terça-feira, março 11, 2008

Qual a estratégia a adoptar para a criação de novas zonas industriais e para a captação de investimento para Aveiro?

1- Esta questão insere-se na temática mais vasta do desenvolvimento económico, componente fundamental para a construção de um modelo de governação local que promova o desenvolvimento competitivo, integrado e sustentável de Aveiro – objectivo central do Partido Socialista.

2- Embora a actividade económica deva ser maioritariamente realizada por agentes privados, as autarquias têm uma importância fundamental na construção de uma estratégia local que deve ser amplamente participada, maximizar sinergias, definir prioridades e privilegiar a remoção dos bloqueios ao seu desejado desenvolvimento.

3- O actual enquadramento macroeconómico desafia as empresas a apresentar soluções que possam garantir elevados índices de competitividade à escala global, realizada através da utilização eficiente e eficaz dos recursos disponíveis e do incremento da capacidade de inovação, I&D e marketing, paralelamente à adopção de uma nova atitude ética de gestão e uma actuação socialmente responsável para com os seus “stackeholders”.

4- Assim, a construção de uma estratégia de desenvolvimento económico deve começar por identificar as vantagens competitivas da nossa região em sectores normalmente classificados como tradicionais onde detemos vantagens comparativas e, também, em sectores de elevado potencial. Esta actividade deve ser desenvolvida através da ligação integrada e sistemática do Sistema Científico e Tecnológico ao Tecido Produtivo, sendo portanto necessário definir medidas que proporcionem um melhor aproveitamento económico da capacidade local de investigação, desenvolvimento e inovação, potenciada pela existência da Universidade de Aveiro.

5- A criação de empresas depende, fundamentalmente, da atitude empreendedora dos seus promotores e exige uma enorme capacidade de ultrapassar dificuldades, especialmente no seu arranque. Uma estratégia de desenvolvimento económico deve, portanto, incorporar formas de estimular o empreendorismo e gerar mecanismos que permitam ultrapassar algumas das normais contrariedades iniciais.

6- A competitividade da actividade empresarial exige também a possibilidade da captação de recursos humanos qualificados. Convém, portanto, identificar as fragilidades na oferta de recursos humanos, que devem ser suprimidas para que Aveiro se torne mais atractiva ao investimento e criar condições de vida social e cultural agradáveis para que os quadros se sintam atraídos a fixarem-se entre nós.

7- A actividade económica cruza-se, inevitavelmente, com serviços públicos dos quais, depende, em grande medida, a concretização de investimentos. E como o investimento privado tem muitas vezes ‘timmings’ apertados, condicionados por oportunidades de mercado, um Município competitivo na atracção de investimento deve adequar a sua actividade a esta realidade e eliminar os factores associados à administração autárquica que, de alguma forma, bloqueiem ou atrasem injustificadamente a actividade económica.

8- Paralelamente é importante criar espaços qualificados, bem localizados, ambientalmente sustentáveis e competitivos em termos de custo, onde as empresas se possam fixar e desenvolver. Contudo, o espaço para a fixação de indústrias é uma condição necessária mas não suficiente para a captação de investimento sustentável. No mínimo é necessário saber quais os sectores de actividade em que Aveiro pode ser mais competitivo e direccionar esforços para essas prioridades, colaborar na transformação da capacidade local de investigação, desenvolvimento e inovação em valor económico, apoiar o empreendorismo, promover a qualificação dos recursos humanos e repensar os serviços públicos de molde a servirem adequadamente as empresas.

9- Infelizmente esta é mais uma das áreas de que o actual executivo camarário se tem alheado completamente e sobre a qual não tem pensamento estruturado. A consequência é que, apesar de algum investimento que, mesmo na situação vigente se vai verificando, apenas estamos a aproveitar uma pequena parte da capacidade económica de Aveiro que, se devidamente potenciada, poderia alavancar de forma decisiva, o progresso sustentado do nosso Município.

