terça-feira, novembro 13, 2007

O que esperar das Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2008 que a Câmara está a preparar?

1- As Grandes Opções do Plano (GOP) são o documento estratégico orientador da actividade autárquica e incluem uma descrição quantificada dos investimentos a realizar no quadriénio seguinte - Plano Plurianual de Investimentos (PPI) – bem como o rol das acções mais relevantes a realizar no primeiro ano desse quadriénio. No Orçamento Municipal (OM), instrumento de gestão de curto prazo da autarquia, reproduz-se a previsão das despesas e das receitas que se vão realizar, no ano a que respeita. São documentos que influenciam decisivamente a vida dos munícipes pelo que a sua construção deve ser muito cuidada e fortemente participada.

2- A elaboração destes documentos deverá assentar numa Visão Estratégica que ambicione promover o nível de auto-estima dos cidadãos aveirenses e a visibilidade do município, que fomente o desenvolvimento concelhio e que, com criatividade e audácia, procure dar resposta às questões sociais que nos rodeiam, abandonando a perversa lógica do “obreirismo”, tão comum entre os nossos autarcas que julgam ser avaliados pelo volume de betão despejado durante o seu mandato o que, recentemente, levou a caricatas disputas locais sobre a paternidade de algumas obras, sem sequer cuidar qual era o seu rácio custo/benefício.

3- Um Orçamento Participativo (OP) não diminui a responsabilidade dos órgãos políticos eleitos, mas permite que todas as pessoas se possam pronunciar sobre os investimentos que consideram prioritários para o concelho. E o envolvimento da comunidade permite prestar maior atenção às realidades locais e aproxima a tarefa de elaboração destes documentos previsionais, normalmente executada no remanso dos gabinetes, da realidade concreta das populações.

4- Para que um OP seja possível é, fundamental a existência de uma liderança capaz, que motive a adesão dos técnicos autárquicos ao processo e defina um apertado cronograma de execução (v.g. - elaboração da proposta até 15 de Outubro, sua disponibilização à população durante os 30 dias subsequentes, avaliação e integração das propostas recebidas a partir de 15/11 e apresentação pública da versão final até 30 de Novembro a que se segue a aprovação pelo executivo na primeira semana de Dezembro e sua imediata remessa à Assembleia Municipal para análise e votação).

5- Tudo o que se vem a fazer em Aveiro está nos antípodas desta forma de actuação. Até agora nada nos foi distribuído, em cumprimento dos direitos da oposição previstos na lei e, só recentemente foi colocado no site da Câmara um risível formulário “de sugestões e ideias para novas obras, eventos e actividades camarárias”, triste arremedo do “orçamento participado, atempado e pedagógico” que o Dr. Élio Maia, em tempos, nos prometeu.

6- E, como o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita, a nova proposta de Grandes Opções do Plano vai, à semelhança da que foi aprovada no ano transacto, apresentar um falacioso somatório de intenções dispersas, sem qualquer fio condutor e, o Orçamento, um imenso albergue espanhol de despesas populistas, de astronómico montante total, que a “maioria” vai pretender cobrir com as receitas da venda e privatização total do resto do património e actividade municipal que sobreviva ao ano de 2007.

7- Daí nada haver a esperar destes determinantes documentos. E Aveiro vai permanecer adiado.
Até quando?

9 Comments:

At quarta-feira, novembro 14, 2007 8:31:00 AM, Anonymous Anônimo said...

Caro dR. Raúk
Lá está vocenessê a tentar ensinar como se faz um orçamento participativo. Deixe-os. Acredite que não vale a pena. Não sabe que lavar a cabeça a um burro é perder o tempo e o sabão?
NB

 
At quarta-feira, novembro 14, 2007 10:21:00 AM, Anonymous Anônimo said...

Também acho que sim, os burros por muito lhes ensinem, nunca saberão fazer nada.
Mas, apresentam obra dos outros!...

 
At quarta-feira, novembro 14, 2007 5:51:00 PM, Anonymous Anônimo said...

O Orçamento para 2007 foi de 151 milhões de euros, (vamos aferir qual a % de execução do mesmo, sendo certo que rondará os 40%), possivelmente para não alcançar os malditos 125% de tecto de endividamento. (Dava direito a um corte de 10% nas verbas transferidas pela Administração Central).
O Vereador das Finanças não pode ser leviano. Dizer publicamente coisas, como ir fazer um orçamento para 2006 a rondar os 60 milhões de euros ou ter pago compromissos assumidos pela CM Aveiro sem o respectivo comprovativo de calote, demonstram, em abono da verdade, uma irresponsabilidade miserável.
Depois, para ajudar à missa, vem o Élio Maia falar em vários passivos, um dia era 200, no outro 250, da última vez já seria de 300 milhões de euros. Ele sabe o que está a fazer; ainda está na campanha eleitoral de Outubro de 2005. Diabolizar o adversário para dourar a pílula e ir enganado o Zé Povinho... O "report" da CM Aveiro ao Governo é inequívoco; a dívida da câmara é exactamente de 171.823.797,03. (3º trimestre de 2007).
Chega de trapalhadas e de lixo comunicacional. Esta medida, empréstimo bancário para pagar as dívidas a fornecedores, já deveria ter sido equacionada no inicio de 2006, no entanto, e por mero tacticismo eleitoral, os neo-con's tentam, com o seu lixo comunicacional de "marqueteiros" de trazer por casa, fazer crer que só agora foi possível contrair este empréstimo. Qual era o montante da dívida a fornecedores em Outubro de 2005?
Meu caro, Raul. O Élio Maia saberá que ainda não regularizou a dívida à SIMRIA?

