
Caros leitores,
Como sabem reservei estas duas semanas (que já estão a acabar) para tentar pôr a minha saúde em dia. Mas, como tenho responsabilidades profissionais e políticas não me atrevi ainda a desligar o telefone ou a deixar de ir à net ver o mail e as mensagens do blog.
E isso, como devem calcular, não me tem deixado descansar muito. O telefone não pára e as mensagens têm sido mais que muitas. Um favor lhes peço. Não me telefonem a não ser por coisas realmente importantes e, acreditem, já sei as fofocas todas, não quero saber mais e já tenho cópia de todos os manifestos anónimos que andam a circular em Aveiro.
Se prometerem dar-me algum descanso vou-vos aqui deixar, em contrapartida, o essencial daquilo que me contaram (e que penso corresponder à verdade), sobre o tema das piscinas do Beira-Mar que, ao contrário de outras questões bem mais importantes e lesivas para os aveirenses ocorridas no consulado de Élio Maia, tem sido o fulcro dos últimos contactos.
E, lembrem-se que o Margem Esquerda não é um blog desportivo. Mas como os blogs de desporto cá do burgo, mesmo aqueles até à nomeação da última Comissão Directiva estiveram tão activos, estão agora calados, cai-nos tudo em cima.
De qualquer forma se alguém achar que publiquei qualquer coisa que não corresponde à realidade peço-lhe, encarecidamente, que imediatamente me contacte por SMS ou deixe mensagem para eu poder, de imediato, repor a verdade. Aqui vai:
1- No dia 18 de Julho de 2009, perante o notário António Amaral Marques, foi celebrada escritura pública de venda do terreno das piscinas ao Beira-Mar, pela quantia de 1.283.200 euros.
2- A escritura foi outorgada pelo Dr. Élio Maia em representação da CMA e por 3 membros da Comissão Directiva do Beira-Mar, entre os quais o Presidente Sr. Mano Nunes.
3- O Dr. Élio Maia declarou ao notário ter já recebido, integralmente, o valor da venda.
4- Acto contínuo, no mesmo notário, o terreno foi vendido pelo Beira-Mar à empresa Nível2, Sociedade de Empreendimentos Imobiliários, Lda., com sede na Z.I. das Ervosas, Ílhavo pelo montante declarado de 2.500.000 euros. Outorgaram a escritura por parte do comprador 2 dos sócios gerentes da referida sociedade.
5- O negócio entre a CMA e o BM foi feito num notário privado (contrariamente ao que é normal nos negócios camarários) e foi unicamente outorgado pelo Dr. Élio Maia que pretendia manter o negócio no maior secretismo especialmente dos seus vereadores Drs. Caetano Alves e Capão Filipe. Quando confrontado com o facto por um destes vereadores terá, alegadamente, declarado que não sentia qualquer incómodo por ter feito agora esta venda porque, embora tardiamente, estava apenas a cumprir uma deliberação que eles tinham tomado e que estava tudo na maior das legalidades.
6- Quando a CMA pretendeu cobrar o cheque do Beira-Mar, que foi mantido no cofre durante vários dias, verificou-se que o cheque foi depositado fora de prazo e não estava devidamente assinado pois apenas continha a assinatura de 2 membros da Comissão Directiva quando para o cheque ser válido eram necessárias 3 assinaturas. A assinatura do Presidente da Comissão Administrativa do Beira-Mar não constava do cheque.
7- Este incidente que, ao que sabemos, ainda não está resolvido continuando a Câmara sem receber o dinheiro, provocou um grande incómodo aos outros directores, particularmente ao Sr. Manuel Madaíl (um dos signatários do cheque que, apesar de ser meu adversário político, me merece a maior confiança pessoal) que terá invectivado fortemente o Presidente da Comissão Directiva por o ter levado a ter cometido tal atitude, atitude que nunca tinha cometido ao longo da sua vasta e profícua carreira empresarial.
8- Segundo me disseram o Sr. Mano Nunes parece pretender agora renegociar o protocolo (que aliás deu origem ao negócio do terreno das piscinas), pois considera que tem cláusulas muito penalizadoras para o Beira-Mar e, do dinheiro que recebeu, não entregou qualquer valor aos antigos directores que são credores do Beira-Mar (Dr. Caetano Alves e Snrs. José Cachide e Artur Filipe).
9- Durante o mandato da anterior direcção do BM, o Hospital da Trofa terá demonstrado junto da CMA e do Dr. Élio Maia interesse sério na compra do terreno das piscinas, tendo colocado uma primeira proposta no valor de 4 milhões de euros. O Dr. Élio Maia remeteu o negócio para a Direcção do Beira-Mar, tendo 3 directores do clube (entre os quais o então Presidente Sr. Artur Filipe) tomado nota da oferta à mesa do Sal Poente directamente com o representante do referido hospital. Contudo acharam a proposta muito baixa pois previamente tinham pedido informações sobre o valor real do terreno e os valores apontados eram muito superiores (cerca do dobro).
10- O Sr. João Maia referenciado como primo direito do Presidente da Câmara no panfleto anónimo com o título "Fechar os Olhos" que anda a circular, (infelizmente em Aveiro as pessoas tem cada vez mais medo de assumir o que pensam e refugiam-se no indignificante anonimato), que saibamos, não é sócio da Nível2, cujos sócios possuem empresas em S. Bernardo e mais recentemente em Ílhavo. Quanto sabemos apenas é amigo (e cunhado) de um dos sócios.
11- Não sabemos se o terreno das piscinas já foi vendido novamente. Mas sabemos que está em vigor uma penhora sobre o prédio no montante das benfeitorias realizadas nas piscinas durante a anterior direcção do Beira-Mar. Quanto sei também ainda não foram pagas as indemnizações aos funcionários das piscinas que foram despedidos.
12- Finalmente fiquei muito triste e até envergonhado quando encontrei um adepto do FCP que esteve no jogo recentemente disputado no Estádio com o Paços de Ferreira. Disse-me que o Estádio está uma lástima e que até mete pena. Disse-me ainda que quis confrontar com o facto os directores do Beira-Mar que conhece, mas não encontrou nenhum no jogo.
Meus amigos. Isto é tudo o que, de essencial, me contaram. Conclusões tirem-nas vocês. Espero que com isto me deixem, ao menos, passar este fim-de-semana em paz. E agora vou para a piscina que bem mereço.
Adeus e até ao meu regresso.