segunda-feira, janeiro 07, 2008

A Dívida da CMA ao Beira-Mar

Sou dos mais antigos membros da Assembleia Municipal de Aveiro em exercício. Refiro este estatuto não porque confira qualquer privilégio ou credibilidade especiais, mas apenas para recordar que já ali tive a ocasião de assisti a muitas coisas. Porém, e digo-o com alguma mágoa, não me lembro de alguma vez ter assistido a algo de semelhante ao que se passou na passada sexta-feira. Isto porque considero que na política, há que preservar um limiar mínimo de dignidade e ética que nem o mais profundo desespero pode justificar que alguém ultrapasse.

A forma e o conteúdo que o Sr. Presidente da Câmara de Aveiro decidiu dar à resposta da questão da quantificação da dívida da CMA com o Beira-Mar que oportunamente lhe coloquei, ultrapassou, a meu ver, esse limiar. E eu que sempre tive consideração política pelo Dr. Élio Maia, fiquei profundamente surpreendido (e até desgostoso) com as palavras que o populismo eleitoralista e o desespero de tentar manter a qualquer preço os apoios políticos que vê, continuada e consistentemente, fugir, lhe colocaram na boca.

Também (e sei que o que vou dizer não é "politicamente correcto") fiquei decepcionado com o tratamento que, nalguns casos, foi dado, à questão nos media e interrogo-me das razões que levaram a que o sentido crítico de alguns dos jornalistas presentes, entre os quais se encontravam alguns profissionais de reconhecida excelência, não reagisse fortemente à falta de seriedade política com que o assunto foi tratado. Há questões que nem a ânsia do gozo de um merecido fim-de-semana justifica serem tratadas de forma tão aligeirada.

Mas, relativamente ao que na referida sessão se passou sobre esta matéria gostaria de, o mais sumariamente possível, tecer algumas considerações.

1- Em primeiro lugar, ao apresentar a questão, o Dr. Élio Maia, mais me pareceu estar preocupado com a situação do alegado credor do que com a do Município a que preside. Esta atitude certamente derivará do facto de ainda não ter interiorizado que já não é Presidente de Junta de S. Bernardo e que os Aveirenses (saiba-se lá porquê) o elegeram para presidir ao seu Município. E que nessa condição, dentro dos limites da legalidade e da equidade, a sua obrigação primordial é defender, com todo o seu saber e todas as suas forças, os interesses de Aveiro e dos Aveirenses. Mormente contra os múltiplos interesses antagónicos, por mais legítimos que sejam, que um verdadeiro Presidente da Câmara tem de diariamente, com coragem e determinação, enfrentar, sem cuidar dos prejuízos ou lucros politico-eleitorais das posições que tomar em defesa dos interesses do Município.

2- Em segundo lugar porque me indigna que continue a utilizar o "sound byte" (certamente segredado por algum assessor espertalhaço) que os Aveirenses, quando votaram na lista da coligação “Juntos por Aveiro”, tinham conhecimento que havia candidatos a exercer funções directivas (e outras) no Beira-Mar e mesmo sabendo-o, votaram neles. Seguramente que, pelo menos alguns, os conheciam das notícias dos jornais desportivos. Mas estou certo que quem neles votou julgava que, uma vez eleitos, iriam despir a camisola do Beira-Mar e vestir a camisola de Aveiro. Como é comum no futebol quando um jogador muda de clube. E às vezes até assistimos à emoção de alguns que não escondem uma lágrima furtiva quando, sob novas cores, contribuem para a derrota da sua anterior equipa que ainda não conseguiram retirar do coração. O que os eleitores não estariam à espera é que fosse necessário invocar a Lei para que essas pessoas que utilizaram a sua notoriedade de dirigentes desportivos para alcançar o poder autárquico, fossem impedidas de utilizar essa sua nova condição para resolver ou influenciar a resolução dos problemas financeiros do clube onde conseguiram essa notoriedade, sabendo~se, como se sabe, que são parte interessada na decisão, alimentando um pernicioso círculo vicioso (que o interesse de Aveiro e dos Aveirenses obriga a quebrar), onde não se sabe onde acaba o clube e começa a autarquia e vice-versa.

