sábado, novembro 26, 2005

OUTRA VEZ A LEI DE GRESHAM

“Our sterling pieces, all of pure Athenian mould, … These we use not: but the worthless, pinchbeck coins of yesterday, vilest die and basest metal, now we always use instead”

Não usamos as nossas peças de prata, de puro molde Ateniense. Usamos sempre, na sua vez, as antigas moedas de pechisbeque, sem dignidade, do mais baixo cunho e do mais inferior metal”
. Aristófanes, (405 AC), As Rãs. (trad. nossa)

A Lei de Gresham, cuja articulação é atribuída a Sir Thomas Gresham (1515-79), um homem de negócios inglês especialista em moeda externa e conselheiro financeiro de príncipes, é uma antiga peça do senso comum que, numa frase sucinta e muito conhecida, afirma o seguinte:

A má moeda expulsa a boa.

O conceito expresso na frase é muito facilmente percebido se considerarmos que, se num determinado momento, uma moeda de xelim contiver menos prata do que uma outra moeda de xelim, a “má moeda” (aquela que contém menos prata) entra em circulação e a “boa moeda” (a que contém mais prata), é entesourada e sai de circulação, enquanto existirem “más moedas” para fazer pagamentos.

Nesta guerra entre Cavaco Silva e Santana Lopes só não consigo perceber onde é que estava, está e estará o cofre onde ciosamente se guarda a “moeda boa”, expulsa pelas “má moeda” que circula.

Ou será que a frase de Santana Lopes “As eleições presidenciais encerram um ciclo. Mas também iniciarão outro” é já uma instrução do futuro mapa do tesouro?