quinta-feira, setembro 24, 2009

Ler os outros - BE, o trotskismo de corpo inteiro


Francisco Louçã é o BE. No processo de construção e consolidação do «partido» do «socialismo do Século XXI», o grupo trotskista de Louçã – o PSR – meteu no bolso os maoistas de Fazenda e os ex-comunistas de Portas. O que é natural, já que os outros atravessavam uma «crise de identidade» ideológica e política, enquanto Louçã se mantinha fiel, como sempre, ao seu «mestre» e à Internacional trotskista.

Fazenda e o seu grupo, sem Mao Tsé Tung e Henver Hodja, perderam o rumo «revolucionário»; Miguel Portas, sem a disciplina férrea do PCP, entrou em «transição».

O que aqui releva é o gato escondido com Louçã de fora. Muitos dos eleitores do BE, armados do «romantismo de esquerda» não param para pensar no que é essencial: que tipo de sociedade é que o BE deseja construir.

Louçã, ao longo destes últimos 40 anos, e sobretudo nos últimos 10 anos, em declarações e entrevistas, já disse tudo o que tinha a dizer: nacionalizar os sectores estratégicos da economia, a começar pelo sistema financeiro e, assim, fazer depender do Estado toda a Economia; acabar com os ricos e com o lucro das empresas privadas; «aprofundar» a democracia participativa, o que interpretado à moda de Moscovo, dos anos 20, de Havana, nos anos 60, ou em Caracas nos dias que correm, significa os «comités de bairros» a perseguirem todos os que se opõem ao «regime», enquanto as instituições democraticamente eleitas, como o Parlamento, vão definhando no processo.

O «socialismo do século XXI» é uma mera adaptação à «realidade concreta» de um processo de soviétização da sociedade portuguesa.

Não há meio-termo, por muito que almas bem intencionadas se esforcem. O argumento de que o BE é uma facção do «socialismo de esquerda» e é parte da «esquerda democrática» é areia nos olhos.

Mas, o pior, é que, quem hoje contribui para o crescimento eleitoral do BE, amanhã – se os amanhãs pudessem cantar – seriam os primeiros a amaldiçoar a sua sorte, como aconteceu em Havana e hoje está a acontecer em Caracas.

Tomás Vasques, aqui

18 Comments:

At quinta-feira, setembro 24, 2009 10:09:00 AM, Blogger RM said...

Comentário no post original colocado por Paulo Garrido

Meu caro Tomás Vasques, haja alguém que escreva estas verdades. Porra ! Sabe, tenho falado com algumas pessoas ex-simpatizantes do PS e até mais à direita do PSD, que, imagine-se, sentem-se próximos do que diz Louça. Todos, sem excepção , sentem-se representados pelo lobo travestido em pele de cordeiro Louçã. Bom, não perco uma oportunidade para evidenciar o programa escondido deste senhor, o muito conhecido "os fins justificam os meios". A pergunta é simples e deveria ser feita ao Louçã directamente: afinal, defende a democracia representativa ou a directa? É simples, mas não há um único jornalista ou politico que a faça, e eu pergunto: porquê? Porquê que no seu meio, entre os seus, fazem projectos de transformação do país para modelos que o mundo já recusou, e, publicamente, é a conversa de apanhar moscas com mel. E não existe desgraçado nenhum , com voz, que ponha fim à pouca vergonha de termos um partido de reducionistas a atingir percentagens de dois dígitos nas intenções de voto? Juro que à luz disto, a proposta do Alberto João não é assim tão tola. Uma coisa é aturar o soba da Madeira em Democracia, no final, o povo é sempre soberano e pode correr com ele. Agora, estes tipos que nos querem fazer o que outros fizeram e estão a fazer no que tange à simples liberdade de circulação, de pensamento e de iniciativa, Não! Mil vezes Não! Vejam o caso da Joana A. Dias. Vejam como funciona a cabeça de um ditador de meia-tigela. Vejam e pensem. Pensem muito bem

E eu acho que tem toda a razão.
Raul Martins

 
At quinta-feira, setembro 24, 2009 1:34:00 PM, Blogger António Granjeia said...