3- Mas passando à questão da dívida da CMA ao Beira-Mar. A primeira conclusão que se pode retirar da resposta do Sr. Presidente da Câmara é que, contrariamente ao que alguns órgãos de informação noticiaram afirmando que a dívida da CMA ao Beira-Mar atinge o valor de 3,9 milhões de euros, a CÂMARA MUNICIPAL DE AVEIRO NADA DEVE AO BEIRA-MAR.

De facto, de acordo com o que foi dito pelo Dr. Élio Maia, parece que o Contrato-Programa de Desenvolvimento Desportivo celebrado entre a CMA e o Beira-Mar a 11 de Julho de 2002, com validade até Dezembro de 2005 e renegociado em 26 de Setembro de 2006 para o ano de 2006, pelo actual Presidente da Câmara, do qual resultam, entre outros, o compromisso da CMA prestar apoio financeiro ao Beira-Mar no montante 20.000 em cada um dos 12 meses do ano, tem as contas em dia. Anotámos com satisfação, porque na certeza da não existência de qualquer situação de privilégio relativamente aos pagamentos ao Beira-Mar, ficámos a saber que as contas relativas aos contratos – programa e protocolos celebrados entre a CMA e os outros clubes e agentes desportivos, sociais e culturais do concelho, também se encontram em dia.

4- O Beira-Mar reclama, a nosso ver legitimamente, a renda devida pela utilização da sua sede, uma vez que o contrato-promessa de permuta celebrado entre a CMA e o Beira-Mar, em 26 de Setembro de 2001, mediante o qual era obrigação do clube entregar essa fracção autónoma à CMA contra a edificação de uma nova sede no Largo Dr. Joaquim Melo Freitas, se tornou nulo e sem qualquer efeito pelo facto da empreitada da construção da nova sede não ter sido visada pelo Tribunal de Contas. E certamente a arrendatária, a Sociedade Aveiro Polis, S.A., de imediato saldará essa dívida quando lhe forem apresentados as facturas do arrendamento que foi dito atingirem o montante “de cerca” de 100 mil euros, dado não constar que essa sociedade tenha problemas financeiros. Obviamente a CMA terá de devolver à AveiroPolis, SA., as rendas que, entretanto, indevidamente recebeu, mas não me parece que a resolução desta questão origine problemas de maior.

5 – Maior dificuldade acarretará, a nosso ver, a liquidação das verbas devidas pela EMA- Estádio Municipal de Aveiro ao Beira-Mar resultantes do milionário (e quanto a nós insensato) protocolo celebrado entre as partes a 9 de Setembro de 2003 que, segundo o Dr. Élio Maia, atingem o montante “de cerca” de um milhão e duzentos mil euros, IVA incluído.

Quando instado a declarar o valor exacto da dívida o também Presidente do Conselho de Administração da EMA escusou-se a responder. Afirmou, no entanto, que estes valores correspondem à aplicação do protocolo a 100% o que significa que a EMA, que é uma empresa que está falida tecnicamente, não fez valer a prerrogativa inscrita no clausulado do protocolo que permitia a reavaliação do valor protocolado de 500.000 euros anuais (pelo prazo de 20 anos) no caso do Beira-Mar baixar de divisão.

Sem me alongar muito sobre esta matéria dadas as possíveis consequências negativas, gostaríamos de afirmar que a razão pela qual o Presidente não sabe (e portanto não pode dizer) qual é o montante exacto da dívida. Acontece que a EMA, por dificuldades de tesouraria, deixou, quanto a nós errada e imprudentemente, de devolver ao Beira-Mar pelo menos o IVA das facturas que este ia emitindo. Daí o BM ter deixado de facturar e a contabilidade da EMA (e certamente a do Beira-Mar) indicar hoje um valor bem diverso dos referidos 1,2 milhões. Mas o Sr. Presidente da Câmara está em condições óptimas para verificar esse facto dado conhecer as contas da EMA e as contas do Beira-Mar que lhe devem ter sido certamente remetidas no âmbito do desenvolvimento do Contrato-Programa de Desenvolvimento Desportivo atrás referido.

