quarta-feira, setembro 17, 2008

Aguardemos então!



Já nos tinham chegado uns zunzuns aos ouvidos. Mas agora é oficial.

A Câmara de Aveiro está a aguardar um esclarecimento da CGD para saber se esta mantém as condições do empréstimo de 58 milhões de euros.



Só não percebemos o seguinte: Se como diz no acórdão nº 47/08 de 28 de Março do Tribunal de Contas o contrato de empréstimo no valor de 58 milhões de euros entre a Câmara Municipal de Aveiro e a Caixa Geral de Depósitos foi celebrado em 27/11/2007, como é que agora uma das partes vem propor a alteração das condições desse oportunamente celebrado e certamente reformulado contrato?

E se a CMA considerar qualquer actualização de spread, ou colocar uma nova consulta ao mercado, o processo volta ou não ao princípio? É que nos garantiram que se as condições financeiras do empréstimo "visado" se alterarem, o "novo" empréstimo terá de ser aprovado pelo executivo camarário e pela Assembleia Municipal e remetido ao Tribunal de Contas para emissão de novo "visto".

Será possível? Responda quem sabe que eu não me meto mais nisto senão ainda me chamam outra vez incompetente.

Aguardemos.

13 Comments:

At quarta-feira, setembro 17, 2008 6:57:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Acho que faz muito bem em não se meter Dr. Raul,

Se calha daqueles moços do Centro de Aveiro ou lá o que é descobrirem, a malta da câmara tá tramada.

 
At quarta-feira, setembro 17, 2008 7:05:00 PM, Blogger Carlos Martins said...

Sobre o assunto em concreto, nada sei.

O que sei é que os instrumentos derivados que agora todos dizem que servem para jogar a roleta dos mercados financeiros servem precisamente para "lockar" spreads acordados previamente para evitar eventuais flutuaçoes futuras. Se a CGD nao o fez, devia ter feito, mas isso nao é culpa da CMA

 
At quarta-feira, setembro 17, 2008 8:42:00 PM, Anonymous Anônimo said...

ó BADzinho, não sejas assim tão mau com a malta da Caixa.. já te ocorreu que a propota negocial da CGD poderá ter uma um prazo de validade para ser aceite pela CMA?

Se assim for a proposta é caduca, pelo que, a CGD so aceita fazer o negócio se lhe apetecer.

E como a caixa é de todos, e o menino é de direita e gosta destas coisas da proteccao do que é nosso .. explique lá se a CGD faz bem em negociar por tão baixa taxa o dinheirinho de todos nós?

 
At quarta-feira, setembro 17, 2008 8:59:00 PM, Anonymous Anônimo said...

isto é só rir. dr, deixe-me fazer-lhe uma sugestão: está na hora de fazer um anedotário sobre estes anos de mandato. dá um bom livro e talvez renda uns bons direitos de autor. vou pensar numa sugestão para o titulo e depois digo-lhe alguma coisa

abraço

fpinheiro

 
At quarta-feira, setembro 17, 2008 10:30:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Eu estou convencido que isto é uma cabala.

 
At quinta-feira, setembro 18, 2008 10:08:00 AM, Anonymous Anônimo said...

Cabala? não, mas coboiada sem xerife, onde todos zuram e ninguém dá dois tiros.

 
At quinta-feira, setembro 18, 2008 10:57:00 AM, Anonymous Anônimo said...

Cambada de incompetentes. Bem dizia o Dr. Raúl que os encargos eram maiores do que o Presidente Élio dizia.
FH

 
At quinta-feira, setembro 18, 2008 4:26:00 PM, Blogger RM said...

Caro Carlos Martins,

Não sei se uma qualquer instituição bancária estaria disponível para suportar esses custos sem ter a certeza do negócio que estava, obviamente dependente de outros.

Mas, já agora, uma vez que esses instrumentos estão na ordem do dia por estarem na génese de uma das maiores crises financeiras de sempre (que a meu ver ainda está longe de acabar) gostaria de te dizer o seguinte:

Sei que acreditas nesses instrumentos. Eu não. Até porque sei pela experiência que a visa dá que se correr mal - paga o zé. Se calhar é mais do que uma diferente visão politico-económica; é um conflito geracional. Fui criado numa época em que as coisas funcionavam de outra maneira.

De qualquer forma gostaria que lesses este artigo do Carlos Rosado de Carvalho que transmite bem o meu sentimento relativamente à matéria.

O fim da alquimia financeira

A engenharia financeira transformava-se em alquimia: sobre um produto criava-se uma série de outros, eliminando o risco.

