Momento de poesia!

Ás vezes, quando abro o jornal, vem-me um poema à ideia.
Hoje, nem sei bem porquê, lembrei-me do "Melro" de Guerra Junqueiro.
O melro, eu conheci-o:
Era negro, vibrante, luzidio,
Madrugador, jovial;
Logo de manhã cedo
Começava a soltar d´entre o arvoredo
Verdadeiras risadas de cristal.
E assim que o padre-cura abria a porta
Que dá para o passal,
Repicando umas finas ironias,
O melro d´entre a horta
Dizia-lhe: Bons dias!
E o velho padre-cura
Não gostava daquelas cortesias.
O cura era um velhote conservado,
Malicioso, alegre, prazenteiro;
Não tinha pombas brancas no telhado,
Nem rosas no canteiro:
Andava às lebres pelo monte, a pé,
Livre de reumatismos,
Graças a Deus, e graças a Noé.
O melro desprezava os exorcismos
Que o padre lhe dizia;
Cantava, assobiava alegremente;
Até que ultimamente
O velho disse um dia:
Nada, já nada tem jeito! Este ladrão
Dá cabo dos trigais!
Qual seria a razão
Porque Deus fez os melros e os pardais?
(...) (...)
5 Comments:
Dr Raul Martins
Parabens pelo poema. Foi em cheio.
Só que este melro não fala. Assobia para o ar.
Ele devia era meter o nariz no dito para cheirar a merda que têem feito.
Agora aguemtem-se.
Cuidado Malta,
pois o melro quer ir a Deputado da nação, porra pá!!!, será que cabem tantos na gaiola ou vão de side car
Hoje o padre cura amandou com duas boas bojardas ao melro mas não sei se lhe acertou.
Tal e qual… tal e qual!…
Guisado com arroz é excelente.
Melro, não conheço.
Agora garnizé, já ouvi falar!
(até já se insultam!)
Postar um comentário
<< Home