Sobre o pedido de verificação da correspondência entre os valores recebidos directamente pelo Beira-Mar pela venda de camarotes e os valores que foram considerados para "acerto" de contas com a EMA que lhe havia formulado na sessão anterior, o Dr. Élio Maia nada disse.

Gostaríamos de salientar que na quantia indicada pelo Sr. Presidente da Câmara já se está a considerar como dívida o valor de IVA ainda não liquidado ao Fisco porque as facturas (que têm prazos específicos para emissão) ainda não foram emitidas (se desejar pode ver as contas da EMA em 31/12/2006, aqui).

No nosso entender, para que a EMA, EM., (que é o legítimo devedor) possa cumprir os seus compromissos, a CMA, legalmente, tem de a habilitar para tal através de um suprimento ou efectuando um aumento do seu capital social. O que esperamos, uma vez clarificadas as contas e renegociado o protocolo, seja feito com a brevidade possível.

6- Assim, salvo a necessidade legal de aprovação do suprimento ou aumento de capital social da EMA que, nos termos da legislação em vigor tem de ser efectuada obrigatoriamente e a eventual necessidade de ratificar os valores do protocolo que devem ser renegociados para valores compatíveis com o actual estádio das finanças municipais, a totalidade das dívidas existentes e reclamadas pelo Beira-Mar pode ser rapidamente liquidada sem necessidade de depender da votação favorável do PS e, se tudo for realizado nos termos e com a transparência descrita, o PS deverá votar favoravelmente as propostas. Daí não compreendermos nem podermos aceitar as indignas e ilegítimas pressões de que tem sido alvo o Partido Socialista e alguns dos seus responsáveis para votarem favoravelmente negócios pouco claros e de dúbias finalidades.

7- O Sr. Presidente da Câmara considera, ainda, que a CMA tem para com o Beira-Mar compromissos estimados em cerca de 450 mil euros originados nas benfeitorias efectuadas pelo Beira-Mar no antigo Mário Duarte e 400 mil euros destinados a um terreno para construção de um novo pavilhão bem como o valor estimado, não inferior a 1,7 milhões de euros, destinados à construção de 6 (seis) campos de futebol dos quais dois relvados (1 sintético e 1 em relva) e 3 campos para futebol de iniciação, compromissos assumidos no Protocolo entre a CMA e o Beira-Mar celebrado em 09/09/2003 (precisamente o mesmo dia em que foi celebrado o protocolo entre a EMA e o Beira-Mar), que a CMA se comprometeu a executar até Outubro de 2005.

Não vou comentar, antes vou deixar à opinião dos leitores a apreciação deste protocolo que levantou algumas dúvidas, não total e prontamente esclarecidas, relativamente à data da sua eventual aprovação pelo executivo, em reunião da Assembleia Municipal realizada a 23/03/2004 a pedido do líder do Grupo Municipal do PCP, António Salavessa, que aliás nessa Assembleia teceu um interessante conjunto de opiniões que vale a pena relembrar.

Quer o protocolo entre a EMA e o Beira-Mar quer o protocolo entre a CMA e o Beira-Mar nunca foram remetidos à Assembleia Municipal para aprovação, como o Dr. Jorge Nascimento bem lembrou na última Assembleia Municipal. E se, para mim que não sou especialista na matéria, podem subsistir algumas dúvidas da necessidade dos protocolos (e suas alterações) celebrados por Empresas Municipais cujo capital é totalmente detido pela Câmara Municipal terem de ser aprovados pela Assembleia Municipal para produzirem efeitos, creio existirem poucas dúvidas que o protocolo celebrado entre a CMA e o Beira-Mar apenas produzirá plenos efeitos depois de aprovado pela Assembleia Municipal.

8- Eventualmente poderá residir neste facto a pressa e a forma proposta para a resolução de todo este imbróglio, que é proposto solucionar com recurso à dação em pagamento de um terreno não devidamente avaliado por conta da “dívida” da CMA (bem como da EMA e da AveiroPólis que têm personalidades jurídicas próprias) que, como verificámos, além de ainda não terem o seu valor devidamente apurado podem, eventualmente, provir de obrigações de legalidade duvidosa ou até possa talvez justificar a vontade de alguns de se afastarem da decisão e, uma vez a salvo de eventuais responsabilidades, gritarem bem alto a necessidade de ser votada favoravelmente a decisão que desejam, mas não querem assumir.

