Novas histórias aveirenses
O homem estava aflito. Ora esta! Ora esta!
Cofiando o bigode farfalhudo desfiava perplexidades. Como é que me roubaram a maleta? E eu que não dei por nada. E agora o que é que vou fazer? Sozinho entre estrangeiros que falam uma língua que mal entendo, sem dinheiro, documentos e telemóvel. E ainda por cima sem cigarros que tanta falta me fazem! Como é que me vou desenrascar? Ora esta!
Absorto, descia a rua sem saber para onde ia. Maquinalmente. Ao fundo um letreiro que teimava em não ver piscava: BPI, BPI, BPI... Abriu os braços para o Céu. Estou safo!
Dirigiu-se ao balcão em busca de algum dinheiro. O funcionário pediu-lhe a identificação. Contou-lhe a sua triste história. Fui roubado, sabe! Mas, na minha terra, sou um autarca respeitado!
O solícito bancário pediu-lhe uma prova que pudesse atestar quem realmente era. Olhe ainda há dias, pelo mesmo motivo, esteve aqui o Cristiano Ronaldo: pegou numa bola e começou a dar uns toques… Todos o reconhecemos. Ora o Sr. se é um autarca respeitado deve ter feito alguma coisa na sua terra de que nos possamos lembrar…
Que não, que não se lembrava de nada, respondia ele, cada vez mais preocupado. Ora esta! Ora esta!
Mas, insistia o bancário de sobrolho a carregar-se, se é um autarca respeitado deve ter feito alguma coisa, alguma obra importante na sua terra. Lembre-se lá homem. Não há nenhum autarca, por muito mau que seja, que não apregoe obras.
Sim. Eu também faço isso. Ainda há dias anunciei umas dezenas de milhões de euros de obras. Sabe, elaboro uma lista daquilo que o governo, os organismos e as empresas públicas fizeram ou vão fazer na minha autarquia e digo que fui eu que as fiz ou que as vou realizar. Mas fazer, fazer… não me lembra de ter feito nada.
O Sr. é de Aveiro não é? - retorquiu o bancário de semblante mais desanuviado. Seja bem-vindo Sr. Dr.. De quanto precisa?
Cofiando o bigode farfalhudo desfiava perplexidades. Como é que me roubaram a maleta? E eu que não dei por nada. E agora o que é que vou fazer? Sozinho entre estrangeiros que falam uma língua que mal entendo, sem dinheiro, documentos e telemóvel. E ainda por cima sem cigarros que tanta falta me fazem! Como é que me vou desenrascar? Ora esta!
Absorto, descia a rua sem saber para onde ia. Maquinalmente. Ao fundo um letreiro que teimava em não ver piscava: BPI, BPI, BPI... Abriu os braços para o Céu. Estou safo!
Dirigiu-se ao balcão em busca de algum dinheiro. O funcionário pediu-lhe a identificação. Contou-lhe a sua triste história. Fui roubado, sabe! Mas, na minha terra, sou um autarca respeitado!
O solícito bancário pediu-lhe uma prova que pudesse atestar quem realmente era. Olhe ainda há dias, pelo mesmo motivo, esteve aqui o Cristiano Ronaldo: pegou numa bola e começou a dar uns toques… Todos o reconhecemos. Ora o Sr. se é um autarca respeitado deve ter feito alguma coisa na sua terra de que nos possamos lembrar…
Que não, que não se lembrava de nada, respondia ele, cada vez mais preocupado. Ora esta! Ora esta!
Mas, insistia o bancário de sobrolho a carregar-se, se é um autarca respeitado deve ter feito alguma coisa, alguma obra importante na sua terra. Lembre-se lá homem. Não há nenhum autarca, por muito mau que seja, que não apregoe obras.
Sim. Eu também faço isso. Ainda há dias anunciei umas dezenas de milhões de euros de obras. Sabe, elaboro uma lista daquilo que o governo, os organismos e as empresas públicas fizeram ou vão fazer na minha autarquia e digo que fui eu que as fiz ou que as vou realizar. Mas fazer, fazer… não me lembra de ter feito nada.
O Sr. é de Aveiro não é? - retorquiu o bancário de semblante mais desanuviado. Seja bem-vindo Sr. Dr.. De quanto precisa?
posted by RM @ 5/14/2009 06:57:00 PM
4 comments
4 Comments:
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Com aquela grande fatiota de fidalgo é que ele se devia apresentar todos os dias na Câmara.
Nem o Luisinho de Viseu ( os Aveirenses mais antigos ainda se devem lembrar dele ) tinha tanto brilho nos cortejos e procissões.
De certeza que vai figurar em lugar de destaque nessas figuras antigas de Aveiro, das quais vou nomear algumas:
Luisinho de Viseu, Anian, Maçaneta, Jabardo e o Catitinha.
Com aquela fardamenta de certeza que ocupava o 1º lugar na galeria.
Pede perdão ao padre Félix e regressa a casa, mas depressa.
Deixe-se de coisas!... Oh Doutor!...
O segredo de uma população fazer avançara a sua terra nesta pobre democracia é fazer corresponder o ciclo do poder autarquico com o ciclo do poder nacional!
O governo é PS ... vota-se PS! O governo é PSD... vota-se PSD.
Se o tempo do Élio tivesse coincidido com um tempo PSD, tinha montes de obras para inaugurar... Se por um acaso dos acasos o Dr. Costa for eleito acompanhado de uma maioria absoluta da Dr. Manuela (vade retro...) daqui a quatro anos apenas poderá apresentar aos aveirenses um pouco mais de dignidade que a que o Élio apresenta e... uma mão cheia de nada...
O resto são cantigas...
Por estas e por outras é que há cada vez menos pessoas a votar.
A solução é um pouco de honestidade intelectual, que tão mal tem sido tratada pelos partidos, nomeadamente por aqueles que alternadamente se sentam na cadeira do poder.
Ri-me de verdade!
Bfs
P.M.
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