quarta-feira, abril 25, 2007

25 DE ABRIL SEMPRE!



Não podíamos dizer Liberdade.
Não éramos donos das nossas vidas.
Defendíamos só causas perdidas,
arrastando os corpos pela Cidade.

Com tanta felicidade perdida
e tanto homem que não foi criança,
quanta gente sem qualquer esperança
e quanta miséria escondida!

Mas chegada a data gloriosa
o cravo tornou-se a flor mais formosa
acabando com a nossa tristeza.

O Povo foi à rua e gritou!
O poeta renasceu e cantou
o orgulho da alma portuguesa!


Gabriel de Sousa

7 Comments:

At quarta-feira, abril 25, 2007 8:36:00 AM, Anonymous Anônimo said...

Fixava o horizonte
A noite estava estrelada
Ajeitei a cartucheira
Pus a arma á bandoleira
Fiz uma ronda avançada

Ia aos postos um a um
A todos me dirigia
O Cinfães esse valente
Parecia um homem diferente
Eram saudades da Maria

E tu como vais, Machado?
Já passou a dor de dente!
Furriel já as tirei
Com a garrafa que mamei
De ginga com agua ardente

Olha o “poeta” Rebordosa
Um homem que faz das suas
Mas hoje estás a tremer
O que está acontecer
Sacana! a ver gajas nuas

Cheguei ao último posto
Era o do Fausto “o sargento”
Fixava a sua menina
Numa foto pequenina
Orgulhoso do rebento

Já eram seis da manhã
Eu já nem andar podia
Lá me fui deitar um pouco
Com o camuflado roto
Á espera de um novo dia

Tinha dormido uma hora
E com um sono bem profundo
Acordei com a gritaria
Mesmo ao raiar do dia
Parecia-me o fim do Mundo

Furriel venha ver isto
O que tenho aqui na mão
Mensagem inesperada
Que na alma ficou gravada
Falava em revolução

Limpei os olhos á pressa
E respirei pelo nariz
Não me estava a acreditar
Da Liberdade a chegar
Finalmente ao meu País

E com os olhos cheios dágua
Mas de contente e feliz
Peguei no meu violão
Cantei á Revolução
Os poetas do meu País

Sei que estes poemas de “Chacha”
Para o “Terra e Sal” são demais
Mas na E.I.C. A. desse tempo
A Cecília Sacramento
Não fazia intelectuais.

Um Abraço

 
At quarta-feira, abril 25, 2007 10:28:00 AM, Blogger RM said...

Zé Bitaites,
Feliz 25 de Abril.
Do ex-colega do L.N.A.,
Raul Martins

 
At quarta-feira, abril 25, 2007 1:27:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Eu ainda era criança
No 25 de Abril,
Mas conservo na lembrança
O dia dos sonhos mil.

Na rua todos falavam
Ainda à "boca pequena",
Mas havia os que cantavam
Grândola Vila Morena.

Havia cravos, soldados,
Vivas à revolução;
E pides, capturados,
A entrarem na prisão.

Lembro-me, na minha escola,
De ver lá um capitão,
Era um tipo bem pachola
Que tocava acordeão.

E todos nós a cantar
A gaivota que voava,
Voava sem abafar
O grito de quem cantava.

Diziam que o Salazar
Tinha acabado de vez;
E eu, criança, a acreditar
No bom povo português.

Trinta e três anos passaram
Sobre o que tinha acabado,
Até que uns "tristes" pensaram
Ressuscitar o passado.

Mas já morreu, novamente,
O ditador português;
Morreu telefonicamente
Como nasceu nas TV´s.

ZÉ MALAGUETA

 
At quarta-feira, abril 25, 2007 3:01:00 PM, Anonymous Anônimo said...

O site do Governo Civil de Aveiro é, até agora, o único site institucional que visitei hoje e que celebra Abril.
Parabéns pelo exemplo.
Viva a LIBERDADE!

 
At quarta-feira, abril 25, 2007 4:41:00 PM, Blogger PSousa said...

Bom 25 de Abril meu amigo,

mas muito mais se tem que fazer para que essa liberdade conquistada não se perca, e mais, seja uma liberdade total e de igualdades de direito para todos.

Abraço

 
At quarta-feira, abril 25, 2007 11:37:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Os ideais de Abril(3D), SEMPRE!
Admito que para as pessoas com mais de 50 anos este seja um dia muito importante. Para os mais novos a democracia é inquestionável.
Ainda hoje ao ver na RTPmemoria um programa de 1999 se diziam as mesmas coisas que se disseram hoje e pelos mesmos protagonistas.
Parece-me até abusiva a apropriação da data por alguns desses protagonistas.
É claro que estamos gratos aos capitães e a muitos outros, embora alguns deles utlizem mal essa gratidão, mas ao falar hoje com alguns adolescentes concluí que este era o feriado da liberdade, mas liberdade no sentido mais pobre "não fazer nada".
Será que não são esses mesmos protagonistas do 25 de Abril, mas sobretudo os oportunistas do pós Abril que fizeram da politica profissão, os culpados?
Não vi chama nas comemorações, ouvi discursos comuns e uma manisfestação contra o governo.
Pergunto: Será que daqui a 20 anos ainda comemoramos o 25 de Abril?
Borges Coutinho

 
At quinta-feira, abril 26, 2007 12:39:00 AM, Blogger Terra e Sal said...

Meu Caro Dr. Raul:
Você é um sortudo. A sua casa é visitada por muitos “orelhudos” que vêm lá do Sul, que nós sabemos que sendo gente, são também paquidermes...

Em boa verdade eu também não sou muito “esperto”, e só me apercebi disso, quando o seu amigo da Câmara, descobriu que eu era mais inculto do que ele julgava..-.
Imagine como me senti honrado. Primeiro, por vir de onde veio. Depois, do tempo que ele demorou a descobrir…

Bem, a sua “casa” é efectivamente um lugar de “amores e ódios“, pelo que se vê a olho nu…
Imagino que, censurado, devem ficar muito mais coisas, nas masmorras da lixeira.
Mas sempre que aqui chego, e abro a “porta” , esboço um sorriso quando vejo e leio, os versos destes grandes e ilustres, Aveirenses:

“Zé Malagueta” e “Zé bitaites”

Num dia tão marcante para todos nós como é o 25 de Abril, permita-me uma sugestão:
A Câmara, talvez por falta de conhecimentos, de ideias, ou vontade, não consegue muitas vezes arranjar um nome para dar a uma rua, praça, ou viela...

Sugiro-lhe como Aveirense e eleitor, que numa próxima sessão de Assembleia Municipal, o seu grupo parlamentar na vez de andar às voltas com as contas que ninguém acerta, porque há sempre uma factura ou facturas, metidas numa qualquer gaveta, percam meia horinha e apresentem uma recomendação â Câmara:

Para que, neste mandato, que já vai a meio, atribuíam o nome de uma praça ou rua, a estes dois nossos melhores poetas aveirenses, de sempre.
Fica aqui a ideia. O dever de a pôr em prática, é toda sua.
Cumprimentos.

 

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