A revolução permanente troskista que teve laivos de parecença no nosso muito Português PREC em 1975. É na essência o que o Louçã e seus companheiros de jornada se aprestam para fazer caso conquistem uma forma de chegar ao poder. A Burguesia é incapaz de fazer a sua própria revolução socialista pelo que tem de ser o proletária a dinamizar essa mudança através da dita revolução permanente tornando-se cada vez mais radical (pensamento básico da iV internacional). Esta é a oposição em relação ao centralismo democrático originário (e ainda hoje vigente) nos aparelhos comunistas. O espírito revolucionário desta malta está bem patente no mais conhecido Troskista para além do próprio Leon Trosky; Eric Arthur Blair, muito mais conhecido por George Orwell e mundialmente conhecido pela sua sátira ao estalinismo que é o “triunfo dos Porcos” e que constitui o maior e melhor manifesto anti-comunista totalitário de que há memória e ainda hoje usado por toda a direita e centro esquerda. Mas as ideias de Orwell pouco se diferenciavam no fim duma ditadura. Vivia na ilusão que com uma revolução constante não haveria chefes, apenas líderes.
Em ambos os casos, seja duma revolução dirigida e organizada (tipo soviética) ou da revolução permanente e internacionalista , a sua vontade final , é de condicionar o pensamento e dirigir o Estado. Com o surgimento da “esquerda moderna”, da “esquerda interventiva” , da “esquerda de fractura” Louçã vai preparando o caminho para um estado de revolução constante e de eterno sobressalto. O novo PREC a que não quero voltar. Era giro, mas desgastante, e atenção que eu nunca fui daqueles que se passaram para os socias democratas. Eu sempre fui “facista” na boca deles. Pena é que os partidos mais “sérios” (enfim vale o que vale) vão na fita e façam campanha com os temas fracturantes do BE. Só vamos no engodo.
Louçã não esconde o seu desejo nas nalgumas medidas que se vêem no programa do BE. Estão encapotadas e tão bem encapotadas como G Orwell criticou os seus antigos companheiros de estrada comunistas totalitários. Muitos deles menos avisados até se passaram para a direita conservadora. Tanto era a camuflagem que perderam apoiantes. Também penso que vão perder apoiantes, e tantos em Aveiro, quando perceberem que se lhes acaba a boa vida burguesa com os bons carros, os bons negócios, etc.

 
At quinta-feira, setembro 24, 2009 1:37:00 PM, Blogger António Granjeia said...

leiam ou releiam um livro que descreve esta malta do Bloco. Eu não concordo com as ideias mas retrata esta malta.
"esquerdismo - a doença infantil do comunismo", de Vladimir Ilitch Lénine, panfleto de 1920.

 
At quinta-feira, setembro 24, 2009 1:47:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Gostava de ouvir do Dr. Louçã se teve de lutar muito para chegar a Dr.. Quando estudou qual era a sua condição social. Trabalhador estudante é que não era de certeza.
Deu para tudo: estudar sem problemas e armar-se em revolucionário. Coitadinho.
Mas como ele há muitos.

 
At quinta-feira, setembro 24, 2009 9:44:00 PM, Blogger Migas (miguel araújo) said...

Caro Raúl Martins
O meu comentário está aqui:
http://debaixodosarcos.blogspot.com/2009/09/ler-os-outros.html
Passe a publicidade, claro.
O BE só mes traz à memória duas grandes obras de George Orwells, que assentam na minha biblioteca: "O Triunfo dos Porcos" e o "Grande Irmão".
Abraço

 
At quinta-feira, setembro 24, 2009 10:47:00 PM, Blogger RM said...

Caros António Granjeia e Migas.

Concordo convosco que é um grande erro (um clamoroso erro) votar no bloco de esquerda mas, obviamente por razões diversas.

O Dr. Louçã que foi meu contemporâneo no ISE (embora em curso diferente) é um académico de mérito e, na sua expressão grega primitiva, um demagogo de sucesso. Só é pena que não tenha perdido os tiques pequeno burgueses e a sua inteligência tenha estacionado na 4ª Internacional.
Se tivesse evoluído...

Cumps
Raul Martins

 
At quinta-feira, setembro 24, 2009 11:35:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Bom! Lendo o que está escrito nos comentários parece ( e digo Parece) que andam muito nervosos Srs PS´s e Srs CDS´s ( ou Ex). Vão todos votar num só partido para derrotarem a esquerda trots.?? Vai haver nova AD? Qual é o medo de 1 digito mesmo que esteja a beira de dois?? ( ou possa vir a estar)?? Incomodou o 25 de Abril de 1974?? ( alguns nem sabiam que havia outra coisa além de Salazar - está na moda )A mim não, assim como fiquei grato ao 25 de 1975. Para as Autarticas como vai ser Sr. Dr. Raul? Vota como o Sr Eng.º Granjeia ou contra e vice versa??? ( Portem-se bem porque ainda há democracia em cerca de 71% - Só PS e PSD - segundo as sondagens)- Tudo o resto é fascismo de esquerda e de direita Sr Granjeia. Então eu serei fascista.
Cump. para todos

 
At sexta-feira, setembro 25, 2009 12:10:00 AM, Blogger RM said...

