As tréguas da Páscoa para um animal ferido
Há um ditado africano que serve normalmente de alerta e que reza, mais ou menos, assim: “Se enfrentares um leão, não o firas, mata-o”. Este ensinamento foi aprimorado por Maquiavel para fazer uma série de recomendações a quem se move no mundo da política: “Ao teu inimigo, não o firas, mata-o, se não vira-se contra ti”.
Estes postulados servem à justa ao futuro de José Sócrates. Ou me engano muito ou o “animal ferido” irá, um destes dias, rugir.
José Sócrates anda na política há umas boas dezenas de anos, mas foi necessária a leve suspeita de que poderia ser candidato à liderança do PS para se iniciar campanhas sucessivas que ameaçam não parar. Até hoje. Mesmo antes de ser eleito secretário-geral do PS, Sócrates enfrentava um rumor sobre as suas preferências sexuais; em plena campanha eleitoral – que lhe deu maioria absoluta – suportou o início do caso Freeport; já eleito primeiro-ministro, e durante estes anos, vem defrontando insinuações rasteiras e outras alusões às casas de Guarda, à licenciatura, ao mestrado, à compra de casas, de novo, ao Freeport, a negócios na Covilhã; pelo meio, até houve direito a uma torpe insinuação feita por uma revista através de uma foto dele com o irmão; nem sequer escaparam os alegados envolvimentos, com outras tantas perfídias, da actual família – pai, mãe, tio, primo, irmão – até a antiga – ex-sogro, ex-mulher; só falta agora descobrir que os filhos roubam lápis de cor no colégio.
Não sei se me falha a memória, mas não me recordo de assistir a uma campanha metódica, ininterrupta, insidiosa e sufocante contra um político em Portugal como esta que se está a assistir.
E, no entanto, não o mataram.
E enquanto o mundo da investigação jornalística se entretém com José Sócrates, vão escapando, por entre os pingos de chuva, ex-governantes que chegaram pobres aos seus anteriores cargos e hoje estão ricos.
Aquilo que assisti durante um ou outro fim-de-semana, com início nas noites de sexta-feira, enoja-me como jornalista. E envergonha-me. A Páscoa trouxe umas tréguas, mas desconfio que foi apenas um intervalo. A campanha começa dentro de momentos. Se não for com o freeport, há-de ser com outra coisa qualquer.
Publicada por Emídio Fernando em Correio Preto
Estes postulados servem à justa ao futuro de José Sócrates. Ou me engano muito ou o “animal ferido” irá, um destes dias, rugir.
José Sócrates anda na política há umas boas dezenas de anos, mas foi necessária a leve suspeita de que poderia ser candidato à liderança do PS para se iniciar campanhas sucessivas que ameaçam não parar. Até hoje. Mesmo antes de ser eleito secretário-geral do PS, Sócrates enfrentava um rumor sobre as suas preferências sexuais; em plena campanha eleitoral – que lhe deu maioria absoluta – suportou o início do caso Freeport; já eleito primeiro-ministro, e durante estes anos, vem defrontando insinuações rasteiras e outras alusões às casas de Guarda, à licenciatura, ao mestrado, à compra de casas, de novo, ao Freeport, a negócios na Covilhã; pelo meio, até houve direito a uma torpe insinuação feita por uma revista através de uma foto dele com o irmão; nem sequer escaparam os alegados envolvimentos, com outras tantas perfídias, da actual família – pai, mãe, tio, primo, irmão – até a antiga – ex-sogro, ex-mulher; só falta agora descobrir que os filhos roubam lápis de cor no colégio.
Não sei se me falha a memória, mas não me recordo de assistir a uma campanha metódica, ininterrupta, insidiosa e sufocante contra um político em Portugal como esta que se está a assistir.
E, no entanto, não o mataram.
E enquanto o mundo da investigação jornalística se entretém com José Sócrates, vão escapando, por entre os pingos de chuva, ex-governantes que chegaram pobres aos seus anteriores cargos e hoje estão ricos.
Aquilo que assisti durante um ou outro fim-de-semana, com início nas noites de sexta-feira, enoja-me como jornalista. E envergonha-me. A Páscoa trouxe umas tréguas, mas desconfio que foi apenas um intervalo. A campanha começa dentro de momentos. Se não for com o freeport, há-de ser com outra coisa qualquer.
Publicada por Emídio Fernando em Correio Preto
4 Comments:
Os jornalistas portugueses são o máximo; só lhes falta irem descobrir o passado do Primeiro Ministro para ver se ele pertenceu à Mocidade Portuguesa! Ainda são capazes de descobrir que já naquela altura fazia acampamentos na zona do FREPORT e guardou informações que utilizou agora.
Que grande reportagem não dará!
Força meus.
É o que faz vender jornais, lançar boatos sem fundamentos credíveis.
VIVA A OPOSIÇÃO BOTA ABAIXO SEM PROPOSTAS, NA POLITICA QUANTO PIOR MELHOR!
Com estes, estrariamos na BANCA ROTA.
Até para bajular se usa o anonimato... não vá lá par Outubro vir a velhota... e terem de virar a casaca!!!
Fêz uma plastica, para ter mais voto que o Meneses?
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