato aveirense. Abrir realmente as portas e o palco do Teatro Aveirense a todos os Aveirenses e às Associações de Aveiro. Assumir as comemorações do 2º Centenário do nascimento de José Estêvão. Municipalizar e concretizar o Plano de Pormenor para a E.N. 109. Apoiar a 3ª Idade no âmbito de Centros de Dia, Lares, Residências Assistidas e Condomínios Residenciais. Reforçar e optimizar o papel das Juntas e Assembleias de Freguesia. Democratizar o acesso às Tecnologias da Informação e Comunicação. Apostar no planeamento, valorizando os pequenos espaços urbanos, impedindo o surgimento dos “não lugares”. Criar pistas cicláveis, circuitos pedestres e instalar corredores verdes. Melhorar as ligações directas à A17. Avançar, finalmente, com o processo da pista de remo do Rio Novo do Príncipe. Intervir, de modo decisivo, no processo da Pateira de Fermentelos/Requeixo. Apostar decisivamente nas potencialidades turísticas de Aveiro. Concluir o processo da Carta Educativa e conceder prioridade ao reforço e qualificação dos edifícios escolares. Dinamizar e apoiar a Educação e a Formação ao Longo da Vida. Elaborar as Cartas Cultural, Desportiva, Social e Empresarial do concelho. Apoiar o importante movimento associativo e institucional, nas suas mais variadas vertentes e áreas. Valorizar e incrementar a actividade e a oferta cultural de Aveiro. Afirmar a solidariedade como valor essencial, introduzindo um novo conceito de Inovação Social. Estabelecer parcerias, na área da acção social, com diversas entidades, para a criação de projectos de integração e acompanhamento social. Reforçar, privilegiar e qualificar os Transportes Públicos. Conceder prioridade à Habitação Social, não só em projectos tradicionais, como no âmbito Cooperativo e de Custos Controlados. Dispensar, nomeadamente ao nível da mobilidade, toda a atenção aos cidadãos portadores de deficiência. Reforçar e melhorar os equipamentos de saúde existentes.


Tenho ou não tenho razão?


PS: Se desejarem relembrar o Programa Eleitoral definitivo da coligação Juntos por Aveiro é só clicar
aqui. Mas, por favor, não se riam quando lerem a promessa de encerrar o aterro de Taboeira, o que era preconizado para o Estádio Municipal de Aveiro ("equipamento âncora para a implementação do PDA") ou, entre outras, a promessa de reduzir a "proliferação indiscriminada" de empresas municipais.

Do Baú das Memórias



Em dias cinzentos e de nostalgia como o de hoje, vem-me uma enorme vontade de vasculhar o meu baú das memórias onde, às vezes, descubro coisas interessantes.



Acabo de encontrar um texto muito interessante sobre a situação financeira do nosso Município. E, porque nele são transcritas verdades intemporais lembrei-me de o trazer aqui. O problema é que já não me lembro de quem foi o seu autor.

De qualquer forma aqui fica. E se, por acaso, se lembrarem de quem proferiu estas tão sábias palavras, não deixem de me dizer.

Queremos o que é justo - um Concelho onde não tenham que ser os cidadãos a pagar, com o seu dinheiro, os erros de quem governa.

O verdadeiro problema da Câmara não está nas receitas, ou seja, o verdadeiro problema não está na falta de dinheiro, mas sim no despesismo.

A Câmara, nos últimos quatro anos, de 2001 a 2004, sem fazer nada do outro mundo, registou uma receita de 247 milhões de euros, quase 50 milhões de contos. Isto dá, em média, quase cinco milhões de euros – mais de um milhão de contos por mês. São 250 mil euros, qualquer coisa como 50 mil contos, em cada dia.

ISTO É MUITO DINHEIRO. ISTO É, DE FACTO, MUITO DINHEIRO

Dispor de 50 mil contos por dia, são meios financeiros escassos? É óbvio que não.

PobreAveiro É ÈME - Comunicado



Então, no estado em que as ruas estão, queriam que comprássemos autocarros novos ou reparássemos os existentes?


Para depois nos acusarem de delapidar os dinheiros públicos e culparem-nos de má gestão, não era?

Devem mas é julgar que somos uns incapazes que nasceram para estas coisas ontem!

Não há quem contente este povo!!!


Ps: E, como sempre (que esta malta é do contra e só gosta de dizer mal), ninguém se lembrou de falar das poupanças que esta situação proporciona. Os adictos da adrenalina e os amantes das manobras radicais já escusam de ir à Feira de Março gastar dinheiro, na montanha russa ou no comboio fantasma, para viver emoções fortes. Que, a toda a hora, podem ser vividas num autocarro ao seu dispor… bem perto de si!!! (a preços de uva mijona).