9- Daí exigirmos uma prévia clarificação de toda esta problemática que, dada a sua complexidade e melindre, apenas será votada pelo PS em reunião do executivo na presença da totalidade dos vereadores em exercício eleitos. E, como compreenderão, não nos cabe qualquer culpa pelo facto dos 2 actuais vereadores do CDS/PP não poderem, nos termos da Lei, participar na deliberação. E deploramos a forma como o Sr. Presidente da Câmara, Dr. Élio Maia, tem tratado esta questão e realçamos o desprimor do tratamento com que tem mimoseado os representantes do Partido Socialista no qual tem sobressaído as suas já famosas tiradas politico eleitoralistas. Sempre estivemos disponíveis, dentro dos limites da clareza e da co-responsabilização política, que sempre impusemos, para ser parte na resolução de um problema em que não enjeitamos as nossas responsabilidades. Está na mão da maioria demonstrar que, realmente, o deseja resolver.

12 Comments:

At segunda-feira, janeiro 07, 2008 12:06:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Parabens, Dr. Raul Martins.
É lamentável que os Aveirenses terão de recorrer ao seu blog, para saber o que tinha para responder legitimamente ao Presidente, que a Presidente da Assembleia Municipal, o impede no local próprio para o efeito.
Realmente toda a coligação se esconde, a todas as respostas das oposições.
Provado, Aveiro não tem Camara.

 
At segunda-feira, janeiro 07, 2008 2:38:00 PM, Anonymous Anônimo said...

nota: os protocolos de desenvolvimento desportivo com os outros clubes não estão todos em dia! e se o estão esse facto fica a dever-se à "simples" artimanha da CMA ter "saltado" um ano de contratualização com os agentes desportivos em questão, quebrando a promessa sempre adiada de o vir a fazer em tempo útil ao longo da época desportiva 2006/2007.

 
At segunda-feira, janeiro 07, 2008 4:57:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Meu Caro Dr. Raul Martins:
Em minha opinião o Dr. Élio Maia está a ganhar arcaboiço político, e já não era sem tempo.
Eu penso que os políticos têm de ser pessoas bem estruturadas psicologicamente, e não podemos andar a lidar com eles com misericórdia como se fossem aleijadinhos de personalidade e carácter.
Digo isto, porque em minha opinião o Élio inteligentemente está a montar-lhe ou a tentar montar um “cerco” apertado, com esta coisa da dívida do Beira-Mar, armando-se em vítima de uma situação que me parece querer alhear-se.
A argumentação é de fazer crer que, o pagamento ou não da dívida ao Beira - Mar não depende dele, nem dos seus pares, mas sim, dos Socialistas.
Tenta de algum modo destabilizar a argumentação que o meu Amigo usa, sabendo que, sendo o Presidente da Concelhia do PS, é o Nº 1 do partido, a nível concelhio logo o “responsável” perante a opinião pública, e “vencendo-o” nesta “batalha” arruma com os Socialistas.
Li a comunicação social, e em minha opinião, não acreditando que estão a agir de má fé, parece-me no entanto que estão a ir no engodo do Senhor Presidente da Câmara.
Não me quero alongar, mas pergunto-me:
“Se o Dr. “Élio” é efectivamente o líder da Coligação, porque não convence os Vereadores que estão ligados ao Beira-Mar a suspenderem as funções de vereadores, por um mês, ou uma semana que seja, para votarem na Câmara juntamente com os Socialistas?”
Então eles é que ganharam as eleições e têm de ser os Socialistas a tomarem decisões quando há decisões delicadas e que deixam dúvidas a toda a gente?
Sabemos que a única função da EMA, é não fazer o desemprego aumentar em Portugal, e particularmente no distrito de Aveiro. Mas se calhar por lá, há “sabidolas” que também são conselheiros do Reino.
Cuide-se meu Caro.