11 Comments:

At terça-feira, março 11, 2008 8:33:00 PM, Anonymous Anônimo said...

e não é que se apanha mesmo mais depressa um mentiroso do que um coxo, ainda que este tenha quase dois metros de altura e se chame Pedro Neves....

aveirolx.blogspot.com/2008/03/trs-erros-de-jornalismo.html

 
At quarta-feira, março 12, 2008 5:02:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Dr. Raúl
Parabéns pela excelente súmula do que deveria ser uma estratégia municipal de captação de investimento. Oxalá aluém o oiça.
NB

 
At quarta-feira, março 12, 2008 5:07:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Aquela sua boca considerando que a eleição do Dr. Miguel Fernandes para a concelhia do CDS foi uma benção para o PS está muito bem esgalhada. Melhor só quando disse que ele era o único que poderia superar o dr. Capão Filipe.
Coitado do senhor
LOOOOOOL
Zé das enguias

 
At quarta-feira, março 12, 2008 11:02:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Interessante a sua proposta mas isso é matéria complicada para este executivo.
Prefiro que estejam quedos, pois mexendo, ou pensando em algo, estragam.
Não viu que eles tendo visto o plano para a Avenida que vai ligar a S.ta Joana, alteraram-nos logo, e vão pô-la agora aos zigue-zagues para condizer com a linha férrea do Vouguinha?

Mas deixe-me dar aqui um lamiré enquanto a coisa está fresquinha:
Assisti às 2 últimas Assembleias Municipais:
Olhe que se eu tivesse jeito fazia um artigo para o jornal a relatar as cenas caricatas que de quando em vez assisto ali...

Na penúltima sessão ouvi uma pessoa que devia ser o símbolo da isenção e da verticalidade na Assembleia, questionar a moral e ética, pela pessoa visada estar na A.M. e fora dela, desempenhar uma qualquer função pública para que foi nomeado.
Não sei se isso é legal ou ilegal, mas não está em causa sê-lo, ou não.
O que questiono é se a moral seja de quem for, é para ser debatida num colégio parlamentar, e que moral tem quem questiona a consciência dos outros não perdendo se calhar um segundo, com a sua própria consciência.

Para mim a A.M. naquele momento, bateu no fundo, tornou-se ridiculamente num circo ao transformar-se num confessionário público.
A sindicância foi inquisitória e infamante, e para se fazer isso, é preciso em primeiro, não se ter respeito por nós próprios, e depois, pelos outros.

A democracia, sabemos que não é um poço de virtudes, mas tem meios próprios onde podemos participar ou queixar-nos de uma qualquer hipotética ilegalidade, e não deixa que qualquer um seja juiz dos outros, e muito menos quando se trata de um assunto de consciência.

É que se começamos assim, no sítio onde exercemos funções de relevo por nomeação eleição ou seja como for, tenhamos ou não competência para elas, e começarmos a ser bispos, cardeais, ou noviças, um dia destes vamos ver as pessoas que desempenham estas tão dignas e nobres funções no desemprego, ou a dar serventia nas obras, porque pelos vistos, qualquer criaturinha de Deus, sem saber “ler nem escrever” usurpa essas funções sagradas…

Depois à questão de ética e moralidade, há muito que se lhe diga…
É que, há por aí muitos telhados de vidro:
Se cada um de nós começássemos a questionar éticas e moralidades, era uma pouca-vergonha. Muitos tinham de andar por aí a tapar as vergonhas com as mãos…
Eu, cidadão comum, questiono-me muitas vezes se uma pessoa por exemplo que vive a tempo inteiro à custa do Orçamento Geral do Estado, se é ético ou moral, que simultaneamente tenha outros “interesses” fora do âmbito das suas funções.

É que há muito boa gentinha que para aumentar o seu rendimento, tem interesses em sociedades de construção, e outros, além das funções públicas que desempenha.
Assim, não acho justo nem ético, que alguém, pago e bem pago por todos nós, para aquilo que faz, ou não faz, venha fazer concorrência àqueles que, cuja fonte de rendimento é o seu trabalho, ou negócio.
É que, assim, a concorrência em minha opinião, é desleal, porque o que tem o “tachinho” pode praticar preços muito mais baixos, já que, não está à espera de ganhar o pão-nosso de cada dia nos negócios, porque esse, está assegurado pelo Estado, que somos todos nós, mesmo aquele que tem de sofrer a sua concorrência “desleal”.
Enfim:
Como vê há: Éticas & éticas, L.da

