quarta-feira, setembro 17, 2008

O preço dos combustíveis


Sabemos que o preço dos combustíveis não é apenas influenciado pelo preço do petróleo que apenas constitui uma parte da estrutura de custos que as empresas de refinação e distribuição apresentam.


Também sabemos que o preço do petróleo nos mercados internacionais reflecte a negociação financeira de futuros, não sendo imediatamente utilizável, e que as cotações são efectuadas em dólares que ultimamente se tem apreciado relativamente ao euro.

Não podemos é compreender as razões impeditivas de que o preço dos combustíveis não baixe mais e mais rapidamente.

Recordamos que nos finais do ano passado quando o petróleo atingia o nível dos 90 dólares pagávamos cerca de 1,18 euros por litro de gasóleo. Hoje com o valor do petróleo a descer e a atingir já valores inferiores pagamos, pelo mesmo litro de gasóleo, 1,31 euros. Uma diferença superior a 11%.

Não pode ser!

Na difícil situação que actualmente se vive os consumidores não podem suportar também os custos da ineficiência das gasolineiras e especialmente da GALP que tem a obrigação de dar o exemplo e liderar o processo de descida dos preços, aumentando a produtividade, reduzindo os excessos e fazendo repercutir esses ganhos nos preços.

E, mesmo sem ser um expert no domínio dos combustíveis, num mercado em que a diminuição da procura provocada pela crise económica irá, durante algum tempo pressionar o abaixamento dos preços do petróleo para um valor que, no nosso entender, poderá chegar aos 50 dólares, face à pressão de diminuição da oferta por parte do cartel da OPEP que deverá desejar que o preço não baixe dos 70/80 dólares e perante uma previsível apreciação do dólar após as eleições dos EUA, não seria possível à GALP tomar decisões (arriscadas dirão alguns) no domínio dos seus abastecimentos futuros de molde a atenuar as oscilações de preços que os consumidores vêm a suportar?

Sei que não irão ser tomadas essas medidas porque são difíceis e envolvem riscos e garante muito mais o lugar na administração da empresa não arriscar e vogar ao sabor da conjuntura culpando o mercado sempre que as notícias são más, até porque a possibilidade de repercussão dos aumentos de preços está garantida. Mas não valeria a pena?

Daqui a 1 ano, se ainda por cá estivermos, voltaremos para fazer as contas.