 
At segunda-feira, janeiro 07, 2008 5:27:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Como é isto???Então quando um dirigente do Beira Mar entra como vereador da C.M. de Aveiro muda de clube?? Na minha opinião isto é mesmo admitir que a politica e o futebol são partidos politicos. às tantas até são. Eu ando mesmo distraido, mas acho que o Sô Dótor não o deve escrever.

 
At terça-feira, janeiro 08, 2008 11:17:00 AM, Anonymous Anônimo said...

O que se está a passar é para dar com as pessoas em doidas: põem-lhes à disposição um brinquedo que custou 60 milhões e agora para utilizarem o brinquedo querem :
Piscinas para aterrar ( se bem me lembro, já não é a 1ª que fazem) e vender.
Pavilhão velho abaixo para vender os terrenos.
Sede nova. Esta é a mais fácil de resolver: no edifício onde estão instalados os vereadores do cds, montam a sede do BM. 2 em 1 e está feito. Até ficam com mastros para içarem a bandeira.
E sabem qual vai ser o v. futuro?
a ASAE qualquer dia vai fechar o elefante branco por falta de manutenção, sem as piscinas e o pavilhão e voltam às origens : campo do parque para futebol de salão( o outro já tem dono ) e os balneários na antiga casa de chá.
Só lamento é ver o amigo Graça metido nessa bagunçada. Ele que foi um exemplo do Beira Mar nas actividades amadoras e deixou-se ir na onda.
Mas o dr Élio tem uma solução: constroi um campo nos terrenos do antigo albergue, ainda lá tem a capela onde podem instalar a sede e ele vai para presidente na sua terra, de onde nunca devia ter saído.
Que mal fizeram os Aveirenses para ter de suportar este triste espectáculo? Pode ser que o S. Gonçalinho nos dê uma ajuda este fim de semana e não ponha a capa ao futebol e os ajude a ir para onde merecem.

 
At terça-feira, janeiro 08, 2008 11:28:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Meu Caro Amigo:
Ontem, segunda-feira, passei pela Assembleia Municipal, de quando em vez gosto de lá ir deitar o olho. Mais uma vez o caso Câmara / Beira – Mar veio à baila, bem como o visto do Tribunal de Contas, sobre o empréstimo dos 58 milhões de Euros.

Interessante como a bancada que apoia a Câmara, insinua, tentando endossar-lhe a si, umas vezes velada, e outras frontalmente, a responsabilidade do “T.C.” “avalizar” ou não, a concessão do empréstimo. Deu-me vontade de rir.
Gostei da intervenção do deputado Carlos Martins, parece-me que é economista de profissão, achei-o sensato.

Depois, houve inflamações em alguns discursos mas que, nem por isso deixaram de ser vazios de conteúdo.
Via-se à distância que a maioria que sustenta a Câmara, não têm noção nenhuma de nada, nem de como as coisas funcionam.

O Dr. Nascimento do CDS/P.P. talvez por deformação profissional, até confunde o Tribunal de Contas, com o Tribunal Constitucional.

O Prof. Manuel Coimbra do PPD/PSD, manifestou uma ignorância confrangedora sobre o que está em causa, não tem noção nenhuma do que se está a passar.
Para ele, dívida conjuntural e estrutural, é tudo a mesma coisa, basta só dizer ao “TC” que é conjuntural, ou se calhar estrutural, porque o Prof.Coimbra, não sabe distinguir e deve pensar que o “TC” também não.
E assim, a questão resolve-se facilmente...
Deixou-me a sensação que para ele, falar-se de uma coisa ou outra, só serve para atrapalhar, e que nem interessa falar disso.O que lhe interessa é que venha o aval, e tem de vir rap+idamente, e di-lo de uma maneira tão convincente que penso que se convence a ele próprio que tem razão.

O Vereador Pedro Ferreira, lá se foi defendendo como pode, mas está isolado nas suas iniciativas que podem ser arrojadas no meio daquilo tudo, mas têm muito de “aventureirismo”.
É natural, pois parece-me bem que só pode contar consigo próprio.
E ele, por muitas capacidades e vontade que tenha, é ainda muito novo em traquejo.

Já noutro assunto, vi o Dr. Élio perder a compostura, que eu nunca pensei que fosse capaz.
Foi infeliz ao tentar enxovalhar o Presidente da Junta de freguesia da Vera-Cruz, João Barbosa.
Esteve mal, saiu-se mal, portou-se mal.