Caro anónimo

O Louçã gera-me desde os meus (nossos) tempos de estudantes do Convento das Inglesinhas, alguns sentimentos. Mas nervoso não é com certeza.

Acho muito bem que quem defenda o trotskismo vote nele embora duvide que 1% daqueles que o fazem tenham lido as conclusões da Quarta Internacional ou inclusivamente saibam quem foi o sr. Leon e o que defendia.

O que acho mal é que o Louçâ armado em pregador da IURD tente arebanhar votos prometendo, de uma assentada, a terra e o céu, certo da impunidade que o facto de nunca ser governo lhe confere e escondendo os seus verdadeiros intentos políticos. Fica-lhe mal.
E devia lembrar-se que já é cinquentão e deixar aquele pose de puto burgu~es com paleio de esquerdalho, revoltado com os pais que lhe pagam a faustosa mesada.

Cumps
Raul Martins

 
At sexta-feira, setembro 25, 2009 12:37:00 AM, Blogger José Teixeira said...

As palavras são suas mas não pude deixar de as reproduzir aqui no meu comentário.
"O Dr. Louçã que foi meu contemporâneo no ISE (embora em curso diferente) é um académico de mérito e, na sua expressão grega primitiva, um demagogo de sucesso."
Comento eu, isso de académico de mérito também a MFL é e com muitas coisas publicadas, independentemente de nem falar saber. Já o viram a dirigir alguma empresa, a criar emprego e riqueza? ou tem limitado a sua vida a não ter anos civis mas anos lectivos? Os cahmados eternso adolescentes.

"E devia lembrar-se que já é cinquentão e deixar aquele pose de puto burgu~es com paleio de esquerdalho, revoltado com os pais que lhe pagam a faustosa mesada."
Comento eu, esse é seguramente a origem da coisa, dinheiro fácil e a certeza de quue corra como correr a ele nunca lhe faltará.

Depois desta campanha em que o FL foi obrigado a esclarecer algumas ideias que sempre tinha tentado manter na penumbra duvido que os seu dois digitos tenham espaço para crescer, felizmente. E eu não acredito na história de que eles comem criancinhas ao pequeno almoço.

 
At sexta-feira, setembro 25, 2009 12:39:00 AM, Anonymous jorge afonso said...

Este, tornou-se o blogue da má lingua má... (nem vale a pena comentar). Lamento.

 
At sexta-feira, setembro 25, 2009 6:55:00 AM, Anonymous Anônimo said...

Querem partir a(o) Louça(ã) toda(o)...
Vão para a cozinha e não venham para aqui dizer perfeitos disparates...
Evoluir, para si, é dizer uma coisa quando se é novo e vir dizer o contrário quando se vai para velho..., a tal disparate do bom social democrata aos 40 foi bom comunista aos 20!...
Coisas que a artero-esclerose tece!...
Olhe!... Se me permite um conselho, leia dois livrinhos:
"O drama de João de Barrois", de que o seu patrono Mário Soares tanto gosta (Roger Martin du Gare) e porque não, "A curva na estrada" do nosso quase conterrâneo Ferreira de Castro...

P.S. - Pela amostra dos comentários a este post, na manhã de segunda-feira estaremos a ser governado por uma maioria PS-PSD-PP, tal a sintinia evidenciada

 
At sexta-feira, setembro 25, 2009 7:57:00 AM, Blogger António Granjeia said...

Camarada anónimo social facista
a única coligação possivel do meu CDS com o PS é para travar o esquerdismo dos líricos que vivem para ser do contra.
O problema do bloco é que só sabemos contra o que são. E o que sabemos do bloco foi o PREC e isso como ao salazar não quero voltar.
A única forma de se desmascararem era serem governo mas esse é um risco demasiado elevado.

 
At sexta-feira, setembro 25, 2009 10:11:00 AM, Blogger RM said...

