terça-feira, janeiro 29, 2008

A situação da MoveAveiro

1- A situação que se tem vivido na MoveAveiro é demonstrativa da situação caótica a que pode ser conduzida uma empresa municipal num município “governado” por um executivo incapaz, falho de liderança, sem objectivos definidos e sem competência para, ao menos, ir gerindo os problemas de curto prazo com que se vai deparando.

2- Pela primeira vez os aveirenses assistem a uma greve numa empresa municipal originada no atraso do pagamento dos salários aos trabalhadores, atraso que, numa inqualificável atitude demagógica, o Presidente do Conselho de Administração pretendeu imputar ao tardio recebimento de subsídios atribuídos pela antiga DGV, esquecendo-se de aclarar que esses subsídios são destinados à aquisição de equipamento.

3- Porém, mesmo que a situação de atraso nos pagamentos dos salários não se repita no futuro, os aveirenses ainda não estão a salvo dos inconvenientes que as justas formas de luta dos trabalhadores da MoveAveiro lhes podem provocar, face à incompreensível falta de abertura demonstrada pela Administração para a negociação do “acordo de empresa”.

4- Estas inauditas atitudes só se podem justificar como formas de preparação para que a opinião pública e os trabalhadores da empresa aceitem, de boa catadura, a “salvadora” solução há muito gizada: “a entrega da empresa a privados”. Solução “milagrosa”, de contornos ainda não perfeitamente definidos e que tem sofrido alterações.

5- Assim, após o líder do PSD local ter revelado a existência de negociações para alienar 60% do capital e do Dr. Élio Maia ter afirmado estar concluído o cálculo do valor da empresa, a mais recente “decisão” passa pela concessão dos vários serviços da empresa, solução que o executivo municipal entende ser a melhor por permitir “a quem, no futuro, tiver responsabilidade sobre estas entidades possa optar, tendo como base esta experiência" (?) e representar "uma redução significativa dos prejuízos da empresa que a autarquia vai continuar a subsidiar, mas em menor valor” (?).

6- Deixando para depois a discussão destes ininteligíveis argumentos, reafirmamos que não temos uma posição hermética ou de negação fundamentalista relativamente à privatização ou à concessão a privados de serviços não estratégicos tradicionalmente integrados no sector público, embora não reconheçamos nenhuma primazia da gestão privada relativamente à gestão pública pois a titularidade do capital social é um elemento menor entre os factores que condicionam a excelência da gestão. Quando se faz uma concessão o fundamental é a existência da garantia absoluta de que o serviço público vai ser assegurado e que os direitos dos trabalhadores vão ser escrupulosamente respeitados. Consideramos ainda que, na área dos transportes, se forem escolhidos os parceiros certos, a concessão ou privatização pode resultar e até contribuir o alargamento da centralidade de Aveiro.

7- Porém, só de posse do caderno de encargos do concurso é que poderemos começar a avaliar os seus méritos. Avaliação que gostaríamos fosse positiva. Mas pela leitura do orçamento recentemente aprovado para 2008 (mera cópia do orçamento anterior, sem qualquer sentido estratégico), pelas declarações que têm vindo sido a ser feitas pelo Director da empresa e por todo o vergonhoso espectáculos a que vimos a assistir, tememos o pior. Infelizmente para a empresa, para os seus funcionários, para Aveiro e para os Aveirenses.

4 Comments:

At quarta-feira, janeiro 30, 2008 3:29:00 PM, Anonymous Anônimo said...

É lamentável que por comprovada incompetência de gestão, a MoveAveiro esteja a dar tão fraco espectáculo e a causar tão graves prejuízos morais e materiais aos seus trabalhadores, utentes, e aos Aveirenses em geral.
Como pode uma qualquer entidade patronal exercer autoridade e exigir bons serviços, se não cumpre com as mais elementares regras e obrigações com os seus trabalhadores?
Este comportamento de não pagar salários a tempo e horas aos trabalhadores, fomenta o caos, cria instabilidade, e desmoraliza trabalhadores e utentes.
Assim, todos entendemos que paulatina e irresponsavelmente, a Administração, está a criar uma situação em que a hipotética privatização vá ser, não um mais ou menos negócio, mas antes, uma “graciosa” doação em que os interessados na sua aquisição, vão ter a oportunidade “soberana” de imporem as regras que melhor lhes convier.
Este é mais um caso flagrante de depauperação de um património que é, ou devia ser, de todos nós.

 
At quinta-feira, janeiro 31, 2008 12:16:00 PM, Anonymous Anônimo said...

http://www.youtube.com/watch?v=SYZS_4xQqqc

 
At quinta-feira, janeiro 31, 2008 7:43:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Comentários para quê?
Ninguem percebe o que pretendem.

 
At quinta-feira, janeiro 31, 2008 9:16:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Estes pobres diabos armados em administradores são mesmo fraquinhos! Só devem saber administrar os tachos que criaram.
Vou-vos dar um conselho: O Eng. António Gaioso ainda é vivo. Vão-lhe perguntar como é que ele, sem acessores, governava os Serviços Municipalizados de Electricidade,Àguas, Saneamento e Transportes e como é que quando abandonou os Serviços ainda deixou a prazo dinheiro para fazer frente a obras por ele adjudicadas.
Vá lá, sejam humildes, reconheçam a V. pobreza profissional e vão falar com o homem, que com a sua grandeza profissional e moral de certeza vos dará alguns bons conselhos.
Que mal fizeram os Aveirenses para vos aturar?

 

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