segunda-feira, fevereiro 12, 2007

O Referendo de despenalização da IVG


Fiquei satisfeito com os resultados da votação no referendo da despenalização da IVG, particularmente no Concelho de Aveiro.

Esta vitória do sim, embora não vinculativa, dá condições ao poder político para legislar no sentido de resolver com dignidade um estigmatizante problema de todos os portugueses mas, particularmente, das mulheres portuguesas.

Há agora a necessidade da Assembleia da República dar os passos necessários no sentido de ser alterado o quadro legal em vigor. Essa alteração deverá ser feita com bastante ponderação, de forma a impedir que o agora despenalizado recurso à IVG possa vir a ser encarado como uma mera medida de planeamento familiar e não apenas como uma solução extrema.

O resultado do referendo impõe ainda que o Governo reforce as políticas públicas no âmbito do planeamento familiar para que seja possível erradicar ou, no mínimo, diminuir drasticamente a chaga social do aborto clandestino e, simultaneamente, prosseguir a diminuição das taxas de aborto.

3 Comments:

At terça-feira, fevereiro 13, 2007 9:48:00 AM, Anonymous Anônimo said...

Vamos então ver, se evoluimos ou regredimos...
Vamos então ver, se uma mulher depois de fazer o tão evoluido e moderno, tão europeu acto, tão bem aceite, se na fase do recobro ou de combalescencia, se vai receber apoio e visitas de familiares e amigos, como se de uma intervenção cirurgica para recuperar qualidade de vida se trata-se...
Então amiga, tiram-te o feto todo...; sentis-te alguma coisa...; De que tamanho era,... aquela conversa associada...
Isto para que se compreenda, que num cancro ninguem manda, num problema de medicina interno, ninguem manda..., num filho, que não nasce do acaso, manda o homem e a mulher, e não vou falar de uma infinidade de coisas que podem ser feitas para evitar aquilo que não é desejado: pudessemos todos nós ter a mesma hipotese de escolhar para evitar ter um cancro, ou outro mal maior.

Mas de facto, que acto tão evoluido e tão europeu..., somos os maiores...

 
At terça-feira, fevereiro 13, 2007 6:08:00 PM, Blogger Terra e Sal said...

Meu Caro Amigo:
Fiquei também satisfeito por ser resolvida uma situação que era desesperante em todas as suas vertentes.

Embora não seja agradável para ninguém saber que existe IVG tivemos de assumir o facto real do nosso quotidiano, e os portugueses assumiram-no.
Penso que qualquer pessoa de bom senso e passado que seja a euforia emocional que estes momentos do Referendo acarretaram, em que alguns quiseram transformar em eleições “vendo” de um lado a “esquerda” e do outro lado a “direita”, agora, passados que sejam dois ou três anos, toda a gente vai considerar que foi uma medida acertada.

Somos naturalmente conservadores...
Sempre que aparece uma medida que poderá ou não, mexer connosco por dentro, é uma desgraça, desejamos sempre adiar, por muito caduco que esteja o assunto.
Nem pensamos, começamos logo a sacudir-nos, a protestar, porque nos estão a tirar do marasmo, do nosso dia a dia, em que não queremos ver as realidades, para não nos incomodarmos.

Foi assim com a lei do divórcio...
Hoje, pais e até avós, aconselham os filhos e netos a não casarem, e se casam e há queixas disto ou daquilo, são os primeiros a aconselharem o divórcio...
Foi assim com o planeamento familiar, é assim com a educação sexual...
Oferecemos resistência a tudo, somos os “tallibans” deste velho continente, não gostamos de pensar nem nos incomodarmos a resolver problemas por muito dramáticos que sejam...

O caso das drogas é outro assunto que tem de ser visto com “olhos de ver”.
É uma realidade de que andamos a fugir, a que viramos as costas, e entretanto, milhares de concidadãos, todos os dias, se despedaçam nessa miséria.

Ninguém apoia cuidados ou directivas fortes e radicais, para que a realidade se torne menos dura.
Mas achamos normal que andem carrinhas pelas ruas e por becos nojentos, a distribuir e a trocar seringas. Andamos a enganar-nos a nós próprios, temos de ir mais longe...
Sabemos que aqueles desgraçados são potencialmente um foco infeccioso, porque estão abandonados à sua sorte.

Nas próprias prisões a realidade está à vista de todos, troca-se seringas, dá-se seringas, e eles continuam a “dopar-se” sem ninguém se incomodar com as sujeições porque têm de passar, para conseguir a “droga”
Mas “pegar o touro pelos cornos” muita gente não quer nem pensar, até um dia...

A misericórdia e a solidariedade continua a andar muito afastada de nós, nem sabemos o que é quando extravasa os princípios religiosos...
E infelizmente, não pode ser decretada por lei.

Cumprimentos.

 
At quarta-feira, fevereiro 14, 2007 1:48:00 PM, Anonymous Anônimo said...

JULGAMENTO DE MULHERES POR ABORTO, NÃO! Isto parece-me rabo escondido com gato de fora. Se o aborto for feito às 11 semanas o slogan já passa a ser "JULGAMENTO POR ABORTO, SIM"?
Hummm cheira-me que vem por aí caldeirada da grossa. O que acha o meu caro amigo (espero que o nick Terra & Sal não me processe por o estar a plagiar) pensa disto?

 

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