sábado, dezembro 24, 2005

LIDERANÇA FEMININA

Recentemente, surgiu o interesse em saber identificar as diferenças entre líderes masculinos e femininos, por forma a ajuizar em que medida a sensibilidade de cada sexo interfere na sua actuação e eficácia, dada a crescente ascensão de mulheres a lugares de liderança (v. g. …)

Existem, reconhecidamente, alguns obstáculos ao desenvolvimento da carreira das mulheres, entre os quais a responsabilidade biológica, o facto de, tradicionalmente, a mulher carregar a responsabilidade da família, a invisibilidade das mulheres e a falta de redes profissionais, a sua atitude preconceituosa em relação à liderança e às lutas que envolve (embora se verifique , nalguns casos , uma absoluta falta de escrúpulos de que a ascensão “na horizontal” é paradigmática), os estereótipos acerca de papel do sexo feminino e a discriminação sexual, as crenças sobre os tipos de tarefas que são adequadas às mulheres, as diferentes experiências de carreira e, particularmente, o “Tecto de Vidro” ("Glass Ceiling") que consubstancia todas as barreiras artificiais baseadas em preconceitos, que impedem pessoas qualificadas e, em especial, as mulheres, de progredir nas organizações.

Apesar de, historicamente, os homens deterem a predominância de posições de liderança nas organizações isso não significa que tenham sempre vantagens sobre as mulheres.

A análise empírica demonstrou que não existe um padrão claro de diferença de estilos de liderança entre líderes masculinos e líderes femininos. A Harvard Business Review publicou, inclusivamente, um estudo do qual (entre outras) podemos retirar as seguintes conclusões:

- É muito mais provável que as mulheres utilizem mais o poder baseado no carisma, na reputação profissional e nos contactos, do que o poder baseado na sua posição hierárquica;

- As mulheres utilizam mais a liderança transformacional, o que significa motivar os seus seguidores pela transformação do seu interesse pessoal nos objectivos de organização;

- As mulheres que assumem a sua “feminilidade” ou são “neutras”, obtêm maior êxito, do que as mulheres que são classificadas como "masculinas".

E eu que não tenho espírito de seguidor (tenho a certeza) e muito menos feminino (penso eu) e reconheço que o supra-sumo do machismo se consubstancia no nosso simpático “macho das obras”, acho que uma nova (e aparentemente empática) líder local deveria reanalisar, face a estas conclusões da HBR, a forma de exercício da sua liderança.

Penso eu de que...