sexta-feira, fevereiro 03, 2006

AS CARICATURAS DE MAOMÉ

Em Setembro do ano passado, o jornal dinamarquês Jyllands-Posten publicou uma série de “charges” caricaturando Maomé e, essas ilustrações foram, posteriormente, republicadas na Noruega, França e Alemanha.

A divulgação destas caricaturas de Maomé está a causar uma considerável polémica internacional devido às reacções dos muçulmanos, em cuja religião qualquer representação pictográfica de Maomé é considerada uma blasfémia.

A polémica alastra e as suas consequências são, de momento, imprevisíveis. Ficam para o debate algumas questões fundamentais:

- Qual a importância da liberdade de imprensa na nossa sociedade?
- Será que a liberdade da imprensa significa que nada está livre de ser satirizado?
- A publicação de textos ou imagens que firam a consciência religiosa de um grupo de pessoas é compatível com a liberdade de imprensa?
- Até que ponto é que a liberdade de imprensa deve ser “respeitosa”?
- Ter respeito por outras culturas e religiões significa incorporar os seus dogmas?
- O que é que prejudica mais a religião muçulmana e as suas comunidades religiosas. As caricaturas ou a reacção dos seus crentes a essas caricaturas?
- Quais são os limites da nossa liberdade?

Sem querer defender a posição de qualquer fanático ou intolerante religioso dos muitos que, infelizmente, por aí campeiam e sob pena de ser considerado conservador ou até reaccionário, sempre direi que há coisas com que não devemos brincar. Há muitos ódios e recalcamentos que mais vale deixar sossegados.

A nossa liberdade não tem, apenas, como limite a liberdade dos outros.
A nossa liberdade tem, também, limites que o bom senso nos deve impor.

4 Comments:

At sábado, fevereiro 04, 2006 9:29:00 PM, Anonymous Anônimo said...

E devido à religião de outros fico eu impedido de me rir? De fazer piadas com essa religião?

Se bem me lembro nós vivemos numa sociedade tolerante. Tolerante mesmo com os nossos próprios erros.

Se este tipo de caricaturas ou seja lá o que for que seja atentatório a uma religião é errado ou não, eu não sei.

O que sei é que gostaria de poder viver numa sociedade onde as pessoas têm o direito (e não o previlégio) de fazerem as coisas mal feitas, de errarem.

 
At domingo, fevereiro 05, 2006 1:20:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Concordo plenamente com o Dr. Raul quado diz:
"A nossa liberdade não tem, apenas, como limite a liberdade dos outros.
A nossa liberdade tem, também, limites que o bom senso nos deve impor."

 
At domingo, fevereiro 05, 2006 4:59:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Para quem quiser, segunda feira dia 6 de Fevereiro, no canal 1 no programa Prós e Contras à noite, vai-se debater este assunto.

 
At domingo, fevereiro 05, 2006 10:19:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Há pessoas que não entendem que ninguém tem nada que se imiscuir nos assuntos religiosos dos outros, e não entendem aquilo que a história nos ensina.

As religiões foram sempre pontos de discórdia e de guerras entre os povos. Temos de respeitar aqueles que são verdadeiramente religiosos e crentes,chamemo-los de fanáticos ou não.

O "fanatismo" está para eles como a democracia está para os outros. É dificil fazer entender aos ocidentais, mas é mesmo assim.

Não venham agora "chicos espertos" tentarem com a sua pobre liberdade sem qualquer alicerce moral tentar corromper culturas milenárias.

É que enquanto os ocidentais pensam na religião, na Senhora de Fátima, quando andam com o cú à nora, eles, vivem a religião acima da sua própria vida e não precisam de santos milagreiros.

Não entendo a "liberdade de expressão" para palermices e ferir os outros naquilo que têm de mais sagrado, seja o que fôr.

Nem tão pouco posso admitir com sinceriedade ignorantes que não sabem distinguir liberdade de libertinagem.

 

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