sexta-feira, fevereiro 10, 2006

REDONDILHAS

a esta cantiga alheia

Perdigão perdeu a pena,
não há mal que lhe não venha:

VOLTAS

Perdigão, que o pensamento
subiu em alto lugar,
perde a pena do voar,
ganha a pena do tormento.
Não tem no ar nem no vento
asas, com que se sustenha:
não há mal que lhe não venha.

Quis voar üa alta torre
mas achou-se desasado;
e, vendo-se depenado,
de puro penado morre.
Se a queixumes se socorre,
lança no fogo mais lenha:
não há mal que lhe não venha.

Luís Vaz de Camões

4 Comments:

At sexta-feira, fevereiro 10, 2006 10:16:00 AM, Anonymous Anônimo said...

Sempre elegante com os amigos. Adoro quando faz isto doutor.

 
At sexta-feira, fevereiro 10, 2006 9:14:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Eu digo mais:

Nunca o prazer se conhece
Senão depois da tormenta;
Tão-pouco o bem permanece
Que, se o descanso floresce,
Logo o trabalho arrebenta.

Luís Vaz de Camões

 
At sábado, fevereiro 11, 2006 8:45:00 PM, Blogger Pé de Salsa said...

De facto, alguém partiu.
Há nostalgia?
Não lhes posso negar que há já saudade em todos
tenham muita ou pouca idade!
Foi como um exílio voluntário
Que me aconteceu na despedida
E o meu coração é depositário
Das amarguras desta vida

Fugi de mim naquilo que era
Para não chegar a ser aquilo que sou
Mas não sendo o que eu quizera
Ao menos sei para onde vou

Fugi do que não estava bem
E não vim para melhor
Mesmo sem ter chegado mais além
Já sei, aqui agora é pior!

 
At domingo, fevereiro 12, 2006 9:06:00 AM, Anonymous Anônimo said...

"Com tanto burro mandando
Em gente de inteligencia
Ás vezes fico pensando
Que a burrice é uma ciencia"

A.A.

 

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