Para terminar:
Na última sessão houve outra atitude que não aprovei:
Um elemento do executivo, nem sei qual é o seu pelouro, mas pelo aspecto de meio “gato-pingado” deve ter o pelouro dos cemitérios…
Permitiu-se brincar e ofender quem quis. O homem, entusiasma-se consigo próprio, e fala, fala, mas não diz nada, e quando disse alguma coisa “entendível” foi para ofender um ou dois deputados.
Mas o homem, nas suas fantasias que devem ser muitas deve transformar-se num iluminado, um guru, um filósofo, um missionário, e no fundo é apenas um cómico...
Pareceu-me pelas “andanças” que deve ter andado num seminário,não sei, mas pelo que vi e ouvi, dava um bom “papa-figos” que como sabe, é um padre-santo.
Pelos vistos, e lamentavelmente, errou a vocação.
Saudações.

 
At quarta-feira, março 12, 2008 11:23:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Dr,
A dissertação sobre este assunto parece-me vaga ou mesmo pobre. Qualquer um diria mais ou menos isto.
Esperava propostas concretas e justificadas. Qualquer potencial empresário ao ler isto diria que aos costumes, disse nada.
Salva-se o enquadramento.
Borges Coutinho

 
At quarta-feira, março 12, 2008 11:57:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Caro Doutor Raul Martins,

Sei por pessoas amigas que o senhor é uma pessoa muito versátil. E que é também amigo do seu amigo...E que ajuda quem em desespero de causa o procura...O que pode ser o meu caso.
Caro doutor: tenho um problema e gostaria que me ajudasse a resolvê-lo: um destes dias cometi uma loucura e comprei, veja lá, um carro, um jaguar. Acontece que resido em Estarreja e tenho muitas vezes que me deslocar a Lisboa em serviço profissional. Já fiz contas e acho que o mais económico nestes tempos de crise é ir de carro (jaguar) de Estarreja até Aveiro e depois ali apanhar o comboio. Mas tenho um problema: Um Jaguar é um Jaguar e não tenho em Aveiro onde deixá-lo estacionado minimamente em segurança. Será que o doutor me pode dar uma sugestão? Ficar-lhe-ia imensamente grado. Ao dispor,
Ass: Um estarrejense com casa de férias na Torreira com vista para a ria

 
At quinta-feira, março 13, 2008 10:50:00 AM, Anonymous Anônimo said...

Dr Raul,
li que o andam a chatear por causa de uma imaginária incompatibilidade.
Eu acho que o dr devia era colocar um post com um link para o site do IPAM: então não é que o moralista deputado-castigador-de-incompatibilidades é afinal "empregado" do vereador Caetano Alves?
Então uma pessoa que recebe de uma entidade liderada por um vereador acha que está em condições de isenção para fiscalizar a actuação desse vereador????
É muita cara de pau!!!
(disclaimer: a menos que as pessoas referidas no dito site não sejam as mesmas, mas sim homónimos... mas era muita coincidência)

 
At quinta-feira, março 13, 2008 3:04:00 PM, Blogger Marechal Ney said...

Meu caro RM

A questão que coloca é vasta e tem,claro está,contornos estratégicos.
Aveiro tem aquilo que muitas cidades/municípios concorrentes não tem:
MAR.
Tem boas ligações rodoviárias com a Europae tem um PORTO DE MAR,brevemente com ligação ferroviária.
Tenho esperança desmediada no osso Porto Comercial.
O transporte rodoviário de mercadorias,talvez devido a uma visão macro dos transportadores marítimos, durantes os últimos 40 anos assumiu um protagonismo difícil de apear mas, os sinais do tempo não lhes são favoráves.
De que espera o transporte marítimo de cabotagem? Mais económico e menos poluente e tem em Aveiro um porto par essa função vocacionado.

Mas, Aveiro hoje está carecida de charme.Aveiro precisa ser divulgada com uma roupagem inovadors e irressistível, porém não vislumbramos neste quadro político quem o possa fazer.
E, que tal uma zona industrial, isenta dos pecados da tradicional Taboeira, descartando o amontuado de armazéns, inovadora na utilização do espaço e no respeito pelo ambiente que sugira vincadamente ao investidor a evolução, a qualidade e a diferença.

Bom, meu caro,chega.
Até amanhã.