A crise do crédito hipotecário de alto risco fez mais duas vítimas na banca de investimento norte-americana. A Lehman Brothers teve de recorrer à protecção da lei das falências e a Merrill Lynch foi comprada pelo Bank of America. As duas instituições juntam-se à Bear Stearns que foi salva pelo JP Morgan Chase. O que quer dizer que três dos cinco maiores bancos de investimento dos EUA já sentiram na pele os efeitos da crise que dura há um ano – sobram a Morgan Stanley e a Goldman Sachs.

Trata-se de um rude golpe na reputação de um dos segmentos mais prestigiados e lucrativos do sector financeiro. Pouco conhecidos do grande público por não aceitarem depósitos, os bancos de investimento centram a sua actividade no aconselhamento de empresas, governos e investidores. O seu leque de serviços vai desde a organização de emissões de títulos até à sua colocação, passando pelas reestruturações de empresas e sectores, fusões e aquisições, privatizações, gestão de fortunas, etc. Em resumo, por trás de uma grande operação financeira está sempre um banco de investimento.

Para atenderem às solicitações da sua vasta e diversificada clientela num quadro de forte concorrência, os bancos de investimento criaram autênticas fábricas de produtos financeiros onde o limite era a imaginação dos seus engenheiros pagos a peso de ouro. O resultado foi o desenvolvimento de produtos cada vez mais sofisticados fruto da chamada inovação financeira. Quanto ao risco, sempre presente em qualquer actividade, em particular na financeira, não era problema. O segredo estava no desenvolvimento de novos produtos destinados a cobrir o risco. Ou seja, a engenharia financeira transformava-se em alquimia: sobre cada produto criava-se uma série de outros, eliminando o risco.

A fé na infalibilidade do sistema era de tal ordem que começaram a emprestar dinheiro para compra de casa a pessoas que, reconhecidamente, não tinham condições para as pagar. O resultado é o que se conhece.

Dir-me-ão que estou a exagerar, que a inovação financeira contribuiu para alavancar um dos mais longos períodos de prosperidade da economia mundial. Talvez, mas a que preço?

Abraço
Raul Martins

 
At sexta-feira, setembro 19, 2008 12:02:00 AM, Blogger Carlos Martins said...

Caro RM,

Permita-me que comece por dizer que nao vou responder ao baixo nivel do terceiro comentário.

Quanto ao artigo, apesar de demasiado simplista, numa coisa concordo: a alavancagem que foi tomada foi claramente exagerada. Mas nao chega apontar o dedo aos gestores de risco e de negocio dos bancos de investimento. O grande pilar da economia de mercado é a regulaçao, e essa falhou rotundamente. E ja agora, as agencias de notaçao de risco.

Mas nao concordo quando se diz que o risco se pensava dissipado. O risco esteve sempre la para quem o soube avaliar. Muitos contudo nao o sabiam avaliar correctamente. Mas isso é como em tudo na vida...quem compra o que nao percebe, é facilmente enganado...

E se o modelo de negocio parece extinto, permito me dizer que nao concordo de todo. Vai ser apenas melhor suportado por balanços mais fortes e bases de depositos solidas que nao permitam que faltas de confiança momentaneas levem à falencia entidades com mais de cem anos de existencia.

cumps

 
At sexta-feira, setembro 19, 2008 11:14:00 AM, Anonymous Anônimo said...

Esta cambada e quem os apoia é tanta,que ninguem sabe o que andam a fazer nesta Câmara, que não há memória de tanta ignorância em qualquer autarquia de Portugal.
O melhor sinal que deveriam fazer, era demitirem-se todos, para bem de Aveiro.

 
At sexta-feira, setembro 19, 2008 11:19:00 AM, Anonymous Anônimo said...

Nem os fundos escolares destinados às Autarquias,
sabem aproveitar.
Triste sina que temos em Aveiro.

 
At sexta-feira, setembro 19, 2008 4:08:00 PM, Anonymous Anônimo said...

baixo nível? de facto vocemessê deve ter-se numa conta bastante elevada! é mesmo tipico de gente do seu quadrante! falam para os outros como se estivessem num pedestal. o pior é quando caem do mesmo e começam a ser vistos mais de perto!

 
At sábado, setembro 20, 2008 11:48:00 AM, Anonymous Anônimo said...

E agora Sr. Presidente?
Olhe que no debate da Assembleia Municipal, bem o chamaram à atenção do que se poderia acontecar, e não deu ouvidos a ninguem da oposição.
O mal é que entra sempre mudo e sai calado, sem resposta às perguntas formuladas pelos deputados.
Agora amanhe-se, com tanta ignorância.
E Aveiro cada vêz mais a andar para trás.
Nunca mais chegam as eleições autarcas para o povo lhe ensinar o caminho, RUA.

 

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