terça-feira, março 06, 2007

A Ética dos "Espertos"

Soube pelos jornais que o Dr. Hugo Marçal, arguido no processo da casa Pia, concorreu ao CEJ (Centro de Estudos Judiciários), ficando dispensado de efectuar o exame escrito e oral de acesso, assim ultrapassando várias centenas de candidatos concorrentes, por ter vários anos de experiência e ter tirado um doutoramento em Espanha.

Como a justiça no nosso país é morosa, o, agora, conhecido causídico arrisca-se a ser Juiz ou Procurador da República antes de vir a ser julgado. E, se isso acontecesse, conquistaria o direito a ser julgado em separado e na Relação.

Sem querer tecer considerações acerca da culpabilidade ou inocência do arguido Dr. Hugo Marçal pois, num estado de Direito, todas as pessoas devem ser consideradas inocentes até prova em contrário (neste caso até sentença transitada em julgado), sempre direi que o facto de concorrer ao CEJ é, no mínimo, insensato e antiético. E espero que, até que seja ilibado das acusações que sobre si impendem, por manifesta falta de perfil, exista a possibilidade de impedir a sua entrada no curso que forma os membros de um dos mais importantes órgãos de soberania do nosso Estado de Direito .

Mas esta insensata falta de ética deixa no ar, o conhecido cheiro a “chico-espertice” que no nosso País é tão comum. Neste nosso Pais em que os cidadãos que se esforçam por cumprir as suas obrigações e se regem por padrões éticos, os cidadãos que não violam as leis vigentes e não passam o tempo a estudar como as hão-de contornar são, tão veementemente escarnecidos pelos “espertos” que, no mínimo, os apelidam de "anjinhos"

E, pelos vistos, não só em Aveiro.

2 Comments:

At quarta-feira, março 07, 2007 9:16:00 PM, Anonymous Anônimo said...

"E, pelos vistos, não só em Aveiro."
Tá demais!!!! LOL

 
At sexta-feira, março 09, 2007 6:52:00 PM, Blogger RM said...

Caros anónimos,
Acreditem que por mais pressing que façam não me obrigarão a colocar nesta caixa comentários injuriosos para com os meus adversários políticos. Não concordo com a injúria na política e, embora não concorde com a ideologia, a postura e a forma de estar na vida de alguns dos meus adversários políticos, respeito-os e, acreditem, são, porventura, a minha maior motivação para continuar e me manter atento e empenhado.
E não estejam sempre a remexer nalguns passados pessoais pouco abonatórios. A política é essencialmente voltada para o futuro. Todos tem o direito de errar (e o dever de se emendar).
E se mesmo assim persistirem no vosso desejo de aqui publicarem os vossos comentários políticos menos abonatórios para algumas pessoas, espero que tenham a coragem e a ombridade de assumir as vossas opiniões e não se refugiarem no anonimato cobarde.
Embora não me considere um exemplo exorto-vos a que façam como eu. Assumam as vossas convicções e assinem aquilo que escrevem.
Raul Martins

 

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