Do Marèchal Ney

 
At sábado, março 15, 2008 1:39:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Dr. Raul Martins, como já foi dito aqui num comentário, este seu post é realmente muito vago. Tive o prazer de ler este comment umas horas antes de uma frequência de Economia Internacional, e posso lhe dizer que entre a teoria da cadeira e a teoria deste post não há grandes diferenças. Claro que estes pontos estão inteiramente certos e as ideias são as correctas. Mas infelizmente, o que se exige, hoje em dia, para Aveiro, são propostas concretas. A única alusão concreta que vejo no seu post é à Universidade.
Teorizar é fácil, concretizar é que se revela mais complicado.

Cumprimentos, João Campos

 
At sábado, março 15, 2008 3:25:00 PM, Blogger RM said...

Caros Borges Coutinho e João Campos

Ainda bem que acham que o que foi escrito corresponde aos (bons) princípios teóricos da teoria económica. Eu sei que são princípios teóricos. Mas como disse Kurt Lewin "não há nada de mais prático do que uma boa teoria".

De facto, para passar (correctamente) da teoria à prática é necessário avaliar o meio envolvente existente na altura da tomada da decisão bem como os meios disponíveis. Que, no mundo em que vivemos são profundamente voláteis e sofrem alterações permanentes. Daí o carácter contingencial da gestão e a mutabilidade das formas como em tempos e espaços diversos se podem implementar os princípios teóricos.

O que é verdadeiramente importante é quem atinge lugares de liderança tenha o seu pensamento correctamente estruturado para que, de acordo com os meios disponíveis, possa implementar políticas e acções que traduzam, na prática, esses princípios teóricos.

O que não é, manifesta e infelizmente, aquilo que se passa com o nosso actual executivo municipal (e particularmente com o seu líder) que não dispondo de pensamento estruturado nesta matéria não consegue traçar qualquer rumo para o nosso município porque “nenhuma estrada é boa para quem não sabe para onde vai”.

Na certeza de que a teoria só se completa na prática mas que a prática não existe
sem a teoria deixo-vos com as sábias palavras do padre António Vieira: O melhor comentador da profecia é o tempo.

E olhem que quem vos diz isto é normalmente considerado (malevolamente) como um “pragmático”

Cumps
Raul Martins

 
At sábado, março 15, 2008 4:09:00 PM, Blogger RM said...

Caro Estarrejense,
Sou de facto versátil mas uma questão deste teor nunca me tinha passado pela cabeça. Primeiro porque nunca me lembraria de comprar um carro desses pois dizem que são muito caros e só gente com elevados rendimentos é que os podem sustentar. Ainda se eu fosse um novo-rico do sector imobiliário…
Mas como cometeu essa loucura (porque é que não me pediu conselho antes?) também acho que passaria a ir de comboio para Lisboa. Está claro que seria melhor apanhar o comboio em Estarreja mas se por qualquer motivo, por exemplo representação, tivesse de aparecer em Aveiro a bordo do dito bicho é uma solução aceitável.
Se eu estivesse no seu lugar era capaz de pedir a uma empresa municipal das redondezas para me guardarem lá o carrito durante a semana. Isto porque eu sou vogal da AM. Mas veja bem quanto lhe vai custar porque me disseram que uma instituição da cidade quis lá guardar um autocarro e pediram-lhe uma data de massa.

Caro anónimo,
Não me fale de incompatibilidades que me stressa ainda mais. Desde que disseram que eu sou incompatível que não durmo.
Por isso deixe lá o meu querido amigo e presidente da CPC do CDS/PP e digo-lhe que acho de muito mau tom considerar que ele é o “porta-voz” de um vereador municipal só porque está ligado à instituição deste e por lá granjeia uns cobres, que a vida está má para todos e ele bem merece. Até porque, como muito bem disse, pode inclusivamente não ser ele, ou o cargo não ser propriamente esse.
Não se esqueça que a vida está cheia destas coisas. Olhe que ainda há dias vim a saber que uma pessoa que por todo o lado se faz passar por um importante director de uma empresa nossa vizinha afinal não dirige nem coordena coisa nenhuma na empresa e é pouco mais do que um pau mandado dentro da organização. E neste caso podemos estar perante uma confusão do mesmo tipo.
A menos o meu caro anónimo tenha vindo para aqui com o único intuito de estragar o bom relacionamento político e pessoal existente. Se veio perca a esperança.
Fiquem com a minha bênção
Raul Martins

 

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