Demonstrou a todos que não queria que o João Barbosa fizesse intervenções na “A.M.”. Que o Barbosa tinha sítio próprio para as fazer,( possivelmente lá nas reuniões que a Cãmara faz com as Juntas todas)

Que o Barbosa fazia intervenções na “AM” para ter protagonismo na Comunicação Social…
Ora, todos nós conhecemos o Presidente da Vera Cruz, João Barbosa, há longos anos porque tem sido eleito consecutivamente pelas gentes da Vera Cruz.

Para mim um Presidente de Junta tem a mesma respeitabilidade que um Presidente de Câmara, porque ambos são eleitos directamente e nos mesmos moldes.
O Élio além de ofender o Presidente de Junta, feriu toda a população da Vera Cruz, que nele confia os seus destinos enquanto comunidade.

Depois toda a gente sabe que o Barbosa sempre falou e bem, nas Assembleias Municipais.
Mesmo no tempo do Dr. Alberto Souto, seu correligionário, nunca se coibiu de dizer o que pensava, de o criticar, e de olhar pelos interesses da Vera Cruz.
Chegou a levar no tempo do Souto à “AM” a “sua” população para contestar medidas da Câmara socialista que ele avaliava como más para os seus eleitores.

Por tudo, esteve mal o Dr. Élio, muito mal mesmo.
E se queria tirar protagonismo ao João Barbosa, penso que lho deu e reforçou.
Amanhã, depois, estes dias, o João Barbosa vai ser notícia.

A comunicação social tem o dever de informar o que se passou na Assembleia Municipal, e relatar aquela “contenda” entre o Presidente veterano, João Barbosa e o Presidente novato, Élio Maia.

 
At quarta-feira, janeiro 09, 2008 2:33:00 PM, Anonymous Anônimo said...

A pobreza deste Presidente da Camara é tanta, que já chega ao ridículo de não saber ocupar o seu lugar com a dignidade que Aveiro merece.

 
At quarta-feira, janeiro 09, 2008 3:10:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Diz um presidente para o outro:
"Tira mas é as mãos dos bolsos!"
Responde este último:
"Até posso tirá-las, mas, se o fizer, ao menos só as tiro dos meus"

 
At quinta-feira, janeiro 10, 2008 12:08:00 AM, Anonymous Anônimo said...

Vi hoje um jogo transmitido pela TV, o estado do relvado é degradante. Demos uma péssima imagem.
O que é que a EMA está a fazer?
Não há responsaveis?

 
At quinta-feira, janeiro 10, 2008 2:34:00 AM, Anonymous Anônimo said...

Estou abismado com o que li no Diário de Aveiro de ontem, quarta-feira.
Então a Câmara e as bancadas que a apoiam, CDS/PP e PPD/PSD tiveram o voto SIM dos socialistas para solicitarem o empréstimo de 58 milhões de euros e agora, ainda o aval do Tribunal de Contas não “visou” a encomenda e já se sentem com o rei na barriga e a dar à “badana” dizendo que há hipocrisia da bancada do PS?
Antes da votação sei que fizeram um choradinho medonho, choraram ranho e lágrimas, apelaram ao “bairrismo”, “patriotismo”, quase que até tratavam toda a Oposição por “compadres” e agora, mesmo antes de terem o “osso” já começam a morder as “canelas” aos “donos?”
Afinal a hipocrisia vem da parte de quem?
Lá diz o velho ditado:
Não dês pão a cão vadio porque ele, mais dia menos dia, acaba por te morder a mão!

 
At quinta-feira, janeiro 10, 2008 3:31:00 PM, Anonymous Anônimo said...

alô doutor

Já viu a entrevista dp João Barbosa ao jornal O AVEIRO?
Esta descoligação já não sabe onde há-de meter as mãos...

 
At quinta-feira, janeiro 10, 2008 8:56:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Depois de ver o jogo do Beira Mar fiquei a pensar:
A Câmara está falida!
A EMA está falida!
O Beira Mar está para passar o Beira Lama !
Quem vai substituir a Relva do Elefante?
Phone-ix!

 

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