quarta-feira, fevereiro 15, 2006

VIAGEM

Aparelhei o barco da ilusão
e reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
o mar...
(Só nos é concedida
esta vida
que temos;
E é nela que é preciso
procurar
o velho paraíso
que perdemos).
Prestes, larguei a vela
e disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
a revôlta imensidão
transforma dia a dia a embarcação
numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
o que importa é partir, não é chegar.


António Gedeão