Com os meus melhores cumprimentos e cordiais saudações socialistas,

Um Amigo

 
At quarta-feira, novembro 14, 2007 6:34:00 PM, Blogger RM said...

Caro anónimo

O Orçamento para 2007 não foi de 151 milhões de euros.
Foi de 191 milhões de euros!
Como pode recordar em
http://raulventuramartins.blogspot.com/2007/01/grandes-opes-do-plano-e-oramento-para.html
Quanto à execução o meu amigo é muito optimista.
Dos outros assuntos falaremos lá para a frente.

Cumprimentos
Raul Martins

Ah tínha-me esquecido. 191 milhões de euros de receitas e sem recorrer a empréstimos bancários. Ainda bem que me lembrei, que a tarde está tristonha.

 
At quarta-feira, novembro 14, 2007 7:36:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Referi o número, 151 milhões, porque ele vinha escarrapachado nos diversos órgãos de comunicação social. É evidente que depois de devidamente esmiuçado o número revelado é sempre maior...
Diria, que para além de triste está melancólica e enfadonha o estado da coligação de direita que vai dirigindo Aveiro

 
At quarta-feira, novembro 14, 2007 9:18:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Deixem os homens tranbandar, deixem os homens tranbandar, que estão a fazer um bom serviço.
Para já conseguiram que a Ria fosse reabilitada e conseguiram a disponibilização de muito dinheirinho porque eles, o “conjunto” Coligação, mais o Ribau Esteves, não brincam em serviço e tinham uma estratégia montada para que, se o primeiro ministro não abrisse os cordões à bolsa, o Governo caía antes do Natal.
O que vos faz falar é a inveja de não pertencerem à coligação.

 
At quarta-feira, novembro 14, 2007 11:10:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Senhor doutor
Espero que continue a passar bem que eu e a minha prima Zeza cá vamos indo graças Deus embora comecemos a ter que queimar umas lenhazitas porque o frio já vai apertando. Gosto muito dessa ideia do sr dr Hélio de S. Bernardo de ter um plano participativo de todos talvez seja mais uma coisa para um amigo da minha prima Zeza que às vezes vê um programa na televisão aos domingos à noite e fica muito entusiasmado com aquela coisa dos tesourinhos deprimentes. Não sei se sabe senhor doutor Raul, mas o amigo da minha prima anda a fazer uma colecção dos tesourinhos deprimentes daqui de Aveiro e dos arredores. E, veja lá, senhor doutor, que nos tesourinhos deprimentes desse amigo aparecem nada mais nada menos do que quarenta fotografias do dr Helio nos jornais e que se vê quando ele aparece com gravata só há seis gravatas diferentes. Por isso eu penso que nesta coisa do plano participativo era de ajudar o sr sr Helio a comprar mais umas gravatas para que ele coitado (será da divida da câmara? não aparecer sempre com a mesma. É que só seis gravatas diferentes em quarenta fotografias é muito pouco. Mas o melhor senhor doutor raul das fotos do doutor Helio de S. Bernardo ainda é mesmo as poses - há lá umas em que ele aparece assim tipo firme e hirto salvo seja que me faz lembrar se ele não tem um assessor ou coisa que pareça de imagem que lhe diga que aquelas poses não são para ele aparecer nos programas do Erman que Deus tem mas nos jornais.
Mas olhe senhor doutor não se fique a rir: é que naqueles tesourinhos deprimentes também aparece o senhor doutor souto, o senhor doutor-engenheiro carlos santos e, veja lá, o senhor prior quando ainda não escrevia artigos sobre os problemas do alcool. E também vossa senhoria ola-ri-lo-lé.
Esta já vá longa e adiantada e ainda tenho que passar pela praça do peixe para ver bem as cores das fachadas das casas. É quer a minha prima Zeza diz que vem aí uma pintura geral.
Espero que continue a passar bem que eu e a minha prima Zeza cá vamos indo bem graças a Deus embora agora o friozito já va
apertando e um destes dias tenho que ir às pinhas no pinhal do lado para pôr uma lenhazita a queimar.
Este o que o estima,
Toninho - O outro primo da Zeza

 
At quinta-feira, novembro 15, 2007 12:30:00 AM, Anonymous Anônimo said...

Dr,
Para que a valiação seja coerente explique sintéticamente (duas frases) o que é o POCAL.
Cumprimentos
Borges Coutinho

 
At terça-feira, novembro 27, 2007 10:52:00 AM, Blogger RM said...

Caro Borges Coutinho,

Pocal em duas frases? Só? Aí vai:

1- Plano Oficial de Contabilidade
2- Das Autarquias Locais

Abraço
Raul Martins

 

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