Caro Japinho

Tanto quanto sei o Louçã é catedrático de economia e, como é deputado, diz que dá aulas no ISEG gratuitamente. Onde, assim, mantém a sua tribuna para espalhar o seu modelo de desenvolvimento económico. E como os jovens (e não só), idealistas e muitas vezes incautos, às vezes se deixam influenciar por estes pregadores das dúzias... Digo pregadores mas é de prégar que pregar nunca pregaram nada nem sequer um simples prego.
E não tenho nada em que defenda o seu modelo político económico e social. Deve é clarificá-lo para as pessoas saberem exactamente o que realmente deseja implementar.

Quanto à MFL acho que está a ser muito injusto. Quando nos anos 70 andei pelo ISE (que quando lá cheguei se chamava ISCEF) ela era uma das assistentes da área de Economia(era a boazinha do grupo - veja lá como as coisas mudam com a idade - e o Cavaco era o mau). E está-se a esquecer do brilhante trabalho que fez quando esteve na administração do Santander (na altura em que ainda podia ver os espanhóis).

Jorge Afonso
De facto quando não interessa não vale a pena comentar. E até me faz rir com essa da má-língua. Faz-me lembrar aquele conselho da velha prostituta para a filha em vias de ser difamada.

Caro António Granjeia
Estou a ficar estarrecido com o seu conhecimento do léxico da estrema esquerda. Mas anda um bocado baralhado. Os trotskas não eram (nem são) os sociais-fascistas. Eram (e são) os revisionistas, marxistas anti-estalinistas que defendem a Revolução Permanente. Aliás muitos deles saltaram directamente para a extrema-direita.
Mas, se quiser ver o Louçã aflito pergunte-lhe se ele apoia (ou qual a sua opinião) relativamente aos sandinistas da Nicarágua (para não falar de outros movimentos do tipo). Está claro que, se calhar ele vai dizer que isso é má língua e portanto não responde (pelo menos se estiver a ser gravado). Mas vale sempre a pena tentar.

 
At sexta-feira, setembro 25, 2009 10:51:00 AM, Anonymous Anônimo said...

Estão tão nervosos que até me chamam social facista e preferem o soba da madeira!!! Esta frase é de 1975. Falta falar no falecido ( com todo o respeito ) caceteiro de Rio Maior. O que interessa é como se vão portar em Aveiro, que só dizem mal dos outros e não falam dos V/ partidos. Deixem lá o Louça partir o Louçã.

 
At sexta-feira, setembro 25, 2009 11:36:00 AM, Blogger António Granjeia said...

raul

se leu o meu post inicial percebeu bem que eu sei o que são os troskistas e a revolução permanente. Os sociais facistas são o nome que os maoistas chamavam aos pcs.Também não me apoquenta ficar doutorado em esquerdismo agudo e lexical porque o que varia, no fundo, é a velocidade e a forma como se dirigem para a ditadura. Uns vão em zig zag, outros a toda velocidade e por cima de toda a folha, outros à cacetada, etc

 
At sexta-feira, setembro 25, 2009 1:45:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Cuspir no voto que pedem:

Repito: gostava de ouvir Francisco Louçã dizer já não ser revolucionário e que acredita que eleger deputados para a Assembleia da República (esta mesma, a democracia representativa) é a melhor forma de governar (já sabemos, eu, Churchill e mais uns quantos, que má, mas a melhor). Sim, Louçã? Alguns portugueses precisam, com urgência (até domingo), que Louçã tire isso a limpo. Digo alguns porque eu, não. Não preciso, ouvi o cabeça de lista do Bloco de Esquerda por Castelo Branco, onde o BE pode eleger um deputado, dizer que "a democracia representativa está falida". Então, está a candidatar-se a quê?

Ferreira Fernandes,

 
At sexta-feira, setembro 25, 2009 5:42:00 PM, Anonymous Anônimo said...

O Bloco de Esquerda contrariando aquilo que é prática na Universidade há 35 anos obrigou a Universidade a disponibilizar instalações para campanha partidária. Mais do que uma vergonha é uma amostra do que estes senhores são capazes de fazer. Oxalá as gentes de Aveiro saibam responder convenientemente a esta canalha.

 
At terça-feira, setembro 29, 2009 9:41:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Ao falar no Lousã Ao falar em burguesia.

Vejam só!
Lembram-se dum Senhor com grande património na zona das Barrocas que recebia de juros da camara mil e tal contos mensais,lembram-se?

Pois bem,filhos e netos deste Senhor,estão ligados ao BE de Aveiro

Quem diria Olivia

 

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